Thomaz Ianelli

 

Thomaz Ianelli nasce em São Paulo, em 16 de agosto de 1932. É irmão mais moço do também pintor Arcângelo lanelli (1922). A família é de origem italiana.

Em 1948 Thomaz Ianelli começa a trabalhar como aprendiz de cartazista na Compa­nhia de Anúncios em Bondes, onde permanece até 1955. Descobre a vocação colorista misturando tintas para os arte-finalistas.

No início da década de 1950, freqüenta o ateliê de seu irmão, o pintor e escultor Arcangelo Ianelli.

Em 1953 na Associação Paulista de Belas Artes, estuda com o artista italiano Angelo Simeone, ex-professor de Volpi e ex-­integrante do Grupo Santa Helena. Pratica pintura ao ar livre de inspiração impressionista. Inicia longa amizade com Bonadei. Con­versas com Flávio de Carvalho. Freqüenta o ateliê de Volpi.

Entra em contato com os artistas que transitam da arte figurativa para a abstração e a arte construtiva como Mario Zanini, Flexor e Arnaldo Ferrari, entre outros.

A partir de 1957, dedica-se à pintura, e, no ano seguinte, integra o Grupo Guanabara, participando de suas mostras coletivas. Ao lado do irmão, Arcângelo lanelli e dos artistas Tikashi Fukushima , Ma­nabu Mabe, Tomie Ohtake e Wega Nery, entre outros. O grupo faz pintura ao ar livre nos arredores da cidade de São Paulo e se reúne na moldura ria que Fukushima mantém no Largo Guanabara, atual Estação Paraíso do metrô.

De 1958 até 1964 freqüenta o final da primeira fase e parte da se­gunda fase do Ateliê Abstração, de Samson Flexor, um dos principais pólos irradiadores da arte abstrata no Brasil. Sob influência desse aprendizado, adota composições de viés cubista e experimenta algo da abstração geométrica, sem deixar de lado a referência figurativa, por mais residual que seja.

Em 1960 realiza sua primeira exposição individual, na Galeria das Folhas. Prê­mio Leirner de Aquisição.

Recebe o Prêmio Velázquez de Viagem à Espanha em 1961 , outorga­do no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e instituído pela Espanha para homenagear o terceiro centenário da morte do pintor espanhol.

Em 1961, através do prêmio viagem que recebe no Concurso Velázquez, do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM/RJ, viaja para a Europa, e conhece obras de artistas como Paul Klee (1879-1940) e Karel Appel (1921-2006), que passam a influenciar a sua pintura.

Percorre onze países e radica-se em Paris. Faz mostras individuais em Madri, Bilbao e Paris, com obras realizadas no Brasil antes da viagem. O impacto cultural da temporada no exterior desencadeia o início de profun­das transformações de linguagem, só exercitadas no retorno ao ateliê paulistano.

Em 1965, ministra curso de desenho no Centro de Estudos Brasileiros, em Lima. Recebe prêmio aquisição nas 9ª e 12ª edições da Bienal Internacional de São Paulo, em 1967 e 1975.

Surge o traço garatujado e a pincelada gráfica de percurso rítmico, referenciada na memória da infância, ainda obedecendo uma composição de tradição moderna, com malhas ortogonais ou em diagonal ancorando as figuras ao fundo da tela. Individual na Galeria Astréia (SP). Começa a fazer aquarelas no ateliê.

Em 1967 recebe Prêmio Aquisição na IX Bienal de São Paulo (Prêmio Itamaraty).

Casa-se com Célia Franco de Godoy lanelli em 1970 . Começa a fazer assemblages. Pinta as primeiras aquarelas ao ar livre, ainda com as cores terrosas e os grafismos (letras e números) que caracterizam a maioria de suas telas do período.

Torna-se membro do conselho da Associação Internacional de Artes Plásticas da Unesco, em 1972, e, dez anos depois é eleito o primeiro presidente da Associação Profissional de Artistas Plásticos.

Recebe o prêmio Aquisição na XIII Bienal de São Paulo em 1975. Um ano depois realiza o lançamento do livro Capitanias de Mar e Serra, no Museu de Arte de São Paulo (Masp), com reprodução de 22 aquarelas fei­tas ao ar livre. Ed. Lastri.

Em 1979, participa do Congresso Internacional de Artes Plásticas realizado em Stuttgart, na Alemanha, e trabalha em um ateliê de Rothrist, na Suíça.

Em 1981, produz séries de têmperas e gravuras em metal. Com abordagem baseada na semiótica e na teoria da per­cepção, o crítico e historiador de arte Hector Cartier, professor de Teoria das Cores na Escola Superior de Artes de La Plata (Argenti­na), escreve texto sobre a obra de Thomaz.

Um ano depoi é 1982 eleito primeiro presidente da Associação Paulista dos Ar­tistas Plásticos (Apap).

Estabelece em Lisboa um espaço cultural de exposição per­manente de suas obras e residência de artistas no ano de 1986. No mesmo local, tem seu ateliê e dá aulas. Intercala temporadas de trabalho em Por­tugal e Brasil. Viaja com freqüência pela Europa, levando mostras individuais ou itinerando com coletivas.

No final dos anos 80 a linguagem informal emerge com vigor e, irradiando-se para as telas, ocuparia lugar de destaque na produ­ção de todos os anos 90 e até o final da trajetória do artista. Tho­maz iria alternar, em ritmo pendular, as ousadias informais quase abstratas com a rigorosa disciplina da pintura moderna de origem cubista e referência figurativa.

Em 1997, ilustra o livro Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, publicado pela editora Bibla, e, em 2000, é lançado pela editora Berlendis & Verteccia o livro Pinturas de Thomaz Ianelli: arte para criança, de Alberto Goldin.

Em 1992 recebe o prêmio Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) de melhor exposição do ano, por sua individual no Museu de Arte de São Paulo (Masp).

Outono em Campos de Jordão: última incursão para fazer aquarelas ao ar livre. Em 24 de setembro de 2001, morre de insuficiência cardíaca.

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