Oscar Niemeyer

Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares Filho (Rio de Janeiro/RJ, 1907 – 2012)

É o arquiteto moderno brasileiro de maior renome internacional. Pensava no edifício como uma escultura, destaca-se pelas formas curvilíneas que dá a suas edificações, inaugurando um novo padrão estético na arquitetura brasileira. Formou-se em arquitetura pela Escola Nacional de Belas Artes (Enba), no Rio de Janeiro, em 1934. Nesse ano, estagia no escritório do arquiteto e urbanista Lucio Costa, onde aprende os fundamentos da arquitetura moderna e toma gosto pelas construções coloniais luso-brasileiras. Para Niemeyer, Costa é seu principal mestre, especialmente no que diz respeito à técnica e à tradição brasileiras.

A parceria entre os dois é frutífera. Antes de convidar Niemeyer para auxiliá-lo no projeto do Pavilhão Brasileiro na Feira Internacional de Nova York, em 1939, Lucio Costa o indica para compor a equipe de arquitetos que projeta o Ministério da Educação e Saúde (MES), no Rio de Janeiro, com a supervisão do suíço Le Corbusier. Este é fundamental para a constituição da identidade arquitetônica de Niemeyer, que se interessa pela ideia do edifício como uma unidade escultural e pela concisão arquitetônica de Le Corbusier, de quem absorve aspectos como o rigor formal e a liberdade de desenho.

Entre 1940 e 1944, projeta, por encomenda do então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek, o Conjunto Arquitetônico da Pampulha, que se configura como um marco de sua obra, pois rompe com os conceitos rigorosos do funcionalismo e utiliza uma linguagem de formas novas, livres, curvas e sensuais, explorando as possibilidades plásticas do concreto armado. O conjunto é composto pela Casa do Baile, o Iate Clube, a Igreja de São Francisco e o Cassino, e conta com a importante colaboração do engenheiro Joaquim Cardozo e do paisagista Burle Marx.

Em 1947, é convidado pela Organização das Nações Unidas (ONU) a participar da comissão de arquitetos encarregada de definir os planos de sua futura sede em Nova York. Seu projeto, junto com o de Le Corbusier, é escolhido, e Niemeyer consolida seu prestígio no exterior. Em 1949, é nomeado membro da American Academy of Arts and Sciences [Academia Americana de Artes e Ciências]. No início da década de 1950, o debate crítico em torno da obra de Niemeyer se intensifica. O arquiteto greco-americano Stamo Papadaki (1906-1992) publica a primeira monografia sobre a obra do arquiteto carioca, em 1950.

Ainda na década de 1950, Niemeyer é convidado por Ciccillo Matarazzo para projetar o Parque do Ibirapuera, idealizado para ser um marco da cidade de São Paulo. O parque é constituído de cinco edifícios culturais conectados por uma grande marquise de desenho leve e orgânico, propiciado pelo uso do concreto armado. Os vãos desses prédios tornam-se ainda mais largos, e as colunas, mais estreitas; os pontos de apoio são delicados; o conjunto tem um aspecto leve e curvilíneo. Todo esse complexo é articulado em harmonia a uma extensa área verde.

Em 1956, Juscelino Kubitscheck, já presidente da República, convida Niemeyer para projetar os prédios públicos de Brasília, futura capital do Brasil, cujo plano urbanístico é confiado a Lucio Costa. De acordo com Niemeyer, os edifícios de Brasília são uma tomada de posição contra os limites do funcionalismo e o envelhecimento de algumas fórmulas da arquitetura moderna. Sua “preocupação fundamental consiste em conceber um elemento novo e diferente, que não copiasse os modelos habituais nos quais a arquitetura moderna se atola, mas que suscitasse um sentimento de surpresa e emoção”. A cidade é inaugurada em 1960 e causa admiração. O escritor André Malraux diz que as colunas do Palácio da Alvorada “são o evento arquitetônico mais importante desde as colunas gregas”. Le Corbusier acha Brasília “magnífica de invenções, de coragem e de otimismo”.

Na década de 1960, a violência e a perseguição política da ditadura militar fazem o arquiteto se exilar na França e voltar a sua carreira para o exterior, onde obtém muito êxito. Em 1967, é convidado para projetar a nova sede da Editora Arnaldo Mondadori, nos arredores de Milão. Niemeyer atende ao pedido do proprietário, Giorgio Mondadori, que deseja um prédio como o do Palácio Itamaraty, e cria um conjunto monumental. A obra é centrada em um longo edifício de vidro e aço envolto por um espelho d’água. Ele é constituído de um sistema de grandes arcos de concretos, que, por terem larguras diferentes, dão uma espécie de “ritmo musical” à fachada, nas palavras do arquiteto.

No início dos anos 1980, realiza importantes obras públicas. A Casa da Cultura de Le Havre é inaugurada em 1982, na França. O conjunto é uma das obras mais escultóricas de Niemeyer. Sobre um amplo terreno, o arquiteto relaciona plasticamente grandes edifícios. Um de seus últimos trabalhos, o Memorial da América Latina, construído entre 1988 e 1989, em São Paulo, já não tem a mesma força dos projetos anteriores. Em 1991, desenha o Museu de Arte Contemporânea (MAC-Niterói), construído às margens da baía de Guanabara. Em 2007, ao completar 100 anos, recebe homenagens no Brasil e no exterior.

Autor de obras arquitetônicas de notoriedade no século XX, Oscar Niemeyer valoriza em suas construções a inovação e a beleza plástica que comovem e surpreendem. O arquiteto concebe em seus projetos um elemento novo e diferente, rompendo com modelos convencionais da arquitetura.

Fonte: Itaú Cultural.

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