Vicente do Rego Monteiro

Vicente do Rego Monteiro (Recife, Pernambuco, 1899 – idem, 1970). Pintor, escultor, desenhista, ilustrador, artista gráfico e poeta. Sua diversificada atuação envolve áreas como a dança, a poesia, a tradução, a docência e, sobretudo, a pintura, fortemente inspirada pela cultura indígena e marcada pela simplificação formal.

Muda-se para o Rio de Janeiro em 1908, ano em que inicia os estudos artísticos, acompanhando sua irmã Fedora do Rego Monteiro (1889-1975) em cursos da Escola Nacional de Belas Artes (Enba). No início da carreira, antes de se estabelecer como pintor, dedica-se brevemente à escultura.
Em 1911, a família se muda para Paris, onde o artista frequenta cursos livres das  Academias Colarossi, Julian e de La Grande Chaumière. Participa do Salon des Indépendants [Salão dos Independentes], em 1913, do qual se torna membro societário.

No início da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), ele e a família deixam a França e se estabelecem no Rio de Janeiro, em 1915. Realiza a primeira individual, no Teatro Santa Isabel, em Recife, em 1918, e dois anos mais tarde expõe no Rio de Janeiro e em São Paulo. Nessa mostra, já revela o interesse pelas lendas e costumes da Amazônia, referência presente em grande parte de suas obras. A curiosidade pela cultura indígena, aliada à grande paixão pela dança, o levam a realizar o espetáculo Lendas, Crenças e Talismãs dos Índios do Amazonas (1921), no Teatro Trianon, no Rio de Janeiro, elogiado pelo poeta e crítico Ronald de Carvalho (1893-1935).

A década de 1920 é o período mais produtivo do artista. Estuda a arte marajoara das coleções do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, o que interfere em sua produção artística. Essa inspiração pode ser notada em aquarelas que representam lendas indígenas, recorrendo à figuração geométrica e também à ornamentação da cerâmica marajoara, como em Mani Oca e O Boto (ambas de 1921).

Em 1921, retorna a Paris e deixa algumas pinturas com Ronald de Carvalho, que decide incluí-las na seleção de obras expostas na Semana de Arte Moderna de 1922. Neste momento, interessa-se pelas estilizações formais do art déco. Na obra A Caçada (1923), o pintor utiliza o recurso de estilização das figuras, que apresentam certa tensão muscular e assumem o aspecto de engrenagens, tendo as obras do pintor francês Fernand Léger (1881-1955) como parâmetro.

A produção de Vicente do Rego Monteiro tem como eixo comum a simplificação formal e o uso de uma gama cromática reduzida, aspectos aliados à interpretação do art déco. Tem importante papel na interlocução artística entre Brasil e França e na propagação da produção modernista internacional no país natal.

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