Artur Alípio Barrio de Sousa Lopes (Porto/PT, 1945)

Artista multimídia, desenhista. Premiado internacionalmente, o artista produz obras com elevado grau de questionamento político e social.

Em 1955, Artur Barrio passa a viver no Rio de Janeiro. Começa a se dedicar à pintura em 1965 e, a partir de 1967, frequenta a Escola Nacional de Belas Artes (Enba). Nesse período, realiza os “cadernos livres”, com registros e anotações que se afastam das linguagens tradicionais. Em 1969, começa a criar Situações, intervenções de grande impacto realizadas no espaço urbano e feitas com materiais nada convencionais, como lixo, papel higiênico, dejetos, materiais orgânicos, detritos humanos e carne putrefata (como as Trouxas Ensangüentadas). Essas Situações são atos efêmeros e provocativos, uma interferência artística no ambiente. 

Ainda em 1969, o artista lança seu Manifesto: um brado “contra as categorias da arte” e a situação política e social do terceiro mundo. Além de contestar as categorias tradicionais da arte, Barrio problematiza sua relação com o mercado e a situação social e política na América Latina. 

Em 1970, na mostra Do Corpo à Terra, espalha as Trouxas Ensangüentadas – 14 embrulhos com carne, ossos e sangue – em um rio de Belo Horizonte, Minas Gerais. A ação tem apelo político e é associada aos assassinatos cometidos pelo regime militar e grupos de extermínio. Muitas vezes, Barrio realiza essas intervenções longe dos olhos do público e documenta as ações por meio de filmes em Super-8, fotografia, cadernos e livros de artista, materiais que se tornam parte de seu trabalho. 

O artista cria também instalações e esculturas, nas quais emprega objetos cotidianos. Blooshluss (1972) é um exemplo de instalação feita ao ar livre. Há também esculturas que utilizam objetos do cotidiano, como Navalha Relógio (1970) e 1) Dentro para Fora. 2) Simples (1970).

Em 1974, Artur Barrio retorna a Portugal e testemunha a Revolução dos Cravos. A partir dessa experiência, realiza situações como 4 Movimentos e 4 Pedras e a escultura Metal/Sebo Frio/Calor. No mesmo ano, expõe desenhos no Rio de Janeiro, em São Paulo e na Islândia. Em 1975, passa a morar em Paris. Lá, o Centre Georges Pompidou adquire seus cadernos de registro e livros de artista, como o Livro de Carne (1977). Nessa época, realiza performances, arte postal, esculturas, livros e cadernos de artista. Em 1982, expõe pela primeira vez o conjunto de quadros e desenhos intitulado Série Africana, em que retoma o trabalho com a cor e a pintura. Três anos depois, apresenta essa série na 17ª Bienal Internacional de São Paulo. 

Em 1987, apresenta na Galeria do Centro Empresarial do Rio de Janeiro a Experiência nº 1. Com esse trabalho, inicia uma série de instalações em que atua diretamente sobre as paredes da galeria, sulcando-as e fixando objetos em sua superfície. 

Ao longo da carreira, Artur Barrio realiza constantes viagens e reside também na África e na Europa (Portugal, França e Holanda). Desde a metade da década de 1990, várias publicações e exposições procuram recuperar sua obra. Um dos eventos mais importantes acontece em 1996, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio de Janeiro. A exposição apresenta uma retrospectiva de sua obra, com registros das Situações. Em 2016, Artur Barrio recebe o Grande Prêmio Fundação EDP Arte. 

Provocador e inquieto, o artista é autor de obras questionadoras, repletas de teatralidade que perturbam o espectador e atravessam fronteiras.

Fonte: Itaú Cultural.

Elizabeth Costa

Biografia em construção.

Joan Miró i Ferrà (Barcelona/ES, 1893 — Palma de Maiorca/ES, 1983)

Escultor e pintor. Foi um dos mais conhecidos pintores surrealistas, mas seu legado artístico vai muito além da pintura. Além de pintor, foi escultor, ceramista e gravurista, fazendo das artes plásticas um terreno fértil para elementos imagéticos e oníricos. Desde jovem esteve em contato com arte. Frequentou a Escola de Belas Artes de Barcelona até os 14 anos, quando se viu obrigado a abandonar os estudos porque seus pais desejavam que ele cursasse a faculdade de Economia.

Por algum tempo, trabalhou como balconista em uma farmácia, mas a vida monótona longe da arte o deprimiu. Sua recuperação veio com a volta aos estudos artísticos, em 1912, quando ingressou na Academia de Artes na capital da Espanha. Foi nesse período que Joan Miró conheceu e se aproximou de movimentos como o fauvismo e o cubismo e se viu mais livre para começar a criar seu repertório artístico pintando retratos, nus e geométricos, geralmente com cores fortes e muito volume.

No final da década de 10, realizou a sua primeira exposição individual. Em 1921, muda-se para Paris, um grande centro cultural e artístico do período. É lá que vai conhecer nomes famosos, como o idealizador do Surrealismo, André Breton, e Pablo Picasso. A partir daí, sua carreira começa a despontar e Miró pinta alguns dos seus quadros mais famosos, como A Fazenda (1922) e O Carnaval do Arlequim (1924). O estilo surrealista começa a despontar mais fortemente e aparecem os símbolos oníricos, porém sem grandes pretensões psicanalíticas.

Em 1926 participa da sua primeira exposição realista e em 1928 viaja para a Holanda – mesmo ano em que o Museu de Arte Moderna adquire duas de suas telas para o acervo. Já famoso, expande sua arte para colagem, ilustrações de livros e cenários de balé. É nesse período, também, que expõe em grandes galerias fora da Espanha, sendo reconhecido internacionalmente. Sua pintura passa a valorizar elementos mais minimalistas, como manchas, pontos e linhas.

Tanto a Guerra Civil Espanhola (1936 – 1939) quanto a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945) impactam no seu trabalho e Miró elabora o famoso painel O Ceifador (1937) e a série Constelações (1939 – 1941). A partir da década de 50, passa a se interessar pelo abstracionismo e a defender publicamente a arte catalã.

Com 90 anos, em 1983, Joan Miró faleceu na cidade espanhola de Palma de Maiorca.

Fonte: ARTOOLS.

Alfredo Volpi (Lucca/IT, 1896 – São Paulo/SP, 1988)

Pintor. Com uma trajetória singular e passagem por distintas vertentes da pintura, Volpi destaca-se por suas paisagens e temas populares e religiosos, como a série de bandeirinhas de festa junina.

Em 1897, chega ao Brasil com pouco mais de um ano e instala-se com a família no Cambuci, tradicional bairro de São Paulo. Estuda na Escola Profissional Masculina do Brás e, na juventude, trabalha como marceneiro, entalhador e encadernador. Em 1911, inicia a carreira como aprendiz de decorador de parede, pintando frisos, florões e painéis de residências. Na mesma época começa a pintar sobre madeira e tela.

Participa pela primeira vez de uma exposição coletiva no Palácio das Indústrias de São Paulo, em 1925, momento em que privilegia retratos e paisagens. Por causa da grande sensibilidade na representação da luz e da sutileza no uso das cores, é comparado aos impressionistas. Outras obras da década de 1920, no entanto, contam com traços que remetem a composições românticas. É o caso de Paisagem com Carro de Boi, com a movimentação curva da estrada e a árvore retorcida. A coexistência de elementos de escolas distintas indica o conhecimento da tradição e a recusa de Volpi à pintura de observação.

Na década de 1930, aproxima-se do Grupo Santa Helena, formado por artistas como os pintores Mário Zanini, Francisco Rebolo, o italiano Fulvio Pennacchi e Aldo Bonadei. Volpi participa de excursões para pintar os subúrbios e de sessões de desenho com modelo vivo realizadas pelo grupo. Em 1936, participa de uma exposição com os membros do Santa Helena e toma parte na formação do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo.

Em 1937, conhece o pintor italiano Ernesto de Fiori, importante figura no desenvolvimento artístico de Volpi. Com De Fiori, aprende que o tema da pintura e suas possibilidades narrativas não são tão importantes quanto os elementos plásticos e formais. De diálogos com o artista surgem soluções como o uso de cores vivas e foscas e um tratamento mais intenso da matéria pictórica. A partir desse ano, participa dos Salões da Família Artística Paulista (FAP), organizados pelo pintor Rossi Osir. Sem abandonar o trabalho de decoração de paredes, em 1939, inicia a série de marinhas e paisagens urbanas realizadas em Itanhaém, litoral de São Paulo.

Ganha o concurso promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1940, por trabalhos realizados com base nos monumentos das cidades de São Miguel e Embu, e encanta-se com a arte colonial, voltando-se para temas populares e religiosos. Também realiza trabalhos para a Osirarte, empresa de azulejaria criada no mesmo ano por Osir. Nessa década, sua pintura passa por uma rigorosa simplificação formal.

Realiza a primeira exposição individual, na Galeria Itá, em São Paulo, no ano de 1944, e participa de coletiva organizada por Guignard, em Belo Horizonte.

No fim da década de 1940, confere à pintura uma textura rala com a aplicação da técnica da têmpera, como em Casa na Praia (Itanhaém), de 1949. Nesse período, o caráter construtivo é afirmado nos planos de fachadas, telhados e na paisagem, ao passo que certas composições gradativamente caminham para a abstração. Em 1950, viaja à Europa com Zanini e Osir e se interessa por pintores pré-renascentistas, o que confirma algumas soluções pictóricas que alcança em seu trabalho. Encontra na obra do pintor italiano Paolo Uccello jogos de ilusão em que ora o fundo se opõe à figura e a projeta para a frente, ora ambos se entrelaçam na superfície da tela. Volpi constrói, assim, um espaço indeterminado que permite o surgimento de uma estrutura que se esvai, fluida, ressaltada pela têmpera, e uma forte vontade de ordenação.

Participa das três primeiras Bienais Internacionais de São Paulo e, em 1953, divide com Di Cavalcanti o prêmio de melhor pintor nacional. É convidado a participar das Exposições Nacionais de Arte Concreta (1956 e 1957) e mantém contato com artistas e poetas dessa vertente.

Em 1958, é condecorado com o Prêmio Guggenheim, realiza exposição retrospectiva e é aclamado por Mário Pedrosa como “o mestre brasileiro de sua época”. No mesmo ano, pinta afrescos para a Capela Nossa Senhora de Fátima, em Brasília, e telas com temas religiosos. Ainda na década de 1950, surgem as bandeirinhas de festa junina que, além de um motivo popular, tornam-se elementos compositivos autônomos, como em Fachada com Bandeiras (1959).

Recebe o prêmio de melhor pintor brasileiro pela crítica de arte do Rio de Janeiro em 1962 e 1966. Nas décadas de 1960 e 1970, suas composições de bandeirinhas são intercaladas por mastros com grande variação de cores e ritmo. A técnica da têmpera lhe permite renunciar à impessoalidade do uso de tintas industriais e do trabalho automatizado e mecânico, dos quais os artistas concretistas se aproximam. A prática artesanal torna-se para Volpi uma resistência à automatização e, simultaneamente, a afirmação de seu lirismo, em vez de reiteração ingênua do gesto.

A trajetória artística de Alfredo Volpi é marcada por transformações gradativas que brotam de seu amadurecimento e diálogo com a pintura. Ao unir vasto conhecimento da história da arte com a prioridade do fazer artesanal, Volpi constrói uma obra original e incomparável.

Fonte: Itaú Cultural.

Ladislau Nahlovsky (Kutunahora/Tchecoslováquia, 1906 – Porto Alegre/RS, 1992)

Pintor. Estudou na Universidade de Belas Artes de Praga. Em Porto Alegre, diplomou-se no Instituto de Belas Artes, onde foi aluno de João Fahrion, Francis Pelichek e Libindo Ferrás. Colaborou com Aldo Locatelli na execução dos afrescos da Igreja de São Pelegrino, em Caxias do Sul. Pintou afrescos também na Capela do Colégio Bom Conselho e na Igreja São José, ambas em Porto Alegre. Paisagens e flores foram os temas mais recorrentes em sua produção.

Saldanha, Ione (Alegrete/RS, 1919 – Rio de Janeiro/RJ, 2001)

Pintora, escultora e desenhista. Realiza seus primeiros estudos no Rio de Janeiro, no ateliê do pintor Pedro Luiz Correia de Araújo (1874 – 1955), em 1948. Entra em contato com os artistas Arpad Szenes (1897 – 1985) e Vieira da Silva (1908 – 1992). Viaja para a Europa em 1951 e estuda a técnica de afresco em Paris, na Académie Julian, e em Florença, Itália. Inicialmente produz obras figurativas, como cenas cotidianas e retratos, e pintura de casarios, em que enfatiza a geometria. Posteriormente, sua produção adquire um caráter abstrato. No fim da década de 1960, passa a utilizar novos suportes, abandonando a superfície bidimensional, e pinta sobre ripas, carretéis (bobinas de madeira para cabos elétricos) e bambus. Em 1969, recebe o prêmio de viagem ao exterior no 7º Resumo de Arte do Jornal do Brasil, e vai para os Estados Unidos e Europa. Participa de várias edições da Bienal Internacional de São Paulo, com prêmio aquisição em 1967, e sala especial em 1975 e 1979. Apresenta a mostra Resumo de 45 Anos de Pintura, nas galerias A. M. Niemeyer, Paulo Klabin e Saramenha, no Rio de Janeiro, em 1988. Em 2001, é realizada a retrospectiva Ione Saldanha e a Simplicidade da Cor, no Museu de Arte Contemporânea de Niterói – MAC/Niterói.

Fonte: Itaú Cultural.

Mirka Heinze de Almeida (Santo Ângelo/RS, 1929  –  Cuiabá/MT, 2015)

Pintora. Pintou desde os anos 40 e dedicou-se a pintura por mais de 50 anos produzindo e dando aulas de pintura. Fez cursos de atualização em Belo Horizonte, Brasília e Curitiba. Participou de coletivas em sua região e em outras estados como Santa Catarina. Expôs individualmente no Vestíbulo Norte da Assembleia Legislativa, Porto Alegre.  Muitos trabalhos da artista estão espalhados pelo mundo, adquiridos por colecionadores da boa arte, comprados em atelier italiano e alemão. Mas onde ficou Mirka e sua sensibilidade de cores do real? Ela, que era capaz de olhar e reproduzir um momento, um Bresson de saias em telas – o instante decisivo – imortalizado na imagem exposta feita de tinta e espátula.

Fonte: Dicionário de Artes Plásticas no Rio Grande do Sul.

Saint Clair Cemin (Cruz Alta/RS, 1951)

O artista passa a viver em Nova York em 1978, onde radicou-se. Formou-se pela École Nationale Supérieure des Beaux Arts, em Paris, França, e expôs individualmente pela primeira vez em Hasselt, na Bélgica, em 1980. Realizou exposição individual em 1991 no Hirshhorn Museum and Sculpture Garden, em Washington D.C., EUA, e participou da Documenta IX, Kassel, Alemanha (1992), da 22ª Bienal Internacional de São Paulo (1994), da Art of the Americas from The Chase Manhattan Collection, no The Americas Society, Nova York (2000), e da 4ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, em Porto Alegre (2003). Realizou ainda exposições individuais de destaque na Galeria Fortes Vilaça, em São Paulo (1995), no Birmigham Museum of Art, Inglaterra (1998), e na Brent Sikkema Gallery, em Nova York (2004). Em suas esculturas, mistura materiais como bronze, ferro, madeira, mármore e resinas sintéticas. Suas obras podem ser encontradas em diversos museus do mundo.

Fonte: MAC/RS.

Paula Kadunc (São Paulo/SP, 1954)

Seus primeiros estudos de arte tiveram inicio ainda na época do colégio onde frequentou um curso clássico de arte e comunicação. Formou-se em historia em 1975 e nos anos seguintes realizou viagens de estudo por toda a Europa, Japão, China e Filipinas com intuito de conhecer o maior numero de museus. No inicio da década de 80 trabalha no Museu de Arte de São Paulo como assessora de imprensa e relações publicas auxiliando ainda na curadoria de diversas exposições. Juntamente com a arquiteta Bya Barros abre um antiquário onde organiza leilões de arte com Luiz Arena. A partir dessa época realiza experiências e estudos sobre arte geométrica.

Na década de 90 dirige a Galeria Reflexus trabalhando com inúmeros artistas brasileiros e paralelamente frequenta o atelier do escultor Paulo Tadee onde trabalha com desenhos e pinturas geométricas e passa a fundir esculturas em bronze. Após estudar técnica de pintura com Marysia Portinari, a partir de 2001 inicia uma série de acrílicos sobre tela, seguindo sempre sua tendência geométrica. Tem participado com suas obras de várias exposições coletivas e leilões de arte e possui obras em diversas coleções particulares e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

Fonte: Catálogo das Artes.

Carlos José Pasquetti (Bento Gonçalves/RS, 1948 – Porto Alegre/RS, 2022)

Professor, pintor e desenhista. Graduou-se em pintura pela Escola de Belas Artes do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 1970 e, um ano depois, realizou sua primeira exposição individual no Instituto dos Arquitetos do Brasil de Porto Alegre. Ainda na década de 1970, lecionou durante oito anos no departamento de arte dramática da UFRGS, fundando o grupo Nervo Óptico em 1976, e é premiado pela Universidade quando do 4° Salão de Artes Visuais. De 1980 a 1981, realiza sua pós-gradução na School of the Art Institute of Chicago, Estados Unidos, recebendo o título de Master in Fine Arts. De volta ao Brasil, atua como professor no departamento de artes visuais da UFRGS (1981 a 1991) e recebe o Troféu Scalp Destaque em Artes Plásticas em 1986. Em 1991, viaja para Europa, onde visita escolas e centros de Arte Contemporânea em Edimburgo e Glasgow, Escócia, e em Londres e Oxford, Inglaterra.

Fonte: Itaú Cultural.

Gustave Moreau (Paris/FR, 1826 – 1898)

Pintor francês. Tornou-se célebre por ser um dos principais impulsionadores da arte simbolista do século XIX. Moreau começou como pintor realista. Posteriormente, sob a influência dos impressionistas e pré-rafaelitas, evoluiu para uma pintura mais romântica e espiritual, que lhe permitiu entrar nas fileiras do simbolismo, junto com Munch, Ensor, Puvis de Chavannes e Redon. Alguns historiadores de arte preferem se referir a eles como pós-impressionistas. Nascido em Paris, este pintor teve aulas dadas pelos mestres Chassériau e Picot em seus respectivos ateliês. Suas obras foram expostas pela primeira vez ao público e à crítica no Salão de 1852. Ele pregava que a inspiração nunca seria encontrada no objeto a ser pintado, pois ela seria única e exclusiva do pintor, ou seja, a obra seria executada a partir do que foi sentido por ele. Os temas favoritos de Moreau eram as cenas bíblicas, principalmente a história de Salomé, muito em moda no final do século XIX, e as obras literárias clássicas. Mestre da cor, soube representar mulheres de uma beleza rara com traços de anjo e pele aveludada, cobertas apenas por ousadas transparências.

Fonte: Google Arts & Culture.

 

Georges Braque (Argenteuil-sur-Seine/FR, 1882 – Paris/FR, 1963)

Pintor francês que, como Pablo Picasso, criou o Cubismo. Seguindo os passos do pai, Braque tornou-se pintor de paredes. Por volta de 1902, instalou-se em Paris para estudar Artes Plásticas. Ficou muito impressionado com o estilo agressivo dos trabalhos expostos pelos fovistas, especialmente por Matisse e Andre Derain, que pintavam com massas de cores brilhantes e propunham uma estrutura muito livre de formas para captar maior intensidade emocional. Braque dialogou com esse estilo nos anos 1906 e 1907.

Por volta de 1908, voltou sua atenção para as pinturas de Paul Cézanne, concentrando seu interesse nas questões de distorção das formas e construção do espaço. Entre 1908 e 1913, Braque estudou intensamente os efeitos da luz, a perspectiva e as soluções técnicas que os vários artistas utilizavam para solucionar esses problemas. Em suas cenas de vilarejos, Braque introduzia uma estrutura geométrica, próxima de um cubo ou um prisma. Trabalhava a sombra de maneira a não se saber se tratava-se de um objeto plano ou tridimensional.

Pablo Picasso, com quem Braque trabalhou por volta de 1909, estava desenvolvendo uma pesquisa muito próxima na pintura. Ambos desenvolviam trabalhos com cores neutras e complexos sistemas de formas facetadas. Entre 1910 e 1912, esses artistas começaram a fazer experimentos com colagens, construindo imagens com materiais como jornais, pedaços de pano, rótulos, etc. Essa fértil união entre Braque e Picasso durou até 1914, quando Braque se alistou nas forças armadas, sendo seriamente ferido durante a Primeira Guerra Mundial.
Voltou à sua carreira artística somente em 1917.

Depois da Guerra, Braque desenvolveu um estilo mais pessoal, caracterizado por cores brilhantes, supeRfícies texturizadas e pelo reaparecimento da figura humana. Morreu em 31 de agosto de 1963, em Paris.

Fonte: Catálogo das Artes.

Maria Leontina Mendes Franco da Costa (São Paulo/SP, 1917 – Rio de Janeiro/RJ, 1984)

Pintora, gravadora, desenhista. Destaque como um dos principais nomes da arte moderna brasileira, Maria Leontina transita por diferentes estilos de pintura e prioriza experimentações com cores. Nascida em uma tradicional família paulistana, se interessa por pintura depois de visitar uma exposição de Flávio de Carvalho (1899-1973). Inicia a formação artística nas aulas de desenho com Antônio Covello, em São Paulo, em 1938. A aproximação com o ambiente moderno paulistano e a dedicação à pintura se consolidam em 1940, quando frequenta o ateliê de pintura de Waldemar da Costa (1904-1982), cofundador da Família Artística Paulista (FAP). Durante esses anos de estudo, apresenta produção de tendência expressionista próxima à de Flávio de Carvalho e Iberê Camargo (1914-1994). Entre 1946 e 1948, participa do curso de museologia no Museu Histórico Nacional (MHN), no Rio de Janeiro. Em 1947 participa da exposição 19 Pintores em São Paulo e recebe o segundo prêmio do júri, formado por Anita Malfatti (1889-1964), Di Cavalcanti (1897-1976) e Lasar Segall (1889-1957). Entre os jovens artistas expositores, encontram-se nomes importantes da arte brasileira, todos ligados, naquele momento, à iconografia expressionista. Como afirma a artista em depoimento ao crítico Frederico Moraes (1936): “Eu era expressionista, como quase todos os artistas naquela época”.

Ao longo da década de 1960, realiza painel de azulejos para o Edifício Copan e vitrais para a Igreja Episcopal Brasileira da Santíssima Trindade, ambos em São Paulo. Inicialmente, sua obra é pautada pelo figurativismo de cunho expressionista, mas paulatinamente passa ao abstrato, sem seguir o rigor da geometria pura. Em 1960, em Nova York, recebe o prêmio nacional da Fundação Guggenheim e, em 1975, o prêmio pintura da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA).

Dona de uma obra marcada pelas abstrações geométricas, Maria Leontina é celebrada pela crítica e considerada como um dos maiores nomes da arte moderna do nosso país.

Fonte: Itaú Cultural.

Claudia Sperb (Novo Hamburgo/RS,1965)

Artista plástica e professora de artes. Nascida em Novo Hamburgo (RS), é formada em artes plásticas pela FEEVALE-RS, com várias especializações em artes plásticas e história da arte. Atualmente vive em seu atelier-parque de mosaicos em meio à natureza nativa de Morro Reuter, RS. Desenvolve mosaicos coloridos, xilogravuras e outras técnicas.
No exterior participou de exposições coletivas na Alemanha, Argentina, Austrália, Bélgica, China, Cuba, Japão, Egito, Estados Unidos, França, Polônia e Portugal. Possui obras em acervos públicos e privados no Egito, Argentina (Buenos Aires), Índia (Calcutá) e Polônia (Biala).

Fonte: Laboratório das Artes.

Homero Lima-Pelotas, RS, 1966. Formado em Engenharia Mecânica/ UFRGS (1989), exercendo sua atividade com desenvolvimento de produtos. Participou do II Salão de Desenho de Porto Alegre (1990), Instalações do Projeto Relógio do Sol na Casa de Cultura Mario Quintana (1995), do Projeto Cultural Mansão das Artes /RS (1999), do Projeto Diálogo Intercâmbio Brasil-Chile (2004). Estuda litografia (2001-2006) no Museu do Trabalho com Paulo Chimendes. Também atua na área de ilustrações, onde seu último trabalho foi realizar as ilustrações e capa para o Livro “Histórias Curtas” de Paulo Scott.
Trabalha com escultura e litografia onde procura a síntese de elementos abstratos e primitivos através do encontro com a figura

 

John Louis Graz (Genebra/Suíça, 1891 – São Paulo/SP, 1980)

Pintor, desenhista, escultor, designer, artista gráfico, decorador. Ainda que seja mais conhecido por ser um dos precursores do art déco no Brasil, é um dos nomes que, ao lado de famosos modernistas, participa da Semana de 22 e revoluciona o modo de fazer arte no país.

Tem formação multidisciplinar, passando por diferentes países da Europa. Ingressa no curso de arquitetura, decoração e desenho da Escola de Belas Artes de Genebra em 1908, onde é aluno de Eugène Gilliard , Gabriel Vernet e Daniel Baud-Bovy . De 1911 a 1913, na Escola de Belas Artes de Munique, estuda decoração, design e publicidade com Carl Moos. Entre 1913 a 1915, retorna à Escola de Belas Artes de Genebra e finaliza seus estudos. Na cidade suíça, desenha vitrais e faz ilustrações para cartazes publicitários. Trava amizade com o escritor Sérgio Milliet (1898-1966) e conhece Regina Gomide, com quem se casa em 1920, e seu irmão, Antonio Gomide, seu colega na Escola de Belas Artes. Muda-se para o Brasil em 1920 e, por intermédio de Oswald de Andrade, que o define como “Graz, o futurista”, passa a integrar o grupo modernista de São Paulo, constituído por Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Victor Brecheret e Mário de Andrade.

Em 1922, participa da Semana de Arte Moderna com sete quadros. Uma das obras mais comentadas é Paisagem da Espanha (1920), pintura em óleo sobre tela produzida em uma das viagens de Graz à Espanha, realizadas com a bolsa de estudos Lissignol. Comentando sua participação, Aracy Amaral, importante estudiosa do tema, chama atenção para a dramaticidade dessa obra, construída a partir da articulação entre “uma preocupação tectônica”, observada na estruturação dos elementos do quadro, e “uma sensível alteração cromática”. Para a crítica de arte, apesar de não causar grande repercussão à época, Graz é “um dos pintores mais interessantes da semana.

A fluidez em diferentes áreas aliada a uma formação cosmopolita fazem de John Graz um artista verdadeiramente versátil, cuja obra não se restringe ao espaço historicamente destinado à arte, penetrando a cidade e transformando o cotidiano do meio urbano em ascensão no Brasil. Nessa trajetória, procura cumprir a promessa do modernismo de romper com o passado em direção a um futuro sem, contudo, esquecer das raízes, contribuindo, assim, com a arte brasileira moderna.

Fonte: Itaú Cultural.

Anico Rosalia Herkovitz (Montevidéu/UY, 1948)

Gravadora, desenhista, ilustradora e professora. Estuda, entre 1970 e 1974, no Instituto de Artes da UFRGS, em Porto Alegre. Em paralelo, participa de duas edições do Festival de Inverno de Ouro Preto da UFMG, em 1973 e 1974, e frequenta o Ateliê Livre da Prefeitura de Porto Alegre, por um período que se estende até depois de sua formação universitária. Desde 1976, ministra cursos de xilogravura e litogravura em diversas cidades do interior gaúcho. Em Porto Alegre, leciona no Ateliê Livre da Prefeitura, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul, e no Instituto de Artes da UFRGS, como professora substituta de gravura. Participa de mostras individuais e salões de arte desde 1974, quando recebe menção honrosa no 6º Salão de Verão do Rio de Janeiro. Em 1981, é premiada no 38º Salão Paranaense, na Fundação Teatro Guaíra; dois anos depois, vence o Prêmio Ivan Serpa, promovido pela Funarte, que lhe garante a publicação do livro Xilogravura Arte e Técnica. Também em 1983, ao lado de Marta Loguércio e Maria Tomaselli, funda o ateliê de litografia do MAC/RS. Em 1996, torna-se ilustradora da coluna de Arnaldo Jabor no jornal Zero Hora, de Porto Alegre.

Fonte: Itaú Cultural.

 

Antoni Tàpies (Barcelona/ES, 1923 – 2012)

Foi um importante artista espanhol nascido na Catalunha. Ele é um dos famosos artistas do expressionismo abstrato europeu, talvez o artista catalão mais conhecido a surgir no período desde a II Guerra Mundial. Suas ideias tiveram influência mundial na arte, especialmente nos domínios das pinturas, esculturas, gravuras e litografia.

Em 1948, Tàpies ajudou a fundar o primeiro Movimento Pós-Guerra na Espanha, conhecido como Dau Al Set, movimento que estava conectado ao Surrealismo e ao Dadaismo. Tàpies começou como um pintor surrealista, seus primeiros trabalhos foram influenciados por Paul Klee e o também catalão Joan Miró; mas logo se tornou um expressionista abstrato, trabalhando em um estilo conhecido como “Arte Povera“, no qual materiais não artísticos são incorporados às pinturas.

Em 1950, Tàpies mudou-se para Paris. Para ele, de acordo com suas memórias pessoais, viveu momentos de “nova vitória para as democracias sobre o espectro das ditaduras da Europa Ocidental”. A experiência parisiense trouxe luz e esperança para a vida e obra do artista , enchendo-o de força otimista e nova inspiração. Em Paris, Tàpies decidiu renovar a sua obra unindo o espírito da vanguarda à crítica social e política. Em 1953 ele começou a trabalhar com mídia mista, período em que sua obra foi considerada mais original. Um dos primeiros a criar arte séria dessa forma, ele adicionou argila e pó de mármore à sua pintura e usou resíduos de papel, barbante e trapos.

Tàpies, um dos mestres da arte abstrata , acreditava que a pintura em si era uma abstração e que a realidade não está na pintura, mas na mente do observador. Assim, nesta fase Tàpies iniciou a sua experimentação com os mais diversos materiais. Ele criou uma linguagem própria, abandonando a figura e buscando captar os efeitos plásticos da matéria. Essa transformação começa com as colagens, enriquecidas com arranhões na tela, pegadas, cordas, areia e pó de mármore, entre outros materiais.

Em 1970, o artista assinou um manifesto, juntamente com centenas de artistas e intelectuais, exigindo anistia, abolição da pena de morte, reconhecimento das liberdades e direito à autodeterminação. Para Tàpies, a luta pela liberdade e pela democracia estava ligada à defesa dos direitos nacionais da Catalunha, e neste momento suas criações refletem esse desejo.

Nos últimos anos de sua vida, Tàpies retoma alguns de seus grandes temas: o corpo, morte e desejo. A convivência com a guerra civil na adolescência o deixou muito consciente da morte. Seu trabalho está enraizado neste fato.

Fonte: Arte e Artistas.

Lothar Charoux (Viena/AT, 1912 – São Paulo/SP, 1987)

Pintor, desenhista, professor. Inicia estudos artísticos com seu tio, o escultor austríaco Siegfried Charoux. Vem para o Brasil em 1928, e fixa-se em São Paulo. Na década de 1930, matricula-se no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo (Laosp), onde conhece Waldemar da Costa (1904 – 1982), com quem, a partir de 1940, estuda pintura. Pinta paisagens e retratos. Posteriormente passa a lecionar desenho no Liceu de Artes e Ofícios e no Senai. Em 1947, realiza sua primeira exposição individual, na Galeria Itapetininga. A partir de 1948, Charoux volta-se a questões construtivas. Em 1952, participa da fundação do Grupo Ruptura, ao lado de artistas como Waldemar Cordeiro (1925 – 1973) e Geraldo de Barros (1923 – 1998). Com Hermelindo Fiaminghi (1920 – 2004) e Luiz Sacilotto (1924 – 2003), cria a Associação de Artes Visuais NT – Novas Tendências, em 1963. É homenageado com retrospectiva no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP) e no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ) em 1974. Em 2005, é publicado o livro Lothar Charoux: A Poética da Linha, pela historiadora de arte Maria Alice Milliet.

Fonte: Itaú Cultural.

Tadashi Kaminagai (Hiroshima, Japão 1899 – Paris, França 1982)

Pintor, desenhista, professor. Por iniciativa da família, ingressa aos 14 anos num mosteiro budista na cidade japonesa de Kobe. Dois anos depois, viaja para as Índias Ocidentais Holandesas, atual Indonésia, atuando como missionário e agricultor até 1927. Nesse ano, decidido a seguir carreira artística, muda-se para Paris, onde conhece o artista Tsugouharu Foujita (1886 – 1968), que o orienta na pintura. Paralelamente à atividade artística, trabalha como moldureiro. No início da década de 1930, expõe quadros nos salões parisienses e retorna ao Japão em 1938. Embarca para o Brasil um ano após a eclosão da Segunda Guerra Mundial, 1939-1945, trazendo consigo uma carta de recomendação endereçada a Candido Portinari (1903 – 1962). Fixa residência no Rio de Janeiro e em 1941 instala ateliê e oficina de molduras no bairro de Santa Teresa, onde trabalha e atua como professor de diversos artistas brasileiros e nipo-brasileiros, como Inimá de Paula (1918 – 1999), Flavio-Shiró (1928) e Tikashi Fukushima (1920 – 2001), entre outros. Sua primeira exposição individual, por volta de 1945, é organizada por Portinari e ocorre no Hotel Serrador, no Rio de Janeiro. Em 1947, passa a integrar o Grupo Seibi. Retorna ao Japão em 1954 e três anos mais tarde volta a fixar-se em Paris. Vive entre o Japão, a França e o Brasil, até seu falecimento, em 1982.

Fonte: Itaú Cultural.

Regina Simonis (Santa Cruz do Sul/RS, 1900 – 1996) 

Em 1927, ingressou corajosamente no Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul. Ela foi uma das primeiras alunas do Instituto investindo no que mais gostava de fazer: desenhar e pintar.

Desde meados do século dezenove a pintura brasileira permanecia dependente das acadêmicas influências da pintura oficial francesa que trazia como padrão estético o neoclassicismo, o ideal da antiguidade clássica .  O ensino artístico no Instituto de Belas Artes do nosso estado não fugia a este regra: os exercícios de claro-escuro, o estudo das esculturas greco-romanas, o conhecimento das leis matemáticas da perspectiva, assim como o domínio dos esquemas de composição e de anatomia. O único objetivo da pintura era procurar prazer na imitação de coisas que podem ser reveladas pela luz do sol através de linhas e cores sobre uma superfície plana.

Após seis anos no curso de pintura, orientada pelas mãos do mestre europeu Francisco Pelichek, consagrado na época como o melhor professor de pintura, em 1933 Regina diplomou-se, chamando a atenção de todos ao expor suas obras no Theatro São Pedro; por ocasião da Exposição Anual do Instituto de Belas Artes. O Jornal Folha da Manhã, em 1933, se refere entusiasmado à exposição: “grande número de telas esplêndidas, principalmente no gênero natureza-morta, traçados com notável fidelidade, demonstrando o poder artístico de quem os fez. Os contrastes, o colorido, o desenho, são revelações magníficas de futurosas palhetas”. O detalhe que não podemos deixar passar é que nesta publicação havia apenas uma obra reproduzida: uma natureza morta de Regina Simonis.

Ainda na década de 30, Regina retornou a Santa Cruz do Sul, dividindo seu tempo entre a pintura e os cuidados aos pais idosos. No início dos anos quarenta, após o falecimento destes, Regina passou a dedicar sua vida a pintura. Procurando em cada obra, em cada pincelada, a materialização colorida da sua concepção de um ideal artístico.

Regina Simonis pintou até o final da vida, transformou a arte e as flores na razão da sua existência e encontrando na simplicidade o sentido do ser. Faleceu aos 96 anos de idade, deixando obras que são consideradas um marco do desenvolvimento cultural do Estado.

Em 1995 a artista foi formal e oficialmente reconhecida pela sociedade santa-cruzense quando o prédio do antigo Banco Pelotense recebeu a denominação de Casa das Artes Regina Simonis, imortalizando seu nome. Considerado por muitos o mais belo de toda a região, o prédio foi cedido, em 1994, para a Associação Pró-Cultura de Santa Cruz do Sul pela Secretaria da Fazenda do Estado. No ano de 2000, com o apoio da Universidade de Santa Cruz do Sul e através de recursos captados pela Lei de Incentivo à Cultura do Governo do Estado, iniciaram-se as obras de restauro. No final de 2001, após a liberação de valores de um convênio com a Unisc e de uma doação da empresa Dimon do Brasil Tabacos, começaram as obras no telhado. Em seguida, a Unisc deu início ao restauro das salas que abrigam as obras da nossa artista.

Em outubro de 2002 o acervo da artista plástica Regina Simonis foi doado pelo empresário Geraldo Koehler, presidente da Igel S. A. Embalagens que repassou à Associação Pró-Ensino em Santa Cruz do Sul (APESC), por meio da Lei de Incentivo à Cultura. Na doação a APESC recebeu 15 telas e 20 estudos em crayon, além de um exemplar original do Jornal Folha da Manhã que divulga a primeira exposição dos alunos do Instituto de Belas Artes e o diploma do curso realizado por ela. Em 2005 a exposição permanente destes trabalhos foi inaugurada e desde então encontra-se aberta a visitação pública

Fonte: UNISC.

Heitor dos Prazeres (Rio de Janeiro/RJ, 1898 – Rio de Janeiro/RJ, 1966)

Compositor e pintor. Importante nome da cultura popular brasileira, como músico, participa da fundação de grandes escolas de samba cariocas, como Portela e Mangueira. Descendente de negros baianos que migram para o Rio de Janeiro, retrata na pintura as rodas de samba, as favelas, os rituais de candomblé, os bailes e as festas populares, a partir de cenas do cotidiano da população negra no subúrbio da cidade.

Aos 20 anos, é conhecido como Mano Heitor do Cavaco e Mano Heitor do Estácio. Firma relações com compositores como Cartola e Paulo da Portela, compõe em parceria com vários sambistas e participa do início dos trabalhos e da fundação de escolas de samba como Mangueira, Portela e Deixar Falar (futura Estácio de Sá).

Na época, o Brasil busca afirmar sua identidade como povo moderno, e formas culturais nascem desse novo imaginário de país livre. O Carnaval e o samba surgem como criações fortes dos grupos sociais que habitam as favelas e os subúrbios. Referindo-se à região da Praça Onze e às festas na casa das tias baianas, Heitor dos Prazeres cria a denominação África em Miniatura, a Pequena África, que passa a gerar formas próprias de convívio. É também nesse momento que se definem as linhas principais daquilo que o mundo conhece como samba brasileiro. Firmam-se as rítmicas básicas, os timbres e instrumentos típicos e os modos de tocá-los. As primeiras escolas se fortalecem, e uma identidade do samba passa a ser partilhada. Surgem oportunidades de ganhar algum dinheiro com essa música, de gravar discos e experimentar o reconhecimento social.

Alcança o terceiro lugar para artistas nacionais na 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951,  com o quadro Moenda, e ganha uma sala especial na 2ª Bienal Internacional de São Paulo (1953). Cria ainda cenários e figurinos para o Balé do IV Centenário da Cidade de São Paulo, no ano de 1954. O diretor de cinema Antônio Carlos Fontoura produz em 1965 um documentário sobre a obra de Heitor dos Prazeres. Em 1999, é realizada mostra retrospectiva no Espaço BNDES e no Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), ambos no Rio de Janeiro, em comemoração ao centenário de seu nascimento.

Vivendo em uma época de grandes definições para a sociedade e a cultura brasileira, Heitor dos Prazeres atua nessas transformações, ora participando ativamente na formação do samba, ora registrando em suas telas a população periférica, seu cotidiano e costumes, e consagra-se como artista popular brasileiro tanto na pintura como na música.

Fonte: Itaú Cultural.

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