João Garboggini Quaglia (Salvador/Bahia, 1928)

Pintor, desenhista, gravador, ilustrador e professor. Inicia sua formação artística em Salvador, Bahia, estudando litogravura com Mário Cravo, por volta de 1945. Em 1947 transfere-se para o Rio de Janeiro onde cursa a Escola Nacional de Belas Artes dois anos depois, tendo como mestres Carlos Del Nero e Jordão de Oliveira. Em 1950, estuda pintura na Associação Brasileira de Desenho, sendo aluno de Ado Malagoli e Barbosa Leite. Nesta época, faz aperfeiçoamento em litogravura com Darel Valença Lins. Em 1956, realiza os murais para a Base Aérea de Salvador e para a Embaixada Brasileira, em Madri, Espanha. No ano de 1958, recebe o prêmio de viagem ao exterior do Salão Nacional de Arte Moderna e viaja para Madri, onde estuda pintura no Taller Boj. Na década de 60, ilustra o álbum de litografias Corrida de Touros, com textos de João Cabral de Melo Neto (1920 – 1999). Além dessas atividades, atua como professor de pintura e gravura na Associação Brasileira de Desenho no período de 1952 a 1964; na Universidade de Santa Maria; na Escola de Belas Artes de Minas Gerais e no Festival de Ouro Preto.

Fonte: Itaú Cultural.

Miguel Angel Rojas (Bogotá/Colômbia, 1946)

artista conceitual e multimídia cujo trabalho aborda a experiência subjetiva, a identidade e a política. Seus projetos incluíram acusações de tráfico internacional de drogas e violência, e muito de seu trabalho enfoca experiências de marginalidade. Em 1964, começou a estudar arquitetura na Pontificia Universidad Javeriana, onde permaneceu por seis semestres. Decidindo não seguir carreira em arquitetura, Rojas matriculou-se na Escola de Belas Artes da Universidade Nacional da Colômbia em Bogotá em 1969. Seus primeiros experimentos com retratos fotográficos de longa exposição e autorretratos começaram durante este período em meados da década de 1960, e continuou ao longo da década de 1970.

Em 1973, deu início a uma de suas séries fotográficas mais importantes, a série Faenza. Rojas tirou essas fotos – de encontros entre gays em cinemas B em Bogotá – secretamente, escondendo sua câmera em uma mala ou sob uma jaqueta. As imagens resultantes são registros fantasmagóricos das experiências físicas e afetivas de uma comunidade amplamente invisível. A série também marca a primeira exploração de Rojas de sua própria subjetividade como central para seu trabalho, e foi sua primeira incursão estendida na fotografia “em uma época em que a fotografia não era um meio considerado parte do grande cânone das artes plásticas”, lembra ele. . A liberdade que veio com o trabalho fora dos temas e materiais aceitos das artes plásticas permitiu a Rojas o espaço para fazer o que ele chamaria de “saltos no escuro” ao estabelecer seu estilo formativo. Ao longo das décadas de 1970 e 1980, Rojas também trabalhou com gravura, desenho, vídeo, entalhe, costura e reduções fotográficas.

Em meados da década de 1990, Rojas começou a usar folhas de coca em seu trabalho. Inicialmente, as obras exploravam histórias da vida indígena na Colômbia, mas com o tempo Rojas começou a usá-las para comentar sobre a produção de cocaína para consumo no primeiro mundo. Desde os anos 1990, ele usa a coca para reconstruir o imaginário pop, trazendo o consumismo ao diálogo com problemas políticos e sociais generalizados. “A grande lição do pop, para mim”, diz ele, “é a maneira como a sociedade se vê – entender que a arte está em tudo. Que é a ‘pele’ da cultura. Cada ação humana, todos os marcadores de uma época, incluindo gostos e violência, são as forças motrizes na arte. ”

Miguel Ángel Rojas vive e trabalha em Bogotá.

Fonte: Guia das Artes.

Darcy Penteado (São Roque/SP, 1926 – 1987)

Cenógrafo e figurinista. Artista plástico, desenhista, gravador e literato, dedica-se durante os anos 50 a trabalhos na área de indumentária e cenografia, trabalhando com diretores representativos do período. Após os 10 anos, muda-se para São Paulo, para concluir seus estudos. Distingue-se pelos desenhos que realiza, levando-o a trabalhar em agências de publicidade, de desenho industrial e como figurinista de magazines. Faz retratos e, tornando-se conhecido, destaca-se no meio profissional.

Em 1952, Darcy estréia no Teatro Brasileiro de Comédia, TBC, confeccionando as máscaras para Antígone, de Sófocles, direção de Adolfo Celi. No mesmo ano, está em A Calça, de Carl Sternheim; e Iolanda, de Curt Goetz, com direção de Antunes Filho, em 1954, duas montagens do grupo de Lotte Sievers. Realiza a cenografia de É Proibido Suicidar-se na Primavera, para a Companhia Nicette Bruno, arrebatando o Prêmio Governador do Estado. Ainda em 1954 cenografa Os Dous ou O Inglês Maquinista, de Martins Pena, direção de Luís de Lima, para a Escola de Arte Dramática, EAD. Para o Balé do IV Centenário cria os cenários e figurinos para Sonata da Angústia, com música de Bártok, em 1954. Em 1955, idealiza os figurinos de Santa Marta Fabril S. A., de Abílio Pereira de Almeida, para o TBC. Volta a trabalhar com Lotte Sievers, num texto de sua autoria, A Morte Foi Contratada, direção de Ruy Affonso, em 1956. No ano seguinte está em duas criações: Casal Vinte, de Miroel Silveira, e Esses Maridos, de George Axelrod, direção de Adolfo Celi e produção da Companhia Tônia-Celi-Autran, CTCA. Em 1958, confecciona os figurinos para Pedreira das Almas, de Jorge Andrade, dirigido por Alberto D’Aversa, no TBC. Desde 1955 vinha participando na televisão, como diretor de arte. Em 1960 faz os cenários e figurinos de Um Gosto de Mel, de Shellagh Delaney, direção de Benedito Corsi, novamente para o TBC. Em 1961, integra a produção de Armadilha para um Homem Só, de Robert Thomas, uma direção de Luís de Lima para o Teatro Maria Della Costa, TMDC.

Afastado do teatro durante algum tempo, Darcy retorna, em 1977, como o figurinista de Volpone, de Ben Johnson, direção de Antônio Abujamra. Envolve-se, na sequência, com produções obscuras até lançar-se como autor em A Engrenagem, de 1978, direção de Odavlas Petti, assumindo abertamente a condição homossexual, assunto que será também explorado em sua primeira novela – A Meta -, editada no ano seguinte, período em que está francamente envolvido na luta contra a discriminação.

Fonte: Itaú Cultural.

Roberto de Oliveira Magalhães (Rio de Janeiro/RJ, 1940)

Pintor, desenhista gravador  realiza seu aprendizado artístico com as atividades profissionais iniciadas precocemente: primeiro, na gráfica do tio (desenho de rótulos e propagandas); em seguida, fazendo capas de livros e discos e desenhos publicitários. Frequenta cursos da Escola Nacional de Belas Artes (Enba), como aluno livre, em 1961. No decorrer da década de 1960, participa de diversas coletivas, no Brasil e no exterior: 1962, expõe desenhos a nanquim na Galeria Macunaíma, anexa à Enba; em 1964, realiza sua primeira individual de xilogravuras, na Petite Galerie, Rio de Janeiro; e recebe, no ano seguinte, o prêmio de gravura da 4ª Bienal de Paris. Segue para a capital francesa, em 1967, depois de ganhar o prêmio viagem ao exterior no 15º Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM), em 1966, com a xilogravura Édipo Decifra o Enigma da Esfinge. Em Paris expõe com Antonio Dias (1944) na Galeria Debret, em 1968. Estudos de ocultismo, teosofia e, sobretudo, a aproximação ao budismo a partir de 1969 levam-no a residir por quatro anos no Centro de Meditação da Sociedade Budista do Brasil, quando interrompe a atividade artística. Em 1975, recomeça o trabalho com arte por meio de exposições individuais de desenho e pintura no Rio e em São Paulo, e de aulas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). Integra coletivas de gravuras e desenhos, na década de 1980. Em 1992, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), do Rio de Janeiro organiza uma retrospectiva dos 30 anos de produção do artista, a maior dedicada a sua obra.

Fonte: Itaú Cultural.

Maria de Lourdes Martins Pereira de Souza (Campanha/MG, 1894 – Rio de Janeiro/RJ, 1973)

Escultora, desenhista, gravadora, escritora. Com poética extremamente individualizada, apresenta-se como figura singular na história da arte moderna brasileira.

Desenvolveu grande parte de sua carreira no exterior em virtude das atividades do marido, o embaixador Carlos Martins. Inicia-se na escultura em 1926 e aperfeiçoa-se com o escultor belga Oscar Jespers. Em 1939, muda-se para os Estados Unidos; inicialmente para Washington e, depois, para Nova York, onde estuda escultura com Jacques Lipchitz, realizando trabalhos em bronze. Em 1941, faz sua primeira exposição individual, na Corcoran Art Gallery, em Nova York, onde apresenta esculturas figurativas realistas com temas retirados da cultura brasileira ou temas religiosos, produzidos em materiais diversos (gesso, madeira, terracota e bronze). No mesmo ano, estabelece ateliê em Nova York. Nesse momento, a cidade vive clima de efervescência artística em virtude da emigração de vários artistas europeus que ali se estabelecem para fugir da Segunda Guerra Mundial. Tal vivência provavelmente leva a artista a absorver novos conteúdos, incorporando elementos surrealistas ao seu trabalho.

A mudança torna-se visível em sua segunda exposição individual, em 1942, na Galeria Valentine, na qual apresenta formas oníricas de inspiração surreal realizadas em bronze. Por causa dessa mostra, conhece expoentes do surrealismo, como o crítico e escritor francês André Breton (1896-1966), o pintor francês Marcel Duchamp e o artista alemão Max Ernst. Sua segunda exposição na galeria nova-iorquina, em 1943, Amazônia, é um verdadeiro sucesso. A artista continua a trabalhar com temas advindos de tradições e mitos brasileiros, e a referência à natureza passa a ser feita como símbolo da potência do selvagem e do desejo, em contraposição à natureza dominada da civilização ocidental. Com bronze, cria formas orgânicas cada vez mais livres de qualquer figuração realista, utilizando títulos sugestivos, procedimento característico de outros artistas surrealistas. 

Na obra Impossível (1944), que ganha várias versões de bronze, uma delas adquirida pelo Museu de Arte Moderna  (MoMA) de Nova York, em 1946, seres híbridos (homem e mulher com aspecto de animais ancestrais) são colocados frente a frente, sugerindo uma situação de desejo profundo, mas também de agressividade e morte, sugerindo os limites da união plena entre os seres. Nesse sentido, certos animais, como a cobra e a aranha, saem do universo mitológico das lendas amazônicas para encarnar símbolos relacionados à vivência da artista. 

Em 1947, André Breton assina o prefácio do catálogo de sua mostra individual, realizada na Julien Lery Gallery. A ênfase na força do selvagem e do desejo encanta Breton, que escreve: “Maria, e atrás dela – quer dizer, nela – o Brasil maravilhoso onde sobre os mais vastos espaços … paira ainda a asa do irrevelado. […] Ela não deve nada à escultura do passado ou do presente”. A partir desse período, Maria Martins participa de grandes mostras do surrealismo, como a organizada, em 1947, em Paris pelo escritor francês.

Em 1948, muda-se para Paris, onde seu ateliê se torna local de encontro de intelectuais e artistas. Volta definitivamente ao Brasil em 1950. Ajuda na organização da I Bienal Internacional de São Paulo, da qual participa como artista convidada. Contudo, sua poética surrealista não é bem recebida no meio artístico brasileiro da primeira metade dos anos 1950, dominado pelas questões do construtivismo e da arte abstrata.

Sua última exposição individual transcorre em 1956, no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro, instituição que ajuda a fundar. Pelo que se observa do catálogo da mostra, essa se dá em clima de hostilidade, pois Maria Martins publica texto que defende a liberdade de expressão do artista5. No entanto, críticos importantes escrevem sobre seu trabalho, como Mário Pedrosa (1900-1981) e Murilo Mendes (1901-1975).  Como escritora, assina coluna no Correio da Manhã e publica, entre outros livros, A Índia e o Mundo NovoA Ásia Maior e o Planeta China.

Com uma carreira nacional e internacional sólida, Maria Martins se inscreve como um nome de referência da arte brasileira.

Fonte: Itaú Cultural.

Alberto Giacometti (Borgonovo di Stampa/Suíça, 1901 – Coira/Suíça, 1966)

Escultor, pintor, desenhista e gravador suíço. A partir de 1922, ele viveu e trabalhou principalmente em Paris, mas visitava regularmente sua cidade natal, Borgonovo, para ver sua família e trabalhar em sua arte.

Giacometti foi um dos escultores mais importantes do século XX. Seu trabalho foi particularmente influenciado por estilos artísticos como o cubismo e o surrealismo. Questões filosóficas sobre a condição humana, bem como debates existenciais e fenomenológicos desempenharam um papel significativo em seu trabalho. Por volta de 1935, ele desistiu de suas influências surrealistas para buscar uma análise mais aprofundada de composições figurativas. Giacometti escreveu textos para periódicos e catálogos de exposições e registrou seus pensamentos e memórias em cadernos e diários. Sua natureza crítica levou à dúvida sobre seu próprio trabalho e sua incapacidade autopercebida de fazer justiça à sua própria visão artística. Suas inseguranças, no entanto, permaneceram uma poderosa força artística motivadora durante toda a sua vida.

Entre 1938 e 1944, as esculturas de Giacometti tinham uma altura máxima de sete centímetros (2,75 polegadas). Seu pequeno tamanho refletia a distância real entre a posição do artista e seu modelo. Nesse contexto, ele declarou autocriticamente: “Mas, querendo criar de memória o que eu tinha visto, para meu terror as esculturas ficaram cada vez menores”. Após a Segunda Guerra Mundial, Giacometti criou suas esculturas mais famosas: suas estatuetas extremamente altas e esbeltas. Essas esculturas estavam sujeitas à sua experiência de visualização individual — entre um espaço imaginário, mas real, um espaço tangível, mas inacessível.

Em todo o corpo de trabalho de Giacometti, sua pintura constitui apenas uma pequena parte. Depois de 1957, no entanto, suas pinturas figurativas estavam tão presentes quanto suas esculturas. As pinturas quase monocromáticas de seu trabalho tardio não se referem a nenhum outro estilo artístico da modernidade.

Fonte: Tate Gallery.

 

Maria Marysia Portinari Greggio (Araçatuba/SP, 1937)

Pintora, desenhista, gravadora e escultora. Estuda desenho e pintura com Waldemar da Costa e tem aulas sobre a história da arte de Flávio Motta no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand/MASP, em 1955. Expõe pela primeira vez na Galeria Prestes Maia em 1957. No mesmo ano, tem obras expostas em Lisboa e Madri. Vivendo entre São Paulo e Rio de Janeiro, torna-se assistente e aluna de seu tio, o pintor Candido Portinari (1903-1962). Em 1959, pinta um mural para o Lloyd Seguros Gerais em São Paulo. Recebe, em 1963, o prêmio de “Melhor Pintor do Ano”, concedido pela TV Excelsior e, mais tarde, pela Associação de Imprensa de São Paulo em 1971. É eleita presidente do Clube dos Artistas e Amigos da Arte, o “Clubinho” em 1974. Em 2008, é publicado do livro Livro ilustrado de arte: vida e obra de Marysia Portinari: a invenção da memória, editado pelo Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural, com texto do crítico de arte Jacob Klintowit.

Fonte: Itaú Cultural.

Francis Pelichek (Praga/República Tcheca, 1896 – Porto Alegre/RS, 1937)

Chegou ao Brasil em 1920 e, a partir de 1922, lecionou pintura no Instituto de Belas Artes de Porto Alegre por 15 anos. Neste período, experimentou intensamente a vida cultural no meio literário e artístico da cidade. Entre seus companheiros estavam Angelo Guido, Fernando Corona, Mário Quintana e Érico Veríssimo. Sua primeira exposição como pintor ocorreu no Salão de Outono, em maio de 1925. Pelichek expôs seu trabalho de forma constante, trabalhou predominantemente com a temática regionalista, envolvido pela simpatia à terra gaúcha e pelo desejo de penetrar seus hábitos. Seus cadernos de estudos são riquíssimos documentos pelo registro e anotações de cenas cotidianas. Em 1995 seus desenhos participaram da exposição O Prazer de Desenhar, comemorativa dos 87 anos do Instituto de Artes da UFRGS, e também da mostra de inauguração do Museu da UFRGS em 2002. Em 2007 foram expostos seus álbuns, desenhos e diário ilustrado, na exposição Total Presença – Desenho na Pinacoteca do Instituto de Artes. Pelichek era amigo pessoal do poeta Mario Quintana (1906-1994), tendo sido mencionado em um de seus sonetos. Integrava um grande grupo de boêmios, poetas e artistas, na capital gaúcha dos anos 1920 e 1930.

Fonte: MARGS.

 

Hélio de Castro (SP, 1960) Artista de marinhas e barcos, premiado e catalogado por Julio Louzada. Iniciou-se na pintura aos 15 anos de idade, tendo como mestre e incentivador o seu pai, artista plástico Celson de Castro, com quem aprendeu a arte acadêmica e impressionista. Com o seu talento e técnica apurada, nos mostra uma arte delicada que nos conduz a um passado distante. Depois de vários estudos, o pintor chegou a tonalidades que lembram paisagens europeias, motivo pelo qual suas obras são tão admiradas na Europa, América do Norte, e até mesmo no Japão.

Lurdi Blauth (São Leopoldo/RS, 1956)

Artista plástica, pesquisadora, professora Universidade Feevale (1974-2021), Novo Hamburgo, RS. Doutora em Artes Visuais, PPGAV, UFRGS/RS; Doutorado/sanduíche, na Université Pantheon-Sorbonne – Paris I, França; Associada à ANPAP – Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas; Membro do Conseil National Français des Arts Plastiques – CNFAP. Realiza curadoria de exposições; atua na pesquisa artística na área da gravura, fotografia, livros de artista, instalação, gravura alternativa e monos tóxica. Participa em exposições individuais e coletivas, nacionais e internacionais. Possui obras em acervos de museus no Brasil, Argentina, Espanha, Portugal, Polônia, Porto Rico, entre outros.

Fonte: Unidade de Artes Visuais | Caxias do Sul.

Haydéa Santiago (Rio de Janeiro/RJ, 1896 –  1980)

Pintora. Frequenta cursos livres na Escola Nacional de Belas Artes (Enba), com Modesto Brocos (1852-1936) e Rodolfo Amoedo (1857-1941). Aperfeiçoa-se com Eliseu Visconti (1866-1944). Entre 1928 e 1932, vive em Paris, onde estuda sob a orientação de Louis-François Biloul (1874-1947) e R. Primet. Participa, na mesma cidade, do Salão dos Artistas Franceses. Desde 1921, integra a Exposição Geral de Belas Artes (Egba), no Rio de Janeiro, recebendo prêmios entre 1923 e 1927. Em 1934, é premiada no Salão Nacional de Belas Artes, evento que substitui a Exposição Geral. Expõe nos Salões do Núcleo Bernardelli em 1932 e 1935. Em 1936, é oremiada no 4º Salão Paulista de Belas Artes, em São Paulo. 

Em 1939, ganha prêmio no 1º Salão de Belas Artes do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, e, no ano seguinte, é premiada no 7º Salão Paulista de Belas Artes. Em 1947, participa do Salão de Outono, em Paris. Integra a mostra Um Século da Pintura Brasileira: 1850-1950, no Museu Nacional de Belas Artes, em 1950, no Rio de Janeiro, e a 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951. Em 1971, é convidada especial do 6º Salão de Maio, realizado na Sociedade Brasileira de Belas Artes, na mesma cidade.

Fonte: Itaú Cultural.

François Auguste René Rodin (Paris/FR, 1840 — Meudon/FR, 1917)

Mais conhecido como Auguste Rodin, foi um escultor francês. Apesar de ser geralmente considerado o progenitor da escultura moderna, não se propôs a rebelar contra o passado. Foi educado tradicionalmente, teve o artesanato como abordagem em seu trabalho, e desejava o reconhecimento acadêmico, embora nunca tenha sido aceito na principal escola de arte de Paris. Esculturalmente, Rodin possuía uma capacidade única em modelar uma superfície complexa, turbulenta, profundamente embolsa em argila. Muitas de suas esculturas mais notáveis ​​foram duramente criticadas durante sua vida. Eles entraram em confronto com a tradição da escultura da figura predominante, onde as obras eram decorativas, estereotipadas ou altamente temáticas. Seu trabalho mais original partiu de temas tradicionais da mitologia e da alegoria, modelando o corpo humano com realismo e celebrando o caráter individual e fisicalidade. Rodin era sensível às controvérsias em torno de seu trabalho, mas se recusou a mudar seu estilo. Sucessivas obras trouxeram aumentos de favores do governo e da comunidade artística.

Fonte: Google Arts & Culture.

Laura Anderson Barbata (México, 1958)

Graduou-se na Escola de Belas Artes, UFRJ. Ao retornar para o México, matriculou-se no curso de Arquitetura da Universidade de Montolina até transferir para a Sociologia da UCSD em San Diego, Califórnia. Vive e tralha em Nova York e na Cidade do México. Laura Anderson trabalha com fotografia, desenho, vídeo, escultura, instalação e arte pública. É professora da Escuela National de Escultura, Pintura e Grabado, Universidade do México. A artista desenvolveu um programa com os índios Ianomanes da Amazônia da Venezuela, onde aproveita os trabalhadores locais para produção de obras de Arte.

Seu trabalho está incluído em várias coleções privadas e públicas, entre elas: The Metropolitan Museum of Art, Nova York; Museu de Arte Moderna, México DF, Galeria Landesbank Baden-Württemberg, Stuttgart, Alemanha; A coleção Sprint Nextel, Overland Park; Fundação Cisneros, American Express Co. México; Museo Carrillo Gil, México; Museu de Arte Contemporânea, San Diego, CA, Museo Jaureguía, Navarra, España. E foi destaque em: The New York Times, Sculpture Today da Phaidon Press, Kunstforum Alemanha, ARTnews, Artin America, ArtNexus, 160 Años de Fotografía en México-INBA, entre outros.

Fonte: Laura Anderson (Blog Pessoal).

M.Dubois (França, século XIX/XX)

Ubi Bava (Santos SP 1915 – São Paulo SP 1988). Pintor, desenhista e professor. Freqüenta a Escola Nacional de Belas Artes, formando-se em arquitetura em 1939 e pintura em 1940, no Rio de Janeiro. É aluno de Lucilio de Albuquerque e Henrique Cavalleiro. Em 1947, torna-se professor de desenho artístico da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro, FAU/UFRJ. Nos anos 40 e 50 desenvolveu um abstracionismo geométrico a partir do qual foi caminhando a passos largos para a arte cinética e a arte ótica. Em 1961, ganha o Prêmio de Viagem ao Estrangeiro do Salão de Arte Moderna e segue para a Europa, fixando-se, principalmente, na Itália. Viveu na Europa de 1962 a 1963, entre Espanha, França e Itália. Já nos anos 70, trabalhando com espelhos recortados e modulados, calotas de alumínio e canos plásticos, chamava o espectador a participar da obra. No espelho, a nossa imagem (“essência da imagem”), multiplicada ou deformada, passa a ser a proposta “fenomenológica” do artista. Construtivista, ele próprio chegou a se considerar uma espécie de concretista lírico, o que naturalmente o colocou à margem dos movimentos concretista e neoconcretista. Individuais no Rio de Janeiro (com destaque para a realizada no Museu Nacional de Belas Artes, em 1984) e em São Paulo. Entre as premiações atribuídas à sua obra podemos destacar: 1949, medalha de prata no Salão Nacional de Arte Moderna; 1961, viagem ao estrangeiro no mesmo salão; 1981, prêmio IBEU de melhor exposição realizada no ano de 1980, Rio de Janeiro. Presente à Bienal de São Paulo desde 1951, dedicaram-lhe sala especial em 1973. Foi também professor de arte durante muitos anos.

Fernando Luiz Lucchesi Cunha (Belo Horizonte/MG, 1955)

Desenhista, pintor, artista intermídia. Em 1977 trabalha no setor de artes plásticas da Fundação Clóvis Salgado em Belo Horizonte. Participa de sua primeira exposição coletiva, A Paisagem Mineira, em 1977. Dois anos depois, realiza sua primeira exposição individual na Fundação de Arte de Ouro Preto. Em 1983, integra a Escola de Artes e Ofícios de Contagem, Minas Gerais, idealizada por Amilcar de Castro (1920 – 2002), onde ministra aulas de desenho, pintura e objetos para crianças carentes da cidade. Em 1989, muda-se para Ouro Preto, onde no ano seguinte, durante a Semana Santa, realiza uma exposição a céu aberto, cobrindo com banners as fachadas das casas. Volta a residir em Belo Horizonte em 1995, e passa a realizar pinturas constituídas sobretudo por pequenos toques circulares do pincel. Muda-se novamente para Ouro Preto em 1997 e monta seu ateliê. Fixa residência em Nova Lima, na região de Belo Horizonte em 1999.

Fonte: Itaú Cultural.

Manoel Costa (Gurupá/PA, 1943)

Manoel Costa nasceu como pintor no batismo dos igarapés do Pará, filho de pai canoeiro, criança de olho nas paisagens e nos perigos da selva, precocemente lançado na luta pela sobrevivência.

Como se ouvisse um canto de Mãe-Dágua, o menino Manoel sentiu acender-se no peito a paixão de registrar em formas e cores os momentos mágicos da natureza. Assim, a pintura entrou em sua vida: como ritual de captura da beleza indizível, no magnetismo da paisagem.

Seu talento apurou-se no seu autodidatismo, superando as limitações do seu ambiente cultural. Premiado pelo governo do Amapá com uma bolsa de estudos na Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro, Manoel Costa pôde finalmente realizar sua vocação. Nem mesmo uma vitoriosa passagem pelo mundo da publicidade o afastou da arte. Ao longo do tempo, ele tem vivido a pintura como incessante busca de sua própria verdade, explorando linguagens diversas como abstracionismo, um expressionismo que liberta a figura das referências objetivas ou construção de uma estética domesticada no desenho mas livre no jogo emotivo das cores.

Em plena maturidade, a arte de Manoel Costa é documentada nesta página como acervo de prestígio na memória nacional – prometendo valiosas surpresas no futuro, em vista da firme determinação do artista de ir ao encontro da sua própria liberdade de expressão.

Fonte: Walmyr Ayala | Catálogo das Artes.

Rubem Mauro Cardoso Ludolf (Maceió/AL, 1932 – Rio de Janeiro/RJ, 2010)

Pintor, arquiteto, paisagista. Forma-se pela Escola Nacional de Arquitetura da Universidade Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, em 1955. Nessa época, frequenta as aulas de Ivan Serpa (1923-1973) no curso livre de pintura do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). Participa do Grupo Frente a partir de 1955. Integra-se ao movimento concretista, entre 1956 e 1957. Paralelamente a sua atividade como artista plástico, Rubem Ludolf atua como arquiteto, entre 1954 e 1990, no Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), dedicando-se principalmente ao paisagismo. Participa de cinco edições da Bienal Internacional de São Paulo, entre 1955 e 1967, recebendo o prêmio aquisição dessa última; é um dos integrantes da sala especial Arte Construída: homenagem a Waldemar Cordeiro, exibida na 12ª edição da mostra, em 1973.

Na metade da década de 1950, Rubem Ludolf cria obras abstrato-geométricas, nas quais explora as estruturas seriadas, o ritmo e os efeitos óticos, como ocorre em Assimetria Resultante do Deslocamento Simétrico, 1955 ou em Quase Quadrado, 1957. Em Ritmo, 1958, a estrutura é dada pela linha, pela superposição dos planos e por elementos que tendem ao signo gráfico. Na década de 1960, passa a substituir o rigor concretista por uma pintura caracterizada por pinceladas que constroem tramas de cor. Na opinião do crítico Roberto Pontual, é pela cor que tudo começa na obra de Rubem Ludolf, aspecto pelo qual sua produção revela afinidades com o neoconcretismo, apesar de ter sido circunstancialmente ligado ao concretismo paulista, entre 1956 e 1957.

O artista cria campos de forças onde os elementos, dispostos dinamicamente, se atraem em jogos de equivalências visuais. Em sua produção ocorre a rigorosa ordenação de formas e um apurado cromatismo, que estimulam a percepção visual do espectador.

Como nota o crítico Mário Pedrosa (1900-1981), em 1965, seus trabalhos são de grande delicadeza tonal, com tramas que se superpõem a ponto de formar, em certas telas, um terceiro plano, posterior. São essas tramas que caracterizam particularmente seu trabalho. Para o crítico Frederico Morais, as Tramas resultam de uma interligação de escritas ou de signos gráficos superpostos, que formam tessituras, nas quais explora os jogos de profundidade e vazio. O próprio movimento do espectador diante dos quadros, aproximando-se ou distanciando-se, cria novas vibrações cromáticas e novas descobertas para o olhar.

Na definição do próprio artista, seu trabalho consiste em “pintar a tela em branco como quem escrevesse com a cor, formando frases em pinceladas ordenadas ora num sentido, ora noutro, nunca a esmo. Continuar pintando (escrevendo) até que as tramas, labirintos, claro-escuros, signos tomem forma e comecem a respirar”. No fim da década de 1980, sua obra volta a apresentar características construtivas, em cujas telas a ordenação cromática ocorre por meio de faixas horizontais.

Fonte: Itaú Cultural.

Julio Plaza González (Madrid/Espanha, 1938 – São Paulo/SP, 2003)

Artista intermídia, pesquisador, escritor, curador, professor. Destaca-se por ser pioneiro no desenvolvimento tecnológico das artes com novos suportes e mídias.

Inicia a prática artística nos anos 1950, na Espanha do pós-guerra. Autodidata, frequenta museus e exposições pela Europa para ampliar seu repertório artístico. Sua obra floresce nos anos 1960, época em que poetas, músicos, escritores e pintores debatem poéticas da modernidade, como os problemas de produção e consumo da arte, industrialização e implantação de uma sociedade de massa. 

Depois de viver em Paris e San Juan (Porto Rico), fixa residência na capital paulista em 1973. Durante os anos 1970, sai do domínio das formas para explorar a semântica da imagem na linguagem e nos recursos de reprodução técnica. As reflexões sobre os suportes da arte e o funcionamento e a inclusão deles em um sistema mais vasto levam Julio Plaza a abandonar a arte como objeto de decoração e de manipulação econômica e a se iniciar em práticas e poéticas voltadas à comunicação. Para Plaza, o artista deve se tornar alguém que, antes de criar objetos artísticos, deve interferir na percepção da realidade, isto é, um criador de situações mais do que de objetos acabados.

Plaza torna-se elemento-chave no engajamento de artistas para a experimentação da holografia. Em 1985, dentro da mostra Arte e tecnologia, no Museu de Arte Contemporânea (MAC), no câmpus da Universidade de São Paulo (USP), organiza uma primeira exposição coletiva de obras suas e de Augusto de Campos, Décio Pignatari (1927-2012), Moysés Baumstein (1931-1991) e de outros artistas. O poema, que já era espacial na poesia concreta, torna-se tridimensional e ataca a linearidade do texto escrito, propondo uma espécie de hypertexto no qual não há hierarquia de leitura.

Nos anos 1990, Plaza se dedica às imagens digitais, revisitando os temas explorados na década anterior com o videotexto e a holografia, adaptando-os ao novo contexto digital. Assim, traduz o poemóbile “Luz Mente Muda Cor”, de Augusto de Campos, para holografia e para computação gráfica; Quadrado negro sobre fundo branco, do russo Kazimir Malevitch (1878-1935), para instalação multimídia; Noosfera, de Décio Pignatari, para cartaz/poster; Vai e vem, de José Lino Grunewald (1931-2000), para ambiente sonoro; e O Livro das mutações (I Ching), para filme.

Com uma obra notável e inovadora, Julio Plaza é reconhecido publicamente como um nome importante da arte contemporânea no Brasil e no exterior.

Fonte: Itaú Cultural.

Mario Cravo Júnior (Salvador/Bahia, 1923 – 2018)

Escultor, gravador, desenhista, professor. Filho de um próspero fazendeiro e comerciante, executa suas primeiras esculturas entre 1938 e 1943, período em que viaja pelo interior da Bahia. Em 1945, trabalha com o santeiro Pedro Ferreira, em Salvador, e muda-se para o Rio de Janeiro, estagia no ateliê do escultor Humberto Cozzo (1900-1973). Realiza sua primeira exposição individual em 1947, em Salvador. Nesse ano, é aceito como aluno especial do escultor iugoslavo Ivan Mestrovic (1883-1962) na Syracuse University, no Estado de Nova York, Estados Unidos, e, após a conclusão do curso, muda-se para a cidade de Nova York. De volta a Salvador, em 1949, instala ateliê no largo da Barra, que logo se torna ponto de encontro de artistas como Carlos Bastos (1925-2004), Genaro (1926-1971) e Carybé (1911-1997). Em 1954, passa a lecionar na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Entre 1964 e 1965, mora em Berlim, patrocinado pela Fundação Ford. Retorna ao Brasil em 1966, ano em que obtém o título de doutor em belas artes pela UFBA e assume o cargo de diretor do Museu de Arte da Moderna da Bahia (MAM/BA), posição que ocupa até 1967. Em 1981 coordena a implantação do curso de especialização em gravura e escultura da Escola de Belas Artes da UFBA. Em 1994, doa várias obras para o Estado da Bahia, que passam a compor o acervo do Espaço Cravo, localizado no Parque Metropolitano de Pituaçu, em Salvador.

Fonte: Itaú Cultural.

Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares Filho (Rio de Janeiro/RJ, 1907 – 2012)

É o arquiteto moderno brasileiro de maior renome internacional. Pensava no edifício como uma escultura, destaca-se pelas formas curvilíneas que dá a suas edificações, inaugurando um novo padrão estético na arquitetura brasileira. Formou-se em arquitetura pela Escola Nacional de Belas Artes (Enba), no Rio de Janeiro, em 1934. Nesse ano, estagia no escritório do arquiteto e urbanista Lucio Costa, onde aprende os fundamentos da arquitetura moderna e toma gosto pelas construções coloniais luso-brasileiras. Para Niemeyer, Costa é seu principal mestre, especialmente no que diz respeito à técnica e à tradição brasileiras.

A parceria entre os dois é frutífera. Antes de convidar Niemeyer para auxiliá-lo no projeto do Pavilhão Brasileiro na Feira Internacional de Nova York, em 1939, Lucio Costa o indica para compor a equipe de arquitetos que projeta o Ministério da Educação e Saúde (MES), no Rio de Janeiro, com a supervisão do suíço Le Corbusier. Este é fundamental para a constituição da identidade arquitetônica de Niemeyer, que se interessa pela ideia do edifício como uma unidade escultural e pela concisão arquitetônica de Le Corbusier, de quem absorve aspectos como o rigor formal e a liberdade de desenho.

Entre 1940 e 1944, projeta, por encomenda do então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek, o Conjunto Arquitetônico da Pampulha, que se configura como um marco de sua obra, pois rompe com os conceitos rigorosos do funcionalismo e utiliza uma linguagem de formas novas, livres, curvas e sensuais, explorando as possibilidades plásticas do concreto armado. O conjunto é composto pela Casa do Baile, o Iate Clube, a Igreja de São Francisco e o Cassino, e conta com a importante colaboração do engenheiro Joaquim Cardozo e do paisagista Burle Marx.

Em 1947, é convidado pela Organização das Nações Unidas (ONU) a participar da comissão de arquitetos encarregada de definir os planos de sua futura sede em Nova York. Seu projeto, junto com o de Le Corbusier, é escolhido, e Niemeyer consolida seu prestígio no exterior. Em 1949, é nomeado membro da American Academy of Arts and Sciences [Academia Americana de Artes e Ciências]. No início da década de 1950, o debate crítico em torno da obra de Niemeyer se intensifica. O arquiteto greco-americano Stamo Papadaki (1906-1992) publica a primeira monografia sobre a obra do arquiteto carioca, em 1950.

Ainda na década de 1950, Niemeyer é convidado por Ciccillo Matarazzo para projetar o Parque do Ibirapuera, idealizado para ser um marco da cidade de São Paulo. O parque é constituído de cinco edifícios culturais conectados por uma grande marquise de desenho leve e orgânico, propiciado pelo uso do concreto armado. Os vãos desses prédios tornam-se ainda mais largos, e as colunas, mais estreitas; os pontos de apoio são delicados; o conjunto tem um aspecto leve e curvilíneo. Todo esse complexo é articulado em harmonia a uma extensa área verde.

Em 1956, Juscelino Kubitscheck, já presidente da República, convida Niemeyer para projetar os prédios públicos de Brasília, futura capital do Brasil, cujo plano urbanístico é confiado a Lucio Costa. De acordo com Niemeyer, os edifícios de Brasília são uma tomada de posição contra os limites do funcionalismo e o envelhecimento de algumas fórmulas da arquitetura moderna. Sua “preocupação fundamental consiste em conceber um elemento novo e diferente, que não copiasse os modelos habituais nos quais a arquitetura moderna se atola, mas que suscitasse um sentimento de surpresa e emoção”. A cidade é inaugurada em 1960 e causa admiração. O escritor André Malraux diz que as colunas do Palácio da Alvorada “são o evento arquitetônico mais importante desde as colunas gregas”. Le Corbusier acha Brasília “magnífica de invenções, de coragem e de otimismo”.

Na década de 1960, a violência e a perseguição política da ditadura militar fazem o arquiteto se exilar na França e voltar a sua carreira para o exterior, onde obtém muito êxito. Em 1967, é convidado para projetar a nova sede da Editora Arnaldo Mondadori, nos arredores de Milão. Niemeyer atende ao pedido do proprietário, Giorgio Mondadori, que deseja um prédio como o do Palácio Itamaraty, e cria um conjunto monumental. A obra é centrada em um longo edifício de vidro e aço envolto por um espelho d’água. Ele é constituído de um sistema de grandes arcos de concretos, que, por terem larguras diferentes, dão uma espécie de “ritmo musical” à fachada, nas palavras do arquiteto.

No início dos anos 1980, realiza importantes obras públicas. A Casa da Cultura de Le Havre é inaugurada em 1982, na França. O conjunto é uma das obras mais escultóricas de Niemeyer. Sobre um amplo terreno, o arquiteto relaciona plasticamente grandes edifícios. Um de seus últimos trabalhos, o Memorial da América Latina, construído entre 1988 e 1989, em São Paulo, já não tem a mesma força dos projetos anteriores. Em 1991, desenha o Museu de Arte Contemporânea (MAC-Niterói), construído às margens da baía de Guanabara. Em 2007, ao completar 100 anos, recebe homenagens no Brasil e no exterior.

Autor de obras arquitetônicas de notoriedade no século XX, Oscar Niemeyer valoriza em suas construções a inovação e a beleza plástica que comovem e surpreendem. O arquiteto concebe em seus projetos um elemento novo e diferente, rompendo com modelos convencionais da arquitetura.

Fonte: Itaú Cultural.

Francisco Brilhante (Porto Alegre, RS, 1901 – 1987)

Habitava as escadarias da Igreja do Rosário, na Rua Vigário José Inácio, no centro de Porto Alegre, quem circulava pelo centro da cidade, nas décadas de 60 até 80, se lembrará, desta figura característica de nossa cidade, cavanhaque branco, óculos e boina. O inesquecível artista plástico permanecia nas escadarias da igreja, pintado retratos de todos que posavam para ele. Falecido em 14 de junho de 1987, deixou, devido ao seu intenso trabalho e ao longo dos cinquenta anos de produção, mais de 40 mil quadros pintados, espalhados pelo Brasil, retratou figuras ilustres como Mário Quintana, Borges de Medeiros, Pinheiro Machado, Getúlio Vargas, Washington Luis, Ildo Meneghetti, Monteiro Lobato, Érico Veríssimo, entre outros. Embora o seu foco, o seu forte, fossem as pessoas que pousavam para ele, em sua grande maioria habitantes de Porto Alegre, deixou algumas paisagens, sobretudo de nossa cidade.

Professor Brilhante foi um dos artistas mais populares da cidade, dizia ele: “ a pintura não me deu dinheiro, vivo com pouco, mas em compensação, trabalhar da forma que escolhi me ensinou a viver e conhecer os homens”. Formou-se em Artes Plásticas na Universidade do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, no ano de 1920, aperfeiçoado suas experiências, mais tarde, no Rio de Janeiro, capital na qual permaneceu cerca de quatro anos. Regressou a Porto Alegre, sua terra natal, onde recomeçou seus trabalhos nas Praças da cidade, fixando-se nas escadarias da Igreja por mais de 25 anos.

Muitas de suas pinturas, não necessitavam de modelo, eram realizadas com base em fotos 3×4, deixadas pelos fregueses. Utilizou, além das escadarias, as dependências da Igreja nas quais mantinha um ateliê para ministrar aulas, considerado com um estilo “parisiense” foi o precursor dos pintores de rua. Devido ao seu talento, o passeio localizado em frente ao McDonald’s, na Rua da Praia, e que abriga artistas de rua, recebeu o nome de nosso artista, Professor Brilhante. Ambos tiveram a honra de serem homenageados: o professor e o passeio. Também existe a Fundação Professor Brilhante, mesmo com esforços individuais, a cidade ainda não homenageou da forma como deveria ser este pintor inovador, o primeiro, o precursor, que sempre emprestava um certo charme a cidade uma ponta de romantismo, até este momento nenhum museu de Porto Alegre, mantém qualquer quadro do Professor Brilhante.

Fonte: Blog Porto Alegre – histórias/Personagens.

Cássia Helena Silva Aresta (Florianópolis/SC, 1956)

Pintora, escultora e ceramista. Frequentou a Faculdade Estadual de Belas Artes de São Paulo/SP. Fez cursos de Desenho Animado com Wilton de Azevedo; cerâmica com Hisai Sugishita; formas e painéis em cerâmica com Lúcia Maggi e Leleta Rabat; pintura com Britto Velho; esmaltação com Célia Cymbalista. Trabalhou com Tuneu, na Oficina Oswald de Andrade/SP; Curso de Arte Contemporânea, com Ana Mae Barbosa, USP. Filosofia na Arte Contemporânea com Dr. Prof. e Filósofo Nazareno Eduardo de Almeida, Oficinas de Arte, Florianópolis, SC.

Desde o final dos anos 1980 integrou uma série de exposições coletivas, tanto no Brasil, como no exterior. Também realizou exposições individuais, em espaços como a FUNARTE, Instituto Goethe (em São Paulo, Bordeaux e Frankfurt), SESC, entre outros.

Fonte: Museu de Arte de Santa Catarina – MASC.

Luís Mario Cladera (Montevidéu/Uruguai, 1958) 

Luis Mario Cladera Cohn, mais conhecido como Mario Cladera é uruguaio, radicado em Porto Alegre desde 1978. Trabalhou no ateliê do escultor Vasco Prado e da gravurista e tapeceira Zorávia Bettiol, com a ceramista argentina Martha Kearns. Em 1984, ingressou no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Desde os anos 1980, participou de inúmeros eventos entre exposições coletivas, individuais, salões, curadorias, simpósios, palestras, cursos e leilões. É membro diretor da Associação dos Escultores do Rio Grande do Sul.

Fonte: Olá Serra Gaúcha.

Joseph Franz Seraph Lutzenberger (Altötting/Alemanha, 1882 — Porto Alegre/RS, 1951)

É o nome de registro do artista, professor e arquiteto José Lutzenberger, cidadão nascido alemão que se transferiu para Porto Alegre com 38 anos, em 1920, apesar de sua naturalização ter sido oficializada somente após a sua morte em Porto Alegre, a 2 de agosto de 1951. Desde jovem, ele se interessou pela pintura e pelo desenho, ainda que se tenha formado engenheiro-arquiteto em 1906, pela Universidade Técnica Real da Baviera, em Munique. Aliou o trabalho profissional ao gosto pelas viagens, desempenhando atividades de arquiteto nas prefeituras de Rixford (1908), de Dresden (1909), de Wiesbaden (1912/13). Também trabalhou no atelier de Polivka (1910), em Praga, e no atelier dos professores Reinhardt e Sessenguth (1911), em Berlim. Com a I Guerra, Lutzenberger interrompeu a carreira para servir ao exército alemão, projetando a base dos famosos canhões Bertha e trabalhando no comando da 6ª Companhia Bávara de Pioneiros, com a qual participou de combates na França e na Bélgica. Durante os períodos de trégua realizou inúmeras aquarelas e desenhos com cenas da vida militar e paisagens – das quais 50 estão no Museu Militar de Munique. Em 1926, instalado em Porto Alegre e atuando junto à construtora Weis & Cia, casou-se com Emma Kroeff, com quem teve os filhos Maria Magdalena, Rose Maria e José Antônio. Além da arquitetura, com obras como a Igreja São José (na Alberto Bins), o Palácio do Comércio e o Orfanato Pão dos Pobres, dedicou-se à vida acadêmica no então Instituto de Belas Artes da UFRGS, como professor de Geometria Descritiva, Perspectiva e Sombras, a partir de 1938. Homem culto, sempre pintou e desenhou por prazer, recusando a denominação de artista e esquivando-se de exposições – a exceção foi a exposição da série de aquarelas sobre o centenário da Revolução Farroupilha, em 1935 – obras mostradas em 1985 pelo Museu Universitário da UFRGS. Tanto que a primeira individual em galeria de arte foi realizada somente em 1977, pela extinta Oficina de Arte, embora sua obra tenha sido mostrada no ICBNA em 1955, na SEC em 1960, no Instituto dos Arquitetos em 1966, pelo Círculo Militar em 1972 e na Galeria de Arte do Clube do Comércio em 1981.

Fonte: Extraído do Catálogo da Exposição “José Lutzenberger – O Universal no Particular”, no Espaço Cultural BFB, 1990, Porto Alegre/RS.

 

Milton Kurtz (Santa Maria/RS, 1951 — Porto Alegre/RS, 1996)

Pintor, desenhista e artista intermídia brasileiro. Gradua-se em arquitetura pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul -UFRGS, em 1977. Integra o Grupo KVHR, entre 1978 e 1980, e o Espaço NO – Centro Alternativo de Cultura, de 1979 a 1982. Faz sua primeira exposição individual em 1983, na Galeria Tina Presser, em Porto Alegre.

Foi um dos principais expoentes de uma brilhante geração de artistas que surgiu no cenário gaúcho na década de 1970. Infelizmente, Milton faleceu precocemente, aos 45 anos, em 1996. Sua obra prevalente foi em desenho e pintura, com a característica marcante do que mais lhe interessou, a linguagem Pop.

Fonte: Itaú Cultural.

Eliane Santos Rocha (Sant’Ana do Livramento/RS, 1943)

Iniciou sua trajetória em 1967 frequentando o Atelier de Miriam Pchara, em Canoas/RS, até 1973. De 1974 a 1983 e em 1990 e 1991 frequentou o Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre. Freqüentou o curso “Transformação da Linguagem, Característica e Privilégio da Gravura em Metal”, no Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre/RS, com a Professora Nilza Haertel; Desde 1990 trabalha em atelier próprio com gravura em metal, onde também ministra aulas de gravura. Em 1993 desenvolve pesquisa para a produção de tinta talho doce para gravura em metal, produzindo todas as tonalidades que são empregadas em seu trabalho.Em novembro de 1988 participa de Oficina de Litografia no Centrum voor grafiek Frans Masereel em Kasterlee/Bélgica.

Premiações:

Durante sua trajetória recebeu mais de 10 premiações destacando-se: Pequena Medalha de Bronze no 9° Salão de Artes Plásticas de Franca, São Paulo, em 1985.  Grande Prêmio no V Salão Latino Americano de Artes Plásticas no Museu de Artes de Santa Maria/RS em 1994. Em 1993 e 1994 foi agraciada com o Troféu Destaque em Gravura da Associação Francisco Lisboa. Em 2007, como integrante do grupo A Flecha, foi agraciada com 1º Prêmio Açorianos de Artes Plásticas na categoria Projeto Alternativo de Produção Plástica. Em 2010 foi indicada para o IV Prêmio Açoriano de Artes Plásticas como destaque em gravura pela exposição Código Pessoal realizada no Museu de Artes do Rio Grande do Sul – MARGS. HONORARY MEDAL no 16º International Triennial of SMALL GRAPHIC FORMS, POLAND – LÒDZ 2017.

Mais de quarenta participações em salões nacionais e internacionais, destacando-se: XXXVIII Salão de Artes Plásticas de Pernambuco em 1984; Bienal de Gravura – Gravure de lune – Lille – França em 2006, 14th International Triennial of Small Graphic Forms, Poland – Lódz; em 2011 e Second International Print Biennale Yerevan 2019 – Armenia.

Exposições individuais: mais de 20, destacando-se: Exposição no Espaço Cultural da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, Rio de Janeiro/RJ, em 2006. Exposição intitulada Código Pessoal, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul- MARGS – Porto Alegre/RS, em 2005.  Exposição no Banco do Brasil em Bruxelas/Bélgica, em 1998. Na Bolsa de Arte de Porto Alegre/RS em 1992 e na Galeria Cambona, também em Porto Alegre em 1987 e no Museu de Arte de Santa Catarina em 1985.

Exposições coletivas: mais de cem, destacando-se: “Galeria Arte em Papel” da Aliança Francesa de Brasília, juntamente com o artista carioca Alex Gama em 2007: Gomboc Gallery, Middle Swan, Western Australia em 2004; Frans Masereelcentrun /Bélgica, Exposição comemorativa ao jubileu do Centro Gráfico em 2004; Exposição “Reations” – Galeria Exit Art – Nova York em 2001; Graphic Work and Sculptures – Galeria Domplein – Utretch – Holanda – Coletiva de arte latino-americana em 1996; e Edel Trade Center: Arte Contemporânea Destaque no Rio Grande do Sul – Porto Alegre, RS em 1992.

Fonte: Catálogo das Artes.

Rusy Scliar (Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 1947) Pintora autodidata. Irmã do pintor Carlos Scliar.

Jesús Fuertes Gomes (Madrid/Espanha, 1938 – Miami/Flórida, 2006)

Jesus Fuertes foi um pintor cubista iniciado no mundo da arte por Salvador Dalí e descrito como um “verdadeiro gênio” por Pablo Picasso. Fuertes costumava escolher mulheres e gatos como tema. Vários de seus trabalhos mais conhecidos envolvem o uso de tons de azul, o que lhe rendeu o apelido de “Pintor de Azul”. Wikipedia . Sua família, de convicções republicanas, deixou a Espanha para morar na Bélgica, em 1944. Viveu em diversas cidades europeias durante sua juventude. Estudou história da arte, na universidade parisiense da Sorbonne.Morou em Paris, onde conheceu Salvador Dali, um dos corifeus do surrealismo e André Breton, um dos teóricos mais importantes desse movimento, em 1958. Conviveu com Picasso na capital francesa, em 1960.Em Roma, em 1962, recebeu o Grande prêmio para pintura e escultura. Morou nessa cidade até 1970. Conheceu, em Roma, Giorgio di Chirico. Fixou-se em Alicante, Espanha, entre 1973 e 1976. Instalou-se em São Paulo, em 1997. Nesta cidade desenvolveu um colorido intenso que, segundo críticos, representa uma das primeiras formas do que seria um neocubismo tropical.Entre 1989 e 1992, trabalhou em um tríptico para a Feira Internacional de Sevilha (Descobrimento da América), encomendado pelo governo espanhol.

Fonte: Guia das Artes.

 

Leda Catunda (São Paulo/SP, 1961)

Artista Visual, pesquisadora e professora. Uma das expoentes da Geração 80, explora em seu trabalho questões referentes à representação das imagens e ao universo pop. Formada pela Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), em São Paulo, Leda é aluna de Regina Silveira, Nelson Leirner  e Julio Plaza. Durante a formação, se aborrece por ter de desenhar tanto a pedido dos professores e parte, então, em busca de desenhos já disponíveis no mercado. Entre seus primeiros trabalhos estão as Vedações (1983). Nessa série, a artista se apropria de tecidos estampados, em geral figurativos, e apaga algumas informações com tinta, recriando a estampa. Utiliza-se conceitualmente da pintura: pincel e tinta servem para destacar, apagar, recriar ou criticar um mundo já coberto de imagens. Como tela, utiliza objetos aparentemente banais encontrados em regiões de comércio popular, como flanelas, cortinas de banheiro, cobertores, toalhas e tecidos, em geral usados em ambientes domésticos. 

De acordo com Leda, o interesse pelo universo popular e kitsch vem da ausência desse repertório na casa dos pais. Filha de arquitetos, a residência em que mora na infância é decorada com poucos objetos e, em geral, com design planejado. É a casa da avó portuguesa que desperta o interesse da artista por elementos populares e artesanais de decoração, como toalhas de crochê. O repertório visual começa a se formar nos passeios com a avó pelo comércio popular no largo de Pinheiros, em São Paulo.

Ainda no começo da carreira, a pintura de Leda (como a de outros artistas dos anos 1980) chama a atenção dos principais críticos, galeristas e curadores da época. Em 1983, com apenas 22 anos, participa da mostra coletiva Pintura Como Meio, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP), ao lado dos artistas Ciro Cozzolino (1959), Sergio Romagnolo (1957), Ana Maria Tavares (1958) e Sérgio Niculitcheff (1960), com curadoria de Aracy Amaral (1930). Para a curadora, o talento e o frescor da produção desses jovens está na forma contemporânea de usarem a pintura, buscando suportes menos usuais do que a tela emoldurada e destacando na parede materiais menos nobres, como o “pano”.

A obra de Leda Catunda se pauta pelo uso de imagens, tecidos e estampas disponíveis a todos. Como ela própria costuma dizer: “gosto de gostar do que os outros estão gostando”. Atenta ao comportamento das pessoas a sua volta, ao que estão vestindo e fazendo, a artista capta essas referências, transformando-as em matéria-prima para seu trabalho, sem perder o tom de crítica e acidez, que se acentua em seu universo almofadado e colorido.

Fonte: Itaú Cultural.

 

Jean-Baptiste Camille Corot (Paris/FR, 1796 – Ville-d’Avray/FR, 1875)

Filho de uma família de comerciantes abastados, Corot, teve uma infância confortável e estável, tendo trabalhado numa loja do pai. Corot fez seus estudos na cidade de Rouen, onde foi hospedado pela família Sennegon, uns vendedores de tecidos, amigos do seu pai. Denis Sennegon casou-se com a irmã de Camille Corot, Annette-Octavie. Corot, fez retratos de vários membros da família Sennegon. Destes, onze são conhecidos e dois estão expostos no Museu do Louvre. Nesses retratos, Corot (que nessa época raramente pintava figuras ou paisagens), teve oportunidade de se sentir à vontade com os modelos. Tais obras estão entre as mais notáveis de suas figuras.

As primeiras obras do pintor ocupam um lugar de destaque no desenvolvimento da moderna pintura de paisagens. Em 1825 Corot viajou à Itália e explorou o campo nas proximidades de Roma, como antes fez Claude Lorrain. O artista não transformou seus esboços em visões pastoris mas apreendeu sua dimensão de quadros em pequenas telas. Corot prima pela claridade, estabilidade arquitetônica e “verdade do momento” – sua precisão de observação e sua facilidade para apreender qualquer paisagem durante suas excursões, demonstram o mesmo compromisso com a experiência visual direta que tinha Constable.

No mesmo ano, pintou “O Coliseu” (1825), mostrando a sua formação essencialmente clássica e algumas inovações a nível da luz.

De volta à França, abandonou o academicismo em favor de um estilo paisagístico realista. Construiu então, uma pintura puramente paisagista, rural e citadina e marcada pela maestria na gradação tonal de luzes e sombras e pelo rigor construtivo da composição. As suas obras apresentavam-se expressivas e possuidoras de uma linguagem muito própria, caracterizadas pela serenidade. Fato este devido à sua anterior permanência em Itália.

Após várias exposições sem muito sucesso no Salão de Paris, começou a receber a atenção da crítica (1840), devido a quadros como “O Bosque de Fontainebleau” e “O Pastorzinho”, e ganhou a cruz da Legião de Honra (1846).

Pintou, também, monumentos de variadas cidades europeias, entre os quais se destacam da Catedral de Chartres (é feita referência a esta conhecida pintura no romance Caminho de Swann de Marcel Proust, em que o jovem narrador descreve a obsessão de sua avó em não dar-lhe nunca fotografias de monumentos, mas fotografias de pinturas de monumentos, como é o caso do quadro de Corot). A evolução da paisagem clássica para a realista deve-se, em parte, ao seu trabalho em Itália.

Tornou-se grande amigo de vários pintores, entre eles Théodore Rousseau e Charles-François Daubigny. Também foi amigo e discípulo de Corot o pintor Henri Nicolas Vinet que se mudou para o Brasil e aqui permaneceu até o final de sua existência. Excelente paisagista, deixou trabalhos da melhor qualidade, mostrando o quanto foi proveitoso o seu aprendizado com o insigne mestre francês.

Com uma carreira artística recheada com as melhores coisas que a vida nos pode dar, Corot morreu em Paris, em 1875.

Fonte: Wiki Art.

Banksy (Bristol/UK, 1973)

Seu nome de batismo não é confirmado e não deixa-se fotografar. Filho de um técnico de fotocopiadora, começou como açougueiro mas se envolveu com graffiti durante o grande boom de aerossol em Bristol no fim da década de 1980. Observadores notaram que seu estilo é muito similar a Blek le Rat, que começou a trabalhar com estêncis em 1981 em Paris, e à campanha de graffiti feita pela banda anarco-punk Crass no sistema de metro de Londres no fim da década de 70.

Conhecido pelo seu desprezo pelo governo que rotula graffiti como vandalismo, Banksy expõe sua arte em locais públicos como paredes e ruas, e chega a usar objetos para expô-la. Banksy não vende seus trabalhos diretamente, mas sabe-se que leiloeiros de arte tentaram vender alguns de seus graffitis nos locais em que foram feitos e deixaram o problema de como remover o desenho nas mãos dos compradores

Suas obras estão em Bristol, Londres, Los Angeles, Nova Iorque, Paris e em várias outras cidades. Nos anos 90, chama atenção pelo uso da técnica do estêncil em seus grafites, em que se aplica o desenho através de um corte no papel por onde passará a tinta, o que lhe garante rapidez no seu trabalho.

O mistério sobre sua identidade é mantido com a ajuda de um grupo de colaboradores que chegam a montar tapumes ao redor para ele pintar escondido. Em suas obras o artista além de pintar figuras irônicas e frases de efeito em pares e prédios, deixa mensagens carregadas de conteúdo social e político.

Antes mesmo da fama, em 2003, Banksy estampou a capa do sétimo álbum de estúdio da banda Blur. Banksy já deixou mensagens de protesto em jaulas de zoológico, como: “Quero sair”. Chato, chato, chato”. Pintou notas de 10 libras substituindo a rainha Elizabeth pela princesa Diana, que foram vendidas por 200 libras. Acrescentou obras penetras em museus. Em 2005, sua pintura penetra do homem da caverna caçando um carrinho de supermercado acabou indo para o acervo permanente do Museu Britânico.

Em 2006, Banksy entrou como turista na Disneylândia, na Califórnia, levando uma mochila com um boneco inflável vestido com uniforme dos detentos da prisão de Guantánamo. Burlando a segurança, inflou o boneco e posicionou perto de uma montanha-russa .

Suas obras são carregadas de conteúdo social expondo claramente uma total aversão aos conceitos de autoridade e poder. Em telas e murais faz suas críticas, normalmente sociais, mas também comportamentais e políticas, de forma agressiva e sarcástica, provocando em seus observadores, quase sempre, uma sensação de concordância e de identidade. Apesar de não fazer caricaturas ou obras humorísticas, não raro, a primeira reação de um observador frente a uma de suas obras será o riso.

Espontâneo, involuntário e sincero, assim como suas obras.

Fonte: História das Artes.

Javier Álvaro Asfaduroff Nibbes (Montevidéu/ UY, 1954)

Mais conhecido como Asfaduroff Nibbes ou apenas Nibbes, é um pintor uruguaio radicado no Brasil há mais de 30 anos. Nibbes é considerado mestre da encáustica, técnica que consiste no uso da cera como aglutinante dos pigmentos e pela mistura densa e cremosa. Colecionando mais de 10 mil obras pelo mundo, Nibbes é um pintor de alma celeste que atravessa fronteiras com suas obras coloridas numa busca do desequilíbrio de suas formas. Formas que fogem da simetria acadêmica, e que nos fazem mergulhar num universo único, particular, permeado de alegria. O artista já realizou exposições no Uruguai e participou de Bienais como artista convidado, destacando-se na Bienal da República da Coréia do Sul em 1997, onde expôs sua técnica mista de encáustica sobre tela. Atualmente, o artista é representado por Galerias de Artes no Canadá, Estados Unidos, Brasil e Uruguai.

Uruguaio radicado no Brasil, Nibbes é um pintor de alma celeste que atravessa fronteiras com suas obras coloridas numa busca do desequilíbrio de suas formas. Formas que fogem da simetria acadêmica, e que nos fazem mergulhar num universo único, particular, permeado de alegria.

Fonte: Art Majeur.

 

Aluísio Carvão (Belém/PA, 1920 – Poços de Caldas/MG, 2001)

Pintor, escultor, ilustrador, ator, cenógrafo, professor. As cores assumem força expressiva na obra de Aluísio Carvão, que também pesquisa as potencialidades das formas geométricas. Em 1949 é contemplado pelo Ministério de Educação e Cultura (MEC) com uma bolsa destinada a professores de artes e se muda para o Rio de Janeiro. Em 1952, ingressa no curso livre de pintura de Ivan Serpa, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ).

De 1953 a 1956, faz parte do Grupo Frente e participa das principais exposições coletivas ligadas ao concretismo brasileiro. Em 1959, assina o Manifesto neoconcreto, escrito por Ferreira Gullar (1930-2016), com artistas como Amilcar de Castro, Franz Weissmann  e Lygia Clark. A série Cromáticas (1957-1960), produzida propositalmente sem moldura, evidencia uma mudança na relação entre o quadro e a parede, numa pesquisa que, como afirma o crítico Fernando Cocchiarale, vai em direção à integração da obra no espaço, característica marcante do neoconcretismo. 

A adesão ao neoconcretismo leva o artista a abandonar as estruturas formais geométricas em favor de uma construção que se faz diretamente com a cor, em telas que suspendem a diferenciação entre forma, cor e fundo. Em 1960, participa da mostra Konkrete Kunst, em Zurique (Suíça), e da Exposição de Arte Neoconcreta, em Munique (Alemanha). É contemplado no Salão Nacional de Arte Moderna com o prêmio de viagem ao exterior. Como artista visitante, ingressa na Hochschule für Gestaltung (HfG), na cidade alemã de Ulm.

Depois da estadia na Europa, volta para o Rio de Janeiro em 1963 e intensifica sua atuação como professor, ministrando cursos no MAM do Rio de Janeiro e na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV/Parque Lage). Na década de 1980, integra diversas retrospectivas sobre arte concreta e neoconcreta. Uma importante retrospectiva do artista é realizada em 1996, no Museu Metropolitano de Arte de Curitiba, e segue para o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM/BA), em Salvador, e o MAM do Rio de Janeiro.  

Importante figura do concretismo e do neoconcretismo, Aluísio Carvão explora as nuances cromáticas e os contornos formais com ousadia, a ponto de jogar com dimensões espaciais. Dialogando eventualmente com abordagem figurativa, constrói um estilo alusivo e inventivo.

Fonte: Itaú Cultural.

Reinaldo Eliomar de Freitas Marques da Silva (Santa Luzia, BA ,1932 – 2021, São Paulo, SP)

Em 1957, aos 25 anos, começou a pintar tendo por inspiração o cangaceiro Lampião, personagem que marcou o imaginário nordestino com suas aventuras. Em 1960 iniciou um movimento em Salvador que incentivou o mercado de arte local. Em sociedade com amigos, fundou a Galeria Manoel Querino que foi palco de mostras de grandes artistas brasileiros que com ele expuseram: Di Cavalcanti, Djanira, Manabu Mabe, Aldemir Martins, Antonio Bandeira e muitos outros.

O nome Renot foi criado pela direção do jornal da Bahia ainda na década de 60 para assinatura da coluna social de título “Gran Mond”, na qual o artista dava notas sobre a sociedade baiana, alcançando enorme prestígio. A coluna assinada por ele foi transferida para o jornal Estado da Bahia, pertencente ao complexo Diários Associados. Em 1969 foi convidado pelo então Governador de São Paulo, para participar da exposição coletiva de inauguração do Paço das Artes. Entre os maiores incentivadores de sua obra estavam o diretor do Museu do Estado Carlos Eduardo da Rocha e Jorge Amado.

No fim dos anos 60 mudou-se definitivamente para São Paulo e, em 1972, inaugurou a legendária Galeria Renot nos Jardins, onde promoveu exposições de Francisco Rebolo, Aldemir Martins, Pennacchi, José Antonio da Silva, Di Cavalcanti, Cícero Dias, Rubens Gerchman, entre dezenas de grandes artistas. Renot sempre foi um homem dedicado à cultura, com sua atenção voltada especialmente para as artes plásticas, sendo referência no mundo artístico. Exerceu papel de destaque na divulgação e comercialização da obra de dezenas de artistas.

Em 2008 foi realizada a Exposição “Renot em 20” na Cristal Pizza Bar, apresentando as obras do artista em várias fases de sua carreira e um grande quebra-cabeça a partir de uma de suas obras, que foi montado na exposição.

Em 2014, após décadas de dedicação, Renot encerrou as atividades da Galeria Renot, dedicando-se inteiramente a sua obra. O artista mostra a natureza com sensualidade, combinando matizes de cores que se escondem atrás dos casarios ou brotam da vegetação tropical do recôncavo. Em suas obras a realidade brasileira é caracterizada em todo seu mistério, exotismo e aspectos únicos. O mundo criado por Renot é onírico, sensual e mágico, onde a fantasia e a realidade são indivisíveis. No trabalho deste grande artista há a predominância da flora e da fauna da Bahia, sempre com a presença marcante das cores e, em especial, o azul e suas variações. Jaime Maurício afirmou que na arte de Renot “seu desenho é um poema e sua tapeçaria um afresco”.

José Júlio Calasans Neto (Salvador/BA, 1932 – idem 2006)

Pintor, gravador, ilustrador, desenhista, entalhador e cenógrafo. Estuda pintura com Genaro de Carvalho. Na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia, UFBA, tem aulas de gravura com Mario Cravo Júnior. Em Salvador funda, com outros artistas, a Jogralesca (teatralização de poemas), a revista Mapa e a Editora Macunaíma. Especializa-se em gravura em metal e madeira e empenha-se na relação da gravura com a cultura popular e o cordel. Entre 1956 e 1965, cria cenários para produções como Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha, e Eles Não Usam Black-Tie, de Gianfrancesco Guarnieri. Ilustra romances como Tereza Batista Cansada de Guerra Tieta do Agreste, de Jorge Amado. Nos anos 80 passa a dedicar-se também à pintura. 

Fonte: Itaú Cultural.

Rodrigo de Haro (Paris/FR, 1939 – Florianópolis/SC, 2021)

Pintor, desenhista, gravador, escritor, poeta e contista. Divide suas atividades profissionais entre Florianópolis e São Paulo. Em 1958, realiza sua primeira exposição individual na Faculdade de Direito de Florianópolis. Em poesia, atua, desde 1960, como organizador do movimento surrealista e tem seus poemas publicados em livros no Brasil e em antologias na Espanha e Estados Unidos. Por volta de 1987, trabalha na decoração do Teatro Municipal de Florianópolis com 80 painéis Mandalas.

Foi filho do grande pintor clássico Martinho de Haro. Rodrigo nasceu em Paris e veio em 1939 para o Brasil. Foi membro da Academia Catarinense de Letras e, entre muitas obras plásticas que brotam de sua criatividade, um de seus trabalhos mais vistosos orna as paredes e a entrada da reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina. Suas obras podem ser vistas na Igreja de Santa Catarina de Alexandria, em homenagem a Santa Catarina de Alexandria, padroeira de Florianópolis, e também em mural na escola municipal Doutor Paulo Fontes na comunidade de Santo Antônio de Lisboa, em Florianópolis.

Fonte: Itaú Cultural.

Joyce Roybal (Itália, 1955)

Pintora. Sua arte foi influenciada principalmente por Graciela Boulanger, e seu assunto raramente se afastava de crianças de rosto redondo brincando. As pinturas de Joyce Roybal são leves e quase caricaturais, usando cores brilhantes e texturizadas e formas geométricas. Os rostos perfeitamente simétricos das crianças em suas pinturas e suas estruturas corporais curvas ou bloqueadas dão a suas pinturas uma sensação abstrata. A pintura Musical Enchantment de Joyce Roybal, que apresenta cinco crianças tocando vários instrumentos, pode ser facilmente reproduzida e transformada em itens de arte gráfica, como cartões de anotações, gravuras ou ilustrações. Esse tipo de produção multiplataforma tornou seu trabalho disponível para as massas, fornecendo arte de Joyce Roybal a preços baixos. Você pode encontrar outras pinturas de gênero extraordinárias para venda online na Invaluable e comprar um presente para o entusiasta da arte em sua vida.

Fonte: Leilão Invaluable.

Levino Fanzeres (Cachoeiro de Itapemirim/ES, 1884 – Rio de Janeiro/RJ, 1956)

Pintor e professor. Muda-se para o Rio de Janeiro jovem, levado pelo pai, Salvador Fanzeres. Estuda no Liceu de Artes e Ofícios com Artur Machado e Evêncio Nunes (1870-s.d.). Em 1910, ingressa na Escola Nacional de Belas Artes (Enba), onde torna-se discípulo de João Zeferino da Costa (1840-1915) e Baptista da Costa (1865-1926). No ano seguinte, participa pela primeira vez da Exposição Geral de Belas Artes e recebe uma menção honrosa. Em 1912, ganha o prêmio de viagem à Europa com a tela Remorso de Judas. Passa quatro anos em Paris, onde tem aulas com Fernand Cormon (1845-1924), Henri Chartier (1859-1924) e Gustave Debrié. Pinta paisagens dos arredores da cidade. Quando retorna, em 1916, faz uma exposição individual no Rio de Janeiro e funda a Colméia dos Pintores do Brasil, curso gratuito de pintura de paisagem ao ar livre, que funciona na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. Ali orienta vários alunos, como Garcia Bento (1897-1929), Jurema Albernaz, Codro Palissy, Antônio Cotias, Miguel d’Ambra e Alfredo Rodrigues. Em 1921, recebe a grande medalha de prata na Exposição Geral de Belas Artes. Há quadros seus nas coleções das prefeituras de São Paulo, de Belém e de Belo Horizonte, assim como no palácio de governo do Espírito Santo. A Colméia continua funcionando após sua morte.

Fonte: Itaú Cultural.

Marcos Gonçalves Monteiro (Porto Alegre/RS, 1964)

Desenhista e pintor. Frequentou o Atelier Livre da Prefeitura Municipal de Porto Alegre em 1985 e posteriormente ingressou no Instituto de Artes da UFRGS, em 1988. Desde 1984 participa de coletivas, fez cenários e ambientações. Obteve o primeiro lugar no concurso para cartaz de IV Festival de desenho do Atelier Livre de Porto Alegre, 1985. Sua primeira individual foi na Assembleia Legislativa do RS, 1987 e, desde então tem participado de inúmeras exposições individuais. Desenvolve uma temática figurativa ligada ao desenho clássico.

Fonte: Dicionário de Artes Plásticas no Rio Grande do Sul.

 

Guido Fernando Mondin (Porto Alegre/RS, 1912 — Brasília/DF, 2000)

Pintor. Economista, industrial, comerciante, professor, e político brasileiro. Foi senador da República, deputado estadual e federal, vice-prefeito de Caxias do Sul e ministro do Tribunal de Contas da União. Presidiu a Sociedade de Belas-Artes do Rio Grande do Sul. Recebeu orientações de artistas como Dario Mecatti e Oswaldo Teixeira. Sua primeira mostra individual foi na Galeria Cruzeiro, Porto Alegre, 1956. Foi sócio-fundador da Associação Riograndense de Artes Plásticas Francisco Lisboa(Chico Lisboa).

Em 1982, ao completar setenta anos, Mondin foi compulsoriamente aposentado, dedicando-se, a partir de então, principalmente à pintura e ao escotismo. Ao deixar a vida pública, fixou residência permanente em Brasília, onde já vivia desde 1959. Pertenceu, além da ANE, à Academia de Letras de Brasília, à Academia Brasileira de Belas Artes e ao Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal, do qual foi presidente.

Os trabalhos de Guido Mondin, feitos em óleo sobre tela, retrataram cenas do cotidiano do povo gaúcho e temas históricos, em especial a Revolução Farroupilha. Pinturas de Mondin são encontrada no Palácio do Planalto, no Congresso Nacional e no Tribunal de Contas da União.

Fonte: WikiArt.

Roberto Augusto Machado Cidade (Caçapava do Sul, 1939 – 2011, Porto Alegre) Escultor. Cursou a Faculdade de Belas-Artes na Universidade Federal de Santa Maria, Ainda como aluno da Faculdade de Belas Artes promoveu diversas atividades artísticas, tais como exposições de pinturas, gravuras, concertos, cursos, lançamentos de obras e outras atividades totalizando 15 no ano de 1969. Obteve vários prêmios neste ano em diversas categorias artísticas por todo o Brasil.
Diplomou-se em 1970, ano em que se transfere para Porto Alegre. Expôs na Galeria Contemporânea, Montevidéu, 1974, e na Sala de Exposições da UFSM, recebendo a comenda máxima da universidade, a Flor-de-Lis. Foi aluno de escultura de Dorotea Vergara Pinto da Silva. Participou de importantes salões nacionais e mostras significativas, com distinções. Seu trabalho é focalizado por Armindo Trevisan, com reproduções em Escultores contemporâneos do Rio Grande do Sul. É verbete com obra reproduzida no Dicionário brasileiro de artistas plásticos.

Roseli Pretto (Uruguaiana, RS, 1949 – 2002) Licenciada em artes plásticas pela Universidade de Passo Fundo; pós-graduação em Artes, Teorias e Métodos; professora de desenho e técnica de composição artística da UPF e atelier de serigrafia do CDE – Carlos Barone de passo Fundo. Participou de várias exposições coletivas e salões, destacando-se o projeto Atelier Museu Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro, mostras na Alemanha, Polônia e Israel. Salão Paranaense e Salão Nacional de Pernambuco entre outros. Ganhou medalha de ouro na Vanguarda Brasileira de Arte em São Paulo e prêmio honorífico na I Mostra Internacional Brasil – Marrocos, medalha de prata no II Prêmio Paleta de Outro em São Paulo e menção honrosa no Salão Nacional de Goiás.
Foi diretora do Museu de Artes Visuais Ruth Schneider, de Passo Fundo-RS.

Rubens Vaz Ianelli nasceu em 1953 na cidade de São Paulo. Filho do artista plástico Arcangelo Ianelli e sobrinho de Thomaz Ianelli, pintor e aquarelista, Rubens teve uma estreita ligação com as artes desde a infância. Destaca-se, ao longo de sua carreira, a partir da década de 1970, além do engajamento na luta contra o regime militar e atuação no movimento estudantil, a ativa participação nos Salões de Arte Moderna e Contemporânea do país, onde obteve os seus primeiros prêmios de pintura com trabalhos geométricos. Nos anos 1980, inicia o estudo de Medicina.

Em 1989 realiza no Centro Cultural Vergueiro, em São Paulo, a sua primeira mostra individual, intitulada Homenagem aos Povos que Lutam. Marca presença nos salões nacionais e obtém novos prêmios com as suas colagens. Nos anos 1990, o artista prossegue o seu exercício autodidata de observação. As técnicas diversificam-se carvão, grafite, pastel, guache, óleo, nanquim, extrato de nogueira e a exploração da figura aprimora-se. Consta também dessa época, a incursão de Rubens no mundo da pesquisa científica ligada aos estudos de saúde pública, na Fundação Oswaldo Cruz (FiocruzRio), e o trabalho como sanitarista na área de grandes epidemias entre populações indígenas do Brasil.

O convívio com mais de 10 etnias diferentes influencia a sua produção artística, sobretudo sob o aspecto gráfico. Ao final de 1999, Rubens recebe o convite do Ministério da Saúde para ajudar na implantação dos distritos sanitários indígenas no Acre, onde permanece durante todo o ano de 2000. Como médico, seu trabalho social atinge o ápice e a sua atividade amplia-se em prol da organização dos serviços de saúde dirigidos às populações nativas. Como artista, a sua produção ganha matrizes cada vez mais próximas da cultura de raiz, sob a influência não apenas da arquitetura das habitações indígenas, mas, principalmente, do grafismo de diferentes etnias, que tem a sua expressão máxima na pintura corporal.

Em 2001, Rubens distancia-se da saúde pública para então se dedicar integralmente à arte, sempre em busca de um caminho próprio, alheio à rigidez das escolas e do senso-comum das tendências de linguagem. Além do desenho e da pintura, Rubens faz incursão no objeto, na gravura e na escultura. Em 2003, ele dedica-se à elaboração de maquetes de escultura em ferro, tendo como base os seus trabalhos geométricos da década de 1970. Mantendo seu atelier em São Paulo, Rubens executa, a partir de 2004, pinturas em grandes dimensões, esculturas em ferro e objectos, até agora, em grande parte, nunca expostos.

António Carvalho da Silva (Porto11 de Novembro de 1850 – Lisboa1 de Junho de 1893) foi um pintor português que mais tarde adoptaria para apelido o nome da sua cidade natal, ficando conhecido por Silva Porto.[1]Filho de António da Silva Carvalho Porto, latoeiro e cinzelador e de Margarida Carvalho da Silva Porto, bordadeira premiada pela Associação Industrial do Porto, e irmão de Adelina Branca Carvalho da Silva Porto, António nasceu na Rua da Ponte Nova, freguesia da  do Porto. Em 1865, aos 15 anos, matriculou-se na Academia Portuense de Belas Artes, instituição onde frequentou vários cursos, sempre com excelente aproveitamento (obteve dezoito valores a Escultura e Pintura Histórica e vinte a Arquitectura) e foi discípulo dos pintores João Correia e Tadeu de Almeida Furtado. Em 1869, participou na X Exposição Trienal da Academia Portuense de Belas Artes.

Estagiou em Paris (18761877) junto com Marques de Oliveira, e em Itália (1879). Em 1879 regressou a Portugal. Aureolado de prestígio, foi convidado para ensinar na Academia de Lisboa como mestre de Paisagem. Em 1880 realiza uma exposição de quadros paisagísticos inundados de luz, tendo D. Fernando adquirido o quadro Charneca de Belas. Fez parte do chamado Grupo do Leão, juntamente com António Ramalho, João Vaz, José MalhoaCesário VerdeColumbano e Rafael Bordalo Pinheiro. Entre outros galardões, recebeu a medalha de ouro da Exposição Industrial Portuguesa de 1884 e a primeira medalha do Grémio Artístico.

A sua pintura, cheia de luz e cor, é sobretudo inspirada na própria Natureza. Junto com Marques de Oliveira é um dos introdutores do naturalismo em Portugal. Encontra-se largamente representado no Museu do Chiado, em Lisboa, e no Museu Nacional de Soares dos Reis no Porto.

Existe uma rua em sua honra, com o seu nome, na freguesia de ParanhosPorto e o Parque Silva Porto na freguesia de BenficaLisboa.

Faleceu aos 42 anos, de tiflite, na Travessa da Estrela, número 10, R/C, freguesia da Encarnação, ocorrendo o funeral no Cemitério do Alto de São João. Era casado com Adelaide Torres Pereira (1863-1914), tendo deixado três filhos menores: António, Carlos e Maria.

Santiago Cardenas Arroyo nasceu em Bogotá em 1937. Viveu entre 1947 e 1967 nos Estados Unidos, de modo que a sua aprendizagem como um artista chega a uma arte americana extremamente vital. Estudou na Rhode Island School of Design, em 1957, com bolsa de estudo em 1959 estuda na Cummington Art School e em 1965 recebe da Yale Univesity Scholl of Art and Architecture, New Haven, Connectcut, o título de Master of Fine Art.Desde 1977, participa de exposições coletivas, não só no seu país como também no estrangeiro. Em 1963, faz sua primeira mostra individual em Bogotá. Em 1965 regressou a Colômbia, desde então tem prosseguido uma carreira docente atva na Universidade Nacional da Colômbia.
Seu trabalho leva a estética da figuração clássica, no entanto, usa os recursos de trompe-l oeil para evocar nas preocupações de observadores conceituais que desmantelar a iluSão fascinante produzido pela pintura percepção de captura.
Entre suas exposições individuais incluem: Museu de Arte, na Universidade Nacional, Bogotá (1966, 1980 e 1999), Museu de Arte Moderna, Bogotá (1976), Museu de Arte Moderna, Medellín (1982), Rachel Adler Gallery, Nova Iorque (1983, 1992 e 1996), Museu de Arte Contemporânea de Caracas Sofa Imber (1995), e Museu Rufno Tamayo, Cidade do México (1996). Coletvamente partcipou: XIV Bienal de São Paulo (1977) e Bienal de Veneza (1989 e 1990). Bienal Internacional de Medellín, 1973 (Primer Premio de Pintura); la Bienal de Sao Paulo en 1977 onde recebeu uma menção especial; Recent Acquisitons, The Museum of Modern Art N.Y. 1977: The Latn American Presence, 1920-1970, Bronx Museum of the Arts, N.Y. 1988; Art in Latn America, The Hayward Gallery, Londres 1989. à‰ detentor de importantes premiações em desenho e pintura, entre eles, recebeu os seguintes prêmios: Primeiro Prêmio de Pintura XXVIII Salão Nacional de Artstas, Colômbia (1976), Menção Honrosa, XIV Bienal de São Paulo (1977) e Prêmio Especial para Lifetme Achievement, XXXV Salão Nacional de Artstas, Colômbia (1994).

Vicent.

Sergio Barcellos Telles (Rio de Janeiro/RJ, 1936 – São Paulo/SP, 2022)

Desenhista, pintor e ilustrador. Em meados de 1954 estuda na Colméia, no Rio de Janeiro. Realiza sua primeira exposição individual em 1955, no Rio de Janeiro. Em 1957, viaja pela Europa e visita os principais museus da Itália, França, Holanda e Portugal. Nessa mesma época, faz estágio nos serviços de restauração da Pinacoteca do Vaticano. De volta ao Brasil, frequenta os ateliês de Rodolfo Chambelland (1879-1967), Oswaldo Teixeira (1905-1974) e de Marie Nivoulies de Pierrefort (1879-1968), no Rio de Janeiro. Em 1964, ingressa na carreira diplomática. Na década de 1970, viaja para Porto Seguro, Bahia, por sugestão do escritor Jorge Amado (1912-2001), e realiza desenhos e óleos, publicados em livro, com a colaboração de Jorge Amado e Jeanine Warnwood. É autor de Nivouliès de Pierrefort, editado em Buenos Aires pelo Museu de Arte Moderna, 1974; e ilustrador de Rio de Janeiro, lançado no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, em 1978.

Fonte: Itaú Cultural.

Luíza Fontoura (Porto Alegre/RS, 1931)

Pintora e desenhista. Iniciou seus estudos na Escola de Belas Artes de Porto Alegre, em 1947. Entre 1971 e 1976 voltou a estudar, fazendo cursos de desenho, pintura e gravura no Atelier Livre da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Desde 1976 participa de salões e coletivas, e realiza diversas individuais, destacando-se, entre elas, as do Centro Comercial de Porto Alegre, 1979, e da Galeria Arte&Fato, 1987. Realizou, em em 1994, viagem de estudos aos Estados Unidos. Considera-se “uma artista múltipla em termos de linguagem, sem medo de mudar ou errar.”

Fonte: Dicionário de Artes Plásticas no Rio Grande do Sul.

Miguel Castro Leñero (México, 1956)

Pintor e um dos principais expoentes da arte contemporânea mexicana no mundo, com exposições em Nova York, Áustria e Brasil. Ele estudou na Escola Nacional de Pintura e Escultura – La Esmeralda – INBA. Ele então entrou no Workshop de Gravura do Centro de Investigação e Experimentação Plástica INBA. Ao longo de sua carreira fez várias exposições individuais e recebeu vários prêmios e reconhecimentos Em 1975 ele se juntou La Esmeralda, os estudos dois anos depois de deixar para entrar na oficina de gravura do Centro de Pesquisa e Experimentação Plástica onde permanece muito cedo. Em 1981 ele recebeu o Prêmio de Aquisição do Salão Nacional de Artes Plásticas Bienal da Seção Gráfica. Leitor incansável, Castro Leñero obter a sua imaginação muitos dos temas da sua pintura, onde a textura é sua marca registrada. Representa os itens de maneira quotidiana: animais, nuvens, prédios, casas, rios, mostrando as origens e representando em sua forma mais elementar.

Fonte: Museu de Arte do Espírito Santo.

Robert Goodnough (Nova York/EUA, 1917 – 2010)

Foi um americano expressionista abstrato pintor. Um veterano da Segunda Guerra Mundial , Goodnough foi um dos últimos da geração original do New York Escola ; (embora ele tenha sido referido como um membro da -segunda geração – de expressionistas abstratos ), mesmo que ele começou a exibir seu trabalhos em galerias de Nova York no início dos anos 1950. Durante a década de 1940 formou-se Goodnough Syracuse University e serviu no Exército dos EUA durante a Segunda Guerra Mundial . Depois da guerra, em 1946, frequentou a Escola de Belas Artes Ozenfant em Nova York e Hans Hofmann escola de verão em Provincetown, Massachusetts . Ele obteve seu mestrado a partir de New York University em 1950, depois que ele começou a expor suas pinturas publicamente e também a escrever artigos para ARTnews revista.

Robert Goodnough estava entre os 24 artistas do total de 256 participantes que foram incluídos na famosa Rua 9 Exposição de Arte , (1951) e em todas as seguintes em Nova Iorque ,a pintura e escultura aparecem em anuários de 1953 a 1957. Estes Anuários foram importantes porque os participantes foram escolhidos pelos próprios artistas. No início de sua carreira a partir de 1950, ele mostrou suas pinturas na Galeria Wittenborn, NYC. Ele havia mostrado na Galeria Nagy de Tibor em New York City 1952-1970 e novamente de 1984 a 1986. Em 1960 e 1961, ele teve exposições individuais na The Art Institute of Chicago . Um veterano de dezenas de exposições individuais e centenas de exposições colectivas nos Estados Unidos e no exterior, Goodnough também teve exposições individuais em 1969 no Whitney Museum of American Art em Nova York e do Albright-Knox Art Gallery , em Buffalo. Nos últimos anos, suas pinturas também foram associados com o campo Cor movimento.

Fonte: Catálogo das Artes.

Jorge Tacla Sacaan (Santiago/Chile, 1958)

 Pintor. Estudou na Faculdade de Letras da Universidade do Chile entre 1976 e 1979. Foi aluno de Rodolfo Opazo e Gonzalo Díaz nas oficinas de pintura.

Em 1981 mudou-se para Nova York, Estados Unidos, onde desenvolveu grande parte de sua carreira. A sua produção artística, baseada numa linguagem plástica pessoal, fez dele um dos artistas contemporâneos chilenos com maior presença internacional.

Prêmios, distinções e concursos:

1981 Bolsa da Friends of Art Corporation, Santiago, Chile.
1982 Bolsa Amigos da Arte, Santiago, Chile.
1986 Fundação AT&T, Estados Unidos.
1987 Fundação para as Artes de Nova York, Estados Unidos.
1988 Bolsa John Simon Guggenheim Memorial Foundation, Estados Unidos.
1991 Fundação para as Artes de Nova York, Estados Unidos.
Prêmio Eco Arte 1992, Brasil.
Prêmio 1995 do Círculo de Críticos de Arte de Santiago, Chile.

Fonte: Museo Nacional de Bellas Artes.

 

Rafael Soriano (Matanzas/Cuba, 1920)

Rafael Soriano manifestou uma inclinação precoce para a pintura. Após completar sete anos de estudo na prestigiosa Escuela Nacional de Bellas Artes San Alejandro de Havana, ele se formou em 1941 como Professor de Pintura, Desenho e Escultura. Ele então retornou a Matanzas, onde lecionou artes visuais por quase duas décadas.   Ele foi cofundador e, mais tarde, Diretor da Escuela de Bellas Artes de Matanzas, a mais importante escola de arte em Cuba fora de Havana. Ele foi um dos maiores artistas latino-americanos de sua geração e um dos principais pintores de Cuba.  

Em 1962, Soriano foi para o exílio, estabelecendo-se em Miami com sua esposa Milagros e sua filha Hortensia. Ele trabalhou como designer gráfico e ocasionalmente lecionou, primeiro no Catholic Welfare Bureau e depois no Cuban Cultural Program da University of Miami. Ele continuou a pintar incansavelmente à noite.

Soriano evitou temas vernáculos que dominaram a arte cubana desde seu surgimento com a primeira Vanguarda em meados dos anos 20. Seu trabalho seguiu pelos caminhos da abstração geométrica no decorrer da década de 1950 e fez parte dos Dez Pintores Geométricos Concretos, mas no final da década de 1960, o trabalho de Soriano tomou um rumo radical. Seu pincel começou a criar formas surpreendentes; expressões abstratas relacionadas às emoções, sentimentos, meditações e introspecções místicas. Um novo tratamento de luz e cor, transparências e formas colocou Soriano em uma nova dimensão estética e o libertou de seus apegos anteriores a escolas e tendências. Por meio de uma técnica altamente refinada, ele se tornou um mestre da luminosidade, da metáfora pictórica e da linguagem metafísica das formas. Em suas imagens surpreendentes e altamente complexas, a luz atua como forma e conteúdo. É essa unidade de propósito e meio de representação que constitui a contribuição transcendental de Soriano ao discurso visual contemporâneo e eleva sua criação artística à categoria universal.

Fonte: Rafael Soriano (Site do artista).

 

Sérgio Martinolli (Trieste Itália 1938). Pintor. Passa a infância e adolescência em Veneza, Itália, onde se forma oficial da Marinha e cursa a Accademia di Belle Arti di Venezia. Em 1965 passa a dedicar-se totalmente à pintura e muda-se para Nova York, onde trabalha como retratista, pintando figuras da alta burguesia americana, nobres e artistas. Em sua estada em Nova York tem contato com Salvador Dalí (1904 – 1989), este encontro o estimula e marca o desenrolar de sua carreira. Em 1971, volta a Itália e viaja para Bréscia e Ravena, onde dedica-se à pesquisa e à restauração de grandes afrescos da arte bizantina, sob a direção do Padre Renato Laffranchi.

Sílvia Cestari Cunha(Porto Alegre, RS, 1953).Gravadora. Formada pelo Instituto de Artes da UFRGS em 1979, fez cursos livres de gravura com Trindade leal, Julio Espíndola e Rubem Grilo. Desde 1979 participa de coletivas, mostras internacionais de gravura e salões, tendo obtido prêmio aquisição no I Salão Nacional de Artes Plásticas de Goiânia, 1984. Expôs individualmente em diversas cidades do interior do RS e em Porto Alegre.

Stelio Teixeira (1937-

Sonia Ebling de Kermoal (Taquara/RS, 1918 – Rio de Janeiro/RJ, 2006)

Escultora, pintora e professora. Inicia sua formação fazendo cursos de pintura e escultura na Escola de Belas Artes do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, entre 1944 e 1951. De 1956 a 1959, viaja por vários países da Europa, estudando com Zadkine, em Paris, França. Reside nessa cidade, entre 1959 e 1968, e recebe uma bolsa de estudo da Fundação Calouste Gulbenkian. Sonia participou de seis edições das Bienais de Arte de São Paulo, inclusive da 1ª edição, realizada em 1951, com a obra“Adolescentes”, além das seguintes em 1953, 1955, 1959, 1965 e 1967. Ganhou diversas premiações relevantes para a época, como o Prêmio do 4º Salão Nacional de Arte Moderna, em 1955. De volta ao Brasil, executa relevo para o Palácio dos Arcos, do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, Distrito Federal. Em 1970, ministra um curso de extensão técnica, diretamente em cimento, na Escola de Belas Artes da UFRGS. Seis anos depois, é convidada para lecionar escultura nessa mesma universidade. “Sonia Ebling é atração e é choque. Sua escultura de formas estranhas, telúricas, eróticas e puras consegue despertar, em quem as contempla, um mundo de recordações, de poesia, de tragédia, de alegria e de luminosidade”. Maria Martins, escultora.

Fonte: Itaú Cultural.

Paulo Gagarin (São Petesburgo/Rússia, 1885 – Rio de Janeiro/RJ, 1980)

Pintor. Filho de um ex-governador do Cáucaso, estuda no Liceu de São Petersburgo entre 1900 e 1904 e na Universidade de São Petersburgo de 1905 a 1910. Em 1911, ingressa no serviço militar russo, participa de uma série de expedições militares e serve como oficial de artilharia pesada durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), terminada a guerra emigra para a França. Em 1921, vem ao Rio de Janeiro como copeiro do navio brasileiro Pelotas. No ano seguinte, realiza sua primeira individual, na Associação dos Empregados do Comércio.

Fonte: Itaú Cultural.

Takashi Fukushima (São Paulo/SP, 1950)

Pintor, gravador, desenhista e cenógrafo. Sua pintura se caracteriza por uma linguagem própria, fruto da combinação do tradicionalismo da cultura japonesa com questões próprias da contemporaneidade. Elege como objeto privilegiado a paisagem, seja ela a do jardim, a da cidade, a do oceano ou a do cosmos. O que importa para o pintor é expressar o que o humano pode ver (ou mesmo imaginar), sendo um ponto de referência na vastidão do universo. 

Filho do pintor Tikashi Fukushima (1920-2001), estuda com Luiz Paulo Baravelli (1942) em 1970 e, no mesmo ano, ingressa na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de São Paulo (USP). Paralelamente aos estudos universitários, expõe suas pinturas em grandes mostras. Participa da Bienal Internacional de São Paulo de 1973 e de 1975 – obtendo, nesta última, o prêmio aquisição – e de várias edições do Salão Paulista de Artes Plásticas, sendo premiado em 1976. 

Esse abstracionismo pode ser pensado como uma herança da produção artística não só de seu pai, mas também de outros pintores de origem japonesa, como Manabu Mabe (1924-1997) e Kazuo Wakabayashi (1931). Homens simples e sem formação artística, esses imigrantes japoneses desenvolvem uma arte própria, com bastante lirismo, que se inscreve no que se chama de abstracionismo informal.

Premiado e reconhecido por seu talento em sua longa trajetória artística, Takashi Fukushima é um dos grandes nomes da pintura contemporânea brasileira. Resgata, nesse momento de fugacidade do tempo, a importância de contemplar o entorno, de olhar para a paisagem, seja ela qual for, e de se colocar no mundo como ponto de referência para a observação. É o homem e seu lugar no mundo que Takashi Fukushima representa com beleza e singularidade.

Fonte: Itaú Cultural.

Tomás Santa Rosa (João Pessoa PB 1909 – Nova Délhi, Índia 1956). Cenógrafo. Integrante fundador das companhias Os Comediantes e Teatro Experimental do Negro (TEN), Tomás Santa Rosa é o primeiro cenógrafo moderno brasileiro. Faz a cenografia de Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, 1943, espetáculo que marca o surgimento do teatro brasileiro moderno na década de 1940.

Inicia-se no teatro cenografando Ásia, de Lenormand, pela Companhia de Álvaro Moreyra, em 1937. No mesmo ano, trabalha com o conjunto do ator Jaime Costa, em Uma Loura Oxigenada, de Henrique Pongetti, e Anna Christie, de Eugene O’Neill, ambas com o ensaiador Eduardo Vieira.

Constitui o primeiro núcleo de Os Comediantes, juntamente com a atriz Luiza Barreto Leite e o diretor Jorge de Castro, em 1938. Já realiza a cenografia para o primeiro trabalho do grupo, em 1940, em A Verdade de Cada Um, de Luigi Pirandello, com direção de Adacto Filho. Quando a companhia se organiza administrativamente, em 1941, Santa Rosa é o diretor artístico e lidera o pensamento em torno da criação de um estudo sistematizado paralelo ao trabalho de novas montagens. Posteriormente, assume a vice-presidência da companhia. Em 1942, cenografa para Orfeu, de Jean Cocteau, e As Preciosas Ridículas, de Molière, primeira direção de Ziembinski para Os Comediantes, seguindo-se mais três trabalhos, até a consagração, em 1943. O cenário de Vestido de Noiva, sob a direção de Ziembinski, introduz a ideia da ambientação como parte da concepção, de maneira que a função do cenógrafo se insere na autoria do espetáculo. O crítico literário Álvaro Lins escreve no Correio da Manhã: “Não teria obtido, por exemplo, um sucesso tão completo a peça Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, sem a colaboração de Santa Rosa e Ziembinski. […] tiveram da peça aquela compreensão que serviu para identificá-los com o autor […] Santa Rosa ficou sendo uma espécie de co-autor de Vestido de Noiva“.1

A partir daí, Ziembinski procura, sempre que possível, a parceria do cenógrafo. A crítica, mesmo quando não compreende o trabalho do diretor polonês, aplaude as inovações de Santa Rosa, como em Pelleas e Melisanda, de Maeterlink, 1944: “… o ambiente preparado por Santa Rosa espelhou com expressão, e até com poesia, o inconsciente e o subconsciente que palpita nas palavras, nos gestos, nos olhares das personagens […]”.2

Faz a cenografia para Senhora dos Afogados, outro Nelson Rodrigues, dirigido por Bibi Ferreira, para a Companhia Dramática Nacional (CDN), 1954.

A partir de 1952, Santa Rosa fica responsável pela coordenação e orientação das montagens do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Sem chegar a adotar a licenciatura como um ramo profissional, dirige o Conservatório Nacional de Teatro e ministra um curso de cenografia no SNT. É um dos fundadores de Sua RevistaA Manhã (jornal) e Rio Magazine. Assina a coluna de crítica de arte do Diário de Notícias. Colabora para a Dom Casmurro – periódico especializado em teatro.

Celso Kelly aborda o autodidatismo do cenógrafo em depoimento: “Santa substituiu escolas e universidades pelo esforço impressionante de seu autodidatismo. Só as inteligências ordenadas e a apreciação aguda permitem um autodidatismo tão bem-sucedido. Não tendo mestres formais, veio a ser um dos mestres do seu tempo. Seu conselho desfrutava de grande prestígio. Influenciou muita gente. Mestre de seus alunos diretos, e mestre além de seus alunos, daqueles que se deixaram tocar por sua fina sensibilidade e por sua aguda capacidade de observação. O talento artístico nele foi plural: desde as artes plásticas até o teatro e a literatura. Teria sido um pintor? Um poeta sem versos? Um cenógrafo, um diretor? Ele fora em verdade um artista plural. Com todos os enriquecimentos que advêm dessa pluralidade de vocações”.6

VASCONCELOS MACHADO DE OLIVEIRA Nasceu em Canela (RS) em 15 de julho de 1956. Iniciou cedo na arte, trabalhando como artesão aos 14 anos em sua cidade natal. Atualmente, reside em Caxias do Sul, trabalhando como ilustrador de livros e publicidade. Somente a partir de 1989 passou a dedicar-se plenamente à pintura. Vasco é catalogado no Dicionário de Artes Plásticas do Rio Grande do Sul.

1979/80/81: Mostra coletiva de Caxias do Sul.

1989: Pinta retratos de Barbosa Lessa, Paixão Cortes, Antônio Fagundes e do pesquisador uruguaio Fernando Assunção. / Mostra de ilustração no Palácio Piratini no Salão Negrinho do Pastoreio, em Porto Alegre. / Mostra de ilustração no Salão Verde do Alfred Palace Hotel, em Caxias do Sul. Mostra de ilustração no museu Júlio de Castilhos, em Porto Alegre. / Mostra de ilustração na Galeria Municipal de Arte, Casa da Cultura Perci Vargas de Abreu e Lima, em Caxias do Sul.

1990: Mostra de ilustração de trajes típicos gaúchos no Museu Júlio de Castilhos, em Caxias do Sul.

1991: Mostra de ilustração no Clube Juvenil, em Caxias do Sul. / Exposição tributo à natureza juntamente com seu irmão Tino, na Galaria Cocooning (Gramado). / Coletiva de pinturas na Galeria Saron, em Porto Alegre. / Ilustração do livro Trajes do Imigrante Italiano no Rio Grande do Sul. / Ilustração do cartaz do VI Festival Gaúcho de Arte e Tradição (Fegart).

1992: Exposição coletiva em comemoração aos 80 anos do Recreio da Juventude. / Recebe orientação do artista plástico Guido Mondin. / Mostra de ilustrações dos Trajes típicos Gaúchos na Abrafex no Clube Farrapos, em Porto Alegre.

1993: Exposição com o artista plástico Tino na Galeria Municipal de Arte, Casa da Cultura Perci Vargas de Abreu Lima, em Caxias do Sul. / Mostra de ilustrações dos Trajes Típicos Gaúchos no Museu Municipal, Parque da Baronesa em Pelotas.

1994: Mostra de ilustrações dos Trajes Típicos Gaúchos na Galeria Municipal de Arte, em Caxias do Sul. / Mostra de ilustrações dos Trajes do Imigrante no Rio Grande do Sul na Galeria Municipal de Arte em Caxias do Sul. / Exposição com o artista plástico Tino na Galeria Arte Nobre, em Porto Alegre. / Exposição coletiva Bico de Pena, na Galeria Municipal de Arte, em Caxias do Sul. / Exposição coletiva dos artistas Canelenses.

1995: Ilustrações a bico de pena do livro Italianos no Rio Grande do Sul. / Exposição de pintura, uma visão impressionista da cidade, juntamente com seu irmão o pintor S?Tino no Centro de Informações Turísticas de Nova Petrópolis.

1996: Ilustrações a guache do livro Trajes do Cone Sul.

1998: Exposição das ilustrações a bico de pena da cartilha Os Italianos no Rio Grande do Sul, no Museu Municipal em Caxias do Sul. / 1998 – Curso com Paulo Porcella (Desenhe Pintando).

1999: Catalogado na edição de 1999 no volume Artes Plásticas Brasil Júlio Louzada. Exposição coletiva da 1ª Mostra internacional e 8ª Mostra Nacional da Pintura Artística Agapa, Continental Serra Hotel Canela (RS).

2000: Exposição coletiva IX Mostra Nacional e Mostra MERCOSUL de Pintura Artística no Everest Palace Hotel Porto Alegre (RS). / Exposição de Pintura na Cervejaria Dado Bier Porto Alegre (RS). / Exposição de Pintura na Assembleia Legislativa Porto Alegre (RS).

2001: Pinturas para a Churrascaria Fogo de Chão, da Avenida Bandeirantes, São Paulo (SP).

2002: Pintura da Capela do Colégio La Salle Cristo Ressuscitado Caxias do Sul (RS).

2003: Exposição Os Gaúchos Cotidiano da Nostra Gen Tchê, Pavilhões da Festa da Uva ? Caxias do Sul (RS).

2004: Ilustração da capa e contra-capa de Martin Fierro, de José Hernandez 9ª edição, Martins Livreiro. / Ilustração e Seguimento com treze páginas sobre a sua obra no livro Gáuchos, de Locatelli e Reilly.

2005: Ilustrações da Capa Tropa de Anseios de Sebastião Teixeira Correia. /

2005: Exposição o Gaúcho e seu Mundo, Documenta, Espaço sobre os usos e costumes regionais, Caxias do Sul.

2006: Capa da Revista Dartis n° 30. / Exposição coletiva Puc Corig – Porto Alegre, RS. / Capa do livro Gêneros Musicais Campeiros do Rio Grande do Sul, de Valdir Verona e Silvio de Oliveira.

2007: Ilustrações originais no Espaço Documenta, projeto sobre usos e costumes regionais – UCS.

2008: Ilustrações do Livro Registros da Eficiência da Equitação Gaúcha, de Bayard Bretanha Jacques. / Ilustrações da Agenda Gaúcha 2009. / Ilustrações do Calendário do Ano de 2009 da Universal Leaf Tabacos Ltda. / Capa e ilustrações do Livro Num Ar de Milonga Poemas Pajadas e Canções, de Pedro Junior da Fontoura.

Velcy Soutier (Nascido em Clevelândia, PR, em 1951, radicado em Porto Alegre desde
1972.) Cresceu e iniciou a carreira em Passo Fundo. É graduado em Artes Plásticas pela UPF (1986), Especialista em Educação Estética e Arte pelo UNILASALLE (Canoas, 2004) e Mestre em Design pela UFRGS (Porto Alegre, 2009). Dirigiu a Studio-Escola de Desenho (1988/92). Foi curador do Espaço de Arte FIERGS (1998/2000). Verbete no Dicionário de Artes Plásticas no RS, é professor de desenho, pintura e design, com 10 obras publicadas, entre elas, Desenhar é fácil, bonito e necessário, e obra em design gráfico-visual conhecida em 60 países. Dedica-se também à pintura mural, com obras permanentes em instituições civis e religiosas (Porto Alegre, Novo Hamburgo, Caxias do Sul, Canela, Bento Gonçalves e Ijuí). Possui obras em acervos particulares no Brasil, Uruguai, Equador, Estados Unidos, Holanda, Espanha, França, Itália e Suíça (maior acervo no exterior). Recebeu a Comenda Pedro Weingärtner da Câmara Municipal de Porto Alegre, pelo conjunto da obra e contribuição à cultura do Rio Grande do Sul e a Medalha do Mérito Artístico Oscar Bertholdo, da Câmara Municipal de Bento Gonçalves, pela obra de reconstituição muralística do Santuário Santo Antônio e contribuição à educação. Foi professor substituto da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2006/2008). Tem experiência na área de Artes e Design, com ênfase em Desenho, Pintura Sacra e Profana e Design Visual, atuando principalmente nos seguintes temas: cor, criatividade, expressão plástica, pintura mural e restauro, retrato e figura humana, tipografia e identidade visual, design & emoção (visual e produto).

Vera Wildner (1936 Porto Alegre, RS – 2017, idem) Pintora. Artista Plástica, Bacharel em Pintura pelo Instituto de Artes da UFRGS, foi Professora do Atelier Livre da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e diretora do Atelier Galeria Estaggio desde 1983, onde orientou artistas em técnicas de pintura. As pinceladas de Vera Wildner expressam suas memórias e as inquietudes humanas com vida e morte e a Paz Universal. Sua obra é um livro da vida, de sua vida, da vida de todos nós.

Victor Hugo Irazábal,(1945, Caracas) Artista plástico, comunicador visual e professor.

Vincenzo Cencin (Veneza, Itália 1925 – São Paulo SP 2010). Pintor e engenheiro. Forma-se engenheiro eletro-mecânico na Itália. Inicia-se na pintura sob a orientação de Francescchini em 1941 na cidade de Tolmezzo. Durante a Segunda Guerra Mundial enfrenta os fascistas e é preso por alemães, ficando um ano e meio em um campo de concentração. Terminada a guerra emigra para o Brasil, fixando residência em São Paulo em 1949. No Brasil, torna-se sócio efetivo da Academia de Belas Artes do Rio de Janeiro. Nos anos 1950, 1960 e 1970, sem abandonar a pintura, trabalha como engenheiro eletrônico numa indústria de eletrodomésticos de São Paulo. Em 1980 aposenta-se para dedicar-se somente à pintura, montando em 1981 a Galeria Velha Europa. Em 1992 realiza-se exposição comemorativa dos 50 anos de sua pintura na Galeria Grossman em São Paulo.

Waldomiro de Deus Souza (Itagibá, Bahia, 1944). Pintor e desenhista. De origem humilde, leva uma vida itinerante pelo sertão baiano e norte de Minas Gerais, até vir para São Paulo em 1959, quando trabalha como engraxate. Começa a pintar em 1961, utilizando guache e cartolina encontrados na casa de um antiquário, onde trabalha como jardineiro. Acusado de negligência, perde o emprego e leva seus trabalhos para exposição no Viaduto do Chá – acaba vendendo dois deles para um americano no primeiro dia. Em 1962, o decorador Terry Della Stuffa fornece-lhe material e um lugar para pintar e, em 1966, faz a sua primeira exposição individual na Fundação Armando Álvares Penteado, Faap. No auge do movimento hippie, desfila de mini-saia pela Rua Augusta. Pinta temas religiosos ligados ao céu e ao inferno, criando imagens polêmicas, como Nossa Senhora de mini-saia, cinta-ligas e botas e Jesus de bermudas. Por causa disso é raptado por um grupo de jovens armados da organização TFP (Tradição Família e Propriedade), porém convence os rapazes a soltá-lo. Expõe em vários países como a Inglaterra, Itália, Bélgica, Alemanha, Inglaterra, Estados Unidos. Em 1972, volta a viver em Osasco. Viaja a Goiânia GO, em 1977, e lá monta uma casa. Vive de sua arte desde a década de 60, pintando o cotidiano e o folclore de sua terra natal: festas populares, histórias sobre mula-sem-cabeça e lobisomens, bem como imagens escatológicas e eróticas. As figuras humanas são sempre mulatos, nunca brancos ou negros. Em todas as telas há a presença de três cachorrinhos. É considerado o maior primitivista brasileiro ao lado de José Antônio da Silva e Djanira. É reconhecido internacionalmente como um dos mais criativos pintores naifs. Em 1983, é premiado com a Awarding the Statue of Victory pelo Centro Studi e Ricerche Delle Nazioni, na Itália.

Jean Maurice Eugène Cocteau (Maisons-Lafitte/FR, 1889 – Milly-la-Forêt/FR, 1963)

Cineasta, ator, encenador e autor de teatro francês. Nascido numa pequena vila próximo a Paris, Jean Cocteau foi um dos mais talentosos artistas do século XX. Além de ser diretor de cinema, foi poeta, escritor, pintor, dramaturgo, cenógrafo e ator e escultor. Cocteau começou a escrever aos dez anos, aos dezesseis já publicava suas primeiras poesias. A sua principal obra de poesia é o livro Clair-obscur, editado em 1954. Atuou ativamente em diversos movimentos artísticos, nomeadamente o conhecido Groupe des Six (grupo dos seis) cujo núcleo era Georges Auric (1899-1983), Louis Durey (1888-1979), Arthur Honegger (1892-1955), Darius Milhaud (1892-1974), Francis Poulenc (1899-1963), Germaine Tailleferre (1892-1983). Além destes, outros também tomaram parte, como Erik Satie e Jean Wiéner. Foi eleito membro da Academia Francesa em 1955. Homossexual, não escamoteou sua orientação sexual. Manteve estreita amizade com Jean Marais, seu ator preferido. Dentre seus amigos destaca-se Edith Piaf, Jean Genet, etc. Cocteau realizou sete filmes e colaborou enquanto argumentista, narrador em mais alguns. Todos ricos em simbolismos e imagens surreais. É considerado um dos mais importantes cineastas de todos os tempos. É famoso pela frase: “Não sabendo que era impossível, foi lá e fez”.

Fonte: Catálogo das Artes.

Yolanda Lederer Mohalyi (Kolozsvar, capital da Transilvânia, Hungria [atual Cluj Napoca, Romênia] 1909 – São Paulo SP 1978). Pintora, desenhista. Na Hungria estuda pintura na Escola Livre de Nagygania e, em 1927, ingressa na Real Academia de Belas Artes de Budapeste. Em 1931, vem para o Brasil e fixa-se em São Paulo, onde leciona desenho e pintura. Foram seus alunos, entre outros, Maria Bonomi (1935) e Giselda Leirner (1928). A partir de 1935, começa a freqüentar o ateliê de Lasar Segall (1891 – 1957), com quem identifica-se. Por volta de 1937, integra o Grupo 7, ao lado de Victor Brecheret (1894 – 1955)Antonio Gomide (1895 – 1967) e Elisabeth Nobiling (1902 – 1975), entre outros. Sua primeira exposição individual ocorre em 1945 no Instituto de Arquitetos do Brasil – IAB/SP. Em 1951 realiza suas primeiras xilogravuras, com Hansen Bahia (1915 – 1978). Em 1958, recebe o Prêmio Leirner de Arte Contemporânea. Entre as décadas de 1950 e 1960, executa em São Paulo vitrais para a Fundação Armando Álvares Penteado – Faap e murais para as igrejas Cristo Operário e São Domingos, além de mosaicos para residências particulares. Mais tarde, executa também vitrais para a Capela de São Francisco, em Itatiaia. Entre 1960 e 1962, leciona no curso de desenho e plástica da Faap. É também nesse ano que a artista representa o Brasil na 1ª Bienal Americana de Arte, na Argentina, tendo alguns de seus trabalhos escolhidos pelo crítico Sir Herbert Read para uma exposição itinerante nos Estados Unidos. Em 1963, recebe o prêmio de melhor pintor nacional na 7ª Bienal Internacional de São Paulo.

https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa8469/yolanda-mohalyi

 Yugo Mabe(Lins SP 1955)Pintor.

Forma-se em comunicação pelas Faculdades Integradas Alcântara Machado (FIAM) em 1977, mas nunca exerce a profissão de publicitário. Filho do pintor Manabu Mabe (1924-1997), cuja família migra para o Brasil em 1935, para trabalhar nas lavouras de café do interior de São Paulo, fixando-se em Lins. Mantém contato com as artes desde muito cedo, frequentando exposições e convivendo com o trabalho de seu pai e de seus amigos Aldemir Martins (1922-2006), Arcangelo Ianelli (1922-2009), Tomie Ohtake (1913) e Tikashi Fukushima (1920-2001), entre outros. Começa a participar de mostras coletivas no início da década de 1970 e é premiado nos Salões Bunkyo, em 1972 e 1975, e Paulista de Belas Artes, em 1975 e 1982.

Fonte: Itaú Cultural

Volnei Cardoso Petiz (Pelotas, RS, 1941) Em 1959 ganhou bolsa de estudos e frequentou o atelier do pintor italiano Sandro manzini, em são Paulo, durante seis anos.Em 1962 viajou pela Colômbia e México. De volta ao sul, fixa-se em Porto Alegre a partir de 1968. Em 1973 viaja pelos Estados Unidos, realizando retratos. Trabalhou com escultura em porcelana, além da pintura a óleo. Uma temática constante em seu trabalho é a natureza morta.

 

Nelson Leirner (São Paulo/SP, 1932 – Rio de Janeiro/RJ, 2020)

Artista intermídia e professor universitário. Suas obras e ações se caracterizam pelo teor reflexivo e polemista. Alternando entre crítica política e social, remissões à arte e ao mercado e referências a divindades e animais, transforma objetos cotidianos em alegorias das situações que pretende destacar. 

Filho da escultora Felícia Leirner e do empresário Isaí Leirner, tem contato com a arte moderna desde a infância. Seus pais ajudam a fundar o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP) e convivem com boa parte da vanguarda brasileira. Essa proximidade, no entanto, não desperta de imediato o interesse de Leirner pela arte. Reside nos Estados Unidos, entre 1947 e 1952, onde estuda engenharia têxtil no Lowell Technological Institute, em Massachusetts, mas não conclui o curso. Resolve tornar-se artista apenas na década de 1950, estimulado por trabalhos do pintor Paul Klee. Em 1956, passa a ter aulas de pintura com o artista catalão Joan Ponç, e, em 1958, frequenta, por curto período, o Atelier-Abstração, de Flexor. Não se entusiasma com os cursos. Suas telas se aproximam da abstração informal de pintores como Alberto Burri e Antoni Tàpies.

Entre 1961 e 1964, continua com a pesquisa de materiais, mas com outra direção. Interessado nas poéticas dadaístas, produz seus quadros com objetos recolhidos na rua, gerando a série Apropriações. Em 1964, o artista abandona a pintura e passa a trabalhar com elementos prontos, fabricados industrialmente. Recolhe objetos de uso e desloca seu sentido, como em Que Horas São D. Candida (1964). Seus trabalhos estão entre a escultura e o objeto. A participação do espectador é incorporada a obras como Você Faz Parte I e II, (1966). Nesse ano, funda o Grupo Rex, com os artistas Wesley Duke Lee, Geraldo de Barros, Carlos Fajardo, José Resende e Frederico Nasser. O coletivo promove happenings e publica o jornal Rex Time. O grupo se volta a problemas como as relações da arte com o mercado, as instituições e o público, sendo tudo isso abordado com base nas linguagens radicais dos anos 1960.

A presença de elementos da cultura popular brasileira, marcante desde os anos 1960, cresce a partir da década de 1980. Em 1985, realiza a instalação O Grande Combate, em que utiliza imagens de santos, divindades afro-brasileiras, bonecos infantis e réplicas de animais. Pretende converter em arte o que é considerado banal. Muda-se para o Rio de Janeiro em 1997, e coordena o curso básico da Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV/Parque Lage). A partir dos anos 2000, seu trabalho se apropria de imagens artísticas banalizadas pela sociedade de consumo. De maneira bem-humorada, lida com as reproduções da Gioconda [Mona Lisa] (1503/1506), de Leonardo da Vinci, e a Fonte (1917), de Marcel Duchamp, como tema artístico. Com a mesma ironia, o artista replica sobre couro de boi imagens da tradição concreta brasileira, na série Construtivismo Rural. Com uma carreira profícua, de obras heterogêneas e de teor crítico e reflexivo, Leirner torna-se, enquanto produtor e educador artístico, uma figura importante para o desenvolvimento da arte moderna no Brasil.

Fonte: Itaú Cultural.

Gustavo Nakle (Montevidéu/UY, 1951)

Escultor. Estudou na Escola de Belas Artes de Montevidéu. Reside em Porto Alegre desde 1970. Criou, em 1974, juntamente com Elizabeth Nunez, Wilson Cavalcante e Maria Tomaselli, o Mercadão da Arte. Após experiências em técnicas como desenho, histórias em quadrinhos e desenho publicitário, retoma à escultura em 1983. Dois anos depois figura no livro Artistas da cerâmica brasileira, de Jacob Klintowitz. Pesquisa materiais como resina, bronze, tinta automotiva, acrílica e cerâmica. Desenvolve um trabalho irreverente, que mereceu comentário de Angel Kalemberg, durante a XIX Bienal Internacional de São Paulo, em 1987, a propósito da obra Juízo, purgatório e paraíso dos farofeiros: Nakle fusiona o homem com o animal, ou o contorna ou superpõe. Zoomorfisa parte do humano; cabeça ou membros. Mas esses monstros expressam as fantasmagorias de seu autor, liberam suas repressões que, de alguma maneira, são as de nossa sociedade; do mesmo modo como os bestiários medievais veiculizavam os medos e os sistemas místico-religiosos daquela época. Realizou individuais em importantes e consagrados espaços no exterior como o Stedelijk Museum, em Amsterdã, Holanda. Em 1989 foi artista convidado da III Bienal de Cuba. Expôs no Uruguai, Argentina e Chile. Vive e trabalha em Porto Alegre. Realizou individuais na Cezar Prestes Arte e Espaço Cultural NET, ambas em Porto Alegre, 1996, sob o título geral de Torre de Babel, com apresentação de Angélica Moraes: Nakle faz refletir sobre os rumos do chamado processo civilizatório. O artista é o demiurgo de uma babel movida por uma ironia humanista, que aponta o ridículo para sonhar o sublime. Possui obras no acervo do Museu Blanes, Montevidéu, Uruguai.

Fonte: Dicionário de Artes Plásticas no Rio Grande do Sul / Renato Rosa e Décio Presser – Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 1997

Maurício Nogueira Lima (Recife/PE, 1930 – Campinas/SP, 1999)

Pintor, arquiteto, desenhista, artista gráfico e professor. Transita entre a pintura e a comunicação visual, construindo trabalhos a partir da abstração geométrica, da experimentação das cores, e das imagens que percorrem os meios de comunicação de massa. Muda-se com a família para São Paulo aos 2 anos. Entre 1947 e 1950, estuda artes plásticas no Instituto de Belas Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre. De volta a São Paulo, em 1951, frequenta cursos de comunicação visual, desenho industrial e propaganda no Instituto de Arte Contemporânea do Museu de Arte de São Paulo, onde conhece os artistas gráficos Alexandre Wollner (1928-2018) e Antônio Maluf (1926-2005), e o pintor polônes Leopold Haar (1910-1954), profissionais com quem desenvolve diversos trabalhos.

A convite do artista italiano Waldemar Cordeiro (1925-1973) integra, em 1953, o Grupo Ruptura e participa de diversas mostras de arte concreta, além de Bienais e Salões Paulista de Arte Moderna. Estuda arquitetura na Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, entre 1953 e 1957. No ano seguinte, é responsável pela criação da logomarca e programação visual da 1ª Feira Internacional da Indústria Têxtil (Fenit), em São Paulo. Em 1960, realiza as primeiras grandes instalações ambientais para indústrias automobilísticas no Salão do Automóvel e é convidado pelo designer suíço Max Bill (1908-1994) a tomar parte na retrospectiva Konkrete Kunst, inaugurada em junho no museu Helmhaus, em Zurique. A partir de 1964, apropria-se de imagens dos meios de comunicação de massa e constrói trabalhos de alto impacto visual e figurativos, com temas como ídolos do cinema, do futebol e da música pop, além de denúncias contra a ditadura militar (1964-1985). Participa da mostra Proposta 65 (1965), organizada por Waldemar Cordeiro na Fundação Armando Alvares Penteado (Faap). Em 1967, integra a mostra Nova Objetividade Brasileira, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ), e assina o manifesto coletivo “Declaração de Princípios Básicos da Nova Vanguarda”. Retoma a abstração geométrica como tema artístico em 1973, porém com maior liberdade formal.

O artista explora em suas pinturas a oposição entre pequenas áreas de luz e de cor e amplas extensões cromáticas. Como aponta o artista plástico Claudio Tozzi (1944), as obras de Maurício Nogueira Lima são projetadas com base em uma geometria sensível e executadas em gestos leves, revelando um trabalho intimista e reflexivo. Maurício Nogueira Lima tem variada atuação no campo das artes visuais. Suas composições expandem os limites da abstração geométrica e ilustram, entre outros temas, o momento histórico e os ídolos populares dos meios de comunicação de massa de sua época.

Fonte: Itaú Cultural.

Tuneu, Antonio Carlos Rodrigues. (08.01.1948, São Paulo, SP)Desenhista, Gravador, Pintor, professor de artes plásticas entre 1960 e 1966, estuda com Tarsila do Amaral e recebe influência de Wesley Duke Lee. Em 1966, realiza a primeira mostra individual no João Sebastião Bar, em São Paulo. Entre as exposições de que participa, destacam-se: Salão de Arte Contemporânea de Campinas, várias edições entre 1966 e 1974 (Prêmio Viagem à Europa, 1970 e Prêmio Aquisição, 1974); XVI e XVII Salão Paulista de Arte Moderna, São Paulo, 1967/1968; Bienal Internacional de São Paulo, várias edições entre 1967 e 1975 (Prêmio Aquisição Itamarati , 1971 e 1975); Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP, São Paulo, várias edições entre 1971 e 1989; III e VI Salão Paulista de Arte Contemporânea, no Masp, São Paulo, 1971/1975; Arte na Rua 2, São Paulo, 1984; OFF Bienal, no MuBE, São Paulo, 1996.

Lia Menna Barreto (Rio de Janeiro/RJ, 1959)

Artista plástica. Entre 1975 e 1978, cursa artes e desenho no Ateliê Livre da Prefeitura de Porto Alegre. Estuda pintura com Luiz Paulo Baravelli e desenho com Rubens Gerchman, em 1984. No ano seguinte forma-se bacharel em desenho pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e realiza exposição individual no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs), em Porto Alegre. Participa do 10º Salão Nacional de Artes Plásticas, em 1988, na Fundação Nacional de Arte (Funarte), no Rio de Janeiro, no qual é contemplada com o prêmio aquisição. Entre 1993 e 1994, vive em São Francisco, nos Estados Unidos, e estuda na Stanford University com bolsa concedida pelo programa International Fellowship in the Visual Arts, da America Arts Alliance. Em 1997, expõe trabalhos na 6ª Bienal de Havana, na Bienal de Los Angeles e na 1ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, em Porto Alegre, da qual volta a participar, em 2003, em sua 4ª edição.

Fonte: Itaú Cultural.

Nara Amélia Melo da Silva (Três Passos/RS, 1982)

Gravadora. Atualmente reside em Porto Alegre/RS. Doutora em Poéticas Visuais do PPGAVI/UFRSG; Mestre em Artes Visuais pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Universidade Federal de Santa Maria; Bacharel em Desenho e Plástica pela mesma Instituição. Tem experiência como Professora do Curso de Graduação em Artes Visuais da Universidade Federal de Santa Maria, onde ministrou as disciplinas de Gravura em Metal, Litografia, Xilogravura e Geometria Descritiva. Professora de Gravura em Metal na Universidade Comunitária da Região de Chapecó, UNOCHAPECO, Brasil.

Fonte: Pinacoteca Barão de Santo Ângelo.

Glaé Eva Macalós (Soledade/RS, em 1941)

Graduada em Artes (escultura) pela UFRGS, em 1966. Licenciada em Desenho pela UFRGS, em 1969. Bacharel em Arquitetura e Urbanismo, pela FALPA, em 1980. Cursou Gravura em Metal com Wilson Cavalcante, de 1992 à 1994; Litografia no Atelier Livre com Danúbio Gonçalves, de 1986 à 1996. Premiada em vários eventos, recebeu medalha de ouro no Salão de Artes de Novo Hamburgo(1995); 2º lugar em Gravura no Salão Fundarte de Desenho e Gravura de Montenegro; Prêmio Aquisição de Gravura no 5º CONARTE; menção honrosa em Gravura, no 5º Salão de Artes Plásticas em Avaré, SP.

Fonte: Pinacoteca Barão de Santo Ângelo.

Gastão Formenti (Guaratinguetá, São Paulo, 1894 – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1974)

Pintor, desenhista, mosaicista, vitralista, cantor e intérprete. Inicia a formação artística estudando desenho e pintura com Pietro Strina (1874-1927), em São Paulo, por volta de 1910. Muda-se com a família para o Rio de Janeiro, onde trabalha no ateliê de seu pai, o artista italiano César Alexandre Formenti (1874-1944), contribuindo na execução de mosaicos e vitrais. Entre os trabalhos realizados com pai, está o piso do Palácio Tiradentes, no Rio de Janeiro. Em 1913, participa pela primeira vez da Exposição Geral de Belas Artes, organizada pela Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, recebendo menção honrosa. Em edições posteriores da exposição, é premiado com medalha de bronze em 1921 e medalha de prata em 1924. Participa, também, de edições do Salão Paulista de Belas Artes, obtendo a medalha de prata na edição de 1940. Torna-se cantor popular em 1916, gravando mais de 400 músicas. Em 1970, faz uma gravação com sua história de vida para o Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS/SP), integrando o projeto “Depoimentos para a Posteridade”. Possui obras no acervo do Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro.

Fonte: Itaú Cultural.

Flávio Scholles (São José do Herval/RS, 1950)

Pintor. Bacharel em Artes Plásticas pelo instituto de Artes da UFRGS. Também frequentou a PUC, em Campinas, São Paulo. O tema central de sua pintura é a colonização alemã, no que tem sido particularmente feliz. É autor do monumento ao sapateiro, em Novo Hamburgo, e de maquetes polêmicas como a que abordava “o sapato como alimento”. Realizou mosaicos e painéis para igrejas como Vila Scharlau, São Leopoldo, 1979, Três Cachoeiras, 1980, e Terra de Areia, Osório, 1981, rodas no Rio Grande do Sul.

Expôs individualmente na Galeria da Casa de Cultura Mário Quintana , Porto Alegre, 1994. Em 1995 realiza diversas individuais: Kunstgallerie St. Wendeler Volksbank e G. St. Wendeler, Saarland, Alemanha, Modernidade, Novo Hamburgo, Bublitz Decaedro, Porto Alegre e Espaço da Arte, Passo Fundo, apresentado por Armindo Trevisan, que afirma: “ele produz metáforas da realidade socioeconômica de sua terra, embora nunca se deixe aprisionar por esquemas prefixados”. Vive e trabalha em Dois Irmãos/RS, assumida e orgulhosamente próximo a suas raízes.

Fonte: Dicionário de Artes Plásticas no Rio Grande do Sul.

Fernando Pascual Odriozola (Oviedo/Espanha 1921 – São Paulo/SP, 1986)

Pintor, desenhista, gravador. Começa a pintar em 1936. Vem para o Brasil em 1953, e fixa residência em São Paulo. No ano seguinte, realiza sua primeira exposição individual, na Galeria Portinari. O Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP) dedica-lhe outra individual, em 1955. Na década de 1960, leciona no Instituto de Arte Contemporânea da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e colabora como ilustrador nos jornais O Estado de S. Paulo e Diário de S. Paulo, e na revista Habitat. Em 1964, integra, com Wesley Duke Lee (1931 – 2010), Yo Yoshitome (1925) e Bin Kondo (1937), o Grupo Austral, ligado ao movimento internacional Phases. Na 8ª Bienal Internacional de São Paulo, de 1965, recebe o prêmio de melhor desenhista nacional, que lhe proporciona uma sala especial na edição seguinte do evento. No ano de seu falecimento, 1986, o Centro Cultural São Paulo (CCSP) realiza uma exposição retrospectiva póstuma em sua homenagem.

Fonte: Itaú Cultural.

Fernando Martins (Rio Tinto/Portugal, 1911 – Teresópolis/RJ, 1965)

Pintor, desenhista, caricaturista, modelador e jornalista. Emigra com a família para o Brasil em 1921, fixando residência no Rio de Janeiro. Nessa cidade, sete anos depois, estuda no Liceu Literário Português, onde começa a interessar-se por desenho. Nos anos seguintes, aprende modelagem com Modestino Kanto(1889-1967) no Liceu de Artes e Ofícios, inicia-se em pintura com Armando Vianna (1897-1992) e integra o Núcleo Bernardelli. Realiza, em 1949, cinco painéis decorativos para o Palácio da Reta, em Teresópolis, onde funda a Academia Cultural e Artística, lecionando desenho e pintura, além de organizar o Salão de Belas Artes local. 

Fonte: Itaú Cultural.

Ettore Federighi  (Muzambinho/MG, 1909 — São Paulo/SP, 1978)

Pintor. Filho de Menotti Federighi e Virginia Forsato, viveu por muito tempo em Minas Gerais. Federighi sempre teve a preocupação de retratar sua cidade no interior de Minas Gerais, onde, ainda quando criança, criou sua primeira obra.

Federighi sempre teve a preocupação de retratar sua cidade no interior de Minas Gerais, onde, ainda quando criança, criou sua primeira obra. Nela foi retratada uma paisagem exuberante, do alpendre de uma casa qualquer, pertencente à sua cidade. Desse modo, o pequeno pintor frequentemente retornava ao local do avistamento para refrescar sua memória e, assim, conseguir finalizar sua primeira arte. Após o término desta, Ettore Federighi se preocupa com a moldura, pintando-a com cordão e pregos, para que fosse passado o efeito pretendido pelo pintor. Efeito esse que consistia na impressão de que a obra estivesse inclinada, para qualquer um que a visse.

Adquirindo gosto pela arte, passa a decorar diversos cômodos e paredes de sua casa, aperfeiçoando suas habilidades conforme o tempo. Porém, foi apenas após realizar uma pintura retratando o rosto do menino Jesus que recebeu seu primeiro reconhecimento, sendo chamado para trabalhar em um circo, na cidade em que morava. Com o decorrer do tempo foi convidado, por esse mesmo circo, a fazer uma viagem à Europa, mas que recusou por motivos ainda desconhecidos.

Sobre seu estilo, é possível dizer que prezava muito pelas proporções, apreciando técnicas de quadricular o papel e estabelecendo simetrias, como que se estivesse ampliando uma fotografia. Esse conjunto de características foi o que o destacou dos demais artistas, trazendo originalidade e diferença à sua obra. Dentre seus gostos, apreciava retratar prédios, placas, painéis, letreiros, sendo assim convidado para decorar a Igreja de Paraisópolis em Minas Gerais, quando tinha apenas 15 anos de idade.

Dentre suas habilidades não diretamente relacionadas com a pintura, tocava violão, piano, flauta, gaita, clarineta, entre outros, apenas de ouvido. Também era próximo do ofício de plasmar máscaras em barro e gesso, as quais pintava e vendia no carnaval, como forma de expressar seu talento eclético.

Como se não bastasse, ainda lecionou pintura por diversos anos na capital de São Paulo, onde deixou inúmeros alunos da alta sociedade paulista.

Fonte: Wiki Art.

Paloma Picasso (Vallauris/França, 1949) 

Ela é uma designer de moda e joias de sucesso, ganhando notoriedade por seus designs para a Tiffany & Co. de Nova York. Paloma começou sua carreira como figurinista em Paris em 1968. Usando strass comprados em mercados locais, Paloma criou seus próprios designs de joias originais que chamaram a atenção da crítica. Após esse sucesso, Paloma frequentou uma escola formal de design para fabricação de joias. Ela começou a mostrar seus designs ao amigo, o estilista Yves Saint Laurent, que imediatamente encomendou seu trabalho. Em 1971, ela estava trabalhando para a Zolotas, uma empresa de joias grega.

Com Pablo Picasso como pai e Francoise Gilot, uma talentosa artista, como mãe, Paloma foi cercada por pessoas criativas durante toda a sua vida. À medida que ela se estabeleceu na cena artística, ela fez amizade com muitos outros artistas, designers e socialites. Ela era uma amiga muito próxima de Yves Saint Laurent e foi uma musa para ele e para o artista Andy Warhol. Paloma era frequentemente vista em festas de fábrica e podia ser encontrada na cidade com Warhol e sua comitiva. 

Fonte: Masterworks Fine Art Gallery.

Rodolfo Amoedo (Salvador11 de dezembro de 1857 — Rio de Janeiro31 de maio de 1941) foi um pintordesenhistaprofessor e decorador brasileiro. Era professor na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro e foi considerado um ótimo conhecedor das técnicas artísticas. Ao começar a lecionar, sempre dava grande importância ao método de aprendizado no momento que ensinava seus alunos. Acreditava que o mais significativo não era criar especialistas e sua maior pretensão era que todos aqueles que passassem por suas mãos se tornassem grandes entendedores de arte.[1]

Tinha uma personalidade forte, a ponto de se envolver em diversas brigas. Visto por muitos críticos como um dos pintores que inovou o conceito do que era pintura durante o fim do Brasil Imperial, foi denominado com o atualizador das obras acadêmicas do final do século XIX e começo do século XX.[2] Ao morrer, suas pinturas foram doadas para o Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), no Rio de Janeiro.[3]

Paul Gustave Doré (Estrasburgo/FR, 1832—Paris/FR, 1883)

Pintor, desenhista e o mais produtivo e bem-sucedido ilustrador francês de livros de meados do século XIX. Aos treze anos já desenhava as suas primeiras litogravuras e aos catorze publicou seu primeiro álbum, intitulado “Les travaux d’Hercule” (“Os Trabalhos de Hércules”). Seus desenhos eram esboçados em madeira para depois serem concluídos em papel.

Com aproximadamente 25 anos, começou a trabalhar nas ilustrações de O Inferno de Dante. Em 1868, Doré terminou as ilustrações de O Purgatório e de O Paraíso, e publicou uma segunda parte incluindo todas as ilustrações de A Divina Comédia.

Seguiu sua carreira de ilustrador sempre preenchendo as páginas dos livros: Contos jocosos, de Honoré de Balzac; Dom Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes; O Paraíso Perdido, de Milton; Gargântua e Pantagruel, de Rabelais; O Corvo, de Edgar Allan Poe; a Bíblia; A Balada do Velho Marinheiro, de Samuel Taylor Coleridge; contos de fadas de Charles Perrault, como Chapeuzinho Vermelho, O Gato de Botas, A Bela Adormecida e Cinderela, entre outras obras–primas. Ilustrou também alguns trabalhos do poeta inglês Lorde Byron, como As Trevas e Manfredo.

Além da prodigiosa capacidade de desenhar e recriar a forma humana e a fantasia criada pelos autores, Doré teve uma vida próspera e de reconhecimento e fama. Teve romances com as mulheres mais famosas do século XIX como a atriz Sarah Bernhardt e a cantora de opera Adelina Patti. Quando morre em 1883 Doré deixou incompletas as ilustrações para uma obra de Shakespeare.

Fonte: Biblioteca PUCRS.

Adelson Filadelfo do Prado (Vitória da Conquista/BA, 1944)

Pintor e desenhista. Autodidata, começa a desenhar aos treze anos, copiando imagens religiosas e igrejas da sua cidade. Realiza, em 1960, a 1ª Convenção dos Artistas Locais e inaugura o painel da Biblioteca Pública Monteiro Lobato, em Vitória da Conquista. Em 1977, inaugura o painel do Salão Nobre da Tribuna de Honra do Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. Adelson Prado explora a brasilidade não-folclórica com suas Madonas, imagens de São Francisco, casarios e santos barrocos em explosões coloridas e de alta densidade cromática. Isso o levou a ficar conhecido como “o artista das cores”. A originalidade das obras foi reconhecida por Jorge Amado ainda no começo da carreira de Prado, quando, em 1962, problemas financeiros o levaram a trabalhar na cozinha do Grande Hotel de Salvador, onde escritor costumava se reunir com outros artistas. Suas referências passam por Raimundo de Oliveira, Djanira e Di Cavalcanti.

Fonte: Itaú Cultural.

Gonçalo Ivo (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1958)

Artista plástico, arquiteto. Sua obra se articula sobre três elementos fundamentais: a geometria, a cor e o processo de criação. É considerado um dos maiores coloristas brasileiros da arte contemporânea, um “alquimista das cores”.

Filho do jornalista e poeta Lêdo Ivo (1924-2012) e da professora Maria Leda Sarmento de Medeiros Ivo (1923-2004), é influenciado pela circulação dos pais em ambientes culturais. Além de conhecer escritores, frequenta desde criança ateliês de artistas plásticos, como Iberê Camargo (1914-1994). Pinta desde os sete anos de idade. Adolescente, matricula-se em aulas de pintura e de desenho no Museu de Arte Moderna no Rio de Janeiro (Mam Rio). As aulas são ministradas pelos artistas Aluísio Carvão (1920-2001) e Campos Mello (1932), que lhe apresentam o que há de mais notável na produção corrente nas artes visuais.

A trajetória do artista se inicia na passagem dos anos 1970 para 1980. Em 1983, forma-se em arquitetura e urbanismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e, durante a década de 1980, trabalha como ilustrador e designer gráfico para editoras em São Paulo e no Rio de Janeiro. Participa de mostras coletivas e salões de artes, e integra, em julho de 1984, a exposição Como Vai Você, Geração 80?, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, com outros 123 artistas. Apesar de ser contemporâneo da chamada “Geração 80”, declara não se sentir integrante do grupo de jovens pintores cariocas. Nessa época, sua pintura figurativa destoa do interesse de seus colegas dedicados à abstração.

Em 1986, leciona pintura na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) como professor visitante. Estabelece ateliê no bairro de Santa Teresa e também em Teresópolis, região serrana do Rio de Janeiro. Em suas primeiras pinturas, já se observa a influência de artistas como Alfredo Volpi (1896-1988), Iberê Camargo e Lygia Clark (1920-1988), com os quais tem contato a partir da coleção de arte do pai. A geometria presente na obra desses artistas e a formação em arquitetura e urbanismo marcam a produção do pintor. Elementos de composição como superfícies, fachadas, azulejaria e paisagem são incorporados em suas pinturas. Na poética de suas obras, a geometria se organiza de modo impreciso, como uma “arquitetura da favela”, na qual os elementos compositivos não apontam para um centro, mas se encontram distribuídos, como em paisagens. Essa configuração pode ser observada nas obras Pintura africana e Arcada, ambas de 1989.

As pinturas de Gonçalo Ivo traduzem suas referências e interesses, desde os mestres do passado até as paisagens vernaculares, em uma contundente observação do mundo real. O modo singular com que articula cor e forma faz dele um dos artistas mais importantes da pintura contemporânea no Brasil.

Fonte: Itaú Cultural.

Nascida em Saint-Hubert, França, a artista plástica naturalizada brasileira Yvonne Visconti Cavalleiro (1901-1965) frequentou a Escola Politécnica do Rio de Janeiro de 1935 a 1937, onde se especializou em arte decorativa. Começou a pintar com o pai, Eliseu Visconti, e foi aluna de André Lhote. Executou painéis no palácio do antigo Conselho Municipal do Rio de Janeiro e, com seu marido, Henrique Cavalleiro, executou painéis da creche IPASE, também na capital fluminense. Participou do Salão Nacional de Belas Artes de 1924 a 1960, e suas obras fizeram parte de diversas exposições póstumas em salões, galerias e museus. Algumas de suas produções estão no acervo do Museu de Arte do Rio de Janeiro.

Myrrha Dagmar Dub (Zurique/Suíça, 1919 – São Paulo/SP, 1988)

Desenhista, pintora, escultora. Muda-se para Milão, Itália, na década de 1930, onde estuda arte e filosofia. Abandona os estudos durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Estabelece-se em Roma em 1946, e, em 1949, obtém permissão para mudar-se para o Brasil. Fixa residência em Porto Alegre, onde trabalha com design gráfico, faz pintura, escultura de cerâmica, poemas e restauro de imagens barrocas, assinando com seu nome de casada Mirra Hargesheimer. Sua participação na 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951, permite contato com experiências internacionais e a inserção na cena nacional. Dois anos depois muda-se para São Paulo e adota o sobrenome Schendel.

Na década de 1960 realiza desenhos em papel de arroz. Em 1966, cria a série Droguinhas, elaborada com papel de arroz retorcido e trançado, que é apresentada em Londres, na Galeria Signals, por indicação do crítico de arte Guy Brett (1942). Nesse ano, passa por Milão, Veneza, Lisboa e Sttutgart. Conhece o filósofo e semiólogo Max Bense (1910 – 1990), que contribui para a realização de sua exposição em Nurembergue, Alemanha, e é autor do texto do catálogo. Em 1968 começa a produzir obras utilizando o acrílico, como Objetos Gráficos e Toquinhos. Entre 1970 e 1971, realiza um conjunto de 150 cadernos, desdobrados em várias séries.

Na década de 1980, produz as têmperas brancas e negras, os Sarrafos e inicia uma série de quadros com pó de tijolo. Após sua morte, muitas exposições apresentam sua obra dentro e fora do Brasil e, em 1994, a 22ª Bienal Internacional de São Paulo lhe dedica uma sala especial. Em 1997, o marchand Paulo Figueiredo doa grande número de obras da artista ao Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP).

Fonte: Itaú Cultural.

Vittorio Brecheret (Farnese, Itália, 1894 – São Paulo, Brasil, 1955). Escultor. O artista é um dos precursores do movimento modernista brasileiro nas artes. Sua obra é marcada pela busca incessante de diferentes técnicas da escultura, do mármore à terracota, e de temas relevantes da cultura nacional.

Inicia sua formação artística em 1912, no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo (Laosp), onde estuda desenho, modelagem e entalhe em madeira. Em 1913, viaja para Roma e torna-se discípulo de Arturo Dazzi (1881-1966), escultor italiano que se destaca pelo gosto por figuras monumentais elaboradas com grande síntese formal. Em Roma, estuda atentamente as obras de Auguste Rodin (1840-1917), considerado o precursor da escultura moderna, e se aproxima de seu naturalismo. Conhece também o escultor croata Ivan Mestrovic (1883-1962), cuja linguagem dramática e heroica fascina Brecheret e o influencia. Ainda na Itália, participa de algumas mostras coletivas e recebe destaques da crítica.

Quando retorna a São Paulo, em 1919, já é um escultor com amplo domínio técnico. Improvisa um ateliê em espaço cedido pelo engenheiro Ramos de Azevedo (1851-1928) no Palácio das Indústrias. É descoberto por modernistas como Di Cavalcanti (1897-1976), Mário de Andrade (1893-1945) e Oswald de Andrade (1890-1954), que passam a divulgar sua obra. 

São de 1919 as esculturas Ídolo e Eva, que apresentam um tratamento naturalista da anatomia e uma contida dramaticidade, expressa por meio de torções do corpo e de volumes trabalhados em luz e sombras acentuadas. Mário de Andrade denomina esse período da obra de Brecheret (em oposição à época posterior, em Paris) de fase de sombras, na qual estas sempre se valorizam mais do que a luz. Em 1920 o escultor realiza a maquete para o Monumento às Bandeiras, no qual evoca a saga dos bandeirantes na conquista de novas terras. No ano seguinte, recebe bolsa de estudo do Pensionato Artístico do Estado de São Paulo e viaja para Paris. 

Embora ausente, participa da Semana de Arte Moderna de 1922 com 12 esculturas de diferentes dimensões e materiais. Entre as peças está a famosa Cabeça de Cristo (nº 7), mais conhecida como Cristo de Trancinhas, obra em bronze polido de uma cabeça com expressão funérea e a boca semiaberta, emoldurada por duas tranças. De acordo com Daisy Peccinini, a escultura, que pertence a Mário de Andrade, causa polêmica na época e inspira este autor na escrita de Paulicéia Desvairada (1922).

Em Paris, Brecheret busca fundir três fontes de maneira pessoal: a ênfase ao volume geométrico da escultura cubista, o tratamento sintético da forma dado pelo escultor romeno Constantin Brancusi (1876-1957) e a estilização elegante do art déco. A convergência dessas matrizes pode ser percebida em Tocadora de Guitarra (1923). Nessa fase, o escultor reduz a dramaticidade vista em suas obras anteriores, produzindo formas simplificadas e de forte cunho ornamental. 

A escultura Mise au Tombeau [O Sepultamento], de 1923 – no Cemitério da Consolação, em São Paulo – é uma das obras de maior destaque de seu período francês. Organizada em formas lineares, tem uma suavidade melódica, e o tema é tratado com muita simplificação formal, evocando um clima de grande serenidade.

Em 1936, depois de tantos anos alternando sua estada entre França e Brasil, Victor Brecheret fixa-se em São Paulo, onde recebe encomendas de esculturas públicas e também de trabalhos com temas religiosos. Retoma o projeto do Monumento às Bandeiras, concluído apenas em 1953. A obra se destaca pelas figuras elaboradas com grande síntese formal, pela preocupação com os volumes e pela simplificação dos detalhes e linhas estilizadas. O monumento consegue resumir o apelo narrativo e alegórico do tema: em sua composição convergem uma forte marcação horizontal e um movimento de arrasto que culmina na figura da Glória, que enfeixa heroicamente todo o grupo escultórico. O tratamento da superfície é mais áspero, se comparado ao de obras anteriores, enfatizando a matéria. 

A partir da década de 1940, o artista se aproxima dos temas ligados à cultura indígena, em esculturas realizadas em bronze ou terracota. Nessa fase, em que alcança o ponto alto de sua carreira, também trabalha com pedras de formas circulares, nas quais interfere realizando suaves incisões, como nas obras Luta da Onça ou Índia e o Peixe (1947/1948). Nestas, evoca o caráter sagrado ou mágico das pedras e retoma, assim, de maneira muito pessoal, formas e arquétipos indígenas, ainda que se aproxime da escultura do inglês Henry Moore (1898-1986) e do alemão Hans Arp (1886-1966). Em trabalhos como Luta dos Índios Kalapalos (1951) produz formas nas quais dialoga com a abstração. Em Índio e Suassuapara (1951), o artista parte de dois volumes que se aglutinam e trabalha superfícies vazias ou cheias, nas quais se inserem incisões. 

Variando entre a intensa dramaticidade de corpos e rostos e a simplicidade das formas, Victor Brecheret contribui para a constituição de uma arte autenticamente brasileira, ainda que com influências externas importantes. Sua obra vasta e diversificada tecnicamente revela uma história nacional, cuja identidade poética se traduz em um caráter de síntese formal e requintada simplicidade.

Fonte: Itaú Cultural.

Acesso: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa1634/victor-brecheret

Regina Scalzilli Silveira (Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 1939)

Artista multimídia, gravadora, pintora e professora. Com diferentes linguagens, sua obra explora temas que passam pela composição da imagem, pela reinvenção da representação, pelo poder e pela política. Gradua-se, em 1959, em pintura no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IA/UFRGS), onde é aluna dos pintores Aldo Locatelli (1915-1962) e Ado Malagoli (1906-1994). No início dos anos 1960, tem aulas de gravura com o austríaco Francisco Stockinger (1919-2009) e com Marcelo Grassmann (1925-2013), no Ateliê Livre da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

Tem aulas de pintura com Iberê Camargo (1914-1994), artista que exerce forte influência na poética de Silveira. Com ele, absorve a maneira de encarar a técnica como um meio e não um fim, e aprende a duvidar dos códigos de representação preestabelecidos e cristalizados. No fim da década de 1960 e começo de 1970, produz esculturas e serigrafias ainda de forte tradição geométrico-construtiva. Inicia trabalhos com malhas geométricas e perspectivas, como Labirintos (1971). Na série de serigrafias Middle Class & Co (1971-1972), trata da questão da dilaceração do indivíduo na sociedade contemporânea, intervindo sobre fotografias com recortes, diagramações e reticulações. A apropriação de imagens fotográficas torna-se constante na obra da artista, que lhe acrescenta uma dimensão semântica.

Em 1967, estuda na Faculdade de Filosofia e Letras de Madri como bolsista do Instituto de Cultura Hispânica. Em 1969, é convidada a ministrar cursos na Faculdade de Artes e Ciências da Universidade de Porto Rico. Em 1973, volta ao Brasil e coordena o setor de gravura da Faculdade de Artes Plásticas da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), onde permanece até 1985.

Em 1974, passa a lecionar na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Na mesma instituição, defende dissertação de mestrado em 1980 e obtém o título de doutora em 1984. Como docente, tem importante papel na formação de vários artistas das novas gerações, como Ana Maria Tavares (1958), Rafael França (1957-1991), Mônica Nador (1955) e Iran do Espírito Santo (1963). 

Em 1981 e 1983, participa como artista convidada da Bienal de São Paulo. Nessa década, começa a explorar questões relativas à representação visual. Na série Anamorfas (1980), interessa-se pela subversão dos sistemas de perspectiva. Fotografias de objetos cotidianos são redesenhadas com o intuito de obter compressões, dilatações e dobras.

No fim dos anos 1980, inclui discussões políticas em suas obras, como a abordagem do papel social da mulher em Carrinho de Chá (1986) e as reflexões sobre o poder em Monudentro (1987). A vertente social segue na produção da década seguinte, sobretudo em Encuentro (1991) e The Saint’s Paradox (1994).

De 1991 a 1994, vive em Nova York, com bolsas de estudo concedidas pela John Simon Guggenheim Foundation (1991), pela Pollock-Krasner Foundation (1993) e pela Fulbright Foundation (1994). Em 1995, recebe bolsa de artista residente da Civitella Ranieri Foundation e, em 1998, é novamente artista convidada da Bienal de São Paulo. 

Ainda nos anos 1990, começa a intervir no espaço com a aplicação de silhuetas sombreadas, em tinta ou látex, sobre paredes ou pisos. Algumas obras apresentam ampla relação com a arquitetura, como Vértice (1994) ou Escada Inexplicável II (1999), nas quais oferece ao espectador a ilusão de profundidade.

Regina Silveira tem um importante papel na formação de artistas contemporâneos e um trabalho que perpassa várias linguagens das artes visuais e explora questões próprias da representação imagética e temas sociais e políticos.

Fonte: Itaú Cultural.

Geoff Rees (Nelson/Canadá, 1930)

Formou-se na Escola de Arte de Vancouver. Lecionou na Emily Carr Universidade de Arte e Design. Se tornou uma figura icônica na comunidade de pintura de Vancouver, tendo recebido diversos prêmios de arte no Canadá e Internacionalmente. Se tornou professor da antiga  Escola de Arte de Vancouver durante 35 anos, onde havia também sido estudante. Durante seu tempo como professor seu trabalho teve grande impacto nos seus alunos e colegas. Seus trabalhos foram apresentados e representados pela Galeria Mowat Buschlen. Suas obras expressam sua linguagem pessoal. Rees cria o espaço e presença em suas ousadas pinturas abstratas. Procura através da pintura transmitir a exuberância do gesto, que para o artista, só se consegue através da disciplina magistral. O artista tem profunda afeição pelo desenho fascínio pela caligrafia. Seus trabalhos possuem influencia da escrita japonesa, que foi estudada pelo artista com muito interesse por sua particularidade. Realizou exposição de desenhos na Inglaterra e na Déc. 60, passa o ano viajando pelo mundo, cuja experiência incorpora ao seu trabalho. Vive e trabalha no Canadá.

Fonte: Catálogo das Artes.

Flávio Shiró Tanaka (Sapporo/Japão, 1928)

Pintor, gravador, desenhista, cenógrafo. É considerado um dos principais nomes da pintura moderna no Brasil. Suas obras abordam contradições inerentes à arte contemporânea, como abstração e representação, objetividade e subjetividade. Chega ao Brasil, em 1932, aos 4 anos de idade, e se instala com a família numa colônia japonesa em Tomé-Açu, no Pará. Muda-se para São Paulo, em 1940, e passa a estudar na Escola Profissional Getúlio Vargas, onde conhece Octávio Araújo, Marcelo Grassmann e Luiz Sacilotto. Autodidata, começa a pintar em 1942, retratando inicialmente as paisagens da pacata São Paulo da época. Por volta de 1943, tem contato com Alfredo Volpi e Francisco Rebolo, integrantes do Grupo Santa Helena, e, em 1947, integra o Grupo Seibi. No ano seguinte, passa a trabalhar na molduraria do pintor japonês Tadashi Kaminagai, no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro.

Sua estadia na cidade carioca lhe rende bons frutos. Nas horas vagas do trabalho na molduraria, o artista pinta as paisagens do Rio de Janeiro. Em 1950, realiza sua primeira exposição individual, no diretório acadêmico da Escola Nacional de Belas Artes (Enba), em que apresenta cerca de 14 telas. Um ano antes, em 1949, ganha a medalha de bronze no 55º Salão Nacional de Belas Artes, mas é o único premiado, pois não são atribuídas medalhas de ouro e prata. Com bolsa de estudo, viaja a Paris, em 1953, onde fixa residência, alternando estadias a cada seis meses entre Paris e Rio de Janeiro.

A partir da década de 1990, as fantasmagorias presentes até então deixam de aparecer em suas telas, que recebem nova chave cromática e já não trazem a relação entre pincelada e desenho tão marcada. Em 1990, é publicado o livro Flávio-Shiró, pela editora Salamandra. A exposição Trajetória: 50 Anos de Pintura de Flavio-Shiró é apresentada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (Mam Rio) e no Hara Museum of Contemporary Art, em Tóquio, em 1993, e no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), em 1994. Nos anos seguintes, continua suas experimentações artísticas, entre elas, o trabalho com a xilogravura.

Em 2008, por ocasião dos 80 anos do artista, o Instituto Tomie Ohtake promove a retrospectiva Flavio-Shiró, Pintor de Três Mundos: 65 Anos de Trajetória, com 250 obras selecionadas pelo curador Paulo Herkenhoff (1949).O curador atribui a Shiró o título de pintor transcultural, não só porque suas telas carregam as influências dos três mundos vivenciados pelo artista (o Oriente, a América e a Europa), mas também porque ele aborda temas caros à agenda internacional, como a guerra e os desastres ambientais, desde a década de 1970. Flavio-Shiró é um grande pintor, em constante busca por renovar seu fazer artístico. As figuras de suas obras tocam o real, porém preservando as dimensões do sonho e da fantasia, constituintes da vida. É, sem dúvida, um dos grandes nomes da pintura brasileira.

Fonte: Itaú Cultural.

Fernando de Szyszlo Valdelomar (Lima/Peru, 1925 – San Isidoro/Peru, 2017)

Renomado artista peruano, conhecido principalmente por seu trabalho em pintura e escultura. Ele é um dos mais destacados artistas de vanguarda no Peru e uma figura chave no desenvolvimento da arte abstrata na América Latina.

Após frustrada tentativa de estudar na Escola de Arquitetura, em 1944 ingressou na Escola de Artes Plásticas da Universidade Católica de Lima, onde teve como professor o pintor expressionista austríaco Adolf Winternitz. Dois anos depois, ele deixou a escola e seguiu um curso autodidata focado principalmente na arte artística internacional de vanguarda e pré-colombiana. Em 1947 ele fez sua primeira exposição, de clara influência cubista. Pouco depois, foi a marca surrealista que deixou sua marca em sua produção. Na década de 1950, expôs em várias ocasiões em seu país natal e também nos Estados Unidos e na Europa, a atividade foi aumentada na década seguinte, quando ele fez séries como Apu Inca Atawallpaman (1963) e Paisagem (1969). Entre 1970 e 1980, conduzido nova série pictórica dentro de um expressionis e tendência resumo de forte cromatismo, com exemplos como Interior (1972), Waman Wasi (1975) e Anabase (1982), o que reflecte a este a sua experimentação contínua espaços abertos, onde ele joga com luz, reflexões e profundidade.

Fonte: Museu de Arte do Espírito Santo.

Daniel Senise (Rio de Janeiro/RJ, 1955)

Pintor e gravador brasileiro, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Formou-se em Engenharia Civil em 1980 pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e estudou Arte na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV) de 1981 a 1983. Entre 1985 e 1996, lecionou pintura na EAV. Daniel Senise é um dos representantes da chamada Geração 80, marcada pelo processo de retomada da pintura no Brasil. Desde o final da década de 1990, sua prática artística consiste no que pode ser descrito como “construção de imagens”. O processo começa com a impressão de superfícies – como pisos de madeira ou paredes de concreto – sobre tecidos, à maneira de monotipias. Esse material serve de base para suas obras, seja como área a ser trabalhada ou como fragmento a ser colado sobre outra imagem, frequentemente, fotográfica.

No início da carreira, Senise produz obras com paisagens povoadas por formas volumosas, que ocupam a quase totalidade da tela. Esses objetos impõem-se como presenças monumentais, mas são vazios de conotações temáticas. Como observa o crítico Fernando Cocchiarale, a pintura de Senise caracteriza-se pela ambigüidade – o artista revela e oculta, ao mesmo tempo, imagens de objetos que se aproximam daqueles cotidianos, mas não podem ser facilmente identificados. A dramaticidade de suas obras iniciais é determinada pela forma como ele articula as imagens com um tratamento volumétrico vigoroso e uma gama cromática soturna, como ocorre em Coração ou em Sax (ambas de 1985).

A partir da metade da década de 1980, a figura não é mais tão determinante em suas telas e o uso da cor diversifica-se. O artista passa a adicionar registros da impressão de elementos extrínsecos a sua obra. Em muitos trabalhos, prepara a tela com pigmentos e a estende, ainda úmida, sobre o piso do ateliê. Ao ser descolada do chão, ela retém na superfície a marca, como uma impressão, das rugosidades do piso, incorporando também resquícios de telas anteriores. O quadro é então retrabalhado.

Senise produz um repertório de imagens que parecem desgastadas pela ação do tempo. A partir de 1989, o artista passa a adotar, entre outros procedimentos, o uso de pregos de ferro, que deixam nas telas as marcas da oxidação. No quadro São Sebastião (1991), a corda crivada de pregos é empregada como símbolo do santo, trespassado de flechas. Em outras obras, emprega tintas prateadas, industriais, porque evocam uma memória distante e a sensação da imagem fotográfica.

A paisagem e a perspectiva são também temas para o artista, em obras como Altivez na Velocidade (1997), um díptico no qual insere objetos de madeira sobre a tela, que comentam a perspectiva da paisagem, inspirada no quadro A Avenida, Middelharnis, do pintor holandês Hobbema (1638-1709).

As pinturas de Senise estabelecem, portanto, uma relação direta com a história da arte, com o universo das imagens e a maneira como este é percebido. Incorporando à tela a rugosidade do piso, objetos de uso cotidiano, pó de ferro, objetos de chumbo ou tecidos como voile, algumas obras apresentam superfícies densamente trabalhadas enquanto outras possuem camadas de tinta quase etéreas. Para a crítica inglesa Dawn Ades, sua pintura pode ser compreendida em termos de equilíbrio e peso, e de presença e ausência de objetos. Suas imagens abrem-se a um vasto campo de experiências e evocações materiais e poéticas.
Em sua prática atual, destaca o equilíbrio e peso do espaço, em pinturas que retratam a presença e a ausência de objetos cotidianos. Com frequência, suas telas incorporam as texturas do solo, pó de ferro, objetos de chumbo e tecido. Alguns de seus trabalhos apresentam superfícies densamente trabalhadas; outros, camadas muito finas de tinta. Participou de diversas bienais, incluindo as edições de 1985, 1989, 1998 e 2010 da Bienal de São Paulo, a Bienal de Havana em 1986 e a Bienal de Veneza em 1990.

Fonte: Itaú Cultural.

David Manzur Londoño (Caldas/Colômbia, 1929)

Pintor. Seus temas incluem naturezas-mortas, cavaleiros montados e santos.

Começou na arte Boto, uma colônia espanhola na Guiné Equatorial, onde viveu desde a idade de 3 a 17 anos de idade, estudou na Escola de Arte em Palmas Claret, Ilhas Canárias, antes de entrar na Escola de Belas Artes de Bogotá. Ao longo de sua carreira artística, o artista tem mantido um diálogo com os antigos mestres europeus em pinturas que ressoa com a antiga arte ea essência do moderno itu SPIR. O pintor questões abordadas a partir de uma grande variedade, desde os tradicionais etrato r arte e ainda a vida nus e estudos da figura humana vestida.

Cotado como pintores do nosso tempo e nosso país, conhecer a imaginação criativa, desenho preciso, habilidades de observação e habilidades técnicas de David Manzur. Junte-se este tratamento sensível e cor suculenta, que não contornar qualquer faixa ou nuance, e uma herança cultural que não exclui qualquer assunto tão estranho ao seu universo pictórico. O trabalho de David Manzur é definido em si mesmo e levanta suas bandeiras, como se afirmou uma narrativa ou um poema que você siga os passos. Um poema para levar-nos a distinguir entre a sua realidade e os sonhos, entre o que é delírio e o que é revelação. Manzur jogo psicológico, esta aventura entre o concreto eo imaginário, esta dupla percepção dos sentidos nos leva a concluir que eles, os órgãos dos sentidos próprios, de forma independente, tem sua própria capacidade de catálogo registro.

Fonte: Catálogo das Artes.

Carlos Renato Rosa (Porto Alegre/RS, 1952)

Artista plástico, pintor paisagista e professor de pintura em óleo s/ tela.

O artista faz parte do catálogo de artes plásticas do Brasil de 1995. Participa, desde 1986, de exposições regionais, nacionais e internacionais, como Pequim e Shangai. Recebeu diversas premiações – entre elas medalhas de prata e bronze -, menções honrosas, além de medalha de ouro no concurso de imagens de Mario Quintana. Possui obras no Brasil e exterior, e utiliza técnica óleo sobre tela, pincel e espátula.

Fonte: Jornal do Comércio.

Carlos Alberto Fajardo (São Paulo/SP, 1941)

Artista plástico, professor. Destaca-se na pintura e no desenho, suportes utilizados no início da carreira, embora mais tarde se oriente para as questões da escultura e da instalação, especificamente para a discussão da superfície.

Durante a década de 1960, enquanto cursa arquitetura na faculdade Mackenzie, tem aulas de desenho com o artista Wesley Duke Lee. Nesse período, estuda também pintura, história da arte e comunicação visual, gravura em metal e litogravura. Entre 1966 e 1967, ao lado dos artistas Frederico Nasser, Geraldo de Barrose José Resende , funda o grupo Rex e a Rex Gallery, em São Paulo, onde organiza eventos e edita o jornal Rex Time. 

A corrente estética do minimalismo americano dos anos 1960 interessa o artista pela questão construtiva e pelo uso de materiais industriais. Na emblemática obra Neutral (1966), por exemplo, utiliza material industrial e não participa da produção da obra. A peça consiste em um cubo de 40 cm3, produzido em acrílico transparente, contendo outro cubo interno, cujo traçado feito com incisões se encontra deslocado em relação ao cubo maior. Vende-se apenas as instruções para a confecção da obra pelo próprio comprador. Há também necessidade de interação do espectador com a obra, porque o cubo interior só é percebido pelo manuseio dela.

O interesse pelo ensino de artes se inicia com a criação do centro de experimentação artística Escola Brasil (1970-1974) com os artistas Luiz Paulo Baravelli (1942), José Resende e Frederico Nasser. Desde a Escola Brasil, Fajardo estabelece relação entre sua formação em arte e o ensino: considera que a arte é aprendida, não ensinada. Essa concepção nasce no fazer artístico, cujo processo interessa mais do que o objeto final. A prática artística e as questões do ofício retroalimentam o aprendizado do artista, que desenvolve um discurso com base no próprio repertório. Do mesmo modo, o espectador não precisa ter conhecimento prévio de arte, uma vez que as obras devem ser vivenciadas, não entendidas.

O interesse pela superfície como propriedade material aparece também na pintura, técnica explorada até o começo dos anos 1980, como a tela Azul (1977), apresentada em 1981 na XVI Bienal de São Paulo. Já os trabalhos em fórmica são desenvolvidos de 1969 até os anos 1990. Nessas obras, o uso do material industrial carrega a superfície de cor, reorganizada em formas que ainda se relacionam com a figuração, como em República do Líbano (1971).

Durante os anos 1980 e 1990, a atividade pedagógica se expande com aulas em seu ateliê. Em 1987, é premiado pelo Ministério da Cultura com a bolsa Ivan Serpa e, em 1989, com a bolsa Vitae. A partir de 1998, depois de concluir o doutorado em artes com a tese Poéticas visuais, a profundidade e a superfície, torna-se professor no Departamento de Artes Plásticas da Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP), orientando alunos de graduação e pós-graduação.

Está presente em cinco edições da Bienal de São Paulo (1967, 1981, 1987, 2002 e 2010) – e na Bienal de Veneza de 1978 e 1993. Participa também de duas edições do Arte Cidade – a primeira (1994) e a quarta (2002) – e da I Bienal do Mercosul (1997). 

Ao longo das décadas, suas obras passam a ocupar espaço de grandes proporções e, como em Neural, sugerem maior proximidade com o espectador. A instalação montada na XXV Bienal de São Paulo (2002) é um bom exemplo. Ela convida o espectador a entrar em um ambiente de vidro, com 7,5m x 6m de lados e 2,40 m de altura, revestido com uma superfície de metal fino que não permite que as pessoas do lado de dentro vejam o espaço exterior ­– e vice-versa. A entrada é uma espécie de corredor que tangencia a totalidade do espaço. O revestimento também impede a passagem do som. Essas características propiciam ao espectador vivência plena e articulam as relações sobre dentro e fora, propostas pela fisicalidade e pela presença da obra em seu mapeamento do espaço. A organização espacial na instalação também pressupõe relação de troca, em termos de aceitação e oposição, para oferecer a experiência vivida pela e com a obra.

Em 2012, o artista cria a instalação No meio do vão, com piso e cobertura transparentes em um espaço de convivência do Sesc Belezinho. A profundidade em eixo vertical e a luz ambiente possibilitam que a estrutura instalada pelo artista ­– pórticos que seguram espelhos ­­­– multipliquem os reflexos do público, cujas sombras aparecem em todas as faces construídas.

Entre as técnicas que utiliza, o desenho é a que oferece o caminho plástico para o raciocínio visual, a memória do gesto e a relação entre os materiais – o grafite e o papel. O contraste oferecido pelo encontro de materiais distintos perpassa toda a produção artística do artista. Suas obras estão em acervos do Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo, do Parque da Marina, em Porto Alegre, e da Fundação Demócrito Rocha, em Fortaleza. 

Carlos Fajardo se apresenta como um nome importante da arte contemporânea brasileira não apenas no aspecto da produção como também na vertente do ensino.

Fonte: Itaú Cultural.

Elizethe Borghetti (Chapada/RS, 1955 – Porto Alegre/RS, 2020)

Estudou com Danúbio Gonçalves, Renina Katz, Katie Van Sherpenberg, Plínio Bernhardt, Fayga Ostrower, Marco Túlio Resende. Foi aluna e assistente de Iberê Camargo. Possui obras nos acervos do MARGS, Porto Alegre, RS; Fundação Frederico Garcia Lorca, Madrid, Espanha; YAZIGI, São Paulo, SP; coleção APLUB, Porto Alegre, RS; 2007 BACI, Washington, DC. Recebeu o Prêmio Iberê Camargo outorgado pela Câmara Municipal de Porto Alegre, RS, 2006.

Indicada para o Prêmio Açoriano de Artes Plásticas, 2007. Estudou com Danúbio Gonçalves, Fernando Baril, Renina Katz, Katie Van Sherpenberg e Plínio Bernhardt. Frequentou o Atelier Livre da Prefeitura Municipal entre 1973 e 1980, onde estudou entalhe com Anestor Tavares, escultura com Claudio Martins Costa, desenho e litografia com Danúbio Gonçalves, Teoria da Arte e aquarela com Fayga Ostrower. Freqüentou, como aluna e assistente, o atelier de Iberê Camargo e a oficina de Marco Túlio Resende em Belo Horizonte. Realizou workshop de aquarela na Universidade de Belas Artes de Sevilha e Florença.

Fonte: Catálogo das Artes.

 

Helena Kanaan (Bagé/RS, 1961)

Artista Visual com investigações em Pós Gravura e Procedimentos Híbridos na Arte Impressa. Docente Titular do Departamento de Artes Visuais na área Gravura / Arte Impressa do Instituto de Artes/ Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Doutora em Poéticas Visuais pelo PPG Artes Visuais / UFRGS e Universidade Politécnica de Valencia / Espanha. Mestre em Poéticas Visuais pelo PPG Artes Visuais / UFRGS. Especialização pela Scuola d’Arte Grafica Il Bisonte Florença / Italia. Professora no Centro de Artes / UFPel, (1991 / 2013) na linha de Poéticas Visuais, orientando trabalhos de pesquisa (bacharelado, licenciatura, pós-graduação), quando coordenou o projeto de pesquisa e extensão Grupo Gravadores de Rua. Foi membro da Comissão de Consultoria do MALG – Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo e membro na Câmara de Extensão. No CNPq é co-líder do Grupo de Pesquisa Expressões do Múltiplo: Imagens e meios reprodutivos de criação. Na UFRGS foi membro do NAU – Núcleo de Avaliação da Unidade. Coordenou as Galeria de Arte / Pinacoteca Barão de Santo Ângelo IA UFRGS e a Galeria de Arte do CA UFpel. Coordena o Projeto de pesquisa Práticas Críticas da Gravura à Arte Impressa: Processos e procedimentos matriciais, transferências, impregnações e, Grupo de Extensão NAI-Núcleo de Arte Impressa: Produção e Reflexão da Gravura Contemporânea. 2017/Artista residente no Proyecto ACE / Buenos Aires Argentina. 2018 / Summer Workshop no Tamarind Institute UNM / EUA/ Fundacion Sargadelos Cervo España. Membro da ANPAP – Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas.

Fonte: UFPEL.

 

Circe Saldanha (Alegrete/RS, 1930 – 2007)

Graduada em Pintura pelo Instituto de Belas Artes do RS e licenciada em Desenho e Plástica pela Escola de Artes da UFRGS. Frequentou oficinas e cursos de xilogravura e litografia nas instituições da UFRGS, MARGS e no Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre. Onde no Atelier Livre, em 1984, fez parte da fundação do Núcleo de Gravura RS e é criadora do logo do projeto. Participou de várias exposições coletivas no Brasil e no exterior, fez parte da curadoria MARGS e NGRGS, paralela à itinerante nacional da Funarte.

Fonte: Pinacoteca Barão de Santo Ângelo.

Carlos Alberto de Araújo Filho (São Paulo/SP, 1950)

Pintor, desenhista, litógrafo. Inicia em 1963 estudos autodidáticos com o painel Alegoria ao Carnaval. Entre 1971 e 1975 cursa engenharia na Universidade Mackenzie, em São Paulo. Em 1973, é convidado a participar da exposição Imagens do Brasil, em Bruxelas. No ano seguinte, faz a primeira exposição individual, no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), local em que realiza outras exposições. Além da pintura, trabalha outras técnicas, como desenho e litografia. Lança em Paris, em 1989, o livro de litogravuras Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse. Na sua obra observam-se elementos da pintura renascentista. No decorrer de sua carreira, realiza diversas exposições individuais e coletivas, no Brasil e exterior. Em 1980, o painel Anunciação, de sua autoria, é enviado pelo governo brasileiro ao Papa João Paulo II. Em 1984, é premiado pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).

Fonte: Itaú Cultural.

Carlos Alberto Petrucci (Pelotas/RS, 1919 – Porto Alegre/RS, 2012)

Pintor, desenhista e cenógrafo. Referência da arte moderna gaúcha, é reconhecido pelos retratos, pinturas figurativas, abstratas e hiper-realistas.

Autodidata, Petrucci desenha desde a infância. Entre 1935 e 1936, aos quinze anos, inicia estudos de desenho com o pintor Adail Bento Costa, no Instituto de Belas Artes de Pelotas. Nesta época, já copiava artistas de cinema e quadros de outros pintores publicados em revistas, prática que o acompanha ao longo de sua trajetória. Muda-se para Porto Alegre em 1938, onde ingressa em uma empresa de cartazes de rua e pratica técnicas em desenho. Em 1944, é contratado como desenhista técnico na Secretaria Estadual de Obras Públicas. Neste momento, passa a desenvolver seu trabalho artístico paralelamente ao emprego público. Têm nesta fase inicial duas fortes influências, o artista Vasco Prado , com quem divide ateliê, e a Revista do Globo, periódico ilustrado de Porto Alegre.

A carreira artística de Petrucci desenvolve-se através da participação em inúmeros salões, exposições coletivas e individuais. Produz sistematicamente até o final dos anos 1990, experimentando técnicas e linguagens diversas. São temas recorrentes em seu corpo de obra retratos, paisagens hiper-realistas, pinturas figurativas e abstratas.

O figurativismo está presente desde o início de sua produção, sendo marcante a representação de cenas íntimas, como na pintura à óleo Ateliê (1947), onde representa o seu local de trabalho.

Entre os retratos, destaca-se Menino com capuz (1942), obra que abre a retrospectiva realizada em 2019 para celebrar o centenário do artista, na Pinacoteca Aldo Locatelli, na capital gaúcha, denominada Petrucci 100. No quadro, pintado à óleo sobre juta, um garoto vestido com agasalho e capuz azuis é retratado ao entardecer, em tons fechados e ambiente sombrio. Há, ainda, retratos de colegas rio-grandenses, como o Retrato de Mário Quintana (1987), do poeta e jornalista gaúcho Mário Quintana, realizado em têmpera, técnica bastante utilizada por Petrucci.

Ao iniciar trabalhos com monotipia, também passa a desenvolver obras abstratas, sendo comum encontrá-las nas produções entre 1950 e 1970, como Pedra Filosofal (1960), pintura à óleo de uma figura disforme preta com manchas verdes, amarelas e brancas, ou Sem título (1974), pintura de figuras geométricas coloridas que gravitam em um fundo laranja.

Em 1975, viaja pela primeira vez à Europa, onde entra em contato com a produção hiper-realista. Nesta época, inspirado pela viagem, inicia uma série de pinturas hiper-realistas de prédios antigos de Porto Alegre. A excelência técnica dessas pinturas marcam a produção de Petrucci. Segundo a pesquisadora Susana Gastal, o interesse de Petrucci em retratar prédios antigos, parte de uma preocupação com a transformação da cidade e o desaparecimento de sítios significativos do patrimônio arquitetônico. A reprodução com grande rigor técnico, em sua maioria em têmpera, é realizada a partir de fotografias de paisagens do meio urbano sul-rio-grandense. 

Destaca-se Farmácia Carvalho (1977), uma representação da fachada de um prédio, e Torres (1979), imagem de um dia ensolarado em uma praia de Torres, no Rio Grande do Sul. Demarcam este conjunto as sombras projetadas, extremamente definidas, e o tom cromático utilizado, como em Pão dos Pobres (1976), onde as cores das paredes do prédio se repetem no piso e nas árvores, conferindo à imagem uma uniformidade sutil. Gastal menciona sobre essas pinturas uma ligeira atmosfera metafísica. Petrucci retira dessas representações o que considera um ruído visual, como postes, letreiros e, sobretudo, pessoas, deixando somente prédios, vias e vegetação. O que, segundo o artista Alfredo Nicolaiewsky (1952), confere aos quadros uma sensação de vazio e solidão. Já para o crítico Carlos Scarinci (1932), o tempo é o personagem central da série hiper-realista de Petrucci.

Petrucci também produz murais com técnicas diversas, como o mural do Edifício Santa Cruz, em Porto Alegre, onde representa tradições locais relacionadas à música e à dança. Entre 1948 e 1959, colabora com o Teatro do Estudante do Rio Grande do Sul, realizando cenários para seis peças, entre elas Antígone (1948). A convite do Serviço Estadual de Turismo do Rio Grande do Sul, Petrucci ainda realiza, entre 1961 e 1963, uma série de cartazes para divulgação do estado no Brasil e no exterior. Entre eles, o cartaz Festa da Uva 1961 (1961), realizado para a tradicional festa da Serra Gaúcha. Em tons chamativos, um grande cacho de uvas vermelhas sobre folhas verdes centraliza a imagem. As letras são recortadas em cartolina branca e coladas sobre a pintura.

Petrucci também participa ativamente do desenvolvimento artístico-cultural da capital gaúcha. Integra a Associação Riograndense de Artes Plásticas Francisco Lisboa, da qual é eleito presidente em 1953 e 1954. Associa-se ao Clube de Gravura de Porto Alegre e ao Clube de Gravura de Bagé, iniciativas que tiveram um importante papel na renovação das artes gráficas do estado, com repercussão nacional. 

Carlos Alberto Petrucci explora o gênero da pintura, sua produção é marcada por inúmeras fases, transitando do figurativo ao abstracionismo e ao hiper-realismo. Colabora para o desenvolvimento artístico da capital gaúcha, consolidando-se como uma referência da arte moderna brasileira.

Fonte: Itaú Cultural.

Mário Silésio de Araújo Milton (Pará de Minas/MG, 1913 – Belo Horizonte/MG, 1990)

Pintor, desenhista, muralista e vitralista. Cursa direito na Universidade de Minas Gerais – UMG (atual Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG), em Belo Horizonte, entre 1930 e 1935. Estuda desenho e pintura na Escola Guignard, sob a orientação de Alberto da Veiga Guignard (1896-1962), entre 1943 e 1949. Em 1953 viaja para Paris, como bolsista do governo francês, e ingressa no curso de André Lhote. De volta ao Brasil, entre 1957 e 1960 executa diversos painéis em edifícios públicos e privados de Belo Horizonte, como Banco Mineiro de Produção, Condomínio Retiro das Pedras, Inspetoria de Trânsito, Teatro Marília, Escola de Direito da UFMG e Departamento Estadual de Trânsito – Detran. É também de Silésio o mural feito para o Clube dos Engenheiros, em Araruama, Rio de Janeiro. Executa os vitrais da Igreja dos Ferros em 1964.

Fonte: Itaú Cultural.

Antonio Henrique Abreu Amaral (São Paulo/SP, 1935 – 2015)

Pintor, gravador, desenhista. Tem uma vasta produção em pintura, desenho e gravura, seus trabalhos dialogam com a cultura contemporânea, ora se aproximando do surrealismo, da arte pop, ora das questões políticas e sociais.

Inicia sua formação artística na escola do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), com Roberto Sambonet, em 1952. Em 1956, estuda gravura com Lívio Abramo no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP). O aprendizado com o gravurista é fundamental para sua formação artística, pois ensina a impor disciplina a seu traço. Do mestre, retém apenas a técnica. Seu estilo, que já apresenta considerável veia surrealista, é inspirado em artistas como o chileno Roberto Matta, o suíço Paul Klee, o espanhol Joan Miró, entre outros, de quem absorve o equilíbrio entre o automatismo psíquico e o rigor formal.

Mudanças de ordem política e cultural marcam seu trabalho na segunda metade da década 1960, que começa a incorporar elementos da gravura popular e a figuração extraída da cultura de massa, como a publicidade e o graffiti. Violência, sexo e política são temas tratados no uso recorrente de imagens de generais e bocas. Desse período, destaca-se o álbum de sete xilogravuras coloridas da série O meu e o seu (1967), com apresentação e texto de Ferreira Gullar e capa de Ruben Martins, no qual revela de forma sintética a questão da internalização do autoritarismo. Passa a se dedicar predominantemente à pintura. Em 1971, recebe o prêmio viagem ao exterior do Salão de Arte Moderna do Rio de Janeiro e viaja para Nova York. Retorna ao Brasil em 1981.

A busca por símbolos que remetam a uma situação, e cujos sentidos são construídos e reiterados no decorrer de suas aparições, é algo constante na produção de Amaral. Se de início elege as bocas e a figura do general, presentes também em suas primeiras pinturas de meados dos anos 1960, é na representação da banana, ou por meio dela, que o artista consegue concentrar toda sua insatisfação com o momento histórico. Índice às avessas de uma identidade nacional, a figura da banana é trabalhada em diversas situações: solitária e em cachos, transpassadas por cordas, facas ou garfos, maduras, verdes ou apodrecidas. Como metáfora, a banana se refere tanto à ditadura militar quanto à posição do Brasil no conjunto dos países democráticos. Refere-se ao “ser” brasileiro no momento em que está em voga o slogan “Brasil, ame-o ou deixe-o”, ao mesmo tempo em que retoma uma tradição moderna de representação do caráter nacional que se inicia com a bananeira em Tropical (1917), de Anita Malfatti, passando pela pintura A negra (1923), de Tarsila do Amaral, e Bananal (1927), de Lasar Segall. Em seu “hiper-realismo” quase fantástico, com enquadramentos fotográficos e abuso de cortes transversais e close-up, Amaral retoma também uma determinada tradição da pintura de natureza-morta de nomes como o artista holandês Alberto Eckhout (ca.1610-ca.1666) e o mexicano Rufino Tamayo (1899-1991).

Em rotação, tais signos adquirem “novos significados em função do encadeamento de fases e épocas de sua pintura e do relacionamento de sua obra com a realidade do país e do mundo”. Com o passar dos anos, Antonio Henrique Amaral lança mão de outras figuras-símbolo em sua pintura, criando séries com base no garfo, no bambu, em seios enormes e torsos, na mata e urbe estilizadas.

Antônio Henrique Amaral desenvolve prolífica obra, sempre atento às transformações do seu tempo e estando aberto para dialogar e criar com inúmeras manifestações artísticas que marcam intensamente as inovações que acontecem no século XX.

Fonte: Itaú Cultural.

Antônio Maluf (São Paulo, São Paulo, 1926 – 2005)

Pintor, desenhista e artista gráfico. Inicia seus estudos em engenharia civil e passa, posteriormente, a cursar a Escola Livre de Artes Plásticas, em São Paulo, dirigida por Flávio Motta (1916). Realiza também cursos de pintura com Waldemar da Costa e Flexor. Estuda gravura no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – Masp, com Poty e Darel. Frequenta o primeiro curso de desenho industrial da América Latina, no Instituto de Arte Contemporânea – IAC do Masp, onde é aluno de Sambonet, entre outros. Nessa época, entra em contato com a arte construtiva, por meio da obra de Max Bill (1908 – 1994), apresentada na 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951, e no Masp, em 1952. A tendência construtiva caracteriza sua atividade como artista, designer gráfico e programador visual. Vence o concurso para o cartaz da 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951, e este é considerado um marco do design gráfico no país. O artista utiliza vários suportes e realiza pinturas murais e elementos modulares, atuando em colaboração com arquitetos como Vilanova Artigas, entre outros.

Fonte: Itaú Cultural.

Jean-Baptiste Debret (Paris/França, 1768 – idem 1848)

Pintor, desenhista, gravador, professor, decorador, cenógrafo. Frequenta a Academia de Belas Artes, em Paris, entre 1785 e 1789, aluno de Jacques-Louis David (1748 – 1825), seu primo e líder do neoclassicismo francês. Estuda fortificações na École de Ponts et Chaussée [Escola de Pontes e Rodovias, futura Escola Politécnica], onde se torna professor de desenho. Em 1798, auxilia os arquitetos Percier e Fontaine na decoração de edifícios. Por volta de 1806, trabalha como pintor na corte de Napoleão (1769 – 1821). Após a queda do imperador e com a morte de seu único filho, Debret decide integrar a Missão Artística Francesa, que vem ao Brasil em 1816. Instala-se no Rio de Janeiro e, a partir de 1817, ministra aulas de pintura em seu ateliê, onde tem como aluno Simplício de Sá (1785 – 1839). Em 1818, colabora na decoração pública para a aclamação de D. João VI (1767 – 1826), no Rio de Janeiro. Por volta de 1825, realiza águas-fortes, que estão na Seção de Estampas da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. De 1826 a 1831, é professor de pintura histórica na Academia Imperial de Belas Artes – Aiba, atividade que alterna com viagens para várias cidades do país, quando retrata tipos humanos, costumes e paisagens locais. Na Aiba tem como alunos Porto Alegre (1806 – 1879) e August Müller (1815 – ca.1883). Em 1829, organiza a Exposição da Classe de Pintura Histórica da Imperial Academia das Bellas Artes, primeira mostra pública de arte no Brasil. Deixa o país em 1831 e retorna a Paris com o discípulo Porto Alegre. Entre 1834 e 1839, edita, o livro Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, em três volumes, ilustrado com litogravuras que têm como base as aquarelas realizadas com seus estudos e observações.

Fonte: Itaú Cultural.

Henri-Émile-Benoît Matisse (Le Cateau-Cambrésis/FR, 1869 — Nice/FR, 1954)

Pintor, desenhista, gravurista e escultor francês. Sua obra é considerada uma das expressões mais significativa da arte de vanguarda. Foi um dos fundadores do “Fauvismo” – o primeiro movimento moderno do século XX. Sua obra apresenta cores vibrantes e a luminosidade é um elemento constante. O uso da deformação e a independência da cor em relação ao desenho foram as características do fauvismo.

Seu pai era um próspero comerciante de cereais que achava que os artistas não passavam de boêmios irresponsáveis e, incentivou o filho a ingressar na Faculdade de Direito, em Paris, em 1887. Formado em Direito, Matisse exerceu a profissão, mas nas horas vagas tomava aulas de desenho. O conflito não passa despercebido pela mãe, que lhe presenteou com um estojo completo de pintura, enquanto o filho convalescia de uma cirurgia de apendicite.

Em 1892, com 23 anos, Matisse conseguiu obter do pai o consentimento e uma mesada para estudar artes plásticas em Paris. O aprendizado começou com Bougereau, presidente da Sociedade de Pintores e Gravadores. Insatisfeito com as repreensões do professor, Matisse passou então a frequentar o curso do pintor Gustave Moreau, que o aceitou como aluno. Até os 26 anos, Matisse só fez copiar obras clássicas do Louvre e ensaiar algumas pesquisas com Albert Marquet, seu colega de estúdio. Em 1896, participou da exposição no Salão da Sociedade Nacional de Belas Artes com as telas: Mulher Lendo (1894), que foi comprada pelo governo para a residência presidencial, “Natureza- Morta com Pêssegos” (1896) e “Natureza-Morta com Faca Negra” (1896).

Matisse não vendia seus quadros, e seu pai chocado com as obras “grotescas e extravagantes”, cortou a mesada para que o filho desistisse da loucura, mas Matisse passou a trabalhar como decorador de frisos e sua mulher abriu um salão de costura.

Fonte: E-biografia.

Frans Krajcberg (Kozienice/PL, 1921 – Rio de Janeiro/RJ, 2017)

Escultor, pintor, gravador e fotógrafo. Autor de obras que têm como característica a exploração de elementos da natureza, destaca-se pelo ativismo ecológico, que associa arte e defesa do meio ambiente. Formou-se em engenharia e artes pela Universidade de Leningrado. Mais tarde, ao mudar-se para a Alemanha, ingressa na Academia de Belas Artes de Stuttgart, onde é aluno do pintor alemão Willi Baumeister.

Sua carreira artística se inicia no Brasil, onde chega em 1948, procurando reconstruir a vida depois de perder toda a família em um campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial. Reside um curto período no Paraná (isolando-se na floresta para pintar) e, em 1951, participa da 1ª Bienal Internacional de São Paulo, com duas pinturas. Muda-se para o Rio de Janeiro em 1956, onde divide ateliê com o escultor Franz Weissmann. Naturaliza-se brasileiro no ano seguinte. Suas pinturas desse período tendem à abstração, predominando tons ocre e cinza. Trabalha motivos da floresta paranaense, com emaranhados de linhas vigorosas.

O artista retorna a Paris em 1958, onde permanece até 1964. Alterna a estada em Paris com viagens a Ibiza, Espanha, onde produz trabalhos em papel japonês modelado sobre pedras e pintados a óleo ou guache. Essas “impressões” são realizadas com base no contato com a natureza e aproximam-se, nas formas, de paisagens vulcânicas ou lunares. Também em Ibiza, a partir de 1959, produz as primeiras “terras craqueladas”, relevos quase sempre monocromáticos, com pigmentos extraídos de terras e minerais locais. Como nota o crítico Frederico Morais, a natureza torna-se a matéria-prima essencial do artista.

De volta ao Brasil, em 1964, instala um ateliê em Cata Branca, Minas Gerais. A partir desse momento ocorre em sua obra a explosão no uso da cor e do espaço. Começa a criar as “sombras recortadas”, nas quais associa cipós e raízes a madeiras recortadas. Nos primeiros trabalhos, opõe a geometria dos recortes à sinuosidade das formas naturais. Destacam-se as projeções de sombras em suas obras.

Em 1972, passa a residir em Nova Viçosa, litoral sul da Bahia. Amplia o trabalho com escultura, iniciado em Minas Gerais. Intervém em troncos e raízes, entendendo-os como desenhos no espaço. Essas esculturas fixam-se no solo ou buscam libertar-se, direcionando-se para o alto. A partir de 1978, atua como ecologista, luta que assume caráter de denúncia em seus trabalhos: “Com minha obra, exprimo a consciência revoltada do planeta”. Krajcberg viaja constantemente para Amazônia e Mato Grosso, e registra, por meio da fotografia, desmatamentos e queimadas em imagens dramáticas. Dessas viagens, retorna com troncos e raízes calcinados, que utiliza em esculturas.

Na década de 1980, inicia nova série de “gravuras”, que consiste na modelagem em gesso de folhas de embaúba e outras árvores centenárias, impressas em papel japonês. Também nesse período, realiza a série Africana, utilizando raízes, cipós e caules de palmeiras associados a pigmentos minerais. Krajcberg sempre fotografa suas esculturas, muitas vezes tendo o mar como fundo. 

O Instituto Frans Krajcberg, em Curitiba, é inaugurado em 2003, recebendo a doação de mais de uma centena de obras do artista. Krajcberg, ao longo da carreira, mantém-se fiel a uma concepção de arte relacionada à pesquisa e utilização de elementos da natureza. A paisagem brasileira, em especial a floresta amazônica, e a defesa do meio ambiente marcam toda sua obra.

Fonte: Itaú Cultural.

 

Rembrandt Harmenszoon van Rijn (Leiden/NL, 1606 – Amsterdã/NL, 1669)

Foi um pintor, desenhista e gravurista holandês. Trabalhou com inovação no uso de luz e sombra, retratos, autorretratos, obras sacras e históricas. Com 14 anos, Rembrandt ingressou na Universidade de Leiden, na época uma das mais importantes da Europa. Mas sua permanência na instituição foi extremamente breve: dentro de nove meses convenceu os pais de que seus interesses eram mais artísticos do que eruditos. Mantinha-se fiel a uma paixão que havia brotado bem cedo: a pintura. Assim, já aos 15 anos o jovem deixava a universidade; seus pais viram ruir os planos  que tinham para o filho, sendo obrigados a permitir que se tornasse aprendiz de um pintor.

Rembrandt foi levado até o pintor acadêmico Jacob Isaaxszoon van Swanenburgh, para que fosse ensinado e educado por ele, permanecendo cerca de 3 anos. Mas com com ele, Rembrandt aprendeu pouco mais que os rudimentos de sua arte: preparo de tintas, montagem de telas, princípios gerais do desenho e técnicas básicas de pintura. Os trabalhos dessa fase inicial se perderam todos.

Embora tivesse retratado familiares e a si mesmo em telas e águas-fortes, no período de Leiden Rembrandt dedicou-se mais a pintar figuras humanas caracterizadas como filósofos ou personagens bíblicas; assim, só em 1631 faria seu primeiro retrato por encomenda – o de Nicolaes Ruts, rico mercador de Amsterdam.

Rembrandt deve ter percebido que nesse tipo de obra estava a receita para o sucesso, pois no fim de 1631  mudou-se para Amsterdam, dedicando-se nos anos seguintes. Instalou-se na casa do marchand Hendrik van Uylenburgh, com quem fizera negócios no período de Leiden, e um ano depois já era pintor famoso – um dos mais caros e procurados da maior cidade da Holanda.

Dentre as obras do artista que chegaram até nós, cinquenta (quase todas retratos) datam até 1632 e 1633: uma produção extraordinária, mesmo sem considerar as que certamente desapareceram ao longo dos anos. Desse período, sua pintura mais célebre é, sem dúvida, A Lição de Anatomia do Dr. Tulp, obra em que Rembrandt renovou o conceito do retrato de grupo.

Fonte: História das Artes.

Frank Philip Stella (Malden/EUA, 1936)

Artista gráfico, escultor e pintor, designer, fotógrafo, escultor e gravador.

Conhecido pelo seu uso de padrões e formas geométricas na criação de pinturas e esculturas. Indiscutivelmente um dos artistas americanos vivos mais influentes, as obras de Stella utilizam as propriedades formais de forma, cor e composição para explorar narrativas não literárias.

Frequentou a Phillips Academy em Andover, Massachusetts, e posteriormente, a Universidade de Princeton. O seu trabalho foi influenciado pelo expressionismo abstrato, tendo a obra de Jasper Johns inspirado-o a criar as “Black Paintings” de 1958-1960. Essas obras austeras e planas ajudaram a abrir as portas para o minimalismo. Frank Stella foi um dos principais artistas do movimento minimalista, que valorizava a simplicidade e a objetividade na arte. O artista também foi influenciado pela arte geométrica, especialmente pelo trabalho do artista holandês Piet Mondrian.

A partir da década de 1960, suas pinturas começaram a apresentar linhas regulares e cores separadas por riscos. Neste mesmo período, passou a usar muitas cores, que se apresentam em linhas curvas e retas. Na década de 1980, Stella produziu uma série de relevos sobre a obra Moby Dick do escritor Herman Melville.- A partir da década de 1990, o artista começou a produzir esculturas para espaços públicos. Essas esculturas são metálicas (principalmente de aço inoxidável e alumínio) e apresentam como principal característica a presença de forma retorcidas. Em seus desenhos e gravuras, utilizou muito a serigrafia, a litografia, a gravação e a litografia offset.

Fonte: P55.ART.

Vicente do Rego Monteiro (Recife/PE, 1899 –  1970)

Pintor, escultor, desenhista, ilustrador, artista gráfico e poeta. Sua diversificada atuação envolve áreas como a dança, a poesia, a tradução, a docência e, sobretudo, a pintura, fortemente inspirada pela cultura indígena e marcada pela simplificação formal.

Muda-se para o Rio de Janeiro em 1908, ano em que inicia os estudos artísticos, acompanhando sua irmã Fedora do Rego Monteiro em cursos da Escola Nacional de Belas Artes (Enba). No início da carreira, antes de se estabelecer como pintor, dedica-se brevemente à escultura.
Em 1911, a família se muda para Paris, onde o artista frequenta cursos livres das  Academias Colarossi, Julian e de La Grande Chaumière. Participa do Salon des Indépendants [Salão dos Independentes], em 1913, do qual se torna membro societário.

No início da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), ele e a família deixam a França e se estabelecem no Rio de Janeiro, em 1915. Realiza a primeira individual, no Teatro Santa Isabel, em Recife, em 1918, e dois anos mais tarde expõe no Rio de Janeiro e em São Paulo. Nessa mostra, já revela o interesse pelas lendas e costumes da Amazônia, referência presente em grande parte de suas obras. A curiosidade pela cultura indígena, aliada à grande paixão pela dança, o levam a realizar o espetáculo Lendas, Crenças e Talismãs dos Índios do Amazonas (1921), no Teatro Trianon, no Rio de Janeiro, elogiado pelo poeta e crítico Ronald de Carvalho.

A década de 1920 é o período mais produtivo do artista. Estuda a arte marajoara das coleções do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, o que interfere em sua produção artística. Essa inspiração pode ser notada em aquarelas que representam lendas indígenas, recorrendo à figuração geométrica e também à ornamentação da cerâmica marajoara, como em Mani Oca e O Boto (ambas de 1921).

Em 1921, retorna a Paris e deixa algumas pinturas com Ronald de Carvalho, que decide incluí-las na seleção de obras expostas na Semana de Arte Moderna de 1922. Neste momento, interessa-se pelas estilizações formais do art déco. Na obra A Caçada (1923), o pintor utiliza o recurso de estilização das figuras, que apresentam certa tensão muscular e assumem o aspecto de engrenagens, tendo as obras do pintor francês Fernand Léger (1881-1955) como parâmetro.

A produção de Vicente do Rego Monteiro tem como eixo comum a simplificação formal e o uso de uma gama cromática reduzida, aspectos aliados à interpretação do art déco. Tem importante papel na interlocução artística entre Brasil e França e na propagação da produção modernista internacional no país natal.

Fonte: Itaú Cultural.

Giuseppe Gianinni Pancetti (Campinas/SP, 1902 – Rio de Janeiro/RJ, 1958)

Pintor. Sua obra é composta principalmente por paisagens, retratos e marinhas. As marinhas, que refletem a experiência como marinheiro, são suas pinturas mais conhecidas. Filho de imigrantes italianos, aos 11 anos acompanha a família no retorno à Itália por causa das dificuldades financeiras. Depois de ser aprendiz de marceneiro e de trabalhar em fábricas de bicicleta e de material bélico, ingressa na Marinha Mercante italiana em 1919, mas abandona o navio e, com dificuldades de subsistência, volta para o Brasil. Na cidade de Santos, executa diversos ofícios, como operário têxtil, auxiliar de ourives, trabalhador na rede de esgotos e faxineiro de hotel. 

Em 1921, em São Paulo, trabalha como pintor de paredes e cartazes. No mesmo ano, o pintor ítalo-brasileiro Adolfo Fonzari (1880-1959) o convida para auxiliá-lo na decoração de uma casa no Guarujá, litoral de São Paulo. Em 1922, alista-se na Marinha de Guerra brasileira, onde permanece até ser reformado, em 1946, no posto de 2º tenente. Em 1925, servindo no encouraçado Minas Gerais, pinta suas primeiras obras. No ano seguinte, para progredir na carreira artística, ingressa no quadro de pintores da Companhia de Praticantes e Especialistas em Convés. As constantes viagens, entretanto, não lhe permitem um aprendizado artístico regular. 

Em 1933, ingressa no Núcleo Bernardelli, grupo formado por jovens que lutam pela reformulação do ensino artístico na Escola Nacional de Belas Artes (Enba). Orientado em pintura a óleo pelo artista polonês Bruno Lechowski (1887-1941), adquire técnica e amadurecimento artístico. 

As marinhas são a face mais conhecida de sua produção. Nelas se refletem a experiência de marinheiro e o amor por diversos recantos do litoral do Sudeste, tais como Itanhaém, Mangaratiba, Cabo Frio e Arraial do Cabo. Seus quadros são concebidos com grande simplificação formal, como em Cabo Frio (1947). Nele, Pancetti utiliza as linhas em ziguezague, diagonais que percorrem o espaço pictórico e são um recurso constante em suas obras. Em Paisagem com dunas (1947) e Praia em Cabo Frio (1947), destaca-se o enquadramento. Numa série sobre Arraial do Cabo, o olhar do espectador percorre as humildes casas de pescadores, a areia muito branca e as canoas coloridas. 

José Pancetti, como ficou conhecido após aportuguesamento do prenome italiano, é um homem de origem humilde que, na busca pela sobrevivência, acabou aprendendo a pintar e se tornou um dos grandes marinhistas brasileiros, autor de obras de forte intensidade poética, que revelam sensibilidade no uso da cor. Revitaliza não apenas a pintura de marinhas, mas também as demais composições paisagísticas e retratos.

Fonte: Itaú Cultural.

Léo Barcellos Dexheimer (Porto Alegre/RS, 1935)

Gravador, pintor, desenhista e professor. Aprende litografia com Marcelo Grassmann e cursa gravura em metal com Iberê Camargo, em 1955, no Clube de Gravura de Porto Alegre. Posteriormente conclui o curso de pintura na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS em 1960. Com colegas da Escola de Belas Artes, funda o grupo Bode Preto, que se opõe à rigidez acadêmica da instituição. Em 1961, publica o álbum de xilogravuras São Miguel das Missões, com Waldeni Elias. Trabalha em diagramação em jornais de Porto Alegre, leciona pintura, desenho e gravura nas Escolas de Arte de Novo Hamburgo e de Cachoeira do Sul. Entre 1963 e 1965, leciona desenho e artes gráficas na UnB. A partir de 1966, atua também em publicidade e produção gráfica. De 1988 a 1991, retorna para a UnB.

Fonte: Itaú Cultural.

Cildo Campos Meireles (Rio de Janeiro/RJ, 1948)

Artista multimídia. Como um dos pioneiros da instalação artística no Brasil, Cildo produz obras universais, na medida em que explora as experiências multissensoriais que podem ser experienciadas pelo ser humano, o que projeta seu trabalho internacionalmente. A partir do questionamento, reinante na década de 1960, sobre o que é arte, constrói uma produção vasta e multifacetada.

Aos 10 anos de idade muda-se para Brasília, onde tem contato com a arte moderna e contemporânea. Inicia seus estudos em arte em 1963, na Fundação Cultural do Distrito Federal, orientado pelo ceramista e pintor peruano Barrenechea. Nesse momento, impressiona-se com a coleção de máscaras e esculturas africanas da Universidade de Dacar, exposta na Universidade de Brasília (UnB), e começa a realizar desenhos inspirados nela. Por meio de publicações, conhece o Grupo Neoconcreto, do Rio de Janeiro. Sente-se atraído pelo movimento e se interessa pela possibilidade aberta pelo grupo “de pensar sobre arte em termos que não se limitassem ao visual”. No entanto, diferentemente daqueles artistas, seu trabalho, na época, é gestual e figurativo – um desenho de natureza expressionista.

Em 1967, muda-se para o Rio de Janeiro, onde estuda por dois meses na Escola Nacional de Belas Artes (Enba). O desenho passa para segundo plano e o artista abandona a figuração expressionista, voltando-se para obras tridimensionais. Em 1970, participa da exposição coletiva “Information”, no Museum of Modern Art (MoMA) [Museu de Arte Moderna de Nova York], que reúne boa parte da produção de matriz conceitual da década de 1960. Cildo Meireles expõe Inserções em circuitos ideológicos (1970), série de trabalhos em que imprime frases subversivas em cédulas de dinheiro e garrafas de Coca-Cola, deslocando a recepção da obra da dimensão de “público” para a de “circuito”, com uma intervenção política por meio de objetos banais do cotidiano. A série se atualiza em diferentes momentos, como em 1975, quando o artista carimba a frase “Quem Matou Herzog?” em cédulas de um cruzeiro, e em 2018, quando carimba o rosto da vereadora Marielle Franco (1979-2018), ambos vítimas de crime político. Outros trabalhos que seguem essa tendência são Árvore do dinheiro (1969), Introdução a uma nova crítica (1970) e Sermão da montanha: fiat lux (1979).

Ao retornar ao Brasil em 1973, depois de morar dois anos em Nova York, concentra-se nas linguagens conceituais e na apropriação de objetos não artísticos. No início da década de 1980, alguns elementos pictóricos são incorporados às suas instalações e esculturas. Em algumas obras, explora questões acerca de unidades de medida do espaço ou do tempo.

Em 2001, realiza Babel, instalação sonora e luminosa feita com rádios sintonizados em diferentes estações, que retoma e atualiza seus trabalhos com discos de vinil da década de 1970. É o segundo artista brasileiro a ter uma exposição retrospectiva de sua obra na Tate Modern, em Londres, em 2008 – o primeiro é Hélio Oiticica (1937-1980), em 2007. Recebe, também em 2008, o Premio Velázquez de las Artes Plásticas, concedido pelo Ministério de Cultura da Espanha. Em 2010, é lançado o longa-metragem Cildo, sobre sua obra, com direção de Gustavo Moura (1975). Em 2019, é realizada a mostra “Entrevendo”, no Sesc Pompeia, em São Paulo, reunindo 150 trabalhos que contam sua trajetória artística.

Cildo Meireles tem uma produção extensa, com diversas retrospectivas ao longo dos anos em diferentes lugares do mundo. Sua obra, de caráter universal, atualiza-se no tempo e no espaço, mantendo-se viva e ganhando novos sentidos. É reconhecido como um dos mais importantes artistas brasileiros contemporâneos.

Fonte: Itaú Cultural.

Rufino Tamayo (Oaxaca26 de agosto de 1899 – Cidade do México24 de junho de 1991) Pintor mexicano. Passou a viver na Cidade do México em 1911 e, em 1915, começou a frequentar aulas de desenho. De 1917 a 1921 estudou na Escola Nacional de Artes Plásticas. Neste último ano foi nomeado chefe do Departamento de Desenho Etnográfico do Museu Nacional de Arqueologia do México; isso fez com que seu trabalho, dali em diante, fosse influenciado pela arte popular mexicana e pela arte pré-hispânica. Seu primeiro mural data de 1933 no Conservatório de Música do México. Formou uma coleção de arte pré-hispânica que, em 1965, doou à cidade de Oaxaca, para formar o Museu de Arte Pre-hispânica do México Rufino Tamayo. Em 1981 foi inaugurado, na Cidade do México, o museu que leva seu nome. É um dos centros de arte contemporânea mais modernos do mundo, onde se encontram obras de mais de 150 artistas internacionais. Realizou o vitral “El Universo” que está exposto no Centro Cultural Alfa desde 1988.

Tamayo significou um corte radical nos paradigmas estabelecidos por volta de 1930 na pintura moderna mexicana. Fez oposição à linha estética em voga, estabelecida pelos muralistas, ao argumentar que eles se despreocupavam dos autênticos problemas das artes plásticas, para se dedicar ao pitoresco. Ao mesmo tempo, rejeitava a pintura de cavalete e o consumo das telas unicamente pelos colecionadores. Trabalhava diretamente sobre a tela sem estudos preliminares. Desenhava sobre a tela a estrutura geral e depois construía modelando com a pintura.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Rufino_Tamayo

Marta Loguércio (Bagé/RS, 1945)

Frequentou o Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre de 1972 a 1980. Desenhista e gravadora. Estudou com Vasco Prado e Danúbio Gonçalves. A partir de 1982 passa a lecionar gravura no Atelier Livre da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e, posteriormente, no MAM – Atelier de Litografia, do qual foi uma das fundadoras, em Porto Alegre. Sua primeira individual foi em 1974, Galeria do Atelier Livre. Participou de diversos salões e coletivas em diversos estados e países como Argentina, Uruguai, Estados Unidos e Inglaterra. Em 1995 realizou individual nas Salas Negras do Museu de Artes do Rio Grande do Sul em Porto Alegre.

Fonte: Pinacoteca Barão de Santo Ângelo.

Abraham Palatnik (Natal/ RN, 1928 – Rio de Janeiro/RJ, 2020)

Artista cinético, pintor, desenhista. Considerado um dos pioneiros da chamada arte cinética no Brasil, expande os caminhos das artes visuais ao relacionar arte, ciência e tecnologia. De modo criativo, e ao longo de seus mais de 60 anos de carreira, desenvolve maquinários com experimentações artísticas e estéticas diversas.

Em 1932, muda-se com a família para a região onde atualmente se localiza o estado de Israel. De 1942 a 1945, estuda na Escola Técnica Montefiori, em Tel Aviv, e se especializa em motores de explosão. Inicia seus estudos de arte no ateliê do pintor Haaron Avni (1906-1951) e do escultor Sternshus e estuda estética com Shor. Frequenta o Instituto Municipal de Arte de Tel Aviv, entre 1943 e 1947, onde tem aulas de desenho, pintura e estética. Produz pinturas de paisagens, retratos e naturezas-mortas. O crítico Frederico Morais (1936) comenta os desenhos dessa época, dizendo que “a grafite, a linha é ágil, fluente, quase lírica”. No desenho a carvão, “o traço negro é firme, sólido, realista, por vezes expressionista”.

Palatnik Retorna ao Brasil em 1948 e se instala no Rio de Janeiro. Convive com os artistas Ivan Serpa (1923-1973), Renina Katz (1925) e Almir Mavignier (1925). Com este último frequenta a casa do crítico de arte Mário Pedrosa (1900-1981) e conhece o trabalho da doutora Nise da Silveira (1905-1999), no Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro.

O contato com os artistas e as discussões conceituais com Mário Pedrosa fazem Palatnik romper com os critérios convencionais de composição. Diz o artista: “O impacto das visitas ao Engenho de Dentro e as conversações com Mário Pedrosa demoliram minhas convicções em relação à arte”. Palatnik deixa de pensar a qualidade da obra baseando-se no manejo realista das tintas e na associação da arte com o motivo. Sua pintura e escultura abandonam os critérios escolares de composição e partem para relações livres entre formas e cores.

Por volta de 1949, inicia estudos no campo da luz e do movimento. Após pintar algumas telas construtivas, começa a projetar máquinas em que a cor aparece se movendo. Com base nesses experimentos são criadas caixas de telas com lâmpadas que se movimentam por mecanismos acionados por motores. Mário Pedrosa chama as invenções de Aparelhos Cinecromáticos, mostrados pela primeira vez em 1951, na 1ª Bienal Internacional de São Paulo. Em seu primeiro texto sobre Palatnik, Pedrosa descreve esses aparelhos como caixas em que ele “projeta sobre a tela ou outro qualquer material semitransparente composições de formas coloridas em movimento”. O trabalho é pioneiro no uso artístico de fontes luminosas artificiais.

Em 1953 o artista expõe novos Cinecromáticos, na 2ª Bienal Internacional de São Paulo e na 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata, no Hotel Quitandinha. O envolvimento com questões construtivas e o diálogo permanente com artistas como Ivan Serpa e Almir Mavignier levam-no a participar da criação do Grupo Frente, em 1954. No mesmo ano expõe na primeira coletiva do grupo, na Galeria Ibeu, Rio de Janeiro.

A partir de 1959, leva o movimento para o campo tridimensional. Cria trabalhos em que campos eletromagnéticos acionam pequenos objetos colocados em caixas fechadas. Ao mesmo tempo que inventa peças com que explora as possibilidades tecnológicas da arte, o artista faz quadros em superfícies bidimensionais. Em 1962, inicia a série Progressões, na qual compõe efeitos óticos ao utilizar faixas sobre uma superfície. No trabalho, usa materiais como madeira, cartões, cordas e poliéster.

Em 1964, nascem os Objetos Cinéticos. O artista cria esculturas de arame, formas coloridas e fios que se movem acionados por motores e eletroímãs. As peças se assemelham aos móbiles do escultor norte-americano Alexander Calder (1898), mas se diferenciam deles por se moverem com regularidade mecânica segundo a dinâmica planejada. Os Aparelhos Cinecromáticos são exibidos na Bienal de Veneza em 1964. A participação nessa mostra dá projeção internacional ao artista, que passa a ser considerado um dos precursores da arte cinética. Tal reconhecimento leva-o a participar, em 1964, da mostra internacional de arte cinética Mouvement 2, na Galeria Denise René, em Paris. Frederico Morais organiza em 1999 mostras retrospectivas de Palatnik no Itaú Cultural, em São Paulo, e no Museu de Arte Contemporânea (MAC-Niterói).

Ao criar composições que partem da cor, mas ultrapassam o limite da pintura, o artista é consagrado pioneiro em explorar as conquistas tecnológicas na criação de vanguarda brasileira, habilitando as máquinas para gerar obras de arte.

Fonte: Itaú Cultural.

Carlos Augusto da Silva (Porto Alegre/RS, 1958)

 Escultor. Estudou e recebeu orientações técnicas no Atelier Livre da Prefeitura Municipal de Porto Alegre entre 1974 e 1977. Tornou-se profissional ainda adolescente. A partir de 1975 é visto com freqüência em coletivas e salões, onde obteve prêmios, entre eles, o do 1º Salão Nacional Casa Velha, em Novo Hamburgo, 1982. É autor da escultura para a sede do SENAC, em Porto Alegre, e de outras e m diversos prédios de centros profissionais na mesma cidade. Realizou individuais em Porto Alegre, onde inclusive lecionou. Criou figuras femininas aladas com resultado bastante personalizado. Trabalha com materiais diversos como pedra, madeira, e resina. Em 1982, o desenhista Wilson Alves chamou o de o construtor de sonhos.

Fonte: Dicionário de Artes Plásticas no Rio Grande do Sul.

Ramón Cáceres (Quilndy – Paraguai, 31/08/1944)

Pintor, escultor, restaurador e cantor. Atualmente assina Cáceres, assinava Ramonchi (até 1984).

Ramón Cáceres nasceu em 1944, em Quiindy, Paraguai. Depois de estudar pintura e música na Escola de Belas Artes da Universidade Nacional do Paraguai, em Assunção, emigrou para o Brasil, em 1970, fixando residência em São Paulo, onde desenvolveu sua carreira artística.  Ramón participou de numerosas exposições coletivas no Brasil e no exterior, e realizou sete exposições individuais no Brasil, uma delas no MASP – Museu de Arte de São Paulo, sendo apresentado por seu então diretor P. M. Bardi.  Paralelamente desenvolveu carreira como restaurador e como cantor, transformando-se, na expressão do maestro Hermínio Gimenez, “num dos mais altos expoentes, como intérprete, da bela música paraguaia”. 

Inicialmente figurativa, a pintura de Ramón Cáceres tendeu para a abstração geométrica. Sua pintura construtiva remete com freqüência a bandeiras. No prefácio do catálogo de sua última mostra individual, ocorrida em 2007 no Espaço Cultural do BNP PARIBAS, em São Paulo, o crítico de arte Enock Sacramento afirmou que, “dentre os artistas originários do construtivismo como um todo e do concretismo em particular, no Brasil, Ramón Cáceres ocupa um lugar especial por sua sensibilidade refinada e por sua notável qualidade de harmonizar formas, cores e ritmos.

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Hércules Rubens Barsotti (São Paulo SP 1914 – 2010)

Pintor, desenhista, programador visual, gravador. Inicia formação artística em 1926, sob orientação do pintor Enrico Vio (1874-1960), com quem estuda desenho e composição. Em 1937, forma-se em química industrial pelo Instituto Mackenzie. Começa a pintar em 1940 e, na década seguinte, realiza as primeiras pinturas concretas, além de trabalhar como desenhista têxtil e projetar figurino para o teatro. Em 1954, com Willys de Castro (1926-1988), funda o Estúdio de Projetos Gráficos, elabora ilustrações para várias revistas e desenvolve estampas de tecidos produzidos em sua tecelagem. Viaja a estudo para a Europa em 1958, onde conhece Max Bill (1908-1994), então um dos principais teóricos da arte concreta. Na década de 1960, convidado por Ferreira Gullar (1930), integra-se ao Grupo Neoconcreto do Rio de Janeiro e participa das exposições de arte do grupo realizadas no Ministério da Educação e Cultura (MEC), no Rio de Janeiro, e no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP). Em 1960, expõe na mostra Konkrete Kunst [Arte Concreta], organizada por Max Bill, em Zurique. Hercules Barsotti explora a cor, as possibilidades dinâmicas da forma e utiliza formatos de quadros pouco usuais, como losangos, hexágonos, pentágonos e circunferências. Em sua obra a disposição dos campos de cor cria a ilusão de tridimensionalidade. Entre 1963 e 1965, colabora na fundação e participa do Grupo Novas Tendências, em São Paulo. Em 2004, o MAM/SP organiza uma retrospectiva do artista.

Fonte: Itaú Cultural.

Ismael Nery (Belém/PA, 1900 – Rio de Janeiro/RJ, 1934)

Pintor, desenhista, poeta. Muda-se ainda criança para o Rio de Janeiro onde, em 1917, matricula-se na Escola Nacional de Belas Artes – Enba. Viaja para França em 1920 e freqüenta a Académie Julian. De volta ao Rio de Janeiro, no ano seguinte, trabalha como desenhista na seção de Arquitetura e Topografia da Diretoria do Patrimônio Nacional, órgão ligado ao Ministério da Fazenda. Lá conhece o poeta Murilo Mendes (1901 – 1975), que se torna grande amigo e incentivador de sua obra. Em 1922 casa-se com a poeta Adalgisa Nery (1905 – 1980). Ismael Nery aplica à sua produção os princípios do Essencialismo, sistema filosófico que ele mesmo cria. Segundo Murilo Mendes, esse sistema diz respeito às concepções do artista sobre a abstração do tempo e do espaço. Em 1927, novamente na França, conhece Marc Chagall (1887 – 1985), André Breton (1896 – 1966) e Marcel Noll. A volta ao Brasil marca a fase surrealista de sua obra, a princípio por influência de Chagall. Em 1930, contrai tuberculose. Enfermo, seus trabalhos passam a revelar seu drama pessoal e a fragilidade do corpo. Falece aos 33 anos. Em 1948, uma série de artigos de Murilo Mendes publicados nos jornais O Estado de S. Paulo e Letras e Artes busca resgatar a obra plástica, literária e filosófica do artista. Esquecido, Ismael Nery, passa a ser valorizado em meados dos anos 1960 com exposições realizadas em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Fonte: Itaú Cultural.

Leon Ferrari (Buenos Aires/ARG, 1920 – 2013)

Pintor, gravador, escultor, artista multimídia. Inicia seu trabalho como escultor na Itália, onde reside por três anos. Em 1955, realiza individual na Galeria Cariola, em Milão. Em 1960, começa a fazer esculturas de arame e aço inoxidável e, dois anos depois, produz desenhos caligráficos e colagens. Em 1965, engaja-se no movimento cultural e político do Instituto di Tella de Buenos Aires, e abandona a produção abstrata. Entre 1968 e 1969, participa dos eventos Tucuman Arde e Malvenido Rockefeller, em Buenos Aires. Muda-se para São Paulo, em 1976, e retoma a produção de escultura de metal. Em 1977, passa a fazer esculturas sonoras em barras metálicas e interessa-se por novos meios expressivos, incentivado pela convivência com Regina Silveira (1939) e Julio Plaza (1938-2003). Realiza obras em videotexto, microfichas, arte postal, cria livros de artista e trabalha com litografia. Recebe prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte – APCA de melhor exposição do ano, em 1983. No ano seguinte volta a residir em Buenos Aires. Passa a utilizar também o meio digital em suas proposições, como em Electronicartes, 2002/2003. Em paralelo às atividades em artes visuais, publica livros como Nosotros No Sabíamos, em 1976; Cuadro Escrito, em 1984; Exégesis, em 1993, e La Bondadosa Crueldad, em 2000. Nesse ano, recebe o Prêmio Costantini.

Fonte: Itaú Cultural.

Maria Helena Vieira da Silva (Lisboa/Portugal, 1908 – Paris/França, 1992)

Pintora, gravadora, desenhista, ilustradora e escultora. Estuda desenho, dos 11 aos 19 anos, com Emília Santos Braga e pintura com Armando Lucena, além de frequentar cursos de anatomia da Escola de Medicina de Lisboa e aprender música em casa. Em 1928, muda-se para Paris. Prossegue os estudos de desenho na Académie de La Grande Chaumière e de escultura com Bourdelle e, na Academia Escandinava, com Despiau. Abandona a escultura e passa a dedicar-se à pintura e à gravura, tendo estudado com Dufresne, Waroquier, Friesz, Fernand Léger, Bissière e Hayter. Em 1930, casa-se com o pintor húngaro Arpad Szenes. Em 1933, faz ilustrações para um livro infantil e as apresenta em sua primeira individual.

Em 1939, a artista deixa Paris e volta à Lisboa devido a 2ª Guerra Mundial, confiando suas obras e ateliê à galerista Jeanne Bucher. No ano seguinte, parte para o Brasil e instala-se, inicialmente, no Hotel Internacional, no Rio de Janeiro, onde convive com outros artistas europeus que se exilaram no país. Conhece os poetas Murilo Mendes e Cecília Meireles e o pintor Carlos Scliar. No mesmo ano, Vieira e Arpad fazem, para a Escola Nacional de Agronomia, painéis de azulejos e retratos de cientistas, nomeando esse conjunto de Quilômetro 44, referência ao endereço da Escola. Em 1947, retorna a Paris, onde realiza muitas exposições.

Em 1949, Pierre Descargues publica a primeira monografia sobre a artista e, em 1954, o crítico Guy Weelen passa a organizar e divulgar a sua obra e a de seu marido, tendo escrito uma série de estudos e organizado diversas exposições. Naturaliza-se francesa em 1956. Em 1963, realiza em Reims, França, seu primeiro vitral, no Ateliê Jacques Simon. Em 1968, inicia com Charles Marq uma série de vitrais para a Igreja Saint-Jacques, concluídos apenas em 1976. Recebe diversos prêmios e títulos e torna-se membro de associações artísticas como a Académie des Sciences, des Arts et des Lettres de Paris e a Royal Academy of Art de Londres. No Brasil, recebe prêmios na 2ª e 6ª Bienais Internacionais de São Paulo. Em 1990 é fundada em Lisboa a Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva.

Fonte: Itaú Cultural.

 

Pierre-Auguste Renoir (Limoges/RF, 1841 — Cagnes-sur-Mer/FR, 1919)

Importante pintor um dos principais integrantes do movimento impressionista, ao lado de Claude Monet e Edgar Degas entre outros, destacou-se por suas belas pinturas, cujo olho para a beleza fez dele um dos praticantes mais populares desse movimento. Influenciados pela proposta de Manet, os quatro alunos de Gleyre passaram a primavera de 1864 na floresta de Fontainebleau, onde se dedicaram a pintar diretamente da natureza, ao contrário da regra que confinava o artista ao estúdio, buscando apreender a cor local e tratar de forma espontânea os efeitos de luz. Essas ideias se assemelhavam às de outros três iniciadores da escola, Édouard Manet, Paul Cézanne e Camille Pissarro. Desde 1874, já ocorrida a fusão dos dois grupos, Renoir figurou nas polêmicas exposições dos impressionistas, e por toda uma década participou do movimento.      

Pintando flagrantes do cotidiano, sugerindo com toques multicores as vibrações da atmosfera, dando à pele das jovens mulheres uma tonalidade quase dourada, criou a partir de 1875 uma série de telas bem identificadas com o espírito impressionista.       Exemplos típicos dessa fase são os grandes quadros “Le Moulin de la Galette” (Louvre), de 1876, e “O almoço dos remadores” (National Gallery of Art, Washington), de 1881. Em 1881-1882, após várias viagens à Itália, Argélia e Provença, de consideráveis efeitos sobre sua vida e sua arte, Renoir se convenceu de que o uso sistemático da técnica impressionista já não lhe bastava. Concluiu também que o preto não merecia a rejeição antes proposta por seus colegas, sendo até capaz, em certos casos, de ter um efeito notável para acentuar a intensidade das cores.     

A descoberta da obra de Rafael e o fascínio pela pureza das linhas clássicas, a que sucumbiu na Itália, confirmaram-no em suas novas ideias. Na maioria, as telas que pintou a partir de 1883-1884 são de tal maneira marcadas pela disciplina formal que alguns historiadores da arte agruparam-nas como as da “fase Ingres”, em alusão à sua vaga semelhança com o estilo do pintor clássico francês.      

A formação impressionista persistiu, no entanto, na mestria de Renoir no manejo das cores, evidente na longa série “Banhistas”. A partir de 1907, radicado definitivamente em Cagnes-sur-Mer, onde já costumava passar longas temporadas, Renoir realizou no fim da vida algumas esculturas, que se somaram aos quase quatro mil quadros que compõem sua obra. Nem o reumatismo crônico, que o obrigava a amarrar o pincel na mão para pintar, turvou a luminosidade de suas telas, reflexo de uma atitude otimista. Renoir morreu em seu retiro, naquela cidade da Provença, à beira do Mediterrâneo, em 3 de dezembro de 1919.

Fonte: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

Joaquim Albuquerque Tenreiro (Melo Guarda/PT, 1906 – Itapira/SP, 1992)

Designer, escultor, pintor, gravador e desenhista. Filho e neto de marceneiros, aos dois anos de idade muda-se para o Brasil com a família, fixando residência em Niterói, Rio de Janeiro. Retorna a Portugal em 1914, onde ajuda o pai a realizar trabalhos em madeira e inicia aulas de pintura. Volta a viver no Brasil entre 1925 e 1927. Em 1928, transfere-se definitivamente para o Rio de Janeiro, passando a frequentar o curso de desenho do Liceu Literário Português e faz cursos no Liceu de Artes e Ofícios.

Em 1931, integra o Núcleo Bernardelli, grupo criado em oposição ao ensino acadêmico da Escola Nacional de Belas Artes – Enba. Na década de 1940, dedica-se à pintura de retrato, de paisagem e de natureza-morta. Entre 1933 e 1943, trabalha como designer de móveis nas empresas Laubissh & Hirth, Leandro Martins e Francisco Gomes. Em 1942, realiza para a residência de Francisco Inácio Peixoto seu primeiro móvel moderno. Em 1943, monta sua primeira oficina, a Langenbach & Tenreiro e, alguns anos depois, inaugura duas lojas de móveis; primeiro no Rio de Janeiro e, posteriromente, em São Paulo. No final da década de 1960, Joaquim Tenreiro encerra as atividades na área da concepção e fabricação de móveis para dedicar-se, por mais 20 anos, exclusivamente às artes plásticas, principalmente à escultura. Em 1969, executa um painel para a Sinagoga Templo Sidon e, em 1974, dois painéis para o auditório do Senai, ambos na Tijuca.

Fonte: Itaú Cultural.

Judith Lauand (Pontal/SP, 1922 – São Paulo/SP, 2022)

Pintora e gravadora. Nome importante do movimento concretista, é reconhecida por suas obras com formas geométricas precisas, pelo rigor matemático de suas composições constituídas de linhas, planos e vetores, e mesclada com cores contrastantes. Ao longo de sua carreira, experimenta técnicas diferentes, como gravura, desenhos, guaches, colagens, xilogravuras, tapeçarias, bordados e esculturas.

Em 1950, forma-se na Escola de Belas-Artes de Araraquara, no interior de São Paulo, onde aprende pintura. Nessa época, Lauand pinta naturezas-mortas, quadros mais figurativos e retratos. Muda-se para São Paulo em 1952 e cursa aulas de gravura, época na qual começa a experimentar essa técnica e caminhar para a abstração em suas obras.

Sua aproximação com as vanguardas artísticas se dá em 1953, ano em que trabalha como monitora da 2ª Bienal de São Paulo e entra em contato com obras de artistas como o suíço Paul Klee (1879-1940), nome importante do movimento expressionista, o modernista Piet Mondrian (1872-1944) e o escultor e pintor estadunidense famoso por seus móbiles Alexander Calder (1898-1976).

Em 1955, ingressa no Grupo Ruptura e é conhecida como a única mulher a ter feito parte oficialmente do grupo, integrado por Waldemar Cordeiro (1925-1973), Geraldo de Barros (1923-1998) e Luiz Sacilotto (1924-2003). O convívio com os concretistas, tanto nas artes visuais, quanto na literatura, incentiva Lauand em sua busca por formas geométricas, com precisão matemática e reflexão sobre a composição de linhas, vetores e formas.

A obra Do Círculo ao Oval (1958) representa o rigor na estrutura das linhas, que partem de um ponto e vão rotacionando e formando outras figuras geométricas. O interior da imagem se assemelha a um círculo que irradia para uma figura oval quando vista em sua completude. A cor de fundo, um amarelo vibrante, corrobora o cuidado da artista na escolha de cores puras e vivas que contrastem com a composição geométrica.

A artista tem reconhecimento nacional e internacional, participando de importantes exposições coletivas, como a 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta (1956), realizada no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP); a Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa (1959-1960), que passa por cidades como Munique, Lisboa, Madri e Paris; e Judith Lauand: Abstrações do Concretismo Brasileiro (2017), na galeria Driscoll Babcock, em Nova York, evidenciando sua constante atuação no sistema das artes.

Na década de 1960, Lauand passa por uma fase ligada à pop art e adiciona outros elementos às suas telas, como tachinhas, tecidos, alfinetes, barbantes e clipes, e insere palavras, também por influência da poesia concreta com que tem contato na época, como a de Décio Pignatari (1927-2012). O trabalho Te Amor (1969) é um exemplo dessa fase pop e traz à tela os rostos de um homem e de uma mulher, pintados com cores fortes e contrastantes, como o amarelo, o bordô e o azul escuro. No quadro, observamos que a mulher está com o rosto virado e o homem, que está à sua frente, parece que a pressiona contra a parede. A cena parece simular uma tentativa de beijo entre um casal, e na parte inferior da tela estão as palavras “Te” e abaixo “A Mor”. Podemos ler tal qual está no título “Te Amor” ou, se invertermos, podemos ler “A Mor Te”, mostrando como a artista brinca com as palavras e situações.

Funda a Galeria Novas Tendências, em São Paulo, com os artistas Hermelindo Fiaminghi (1920-2004) e Luiz Sacilotto, como um espaço para expor os artistas concretos, inaugurada com a exposição Coletiva Inaugural 1 (1963), que tem por intenção apresentar novos artistas ao mercado de arte.

Há em suas obras uma formulação matemática com desenhos que parecem abertos ou fechados, como o trabalho Quatro Grupos de Elementos (1959), que também denota uma exploração cromática para formar a imagem e garantir uma ilusão ótica. Na tela, observamos duas linhas paralelas, nas cores preta e azul-escura, atravessadas por outras linhas que se cruzam e, dependendo da observação, vemos um losango ou um objeto tridimensional. Lauand experimenta, com essas formas, técnicas para a abstração.

Judith Lauand tem intensa atividade desde o início de sua carreira, na época com pinturas mais figurativas e acadêmicas, mas firmando sua produção com as características da arte concretista. Experimenta a arte pop, porém, segue trabalhando com abstrações em seus desenhos. Notável pelo rigor matemático e pela precisão das formas, Judith Lauand evidencia em sua produção composições de linhas e vetores que denotam movimento, trabalhando também com escolhas cromáticas que conferem vivacidade às obras.

Fonte: Itaú Cultural.

Paulo Augusto Pasta (Ariranha/SP, 1959)

Pintor, desenhista, ilustrador e professor. Gradua-se em artes plásticas na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), em 1983. Estuda desenho e gravura em metal com Evandro Carlos Jardim (1935). Faz cursos de litografia e serigrafia com Regina Silveira (1939) e pintura, com Donato Ferrari (1933) e Carmela Gross (1946). Atua como arte-educador na Pinacoteca do Estado de São Paulo, entre 1983 e 1985. Cria obras abstratas nas quais utiliza uma gama cromática reduzida, explorando variações tonais. Em 1984, realiza sua primeira exposição individual na Galeria D. H. L., em São Paulo. Recebe a Bolsa Emile Eddé de Artes Plásticas, em 1988. Tem relevante atividade docente, lecionando pintura na Faculdade Santa Marcelina (FASM), entre 1987 e 1999, e desenho na Universidade Presbiteriana Mackenzie, entre 1995 e 2002. É professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), onde ingressa em 1998. Ministra ainda cursos livres em várias instituições culturais, como o Museu Brasileiro de Escultura (MuBE) e o Instituto Tomie Ohtake (ITO).

Em 1990, recebe o Prêmio Brasília de Artes Plásticas no Museu de Arte de Brasília (MAB/DF) e, em 1997, o Prêmio Price Waterhouse – Conjunto de Obras, no 25º Panorama de Arte Brasileira do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP). Em 1998, é publicado o livro Paulo Pasta, pela Edusp. É mestre em artes plásticas pela ECA/USP, em 2002. Ilustra, entre outros, os livros Coração Partido – Uma Análise da Poesia Reflexiva de Drummond e Rocambole, ambos de autoria do crítico literário Davi Arrigucci Jr., publicados pela Editora Cosac & Naify, em 2002 e em 2005, respectivamente.

A pintura de Paulo Pasta propõe ao observador uma experiência: ela porta uma espécie de vagar, pede uma suspensão temporal para que o olhar possa se deter morosamente pelas passagens tonais e pelas formas, em lento movimento de diferenciação.

Fonte: Itaú Cultural.

Kenneth Kemble (Buenos Aires/ARG, 1923 – 1998)

Sua primeira formação artística foi recebida na oficina do maestro Raúl Russo. Antes de completar 30 anos, viajou para Paris, onde morou por três anos. Lá continuou seus estudos na Académie Ranson e se aperfeiçoou com o lendário André Lothe, professor de grandes artistas. De volta à Argentina, faz experiências com tinta a óleo e colagens de diversos materiais. Em 1958 expôs pela primeira vez na exposição Arte Nova organizada pela Galeria Pizarro. No ano seguinte aderiu ao Movimento Informalista e em 1961 apresentou a exposição Arte Destrutiva que contribuiria para cimentar o Conceitualismo na Argentina e as experiências que seriam realizadas no Instituto Di Tella. Foi diretor do Museu Histórico de Luján e professor durante muitos anos na Escola de Belas Artes “Ernesto de la Cárcova”. Realizou inúmeras exposições e em 1972 ganhou o Primeiro Prémio de Pintura na Câmara Municipal Manuel Belgrano. Em 1994 recebeu o Prémio de Honra do National Fine Arts Hall e no ano seguinte, o prémio pela sua carreira profissional do National Arts Fund. Faleceu em Buenos Aires, em 30 de abril de 1998.

Fonte: Arte de la Argentina.

Henri Toulouse-Lautrec (Albi/FR, 1864 — Saint-André-du-Bois/FR, 1901)

Pintor pós-impressionista e desenhista francês, famoso por suas litografias e pôsteres dos salões de dança e cabarés do final do século XIX em Paris. No início de 1882, Lautrec mudou-se para Paris, acompanhado de sua mãe. Ingressou no estúdio de Léon Bonnat, um defensor das normas acadêmicas e contra os impressionistas, não gostava dos desenhos de Lautrec. Em 1883 tomou como mestre Fernand Cormon, cujo estúdio ficava em Montmartre, um local que se tornou o paraíso dos artistas. Em 1885, Lautrec já se dedicava inteiramente à pintura.

Em 1886, com uma mesada dos pais, Lautrec montou um estúdio e passou a frequentar a vida noturna do bairro. Os cabarés e os bordéis viraram seu segundo lar, um ambiente que seus pais nunca aceitaram em ver o filho. Para uma dessas casas, a Bruant’s Militon, Lautrec fez vários cartazes. Em 1889 foi inaugurado mais um cabaré, o luxuoso, Moulin Rouge, onde o pintor passou a frequentar e passava horas munido de um bloco anotando tudo que observava ao ser redor, entre um gole de absinto e outro de gim.

Em 1891, Lautrec fez o primeiro cartaz publicitário do Moulin Rouge, que é uma das representações mais famosas do cabaré, e graças a ele, Lautrec tornou-se famoso da noite para o dia. Durante essa década, produziu muitas gravuras para álbuns de colecionadores, cardápios, programas de teatro e livros. Tornou-se o maior criador de cartazes de Paris.

A partir de 1892, Toulouse-Lautrec dedicou-se à litografia. Entre as mais de 300 que produziu destaca-se a série “Elles”, que retrata a vida nos bordéis. Nessa época, o artista já estava entregue ao alcoolismo, contraíra sífilis, mesmo assim produziu obras brilhantes. Em 1898, realizou uma expedição individual, a última de sua carreira, na filial londrina da Galeria Goupil. Em 1899, após um colapso nervosos, passou alguns meses em um sanatório em Neuilly, nos arredores de Paris.

Fonte: E-biografia.

Amílcar Augusto Pereira de Castro (Paraisópolis/MG, 1920 – Belo Horizonte/MG, 2002)

Escultor, gravador, desenhista, diagramador, cenógrafo, professor. Um dos principais artistas plásticos brasileiros do século XX, Amílcar de Castro promoveu inflexões radicais e inovadoras no campo da escultura e da geometria, tornando-se referência incontornável para essa forma de expressão artística, tanto no Brasil quanto no mundo.

Muda-se com a família para Belo Horizonte em 1935 e estuda na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), entre 1941 e 1945. A partir de 1944, frequenta a Escola de Belas Artes de Belo Horizonte, onde participa curso livre de desenho e pintura com Guignard. Com o professor, aprende a usar o lápis duro, o que exige firmeza no traço. Estuda escultura figurativa com Franz Weissmann. No fim da década de 1940, assume alguns cargos públicos, que logo abandona, assim como a carreira de advogado.  

Artisticamente, dá-se a passagem do desenho para a tridimensionalidade. Em 1952, muda-se para o Rio de Janeiro e trabalha como diagramador em diversos periódicos, com destaque para a reforma gráfica realizada no Jornal do Brasil. Depois de entrar em contato com a obra do artista suíço Max Bill, realiza sua primeira escultura construtiva, exposta na 2ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1953. Participa de exposições do grupo concretista, no Rio de Janeiro e em São Paulo, em 1956, e assina o Manifesto neoconcreto em 1959.

Em sua escultura, em vez de adicionar ou subtrair matéria, parte de um plano (circular, retangular, quadrado etc.) que é cortado e dobrado, formando um objeto tridimensional articulado por intenso diálogo com o espaço. Sem fragmentar a matéria, a separação provocada pelos cortes e dobras mantém a unidade interna da escultura. A ausência da solda, o que lhe daria um caráter artificial, e a resistência do ferro à ação do homem, devido à espessura das placas, convivem com a presença do tempo que o encardido da ferrugem explicita. Se os concretistas, sobretudo Max Bill, partem de uma ideia e sublimam a matéria de que é feita a escultura, Amilcar de Castro mantém sua ligação com o solo e com a natureza. 

Em 1960, participa da Mostra Internacional de Arte Concreta, organizada em Zurique por Max Bill. Em 1968, vai para os Estados Unidos, conjugando bolsa de estudo da Guggenheim Memorial Foundation com o prêmio de viagem ao exterior obtido na edição de 1967 do Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM). Nesse período, realiza algumas esculturas que partem de anéis, chapas e fios de aço. Essas peças, às quais não dá sequência, possuem diferentes pontos de equilíbrio no solo. 

De volta ao Brasil, em 1971, fixa residência em Belo Horizonte. Torna-se professor de composição e escultura da Escola Guignard, na qual trabalha até 1977, inclusive como diretor. Entre as décadas de 1970 e 1980, leciona na Faculdade de Belas Artes da UFMG. Nesse período, retoma intensamente o desenho e dá continuidade à escultura anterior ao período americano. Em seus desenhos – ligados profundamente ao trabalho escultórico e à litografia que desenvolve nos anos 1990 –, seu gesto se acentua e alguns permitem diversas posições e configurações (o artista inclusive assina em vários lados). A organização do espaço surge neles sem um projeto anterior, como se pode ver na fluidez de seu gesto e do rastro da pincelada. Em parte de suas últimas esculturas, não realiza dobras, mas apenas cortes em espessas paredes de ferro que deixam a luz passar. Em algumas, liberta um sólido móvel, mas resguarda a unidade que o corte a princípio teria desfeito. É a sutil justaposição desse sólido ao plano que mantém a possibilidade de sua integração ao todo. 

Em 1990, aposenta-se da docência e passa a dedicar-se com exclusividade à atividade artística. Em 1999, apresenta trabalhos novos em exposição realizada no Centro de Arte Hélio Oiticica, no Rio de Janeiro, em que respeita o limite de resistência das lajes do histórico edifício. Ao lado do prédio, na praça Tiradentes, expõe um conjunto de peças monumentais. Em suas últimas esculturas, afastado da ortodoxia construtiva, não parte de figuras geométricas regulares que caracterizam um período de sua produção.

Há muito tempo fora da base, suas obras se estendem horizontalmente no solo e dialogam com a paisagem. Num percurso de cerca de cinco décadas, Amilcar de Castro experimenta infinitas possibilidades do plano. Resistente ao excesso de racionalismo, suas dobras tornam a geometria maleável e mais humana.

Fonte: Itaú Cultural.

 

Alex Vallauri (Asmara/ET, 1949 – São Paulo/SP, 1987)

Grafiteiro, artista gráfico, gravador, pintor, desenhista, cenógrafo. Conhecido como o mestre do grafite no Brasil, caracteriza-se como um artista revolucionário. Conectado com seu tempo, desenvolve seu trabalho incorporando o kitsch e a arte pop, fazendo dos muros cinzas de grandes cidades a sua principal tela, a partir de diferentes técnicas, entre elas, o estêncil.

Chega ao Brasil em 1965, com 16 anos, estabelecendo-se com a família em Santos, no litoral de São Paulo. Nessa época, inicia-se em xilogravura e produz registros gráficos de alto contraste, cujos temas são personagens do porto, como estivadores e prostitutas. O artista logo se destaca: é premiado no Salão de Arte Jovem, de Santos, em 1968, e realiza sua primeira exposição individual, em 1970, na Associação Amigos do Museu de Arte Moderna de São Paulo (AAMAM/SP). No ano seguinte, já morando na capital paulista, forma-se em comunicação visual pela Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e, dois anos depois, torna-se professor de desenho de observação e livre expressão da mesma escola.

Na década de 1970, o artista desenvolve uma linguagem gráfica que evoca a pop art. Elabora xilogravuras de grandes dimensões que ganham o espaço público, como Boca com Alfinete (1973). Objetos e o corpo humano — ou fragmentos dele — são temas privilegiados dessas intervenções. Especializa-se em litografia no Litho Art Center de Estocolmo, Suécia, em 1975, e passa dois anos viajando por algumas cidades da Europa, onde tem contato com a arte que vinha sendo produzida nos grandes centros, como a pintura mural e as instalações urbanas. Em 1977, participa da 14ª Bienal Internacional de São Paulo com uma projeção de imagens de arte urbana colecionadas por ele, nomeada Ao Alcance de Todos, evidenciando o pensamento de Vallauri que fundamentaria sua obra. 

De volta ao Brasil, e dando continuidade à exploração de uma iconografia que remete à cultura de massa dos anos 1950, a partir de 1978, inicia sua produção em grafite, sendo reconhecido como seu precursor no Brasil. Usando o estêncil, concebe personagens que remetem aos das histórias em quadrinhos — apropriando-se de algumas de suas figuras conhecidas, como o personagem Mandrake, de Lee Falk (ca. 1911-1999) — e, em especial, às pin-ups

O artista acredita no potencial comunicativo da arte e que, por isso mesmo, defende que ela deve estar em todo lugar para todos. De acordo com o curador de arte João Spinelli, nessa época, o grafite ainda tem um caráter subversivo, sendo “caso de polícia”. Os desenhos são feitos de madrugada e apagados na manhã seguinte, reaparecendo, pelas mãos insistentes de seu autor, dias depois, em outros lugares. 

A subversão de Vallauri está também no conteúdo que marca sua obra. Sem ser panfletário, ainda segundo Spinelli, o artista produz trabalhos com posicionamento político a partir de elementos lúdicos, pois, para ele, a crítica à ditadura militar, vigente no Brasil à época, tal como era feita por partidos políticos e ativistas, já não chegava ao povo. Boca com Alfinete (1973) é um exemplo desses trabalhos, assim como seus grafites com um telefone vermelho fora do gancho, em referência ao telefone vermelho de Moscou como uma “ameaça” comunista, e araras com balões dizendo “já, já, já”, em alusão ao movimento Diretas Já, pela volta da democracia.   

Na década de 1980, sua arte passa a estampar outros lugares. Em 1982, Vallauri muda-se para Nova York, onde cursa artes gráficas no Pratt Institute até 1983. Nesse período, realiza uma série de grafites pela cidade, em pontos incomuns, como Soho, Greenwich Village e Broadway. Esses se diferenciam tanto na paisagem que se tornam referência da cidade, sendo posteriormente reproduzidos em cartões-postais. 

A contribuição de Alex Vallauri para as artes plásticas brasileiras e para o grafite, em especial, é, senão imensurável, bastante importante, sendo uma referência incontornável para a arte que se propõe a questionar padrões sociais e o próprio status da arte, de forma lúdica e acessível. O dia 27 de março foi instituído como Dia Nacional do Grafite, em homenagem ao artista. 

Fonte: Itaú Cultural.

Aldemir Martins (Ingazeiras/CE, 1922 – São Paulo/SP, 2006)

Pintor, gravador, desenhista, ilustrador. Reconhecido pela produção figurativa amplamente difundida nos meios de comunicação, Aldemir Martins recorre a um repertório formal constantemente retomado, no qual se destacam: aves, sobretudo os galos; cangaceiros, inspirados nas figuras de cerâmica popular; gatos, realizados com linhas sinuosas; e ainda flores e frutas.

Começa a desenhar no Colégio Militar de Fortaleza, que frequenta desde 1934. Na década de 1940, trabalha como artista na capital cearense, ao mesmo tempo que busca atualizar o então incipiente meio artístico da cidade. No princípio da carreira, em 1941, ajuda a criar o Centro Cultural de Belas Artes (CCBA), com Mario Baratta (1915-1983), Antonio Bandeira (1922-1967), Raimundo Cela (1890-1954) e Inimá de Paula (1918-1999). O grupo monta um espaço para exposições permanentes e organiza salões e cursos de arte. Três anos depois, a instituição passa a se chamar Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SCAP). Martins produz desenhos, xilogravuras, aquarelas, pinturas e colabora, a partir de 1943, como ilustrador na imprensa cearense.

Em 1945, segue para o Rio de Janeiro com Antonio Bandeira e Inimá de Paula. Na cidade, participa de uma coletiva de artistas cearenses na Galeria Askanasy, organizada pelo pintor suíço Jean-Pierre Chabloz (1910-1984). No ano seguinte, muda-se para São Paulo, onde realiza sua primeira exposição individual no Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) e retoma a carreira de ilustrador. Entre 1949 e 1951, frequenta os cursos do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e se torna monitor da instituição. Lá estuda história da arte com Pietro Maria Bardi (1900-1999) e gravura com Poty Lazzarotto (1924-1998). Durante o curso, produz o álbum de gravuras Cenas da seca do Nordeste, com prefácio de Rachel de Queiroz (1910-2003). Os trabalhos revelam a importante influência de Candido Portinari (1903-1962) tanto no tratamento do tema como no traço de Martins. Em 1951, faz desenhos de paus-de-arara, rendeiras e cangaceiros, trabalho que no mesmo ano recebe o prêmio aquisição para desenho na 1ª Bienal Internacional de São Paulo.

Dois anos mais tarde, realiza o cenário da peça Lampião, de Rachel de Queiroz. Em 1956, é premiado como melhor desenhista internacional na 28ª Bienal de Veneza e expõe em diversas partes do mundo. Em 1959, recebe o prêmio de viagem ao exterior do Salão Nacional de Arte Moderna e permanece por dois anos na Itália. Na década de 1960, trabalha muito com arte aplicada a objetos comerciais. Em 1962, cria cenário para o 1º Festival da MPB, produzido pela TV Record, e elabora estampas para tecidos da Rhodia Têxtil. Faz ilustrações dos aparelhos de jantar da série Goyana de Cora. A partir da segunda metade dos anos de 1960, cria esculturas de cerâmica e acrílico, além de joias em ouro e prata. Em 1969, ilustra bilhetes de loteria. Seis anos mais tarde, cria a imagem de abertura da telenovela Gabriela, da Rede Globo. Em 1981, repete a experiência na abertura da telenovela Terras do sem fim.

É pelo diálogo com o popular, pela encarnação de arquétipos da brasilidade com seus tipos e temas e pelo uso de linhas fortes e cores vibrantes do imaginário nacional que a obra de Aldemir Martins se projeta com destaque na cultura brasileira.

Fonte: Itaú Cultural.

Cesáreo Diaz (Buenos Aires/ARG, 1894 – 1994)

Nasceu em uma das famílias ilustres de origem espanhola na Argentina. Era descendente direto do Coronel Cèsar Díaz que participou ativamente da guerra de independência argentina, em cuja homenagem leva seu nome uma das mais belas avenidas de Buenos Aires. Pintor, desenhista e ilustrador autodidata, passou grande parte da sua vida nos mais importantes salões europeus ligados à arte, e é na Europa que aprendeu a pintar com os grandes mestres da época e que continuou os seus estudos por 17 anos. Percorreu espaços artísticos em Portugal, Espanha, França, Itália e Suíça. Principalmente na França, Díaz desenvolveu sua arte com grande maestria. Ele visitou o Brasil e o Norte da África.

Foi ilustrador de jornais e revistas importantes. Cesáreo Díaz, foi um pintor impressionista realista e figura entre os mestres do plástico argentino. Com o seu trabalho participou no Salão Nacional a partir de 1915, no Salão Nacional de Arte Decorativa em 1921 e 1922, e em outras importantes exposições coletivas, e em 1921 obteve a Medalha de Prata no Salão Nacional. Em 1922, Medalha de Ouro no Salão Nacional. Em 1927, Primeiro Prêmio e Medalha de Ouro na Exposição da Comissão de Artes Aplicadas. Ele produziu aquarelas daquela maneira fresca, espontânea e clássica que o distingue entre os nossos aquarelistas como um representante das tradições primitivas deste gênero de pintura. Há em suas obras, algo bem-educado, delicadeza e bom gosto.   

Fonte: Arte de la Argentina.

Nelson Ramos (Dolores/Uruguai, 1932 – Montevidéu/UY, 2006)

Em 1951 regressou na Escola Nacional de Belas Artes, onde estudou com Vincent Martn. Viajou para o Rio de Janeiro com bolsa para estudar técnicas de gravura com Iberê Camargo e Johnny Friedlander (1959). Trabalhou como ilustrador de jornais brasileiros. 

Em 1962 pelo Ministério da Educação e Cultura, viajou para a Europa, visitou a Espanha, Itália e França. Ele foi contratado pelo College of Art and Design, em Minneapolis (EUA, 1981). Artista em residência no Massachusets College of Art, em Boston (1992). Ele recebeu inúmeros prêmios, incluindo: Grande Prémio de Pintura (Primeira Bienal de Jovens Artistas, Uruguai, 1961) Prêmio de Aquisição (Câmara Municipal nos anos de 1956, 1958, 1962 e 1967); Prêmio Desenho arte contemporânea americana e Espanha (Madrid, 1963), Grand Prix XXXI Salão Nacional de Artes Plásticas (1967) MID-AMERICA ALLIANCE Arts Award, EUA (1991) ECOART-Prêmio, Rio de Janeiro (1992), etc. Participou, entre outras, nas seguintes exposições: Primeira Bienal de Arte, Córdoba, Argentina (1962), VII Bienal de São Paulo, Palácio de Exposições, Roma (1964), Veneza XXXII Bienal, Primeira Bienal de Arte (Medellin, Colômbia , 1968); X Bienal de São Paulo, VII Festival Internacional de Pintura em Cagnes-sur-Mer (França, 1976), XVIII Bienal de São Paulo, Galeria Tretyakov, em Moscou (1988), Havana Quarta Bienal (1991); XLVII Venice Biennale, e assim por diante. Foi premiado com a Irmandade da B nai B rith do Uruguai.

Em 1996 ele foi premiado com o Figari. Ramos reconstrói a realidade a partir de fragmentos de outras realidades e elaborado em alguns casos, remover o suporte, em uma evolução que começou no início dos anos setenta com suas caixas e torna-se cruzado com as caixas atualmente nenhuma diferenciação entre o Continente e tornando o conteúdo, as investigações puramente plástica. Suas obras estão em museus no Uruguai, Argentina, Brasil, Espanha, EUA, etc. Morreu em 2 de fevereiro de 2006.

Fonte: Museu Nacional de Artes Visuais.

Miguel Von Dangel (Bayreruth/Alemanha, 1946)

Reside na Venezuela desde os dois anos de idade. Em 1963 ele se matriculou na Escola de Artes Visuais Cristóbal Rojas, que seguiu os cursos gratuitos de decoração e gravura, No entanto, sua formação foi essencialmente autodidata, em contato com a natureza e tomando como exemplo o trabalho de Barbaro Rivas, que foi um vizinho, em Petaluma, uma cidade onde von Dangel sempre viveu. Em 1965 foi realizada sua primeira exposição  na Sociedade Maraury em Petare. A estético de Von Dangel não é limitado exclusivamente à pintura sobre tela, continuamente testou escultura, colagem e objetos que se relacionam em uma vitalidade frenética, sua predisposição para taxidermia[1], paixão pelo simbólico e  incontestável vocação mística/religiosa, que oscila entre irreverência e metafórico.

A prática como taxidermista talvez lhe permitisse adquirir certo rigor científico. Pintar em outro contexto permite-lhe, em suas próprias palavras, dar expressão ao seu mundo interior. De alguma forma, a arte de dissecar animais e pintura é justaposta em uma espécie de grito existencial que busca ascender em direção ao luminoso, em direção àquele universo do sagrado. Ascensão que se afasta dos preceitos religiosos estabelecidos. Toda essa simbologia mística que caracteriza o trabalho do artista plástico Von Dangel se apoia bem como Victor Guédez, escreveu “em um repertório necrófilo, um mal irreverente e um objetuaslismo extravagante”. Sem mencionar que um barroco alegórico é feito palpável em todas as suas criações menos como um recurso estético do que como uma proposta espiritual rasgada.

Fonte: Museu de Arte do Espírito Santo.

Cundo Bermúdez (Havana/Cuba, 1914 – Flórida/EUA, 2008)

Começou o ensino médio aos 13 anos e, pouco depois, frequentou a Academia de Belas Artes. O pintor disse: “Um parente meu, que observava meus desenhos, me levou à Academia de San Alejandro, para que eu aprendesse a desenhar. Mas eu a abandonei muito cedo, não gostei do ensino. Em 1934, começou a estudar Direito Diplomático na Universidade de Havana – para satisfazer sua família – mas o fechamento da instituição permitiu que se formasse em 1941. Antes, ele havia exposto com quatro jovens artistas no Parque Albear, em 1937, e viajado para o exterior um ano depois.

Ele disse: “Em 1938 fui ao México para estudar desenho. Lá fiquei muito impressionado com a pintura mexicana e seus temas.” Quando retornou a Havana desenvolveu inúmeras atividades: “Naqueles anos estudei, trabalhei e pintei. Minha primeira exposição formal individual foi no Liceu de Havana, em 1942. Então me senti bastante influenciado pelos maiores pintores cubanos da geração anterior: Amelia Peláez, Carlos Enríquez e outros” – explicou o artista. Depois de várias viagens aos Estados Unidos da América e ao Haiti, viajou para o Velho Continente: “Mais tarde, no início dos anos 1950, fui à Europa para ver seus museus. Passei nove meses em Sapain, Itália e França, já estava influenciado pelo moderno em si, mas lá fiquei impressionado com os mestres espanhóis, principalmente Velázquez.

Em 1958, Bermúdez estava no exterior com o objetivo de expor suas obras. Ele retornou em 1960, mas seu pensamento e atitudes o levaram a se isolar do ambiente político e a se concentrar em seu desenvolvimento artístico, preparando exposições em Lima e Santiago do Chile. Ele deixou Cuba em 1967. Então ele se estabeleceu em Washington e depois em San Juan, Porto Rico, e ainda mais tarde na Flórida, onde morreu.

Ele alcançou reconhecimento internacional, duas de suas obras pertencem ao acervo do Museu de Arte Moderna (MOMA), Nova York. Em 1956, ganhou o Prêmio da Exposição Internacional do Caribe, patrocinada pelo Museu de Belas Artes de Houston, Texas. Em 1973, foi premiado na exposição Tribute to Picasso, realizada em Washington. Participou da Bienal de Veneza e da Bienal de São Paulo.

Fonte: Art in Embassies.

Luiz Sacilotto (Santo André/SP, 1924 – São Bernardo do Campo/SP,  2003)

Pintor, escultor e desenhista. Inovador, Luiz Sacilotto tensiona a figuração e a abstração, até chegar à geometrização e aos desdobramentos do plano no espaço. Torna-se um dos grandes artistas concretos do Brasil. Estuda pintura na Escola Profissional Masculina do Brás, entre 1938 e 1943, e desenho na Associação Brasileira de Belas Artes, de 1944 a 1947. Seus primeiros trabalhos demonstram recusa dos padrões acadêmicos e proximidade da estética do Grupo Santa Helena. Nos anos 1940, realiza muitos desenhos, geralmente retratos, e começa a pintar paisagens e naturezas-mortas.

A partir de 1947, observa-se em suas telas uma tensão entre o figurativo e o abstrato, que se evidencia na geometrização do fundo, trabalhado com linhas retas e áreas de cor, e maior síntese dos elementos, como em Figura ou Mulher sentada (ambas de 1948). O artista, definido por Waldemar Cordeiro como “a viga mestra da arte concreta”, explora em suas obras o princípio de equivalência entre figura e fundo, a igualdade de medida entre cheios e vazios e as contraposições entre positivo e negativo. Utiliza, como matéria-prima e suporte para os trabalhos, materiais não convencionais, como esmalte, madeira compensada, fibrocimento, alumínio, latão e ferro. Realiza ainda uma série de monotipias de caráter abstrato.

O artista divide regularmente as figuras para multiplicá-las, sem perder a referência inicial, e cria um jogo ambíguo com as formas, trabalhando com questões que serão desenvolvidas mais tarde pela op art. As várias séries, produzidas a partir da década de 1970, geram efeitos de expansão e retração, rotações e dobras virtuais, obtendo grande dinamismo com base em formas elementares. Em Concreção 7553 (1975), por exemplo, os módulos são expandidos ou contraídos para criar volumetrias visuais, gerando ilusões de curva e profundidade.

Nas composições, as cores destacam ou suavizam a geometria. O artista, com especial cuidado, coleciona pigmentos, classifica e numera gradações, perfazendo mais de trezentos tons, que incluem desde os das terras de Siena e Kassel até os azuis e verdes de jazidas de Minas Gerais. Em 2000, em homenagem recebida da prefeitura de Santo André, terra natal do artista, a principal via comercial da cidade, a rua Coronel Oliveira Lima, é calçada com lajotas que reproduzem suas obras. No local, é instalada também a escultura Concreção 0005 e, na praça do IV Centenário, a escultura Concreção 0011, ambas realizadas naquele mesmo ano.

Começando com referências expressionistas e passando pelo abstracionismo, Luiz Sacilotto é considerado um importante nome da arte concreta no Brasil. O pioneirismo do artista é expresso em suas pinturas com fenômenos ópticos e em suas esculturas tridimensionais.

Fonte: Itaú Cultural.

Wilson Furtado Cavalcanti (Pelotas RS 1950). Pintor, gravador e desenhista. Conhecido como Cava, desde a juventude cria histórias em quadrinho. Ainda na adolescência, começa a estudar gravura e desenho no Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre. Nesta escola se mantém de 1967 a 1979, tendo como mestres Danúbio Gonçalves (1925), Paulo Peres (1935), Carlos Martins (1945) e Marília Rodrigues (1937), entre outros. Entre 1974 e 1978, suas histórias em quadrinhos são publicadas em diversos jornais e revistas estaduais e nacionais, tais como Folha da ManhãPasquimPlaneta etc. Organiza junto com outros artistas um manifesto sobre Arte na Rua, no Ponto de Arte de Porto Alegre. Participa de dois livros de humor: 14 Bis, da Editora Garatuja e Antologia do Humor Gaúcho, da LPM Editora. Tem grande importância no cenário cultural de Porto Alegre, tendo fundado o ateliê de gravura em metal do Museu do Trabalho, em 1988, o Atelier de Litografia Oficina 11, em 1992, o Núcleo de Gravuras do Rio Grande do Sul e a Associação Independente de Artistas (AINDA), em 1997. Neste ano exerce a função de Secretário Substituto da Secretaria de Cultura de Viamão RS.

http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa24784/wilson-cavalcanti

Franz Joseph Weissmann (Knittelfeld/Áustria, 1911 – Rio de Janeiro/RJ, 2005)

Escultor, desenhista, pintor e professor. Por meio da aplicação de técnicas do figurativismo e do construtivismo – movimento do qual é um dos precursores no Brasil –, consolida-se como importante criador de esculturas em espaços públicos do país. Sua obra tem como traços característicos os contornos de espaços vazados e a valorização das formas geométricas.

A família de Weissmann chega ao Brasil em 1921 e se estabelece no interior de São Paulo. Em 1927, ele se muda para a capital paulista, onde leciona português a estrangeiros e entra em contato com as artes plásticas em visitas a exposições. Em 1929, a família se transfere para o Rio de Janeiro. Ingressa na Escola Nacional de Belas Artes (Enba) em 1939. Durante dois anos, passa pelos cursos de arquitetura, pintura, desenho e escultura, mas não se adapta ao ensino acadêmico e abandona a Enba em 1941. De 1942 a 1944, estuda desenho, escultura, modelagem e fundição no ateliê do escultor polonês August Zamoyski, com quem aprende as técnicas tradicionais do campo.

Na busca pela essência da figura, realiza esculturas cada vez mais geometrizantes, nas quais o espaço vazado já aparece como um elemento definidor. No decorrer da carreira, o “vazio ativo” – como o artista define tais espaços –, torna-se uma obsessão. É do jogo entre o plano e suas articulações com o elemento vazado que nasce a tridimensionalidade aberta para o mundo das esculturas de Weissmann. A partir da década de 1950, começa a abandonar o estilo figurativo e, gradualmente, elabora um trabalho de cunho construtivista, com valorização das formas geométricas submetidas a recortes e dobras, por meio do uso de chapas de ferro, fios de aço, alumínio em verga ou folha. As primeiras experiências construtivistas, determinantes para o desenvolvimento e a consolidação dessa estética no Brasil, culminam na obra Cubo Vazado (1951), um dos marcos iniciais do estilo.

Nos anos 1970, recebe o prêmio de melhor escultor da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) e participa da Bienal Internacional de Escultura ao Ar Livre, em Antuérpia, na Bélgica, e da Bienal de Veneza. Ao longo do tempo, mantém-se fiel ao processo de criação, sobretudo ao trabalho direto com o material e a manufatura de modelos com cortes e dobraduras, os quais são posteriormente ampliados numa metalúrgica.

Um dos personagens mais importantes do movimento construtivista no Brasil, Franz Weissmann prioriza a exploração dos limites da forma e a realização de esculturas que dialogam com o público e interagem com o espaço urbano.

Fonte: Itaú Cultural.

Henry Spencer Moore (Castleford/Yorkshire, 1898 — Perry Green/Hertfordshire, 1986)

Escultor e desenhista britânico que desenvolveu uma obra tridimensional predominantemente figurativa, com breves incursões pela abstração. Filho de um engenheiro de minas, Moore se tornou conhecido por suas esculturas abstratas em grande escala, de bronze fundido e de mármore. Substancialmente sustentado pela instituição de arte britânica, Moore ajudou a introduzir uma forma especial de modernismo no Reino Unido.
Recebeu as condecorações Ordem de Mérito, Ordem dos Companheiros de Honra e fazia parte da Federação de Artistas Britânicos.

Frequentou o Leeds College of Art e o Royal College of Art de Londres. Sua primeira exposição individual ocorreu em Londres, em 1928, onde apresentou 42 esculturas e 51 desenhos.
Foi influenciado sobretudo pela arte mexicana pré-colombiana, assim como pela arte arcaica e renascentista, pelo Surrealismo e pelo Construtivismo. A essa cultura visual vasta e multiforme do artista soma-se uma sensível capacidade de análise da natureza.

Fonte: Google Arts & Culture.

Lygia Carvalho Pape (Nova Friburgo/RJ, 1927 – Rio de Janeiro/RJ, 2004)

Gravadora, escultora, pintora, diretora de cinema, designer, professora. Integra dois dos principais movimentos brasileiros de renovação do cânone construtivo europeu. Sua obra é pautada pela liberdade com que experimenta e manipula as diversas linguagens e formatos, incorporando o espectador como agente.

No início dos anos 1950, participa da formação do Grupo Frente com artistas como Ivan Serpa (1923-1973), Hélio Oiticica (1937-1980), Lygia Clark (1920-1988) e o austríaco Franz Weissmann (1911-2005). Nesse período, Lygia Pape trabalha sobretudo no registro da abstração geométrica, elaborando trabalhos com base na articulação de um rigoroso vocabulário concretista, interesses latentes em sua série de pinturas Jogos Vetoriais (1954-1956), que apresentam um jogo dinâmico entre linhas, quadrados e retângulos pintados sobre madeira. Em sua série de relevos Jogos Matemáticos (1954-1956), Pape adota o uso de tinta automotiva sobre madeira, evidenciando percepções de profundidade e cromaticidade de formas regulares ordenadas.

Única gravadora que integra o grupo Frente, sua série Tecelares (1955-1959), xilogravuras de tiragem única, é composta de rigorosas linhas concretistas, que contrastam com a naturalidade fluida dos veios e poros da madeira que permeiam a construção da forma. Com o domínio da técnica, Pape estabelece relações de ritmo abrindo espaço a fios e superfícies, que se relacionam e criam estruturas ambivalentes, o que já indica uma relação de contraste entre linha e luminosidade que se desenvolve a partir de outros suportes ao longo de sua obra.

Sua instalação Ttéia 1C (ca.2002) integra a exposição Making Worlds, da 53ª Bienal de Veneza, onde recebe menção póstuma e, desde 2012, pertence ao Instituto Inhotim, integrando a Galeria Lygia Pape, um pavilhão que ocupa uma área de 441 m2 dedicados à obra da artista. Bacharel em filosofia e voltada para as discussões vinculadas à cultura e as identidades nacionais, Pape torna-se mestre em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com a dissertação Catiti catiti na terra dos brasis (1980). Leciona no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ) de 1968 a 1970; na Escola de Artes Visuais do Parque Lage de 1976 a 1977; na Faculdade de Arquitetura Santa Úrsula de 1973 a 1989; e na Escola de Belas Artes da UFRJ de 1982 a 1999.

Em 2004, é fundada a Associação Cultural Projeto Lygia Pape, idealizada pela própria artista e dirigida por sua filha, a fotógrafa Paula Pape (1958). Em sua trajetória destaca-se a retrospectiva Espaços Imantados (2011/2012), apresentada no Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, em Madri, na Serpentine Gallery, em Londres, e na Pinacoteca de São Paulo. Marcada pela experimentação e pela mutação, a obra de Lygia Pape propõe uma integração das esferas estética, ética e política, que fazem dela uma das mais importantes artistas brasileiras da contemporaneidade.

Fonte: Itaú Cultural.

 

Antônio Garcia Pascoal (Itapui/SP, 1939)
Pintor. Após iniciar seus estudos na cidade natal, transferiu-se para São Paulo em 1956. Reside atualmente em São Caetano do Sul, onde instalou seu ateliê.

Sua primeira exposição data de 1989 participando do Projeto Arte na Rua, organizado pela prefeitura municipal de São Caetano do Sul onde obteve sua primeira menção honrosa. Recebeu inúmeros prêmios, menções honrosas, medalhas de prata, de ouro e prêmio aquisição e possui obras em diversas coleções particulares e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

Guiado por uma inspiração fértil e uma busca de uma harmonia envolvente, a pintura de Antonio G. Paschoal é feita de serenidade, luz e arquitetura da paisagem. Em seus quadros, a cor é a protagonista principal, pontuada por contrastes tímbricos que dão lugar a paisagens sublimes.

O equilíbrio é produzido pela criação visual analítica, através da clareza harmoniosa das tintas e da luminosidade intensa e serena. Sua obra revela uma inspiração contínua, um permanecer fiel ao mundo interior, um deixar vibrar as forças nativas. Admirando seus quadros sentimos que o pintor não somente viu e assimilou as aparências visíveis da paisagem escolhida, mas ali viveu.

Embora possam existir paisagens pintadas magnificamente, mas somente como puro fato pictórico, com essa participação pessoal, a criatividade de Antonio G. Paschoal confere à visão um particular encanto que pode-se definir de intimidade. Através das obras “Jangadas e Jangadeiros” e “Paisagem de Penedo”, doadas ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, o artista demonstra fielmente que a natureza é a sua vida, como o são as cores, a alegria que pinta em seus quadros e a paz que transmite ao observador.

Fonte: ALESP.

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Yoshiya Takaoka (Tóquio, 11 de junho de 1909São Paulo, 11 de agosto de 1978) foi um pintor, desenhista e professor nipo-brasileiro.

Em Tóquio estudou com Shin Kurihara. Chegou ao Brasil em 1925, morou em Cafelândia, estado de São Paulo, onde trabalhou na lavoura como outros imigrantes japoneses. Em 1929, já na cidade de São Paulo, para se sustentar, foi caricaturista, pintor de paredes e vendedor de pastéis. Estudou na Escola Profissional Masculina do Brás onde teve como colega Tomoo Handa. Aos poucos foi conhecendo e formando amizades com pintores brasileiros.

No ano de 1934, junto com seu inseparável amigo o pintor Yuji Tamaki mudou-se para o Rio de Janeiro. Ambos ingressaram no Núcleo Bernardelli, sendo orientados pelo pintor polonês Bruno Lechowski. Ainda que residindo no Rio de Janeiro, participaram do grupo Seibi-kai criado em São Paulo no ano seguinte por pintores japoneses imigrantes como eles.

Voltou a residir na capital paulista em 1944. Foi um dos primeiros a expor fora da colônia.

Foi para Paris em 1952, onde estudou mosaico com Gino Severini e frequentou a Académie de la Grande Chaumière.

Expôs na Bienal de São Paulo, no Salão Paulista e no Salão Nacional de Belas Artes. Sua obras estão no Museu de Arte Moderna de São Paulo, no Museu Nacional de Belas Artes, na Pinacoteca do Estado, entre outra instituições e importantes coleções particulares.

Georges Wambach (Antuérpia/Bélgica, 1901 – Rio de Janeiro/RJ, 1965)

Desenhista, pintor. Inicia sua formação recebendo orientação de sua mãe, a pintora Marie De Duve. Antes de vir para o Brasil, reside em Bruxelas (1926 a 1935), onde se dedica à pintura e ao desenho a bico-de-pena. Em 1935, fixa-se no Rio de Janeiro. A partir dessa data, realiza uma série de viagens, percorrendo grande parte do país em busca de temas para os seus trabalhos. Em 1943, faz ilustrações para o Folhetim Don Casmurro, Praça Paris, Palácio Tiradentes e Municipal Theatre in Rio de Janeiro. Além dessas atividades, desenha rótulos de remédios para laboratórios e cartões-postais. Em 1956, recebe a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul.

Fonte: Itaú Cultural.

Athos Bulcão (Rio de Janeiro/RJ, 1918 – Brasília/DF, 2008)

Pintor e escultor. Em 1939, abandona o curso de medicina para dedicar-se à pintura. Apresentado por Murilo Mendes ao casal Vieira da Silva e Arpad Szenes , frequenta o ateliê deles na década de 1940. Em 1945, trabalha como assistente de Candido Portinari na construção do painel de São Francisco de Assis, na Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte. Entre 1948 e 1949, vive em Paris com bolsa de estudos concedida pelo governo francês. Realiza cursos de desenho na Académie de La Grande Chaumière e de litografia no ateliê de Jean Pons . De volta ao Rio de Janeiro, ingressa no Serviço de Documentação do Ministério da Educação e Cultural (MEC), e realiza ilustração de catálogos e livros. Entre 1952 e 1958, dedica-se à realização de fotomontagens. Desde 1957, quando se integra à Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), colabora em projetos do arquiteto Oscar Niemeyer. Realiza, entre outros, o projeto de painéis de azulejos e vitrais para a Igreja Nossa Senhora de Fátima e para o Palácio do Itamaraty, em Brasília, e relevos para o Memorial da América Latina, em São Paulo. Leciona na Universidade de Brasília (UnB), entre 1963 e 1965. Desde a década de 1970, trabalha com o arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé , criando relevos e elementos arquitetônicos para a rede de hospitais Sara Kubistchek. Em 1993, é criada a Fundação Athos Bulcão, em Brasília.

Fonte: Itaú Cultural.

Fernand Léger (Baixa Normandia/FR, 1881 – Gif-sur-Yvette/FR, 1955)

Um dos mais destacados pintores do Cubismo, importante movimento artístico do século XX. De família de camponeses normandos, ainda criança mostrou seu interesse pelo desenho. Com 16 anos foi para Caen, capital da Alta Normandia para trabalhar como aprendiz de arquiteto.

Em 1900, mudou-se para Paris, onde trabalhou como desenhista em um escritório de arquitetura e retoques fotográficos. Entre 1902 e 1903 prestou serviço militar em Versailles. Depois de reprovado no exame de ingresso na Escola de Belas Artes de Paris, em 1903 entrou para a Escola de Artes Decorativas e para a Academia Julien. Nessa época frequentou vários ateliês e passou a ser atraído pela obra de Césanne.

Em 1909, Fernand Léger se aproxima dos artistas que seguiam o Cubismo, entre eles, os poetas Apolinaire, Max Jacob e Blaise Cendrars, e os pintores George Braque e o espanhol Pablo Picasso. Em 1911, realiza sua primeira exposição no Salão dos Independentes, onde se destacou com a tela “Nus na Floresta”. No ano seguinte participou da Section D’Or, em Paris, e publicou na revista Der Sturm, “Les Origines de la Peinture Contemporaine”. Nessa época realiza diversas exposições em Paris, Moscou e Nova York.

Em contato com o Cubismo, Legér não aceitou sua representação exclusivamente analítica para representar o mundo real, seus trabalhos apresentavam formas curvilíneas e tubulares, em contraste com as formas retilíneas usadas por Picasso e Braque. No quadro “Mulheres de Azul”, que marca o apogeu de sua fase de cubista, se percebe as características pessoais que o diferenciam do movimento.

Em 1914, com a eclosão da Primeira Guerra seus trabalhos são interrompidos durante quatro anos, quando foi enviado à frente de batalha. Em 1918, volta a expor suas obras, assina contrato com uma galeria e realiza grandes pinturas, cada vez mais influenciado pelo Modernismo, afasta-se da abstração. Entre os anos de 1923 e 1924, recebe Tarsilla do Amaral em seu ateliê.

Nos anos 30, Fernand Léger passou a fazer desenhos para vitrais, mosaicos e cerâmicas, além de cenários para o teatro e balé, projetos de decoração e trabalhos para o cinema, entre eles, a direção do filme “Le Balet Mécanique” (1924). Em 1935, fez uma exposição de suas obras no Instituto de Artes de Chicago.

Em decorrência da Segunda Guerra Mundial, Léger se refugia nos Estados Unidos, onde vive entre 1940 e 1945. Nessa época, continua a dissociar a cor do desenho, procedimento que não abandona mais. Em 1945 voltou para a França, levando uma série de composições inspiradas na paisagem industrial americana. Passa a produzir obras em série, retratos, temas dos divertimentos populares, como ciclistas, palhaços, acrobatas, entre outros.

Fonte: História das Artes.

Eliseu D’Angelo Visconti (Salerno/IT, 1866 – Rio de Janeiro/RJ, 1944)

Pintor, desenhista, professor. Mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, entre 1873 e 1875, e, em 1883, passou a estudar no Liceu de Artes e Ofícios, com Victor Meirelles e Estêvão Silva. No ano seguinte, sem deixar o Liceu, ingressa na Academia Imperial de Belas Artes – Aiba, tendo como professores Zeferino da Costa, Rodolfo Amoedo, Henrique Bernardelli, Victor Meirelles e José Maria de Medeiros.

Em 1888, abandona a Aiba para integrar o Ateliê Livre, que tem por objetivo atualizar o ensino tradicional. Com as mudanças ocorridas com a Proclamação da República, a Aiba transforma-se na Escola Nacional de Belas Artes – Enba. Visconti volta a frequentá-la e recebe, em 1892, o prêmio de viagem ao exterior. Vai à Paris e ingressa na École Nationale et Spéciale des Beaux-Arts [Escola Nacional e Especial de Belas Artes]; cursa arte decorativa na École Guérin, com Eugène Samuel Grasset , um dos introdutores do art nouveau na França. Viaja à Madri, onde realiza cópias de Diego Velázquez, no Museo del Prado [Museu do Prado], e à Itália, onde estuda a pintura florentina. Em 1900, regressa ao Brasil e, no ano seguinte, expõe pela primeira vez na Enba.

Executa o ex-libris para a Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, e vence o concurso para selos postais e cartas-bilhetes, em 1904. Em 1905 é convidado pelo prefeito da cidade, engenheiro Pereira Passos, para realizar painéis para a decoração do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Entre 1908 e 1913, é professor de pintura na Enba, cargo a que renuncia por descontentamento com as normas do ensino. Retorna à Europa para realizar também, entre 1913 e 1916, a decoração do foyer do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e só se fixa definitivamente no Brasil em 1920. Segundo alguns estudiosos, é considerado um praticante do art nouveau e do desenho industrial e gráfico no Brasil, com obras em cerâmica, tecidos e luminárias.

Fonte: Itaú Cultural.

Décio Rodrigues Villares (Rio de Janeiro/RJ, 1851 – 1931)

Pintor, escultor e caricaturista. Formado pela Academia Imperial de Belas Artes (Aiba), no Rio de Janeiro, estuda na Europa, intercalando idas e vindas entre 1872 e 1881. Aluno de pintores consagrados como Victor Meirelles (1832-1903), Alexandre Cabanel (1823-1889) e Pedro Américo (1843-1905), é classificado em primeiro lugar em concurso para professor da Académie des Beaux-Arts [Academia de Belas Artes] de Paris, mas rejeita o cargo por não querer se naturalizar francês. Na França, adere a teses positivistas. Retorna definitivamente ao Brasil em 1881 e passa liderar, em 1888, o grupo dos positivistas que se contrapõe aos modernistas e às reformas que eles exigem que sejam implementadas na Aiba. Passa a desenhar caricaturas para jornais satíricos e, em 1889, participa da concepção da bandeira brasileira. Expõe em 1874, no salão de Paris, o quadro Paolo e Francesca da Rimini. Participa da 25ª e da 26ª Exposições Gerais de Belas Artes na Aiba. Parte de suas obras é incendiada porque sua esposa, num acesso de loucura logo após a morte de Villares, ateia fogo a seu ateliê.

Fonte: Itaú Cultural.

Nascimento: 18/7/1941 (Brasil, São Paulo, São Paulo),  Morte: 3/4/2012 (Brasil, São Paulo, São Paulo) – Cenógrafo, pintor, desenhista, gravador, arquiteto.

Nasceu em São Paulo, em 1941, filho de imigrantes alemães judeus. Em 1959 ingressou na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), que concluiu em 1965. O ambiente cultural da faculdade provoca substancial amadurecimento criativo e, incentivado por uma série de mestres e colegas, Flávio Motta, Renina Katz e Julio Katinsky, desenvolve novas técnicas de desenho e pintura.

Em 1961 dedica-se ao aprendizado de xilogravura, quando passa a frequentar o ateliê do artista Savério Castellano. Frequenta os cursos de desenho e gravura em metal da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), ministrados por artistas plásticos reconhecidos.

Em 1970 retorna ao Brasil e inicia suas atividades profissionais. Abre escritório próprio de arquitetura e ateliê em São Paulo. Associa-se ao arquiteto e marchand César Luiz Pires de Mello, desenvolvendo trabalhos em conjunto. Participa das atividades da Galeria Cosme Velho e, com apoio de César Luiz, integra o acervo da galeria, participando de exposições. A partir de 1975 assume como professor, a cadeira de arquitetura de interiores, na Faculdade de Arquitetura da Universidade Mackenzie.

Em 1979 inicia seu trabalho como gravador, produzindo serigrafias e litografias.

Desde os anos 70 expõe regularmente suas obras em diversas galerias, individualmente e em mostras coletivas, em São Paulo, outros estados do Brasil e no exterior.

Farnese de Andrade Neto (Araguari/MG, 1926 – Rio de Janeiro/RJ, 1996)

Pintor, escultor, desenhista, gravador e ilustrador. Estudou em Belo Horizonte onde teve aulas de desenho – com Guignard como professor e colegas como Amilcar de Castro, Mary Vieira e Mário Silésio – na Escola do Parque. Depois mudou para o Rio de Janeiro onde havia mais recursos para o tratamento de sua tuberculose pulmonar.

Trabalhou como ilustrador para o Suplemento Literário do Diário de Notícias, Correio da Manhã, Jornal de Letras, e em periódicos como Rio Magazine, Sombra, O Cruzeiro, Revista Branca e Manchete.

Aperfeiçoou sua técnica de gravura em metal no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, tendo como orientador Johnny Friedlaender. Conheceu, nesse ateliê o artista Rossini Perez e com ele produziu trabalhos durante três anos.

A partir de 1964, passou a criar obras de materiais descartáveis naturais e industriais recolhidos por ele, como brinquedos destruídos, imagens de santos, cacos de vidro, conchas, mariscos e outros objetos marinhos. Também utilizava móveis adquiridos em antiquários, depósitos, brechós ou mesmo na rua. Presentes em suas obras também estão fotografias antigas, inclusive de sua própria família. No final da década de 60 além dos materiais perecíveis adquiridos de fontes diversas, ele acrescentou um novo material em suas obras: resina de poliéster.

Foi para a Espanha – com o Prêmio de Viagem ao Exterior ganho no Salão Nacional de Arte Moderna – e lá montou seu estúdio que permaneceu até 1975 quando voltou para o Brasil (Rio de Janeiro) e morou até sua morte.

Fonte: Itaú Cultural.

Arnaldo Roche Rabell (Santurce/PR, 1955 – EUA, 2018)

Pintor porto-riquenho. Iniciou sua formação na Escola de Arte Lucchetti de Santurce, onde teve como professor Lope Max Díaz. Posteriormente, formou-se em arquitetura pela Universidade de Porto Rico (1978) e depois estudou arte no Art Institute of Chicago, onde obteve o título de mestre em artes plásticas em 1984. Desde então, dedicou-se inteiramente à pintura. Participou de inúmeros eventos internacionais e recebeu diversos prêmios e distinções. Ele pôde expor seu trabalho em inúmeras exposições individuais em museus e galerias desde 1984, e suas pinturas foram expostas em Porto Rico, Estados Unidos, México, República Dominicana, Panamá, Alemanha e Venezuela, entre outros. Sua obra faz parte de importantes coleções em diversos países do mundo, como o Metropolitan Museum of Art de Nova York, o Museu de Belas Artes de Caracas, na Venezuela, e a Fundação Cultural do México. Desenvolveu um vocabulário estilístico único, baseado na aplicação de camadas de cores vivas que depois cobriu de preto e esfregou com a espátula para produzir imagens dramáticas e reveladoras. A sua obra caracteriza-se como neo‑expressionista e abordou temas como a identidade associada à cultura afro‑caribenha, o sentimento de pertença, a memória e o trauma.

Fonte: Museu de Arte de Porto Rico.

 

João Bez Batti (Venâncio Aires/RS, 1940)

Estudou desenho com Vasco Prado e Zorávia Bettiol, de 1959 a 1964. Expõe desde 1962. Sua primeira individual foi no ateliê de Vasco e Zorávia. Domina o mármore, bronze e madeira. Em 1977 expôs no Centro de Estudos Brasileños, Buenos Aires, e, em 1978, na extinta Galeria de Arte do Clube do Comércio, Porto Alegre, ano em que cria o troféu Tibicuera. Também trabalha com o basalto.

A figura humana é dominante em seus trabalhos. Participou de importantes coletivas no País e exterior. Foi incluído e focalizado por Armindo Trevisan em Escultores contemporâneos do rio Grande do Sul. Tem realizado exposições em Porto Alegre, com regularidade, nos últimos vinte anos. Em 1994 foi lançado livro-solo com texto do jornalista Carlos Urbim. Vive em Bento Gonçalves, RS, onde mantém ateliê.

Fonte: Guia das Artes.

Victor Vasarely (Pécs/HU, 1908 — Paris/FR, 1997)

Pintor e escultor húngaro radicado na França, considerado o “pai da OP ART”.

Estudou arte em Budapeste, onde se familiarizou com o movimento Bauhaus e com os trabalhos de Paul Klee, Wassily Kandinsky e Josef Albers. A influência destes, teve um impacto tal na sua obra, que se poderá afirmar que, nela, tenta resumir os princípios dos pioneiros da Bauhaus, segundo a qual, o movimento não depende, nem da obra de arte em si mesma, nem do tema específico que se pretende ver retratado, mas antes da apreensão do ato de olhar, que por si só é considerado o único criador. Em 1930, foi viver em Paris, onde trabalhou como designer gráfico em várias empresas de publicidade. Depois de um período de expressão figurativa, decidiu optar por uma arte construtivista e geométrica, tendo-se dedicado nos 13 anos seguintes ao aprofundamento de conhecimentos gráficos. O seu fascínio por padrões lineares levou-o a desenhar diversos motivos através da utilização de grelhas lineares bicolores (pretas e brancas) e das deformações ondulantes, onde a sensação de profundidade e a multidimensionalidade dos objectos foram sempre uma preocupação constante. Posteriormente, a introdução da cor nos seus trabalhos vai permitir ainda um maior dinamismo, através do qual pretendeu retractar o universo inatingível das galáxias, a gigante pulsação cósmica e a mutação biológica das células. Os seus trabalhos são então essencialmente geométricos, policromáticos, multidimensionais, totalmente abstractos e intimamente ligados às ciências.

Fonte: Guia das Artes.

Elena Castellanos (Montevideo/UY, 1929 – 2000)

Artista Plástica. Estudou no Instituto Escola Nacional de Belas Artes de Montevideo. Cita-se algumas passagens de seus êxitos a menção especial no salão Nacional de Belas Arte de Montevideo nos anos de 1949, 1950 e 1951. Realizou na década de 1970 inúmeras exposições no Uruguai, Argentina e Brasil, com notável sucesso, destacando-se a exposição realizada na assembleia legislativa de Porto Alegre/RS, com apoio das Aerolineas Argentinas.

Parte de sua sobras foram adquiridas pela Galeria Velazquez de Buenos Aires, pelo Banco do Trabalhador de Montevideo, pela embaixada da África do Sul e pelos atores Robert Taylor e Linda Cristal. Suas obras também estão em acervos no México, Portugal, Venezuela, Estados Unidos e Espanha.

Fonte: Ceprovi.

Mai Bavoso (Jundiaí/SP, 1963)

Pintor. O artista vive, desde 1983, na região do Vale dos Sinos, em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, onde firmou raízes. De traços e cores fortes, Mai Bavoso possui um estilo original e inconfundível. Seus temas são inspirados em sua vivência em viagens de pesquisa. Muito presentes em sua obra estão as cidades, que lhe lembram seu Estado natal; as parabólicas, metáforas da comunicação e o peixe, representação de sua infância. O artista, além das exposições – que já percorreram além do Brasil, vários países da Europa e EUA – faz um trabalho bastante diferenciado junto aos grupos Rock de Galpão e Unamérica. Durante os shows, ele pinta ao vivo, além de caracterizar os integrantes das bandas e montar os figurinos do grupo. Além disso, Mai Bavoso, múltiplo, desenvolve capas de CDs, figurinos e papéis. A arte não pode parar.

Fonte: Risa Marketing.

 

 

Mó / Mauro Altino Ferreira de Souza (SantAna do Livramento/RS, 1963)

Frequentou, após receber uma bolsa de estudos junto a rede pública de ensino, a Escola de Artes da ASPES, onde teve orientação. Residiu em Porto Alegre, onde frequentou o Atelier Livre da Prefeitura. Reside em Santa Rosa, onde executa obras em vários materiais, com forte influência expressionista. Trabalha com cartuns e ilustrações para jornais, livros e participa de salões de humor pelo Brasil afora. Acredita na espontaneidade da arte e realiza oficinas com crianças da rede pública de ensino de Santa Rosa.

Mirela Bolognini (Brusque/SC, 1956)

Pintora. Iniciou estudos de pintura com o artista argentino Vito Campanella. Frequentou o Atelier Livre de Porto Alegre onde foi aluna de Paulo Porcella. Desde 1977 participa de exposições coletivas e salões, tendo obtido prêmio na categoria Pintura no VIII Salão Jovem Artista – RBS, Porto Alegre em 1980. Tem realizado mostras individuais em diversas cidades do país. Atualmente vive e trabalha em Porto Alegre.

Fonte: Dicionário de Artes Plásticas no Rio Grande do Sul.

Inês Benetti (Porto Alegre/RS, 1940)

Pintora e gravadora. Formada pelo Instituto de Artes da UFRGS em 1963. Foi aluna em desenho de Ângelo Guido e Alice Soares, em escultura, de Fernando Corona e pintura de Ado Malagoli e Aldo Locatelli. Fez cursos com Fernando Baril, Manfredo de Souza Neto, Michael Chapmann, Luiz Pizarro, Baravelli, Hamilton Vianna Galvão e litografia com Danúbio Gonçalves.

Entre 1984 e 1994, expôs individualmente no Estágio Armazém de Arte, Porto Alegre, Museu Leopoldo Gotuzzo, Pelotas, Galleria D’Arte Cândido Portinari, Embaixada do Brasil, Roma, Itália, e Galeria Arte&Fato, Porto Alegre. Recebe prêmio de pintura no I Salão BRB Arte, Brasília, e, em 1995, expõe nesta capital na Arte Galeria BRB.

Sua pintura atual apresenta temas urbanos de forte e dramático colorido. Danúbio Gonçalves, seu ex-professor, viu que “seu trabalho tem enfoques dinâmicos, ondulados, ensolarados”. Também dedica-se à gravura em Porto Alegre, onde reside.

Fonte: Dicionário de Artes Plásticas no Rio Grande do Sul.

 

 

 

Mario Antonio Soldatelli (Flores da Cunha/RS, ?)

Atualmente residindo em Porto Alegre. Autodidata, desde criança já desenhava e pintava. Sua outra grande paixão é a aviação, sendo ex-integrante da Força Aérea Brasileira – foi aluno da Escola de Especialistas da Aeronáutica e do Curso de Formação de Pilotos Militares – CFPM, Natal – RN, em 1973.  Participou de diversas exposições coletivas e individuais, recebendo vários prêmios, tais como: Primeiro lugar no Centenário da Imigração Italiana no Rio Grande do Sul, com a obra “As Botas do Imigrante”. Premiado no III Salão de Artes Plásticas Luiz Teixeira.
Obras selecionadas para compor cartões Natalícios. Três obras na Pinacoteca Aldo Locatelli, Museu Municipal de Caxias do Sul e várias obras por todo o Brasil, bem como no exterior.

Nascido em Ribeirão Pret0 SP em 1966    

Um verdadeiro artista, dono de uma sensibilidade latente. Consegue interagir com as cores, como se elas sempre tivessem feito parte de sua vida. A harmonia plástica resulta na busca constante do significado dessa simbologia impregnada na obra desse artista que tenta perpetuar sua contribuição para a história da arte.

                                                        

2015-Exposiçâo na Casa Bacacrirá São Sebastião SP

2015-Duas obras leiloadas por Aloysio Magalhães São Paulo

2014-Flip Paraty no Restaurante Sarau, Paraty RJ

2014– Pintando ao vivo, Centro Cultural São Paulo SP

2013– Pintando ao vivo, Centro Cultural São Paulo SP

2012Joh Mabe Espaço de Arte e Cultura São Paulo SP

2012-Flip Paraty Exposicão no Restaurante Sarau, Paraty RJ

2010Bienal de Firenze- Itália

2001-Galeria K2 Criação pinturas móveis e objetos

2000Galeria Arte Aplicada São Paulo SP

2000-Centro Cultural Bacarirá, Camburi São Sebastião SP

1999-Bienal de São Paulo Prêmio Michelangelo São Paulo SP

1999Prêmio Bunkio Fudação Bunkio São Paulo SP

1999-Oficinade Agosto São Paulo SP

1998-V Salão Nacional Universitário de Artes Plásticas Fasm São Paulo

1998-Faculdade de belas Artes São Paulo SP

1992-Museu Conselheiro Rodrigues Alves. Premio Jovem Artista Guaratinguetá SP

Emeric Marcier (Cluj/Romênia, 1916 – Paris/França, 1990)

Pintor, muralista. Estuda na Accademia di Belli Arti de Brera [Academia de Belas Artes de Brera], em Milão, Itália, de 1935 a 1938. Em 1939, frequenta o curso de escultura da École Nationale Superieure des Beaux-Arts [Escola Nacional Superior de Belas-Artes], em Paris. Em 1940, por causa da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), viaja para Lisboa, onde permanece por um breve período e se hospeda na casa dos pintores Arpad Szenes (1897-1985) e Vieira da Silva. Colabora na revista Presença e mantém contato com escritores portugueses. Vem para o Brasil nesse ano, trazendo três cartas de apresentação endereçadas a José Lins do Rego, Mário de Andrade  e Candido Portinari.

Fixa residência no Rio de Janeiro e torna-se amigo dos escritores Jorge de Lima e Murilo Mendes e Lúcio Cardoso, que o influenciam a converter-se ao catolicismo, abandonando o judaísmo. Reside no bairro de Santa Teresa, tendo inclusive alugado de Djanira uma sala ampla onde pinta sua grande Crucificação, hoje desaparecida. Em 1947, muda-se para Barbacena, Minas Gerais, onde mantém um ateliê. Reside na cidade, no Sítio Santana, até o final da vida. A paisagem das cidades históricas mineiras marca definitivamente sua produção. Depois, torna-se conhecido principalmente pelas pinturas de temas religiosos, realizadas em sua maior parte com a técnica de afresco. Nessas obras, revela admiração pela pintura italiana dos séculos XIII e XIV. Reside definitivamente no Rio de Janeiro a partir de 1971. Em 1983, é publicado o livro Estória dos Sofrimentos, Morte e Ressurreição do Senhor Jesus Cristo na Pintura de Emeric Marcier, de Affonso Romano de Sant’Anna, pela editora Pinakotheke.

Fonte: Itaú Cultural.

 

Jean-Michel Basquiat (Nova Iorque/EUA, 1960 – 1988)

Um dos artistas norte-americanos mais importantes de todos os tempos, também já teve o recorde do quadro mais caro de qualquer estadunidense quando, em 2018, sua obra Sem Título (1982) foi vendida por 110,5 milhões de dólares, ou por volta de 575 milhões de reais. Nascido no famoso bairro de Brooklyn, na parte ocidental de Nova Iorque, seu pai era haitiano-americano. Sua mãe tinha ascendência porto-riquenha, um território não incorporado dos Estados Unidos.

Ainda novo, mostrava talento e afinidade pelo desenho, desenhando nos papéis que seu pai trazia para casa do trabalho de contador. Junto de sua mãe, visitava o museu do Brooklyn, o Museu de Arte Moderna (MoMa), e o Museu Metropolitano de Arte. Sua mãe continuou encorajando os talentos natos de seu filho. Desenhava cartuns inspirados pelo cineasta Alfred Hitchcock, carros e quadrinhos. Em 1969 Basquiat foi atingido por um carro, quebrando um braço e sofrendo muitas feridas internas. Precisou ter seu baço removido, e ficou no hospital por um mês. Durante sua estadia, sua mãe o presenteou com uma cópia do livro Anatomia de Gray, que influenciou sua arte até sua morte.

Em 1974, por conta de uma promoção no trabalho de seu pai, a família de Basquiat se mudou para Mira Mar, em Porto Rico. Em 1976, voltou para Nova Iorque. No ano seguinte, integrou um grupo de dramaturgos de sua escola, chamados Family Life Theater, ou Teatro da Vida Familiar. Durante esse tempo, Basquiat cria um personagem ficcional chamado SAMO, ou Same Old Shit, cuja tradução seria “Mesma Merda de Sempre”, com quem ele espalhava uma religião de mentira. Em 1978, Jean-Michel saiu da casa de seu pai definitivamente. Mais tarde, seu pai viria a dizer “Jean-Michel estava planejando se tornar uma estrela.”

O artista começou a vender cartões postais e camisetas pintadas a mão para fazer algum dinheiro. Por pura coincidência, encontra o grande cineasta Andy Warhol e crítico de arte Henry Geldzahler, dentro de um restaurante em SoHo, Nova Iorque. Consegue vender um de seus cartões postais ao cineasta, mas seu colega o manda embora, o chamando de “pirralho”. Em junho de 1980, a arte de basquiat é exposta publicamente pela primeira vez na “Times Square Show ”, uma exibição em grupo dentro da área da Times Square, em Nova Iorque. A partir daí, seu crescimento meteórico foi notável até entre seus pares também famosos. Colaborou com seu ídolo Andy Warhol. Sua vida era importunada por paparazzis em todos os momentos de sua vida pública.

No dia 12 de agosto de 1988, depois de tentar se reabilitar várias vezes de sua dependência em drogas, foi encontrado morto em sua cidade natal de Nova Iorque, aos 27 anos.

Fonte: Guia das Artes.

Paulo Porcella nasceu em Passo Fundo, Rio Grande do Sul, no dia 04 de fevereiro de 1936.    Ingressa no Instituto de Artes da UFRGS em 1957. Em 1961, aos 25 anos, Porcella faz a sua primeira exposição na Alliance Française em Porto Alegre. Em 1963 conclui o curso na universidade, decide passar seis meses só pintando. Segue, então, sua jornada de exposições como nome que já figura nas agendas de diversas galerias em Porto Alegre. Nessa ocasião é convidado para lecionar no Instituto Técnico de Desenho, o ITD, onde desempenhou a função de professor, de 1964 a 1966. Inicia-se na carreira de arte educador. Em 1968 é professor contratado pela Escola de Belas Artes, em Novo Hamburgo, e em 1973 também passa a lecionar na Escola Superior de Artes Santa Cecília, em Cachoeira do Sul, até 1975. Ingressa na Prefeitura de Porto Alegre como instrutor de artes plásticas no Atelier Livre, quando o mesmo deixa o Altos do Mercado Público, transferido para a Rua Lobo da Costa nº291. Porcella, na “cadeira” de pintura, integra a equipe já composta por Danúbio Gonçalves, em técnicas gráficas, Paulo Peres, no desenho, Anestor Tavares, nos entalhes e Wilbur Olmedo, na cerâmica. Mesmo desempenhando a função de instrutor de arte e diretor do atelier livre da prefeitura, em 1980-81, Porcella continua a sua produção como artista plástico. A dupla função de artista plástico e facilitador no ensino das artes tem sido uma constante na vida de Porcella. Do encontro com o escritor Luiz Antônio de Assis Brasil, colega do Atelier Livre, surge a proposta do Atelier Estúdio de Artes Visuais, uma escola de arte que funcionou na Rua Tobias da Silva nº 120, em 1981-82 e contava com uma equipe de grandes mestres: Alice Brueggemann, Nataniel Guimarães, Plínio Bernhardt, Paulo Porcella e Vera Wildner. O atelier também oferecia palestras sobre arte e literatura com artistas convidados do cenário nacional e mantinha ainda uma pequena galeria de arte.Durante sua trajetória nas artes visuais, Porcella, além de desenvolver uma carreira individual nos seus antigos atelieres na Rua Dr. Flores, na Galeria Nação e, posteriormente, na esquina com a Siqueira Campos, onde também tinham ateliers os artistas plásticos Jader Siqueira, João Mottini e Fernando Baril, participou de grupos de experimentação e pesquisa nas artes visuais. Destacam-se entre eles o Atelier 6, que desenvolvia suas atividades no atelier da artista Isabel Marroni, em 1990, tendo como integrantes, além de Paulo Porcella e Isabel Marroni, Rosy Moreno, Elizabeth Costa, Miguel Ból e Celina Ten Caten. Posteriormente contaram também com a participação de Angelo Braguirolli, Rosana Almendares, Marilia Fayh Paulitsch e Marisa Veeck. O Atelier 6 fez várias exposições no estado do Rio Grande do Sul e no país até 1998. Em 1996 o grupo passa a fazer parte e a expor juntamente com a ENARTES. Tendo inicio em 1995, a Enartes – Encontro das Artes –, grupo organizado por Adair Ferreira de Souza e Jossenei da Silva Souza e tendo como “madrinha” e incentivadora Alice Brueggemann, tem por objetivo promover exposições, work shops e intervenções artísticas itinerantes pelo Rio Grande do Sul, Brasil e Europa.  De 2005 a 2007, Porcella compõe a equipe de instrutores de arte no MARGS, juntamente com Plinio Bernhardt e Enio Lippmann, onde criou o curso “Desenhe Pintando”. Ao longo destes cinquenta anos de arte e ensino de arte, Porcella tem mantido diálogo com outros artistas e aprendizes, pois acredita no enriquecimento que estas trocas promovem à reflexão, sempre realimentando o processo criativo.

A artista plástica brasileira Wega Nery Gomes Pinto mais conhecida por Wega Nery nasceu no dia dez do mês de março do ano de 1912 em Corumbá e faleceu no dia vinte e um do mês de maio do ano de 2007 no Guarujá. A artista plástica foi morar em São Paulo para estudar no Colégio Sion e terminou o ginásio no ano de 1930 e depois disso fez pedagogia, didática e psicologia. Muito estudiosa passou a dar aulas e mais tarde se tornou inspetora federal de ensino e nessa época voltou a pintar e desenhar como uma forma de didática.

No ano de 1932 passou a publicas na revista O Malho poesias usando o nome vera Nunes e no ano de 1946 passou a estudar na Escola de Belas Artes, em São Paulo onde ficou amiga de Joaquim da Rocha Ferreira e Theodoro Braga. Realizou muitas exposições individuais entre as mais recentes estão: no ano de 1994 20 Obras do Trajeto Abstrato de Wega Nery que aconteceu na MAC/USP na cidade de São Paulo e A Ilha Verde de Wega no Centro Cultural São Paulo na cidade de São Paulo e no ano de 2006 Casa Cor que aconteceu no Guarujá.

Gastão Tesche (Santa Cruz do Sul/RS, 1932)

Pintor e muralista autodidata. Vem atuando desde 1947, quando obteve o primeiro lugar num concurso de desenho promovido pela Liga de Defesa Nacional, Porto Alegre. Projetou diversos murais e participa de coletivas e salões desde 1960. Sua primeira individual foi na Associação de Cultura Franco-Brasileira, Porto Alegre, 1968. Em 1994 expôs no Espaço Alternativo Sogipa, também em Porto Alegre, onde vive e trabalha.

Fonte: Dicionário de artes plásticas no Rio Grande do Sul.

 

Waltercio Caldas Júnior , mais conhecido como Waltercio Caldas (Rio de Janeiro, 6 de novembro de 1946 escultor, desenhista, artista gráfico e cenógrafo. Estuda pintura com Ivan Serpa (1923 – 1973), em 1964, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM/RJ. Entre 1969 e 1975, realiza desenhos, objetos e fotografias de caráter conceitual. Na década de 1970, leciona no Instituto Villa-Lobos, no Rio de Janeiro é co-editor da revista Malasartes integra a comissão de Planejamento Cultural do MAM/RJ participa da publicação A Parte do Fogo e publica com Carlos Zilio (1944), Ronaldo Brito (1949) e José Resende (1945) o artigo O Boom, o Pós-Boom, o Dis-Boom, no jornal Opinião. Em 1979, sua produção é analisada no livro Aparelhos, com ensaio de Ronaldo Brito, e, em 1982, no Manual da Ciência Popular, publicado na série Arte Brasileira Contemporânea, pela Funarte. Em 1986, o vídeo Apaga-te Sésamo, de Miguel Rio Branco (1946), enfoca a sua produção. Recebe, em 1993, o Prêmio Mário Pedrosa, da Associação Brasileira de Críticos de Arte – ABCA, por mostra individual realizada no Museu Nacional de Belas Artes – MNBA, no Rio de Janeiro. Em 1996, lança a obra O Livro Velázquez e realiza a mostra individual Anotações 1969/1996, no Paço Imperial, Rio de Janeiro, apresentando pela primeira vez seus cadernos de estudos.

Representa o Brasil na 47a Bienal de Veneza em 1997, onde apresenta A série Veneza no pavilhão brasileiro. Participa da I Bienal de Artes Visuais do Mercosul, Porto Alegre, com a instalação Lugar para uma pedra mole, exposta anteriormente no evento paralelo à ECO-92, no MAM, Rio de Janeiro.

Em 2007 participa da 52a Bienal de Veneza – “Pensa con i sensi, senti con la mente” – expondo a obra Half mirror Sharp, no Pavilhão Itália, a convite do curador geral da bienal, Robert Storr.

Participa da Bienal “Entre abierto”, Cuenca, Equador, em 2011, da qual recebe o prêmio com a obra Parábolas de superfície; e da coletiva “Art unlimited – what is world. What is not”, Art /42 / Basel, Suíça.

Antônio Diogo da Silva Parreiras (Niterói/RJ, 1860 – 1937)

Foi pintor, desenhista e ilustrador. Inicia estudos artísticos como aluno livre na Academia Imperial de Belas Artes – Aiba, no Rio de Janeiro, em 1883, onde permanece até meados de 1884. Neste período frequenta as aulas de paisagem, flores e animais, disciplina ministrada por Georg Grimm (1846 – 1887). Por discordar do ensino oferecido, desliga-se da Aiba e segue seu antigo professor, passando a integrar o Grupo Grimm ao lado de Castagneto (1851 – 1900), Caron (1862 – 1892), Garcia y Vasquez (ca.1859 – 1912), entre outros, dedicando-se à pintura ao ar livre. Em 1888, viaja para a Itália e durante dois anos frequenta a Accademia di Belle Arti di Venezia [Academia de Belas Artes de Veneza], tornando-se discípulo de Filippo Carcano (1840 – 1910).

De volta ao Brasil, em 1890, dá aulas de paisagem na Aiba, mas após dois meses de seu ingresso, desliga-se da instituição por discordar da reforma curricular promovida em novembro daquele ano. No ano seguinte, funda a Escola do Ar Livre, em Niterói, Rio de Janeiro. De 1906 a 1919 viaja freqüentemente a Paris, onde mantém ateliê. Recebe, em 1911, o título de delegado da Sociéte Nationale des Beaux Arts, raramente concedido a estrangeiros. Em 1926, lança seu livro autobiográfico História de um Pintor Contada por Ele Mesmo, com o qual ingressa na Academia Fluminense de Letras. Funda o Salão Fluminense de Belas Artes, em Niterói, em 1929.

Em 1941, sua casa-ateliê, na mesma cidade, é transformada no Museu Antônio Parreiras, com o objetivo de preservar e divulgar sua obra.

Fonte: Itaú Cultural.

João Câmara Filho (João Pessoa/Paraíba, 1944)

Pintor, gravador, desenhista, artista gráfico, professor e crítico. Estuda pintura no curso livre da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco, entre 1960 e 1963. Nesse ano, é eleito presidente da Sociedade de Arte Moderna do Recife – SAMR e cursa xilogravura, sob orientação de Henrique Oswald (1918 – 1965) e Emanoel Araújo (1940), na Escola de Belas Artes de Salvador. Em 1964, funda, com Adão Pinheiro (1938), José Tavares e Guita Charifker (1936), o Ateliê Coletivo da Ribeira e, em 1965, o Ateliê + Dez, ambos em Olinda. Entre 1967 e 1970, leciona pintura na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Paraíba, em João Pessoa. Em 1974, monta um ateliê de litografia, transformado depois na Oficina Guaianases de Gravura, que, a partir de 1995, é incorporada ao Laboratório de Artes Visuais da Universidade Federal de Pernambuco. A partir da década de 1960, a produção de João Câmara caracteriza-se por apresentar, ao lado de figuras humanas com seus corpos estruturados, representações de corpos fragmentados, o que confere um caráter de estranheza aos trabalhos. Na década de 1970, o artista inicia a realização das séries Cenas da Vida Brasileira 1930/1954 (1974-1976) e Dez Casos de Amor e uma Pintura de Câmara (1977-1983). Em 1986, realiza a série O Olho de meu Pai sobre a Cidade, em que faz uma homenagem a seu pai e à cidade do Recife. Em 2001, conclui a série Duas Cidades, que tem como cenário as cidades de Recife e Olinda.

Fonte: Itaú Cultural.

Josinaldo Ferreira Barbosa (Remanso/Bahia, 1951)

É um artista primitivista regionalístico do Rio São Francisco, Bahia. Filho do navegador fluvial Martiniano Ferreira Barbosa e da costureira Rubina Pereira Barbosa. Viveu em Pirapora, Minas Gerais, e Presidente Epitácio e Guarulhos, em São Paulo. Concluiu o curso ginasial nos anos 70 em escola pública. Iniciou sua vida adulta trabalhando em diversas atividades, desde vendedor até bancário em setor administrativo.

Sua arte chegou em 1972 como decorrência da vida errante e ligada às águas, aos barcos, aos marinheiros e às populações ribeirinhas, sendo um autodidata. Aproximar-se dos pincéis, das tintas, dos cavaletes e das imagens fixadas na memória é retrospecto da vida passada na Bahia, no rio São Francisco, com as carrancas e os retirantes. A temática fluvial, relativa ao Velho Chico, é a base de toda a sua obra.

Na Praça da República, em São Paulo, ele se relacionou com artistas e jornalistas, e realizou sua primeira exposição individual, na Galeria KLM e na Galeria do Consulado Norte-Americano, em 1972. Participou de exposições coletivas e individuais no Brasil e no exterior, sem interromper a temática e a carreira. Em 1978, fez sua primeira viagem ao exterior, visitando Caracas, Venezuela, onde realizou exposição com o patrocínio da multinacional Basf-Glassurit. No mesmo ano, foi publicado um calendário anual com suas pinturas (reproduções).

Em 1979, viajou a Nova York, EUA, visitando museus e galerias de arte e mantendo contato com o consulado brasileiro e artistas. Logo depois, foi a Paris, visitando museus e realizando exposição individual na Maison de Amerique Latine. Voltou ao Brasil, para Presidente Epitácio, onde mantém ateliê às margens do rio Paraná, pintando este e o pantanal mato-grossense, sem perder a base fluvial da sua obra.

Constam do sólido currículo de Josinaldo premiações em mostras oficiais e participações importantes em muitas cidades do Brasil e de vários países, como Estados Unidos, Itália, França, Portugal e Venezuela. Possui obras em coleções particulares e em acervos oficiais e é citado em livros especializados em artes plásticas. Realizou vários trabalhos para cartões e calendários com os principais elementos que caracterizam as suas obras: o rio, as embarcações e a população ribeirinha.

Fonte e Texto: Oscar D’ Ambrosio.

    

Hélio Oiticica (Rio de Janeiro/RJ, 1937 – idem, 1980)

Artista performático, pintor e escultor. Sua obra caracteriza-se por um forte experimentalismo e pela inventividade na busca constante por fundir arte e vida. Seus experimentos, que pressupõem uma ativa participação do público, são, em grande parte, acompanhados de elaborações teóricas, com a presença de textos, comentários e poemas.

Essa inventividade do artista pode ser em parte explicada por sua formação. Por opção familiar, ele não frequenta escolas na infância. Recebe educação formal de seu pai, o fotógrafo José Oiticica Filho. Em 1954, com o irmão César Oiticica, Hélio inicia os estudos de pintura com Ivan Serpa, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). 

Em 1960 participa da 2ª Exposição Neoconcreta no Rio de Janeiro e cria os primeiros Núcleos, também denominados Penetráveis – placas de madeira pintadas com cores quentes e penduradas no teto por fios de nylon. Neles, tanto o deslocamento do espectador quanto a movimentação das placas passam a integrar a experiência. O espectador já é participante ativo nos Núcleos, mas essa participação é radicalizada pelo artista em 1963, em suas primeiras estruturas manuseáveis, os Bólides – recipientes que contêm pigmento –, resultado da vontade de dar corpo à cor e acrescentar à experiência visual outros estímulos sensoriais.

No fim da década de 1960 começa a colaborar com a Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira. Envolve-se com essa comunidade, e, dessa experiência, nascem os Parangolés, a obra mais conhecida de Oiticica. São tendas, estandartes, bandeiras e capas de vestir que fundem elementos como cor, dança, poesia e música e pressupõem uma manifestação cultural coletiva. O próprio artista assim os define: “Chamarei então Parangolé, de agora em diante, a todos os princípios formulados aqui […]. Parangolé é a antiarte por excelência; inclusive pretendo estender o sentido de ‘apropriação’ às coisas do mundo com que deparo nas ruas, terrenos baldios, campos, o mundo ambiente enfim […].

Hélio Oiticica é um nome essencial da arte brasileira. Com seu desejo constante pela experimentação e sua preocupação com o ambiente, constrói uma obra diversa e ao mesmo tempo única, capaz de afetar o público da forma como ele deseja, convidando-o a ser parte da obra, o que ilustra também a sua crença de que arte e vida se mesclam. A obra de arte, para Oiticica, é um objeto a ser experienciado, construído, usufruído, e que ganha sentido na relação que o homem estabelece com ele. Sua arte está no mundo, assim como o mundo está na sua arte. 

Fonte: Itaú Cultural.

Roy Lichtenstein

Roy Lichtenstein (1923-1997) foi um pintor pop norte-americano, conhecido por seus quadrinhos, pintados em enormes telas, onde os textos se integram à pintura. Roy Lichtenstein nasceu em Nova Iorque, nos Estados Unidos, no dia 27 de outubro de 1923. Na adolescência frequentava diversos clubes de Jazz, o que o levou a pintar retratos de músicos tocando seus instrumentos. Em 1939 frequentou a Art Students League. No ano seguinte ingressou na Escola de Belas Artes da Ohio State University, em Columbus.

Em 1943, Roy é recrutado para o exército. Terminada a guerra, fixa residência na França, onde estuda Língua e Civilização Francesa, na Cité Universitaire. De volta a Ohio, conclui os estudos universitários e é contratado como instrutor de artes em Cleveland. Começa a criar pinturas abstrata, baseadas em paisagens e em natureza morta. Posteriormente trabalha como decorador, gráfico e designer. Retoma o cargo de professor de arte.

Depois de participar de diversas exposições coletivas, em 1951, faz sua primeira individual na Carlebach Gallery, em Nova Iorque. Pouco a pouco, ele integra os títulos de seus quadros à própria pintura. Em 1956, criou uma litografia humorística de uma nota de dez dólares (The Dollar Bill), a sua primeira obra Pop. Em 1961 realiza seus primeiros quadros ao estilo Pop Arte. Imitando o trabalho do cartoon, usou a história em quadrinhos e o texto dando voz às suas personagens.

Um dos temas preferidos foram cenas de guerra. Explorou o azul, o vermelho e o amarelo, ou apenas uma ou duas cores para melhor imitar a impressão. Nesse mesmo ano, apresenta seus trabalhos na Leo Castelli Gallery, em Nova Iorque, com a qual firma contrato. Aos poucos, Roy Lichtenstein ganha celebridade, recebe encomendas e expõe em diversos locais. Nesse período, cria diversas séries temáticas: as pin-ups, as mulheres que gritam ou choram, as cenas de guerra, as paisagens desoladas, a bola de golfe, a arquitetura antiga e as explosões. É dessa época: “Look Mickey” (1961), “Golf Ball” (1962), “Crak!” (1963), “Crying Girl” (1964), “Oh Jeff…” (1964), “The Melody Haunts My Reverie” (1965), entre outros.

Lichtenstein teve seus trabalhos expostos no Cleveland Museum of Art, em 1966, no Passadena Art Museum, em 1967, depois, em diversos países. Em 1970, Lichtenstein abre um atelier em Southampton, em Nova Jersey, onde se dedica a confecção de grandes murais, entre eles, o mural da Universidade de Medicina de Düsseldorf, na Alemanha.

Passa a receber encomendas de diversas partes do mundo. Em 1979, foi eleito membro da Academia Americana e Instituto das Artes e Letras. Em 1993, Roy Lichtensten apresentou uma grande exposição retrospectiva no Guggenheim Museum, em Nova Iorque, sendo depois exibida em Los Angeles, Montreal, Munique, Hamburgo, Bruxelas e Columbus, sendo encerrada em 1996. Roy Lichtensten faleceu em Nova Iorque, Estados Unidos, no dia 29 de setembro de 1997.

Fonte: e-biografia.

Acesso: https://www.ebiografia.com/roy_lichtenstein/#:~:text=Roy%20Lichtenstein%20(1923%2D1997),27%20de%20outubro%20de%201923.

Diego Rivera (Guanajuato/México, 1886 – Cidade do México/México, 1957)

Um dos mais importantes pintores do “Muralismo Mexicano”. Sua arte imbuída de intenções políticas, deu relevo aos temas sociais. Diego Rivera começou a desenhar aos três anos de idade e ganhou de seu pai um ateliê antes mesmo de aprender a ler. Aos seis anos de idade mudou-se com a família para a cidade do México. Aos 10 anos iniciou seus estudos na Escola de Belas-Artes de San Carlos na capital mexicana. Com 16 anos foi expulso da academia por participar de uma greve estudantil.

Em 1907 Diego Rivera realizou sua primeira exposição. O sucesso do evento valeu-lhe uma bolsa do governo de Veracruz para prosseguir sua formação na Espanha. Cursou a Escola de San Fernando, em Madri e em seguida viajou por diversos países da Europa até se fixar em Paris, onde entrou em contato com o cubismo, o pós-impressionismo e o primitivismo. Em 1910, expôs no México quarenta pinturas que tiveram boa acolhida, embora ainda não tivesse desenvolvido seu estilo. Em 1913, foi para Toledo, na Espanha, onde confirmou seu interesse pela arte de vanguarda europeia (cubismo e expressionismo) abandonando o estilo acadêmico.

Iniciou uma série de retratos e paisagens cubistas. As telas e os vários desenhos a lápis dessa época foram considerados obras-primas do cubismo. Em 1921, Diego Rivera retorna ao México, depois da eleição do presidente Álvaro Obregón, político reformista e amante das artes, e se identifica com os ideais revolucionários de seu país. Em 1921, Diego Rivera retorna ao México, depois da eleição do presidente Álvaro Obregón, político reformista e amante das artes, e se identifica com os ideais revolucionários de seu país.

Em 1929, Rivera casou-se com a artista mexicana Frida Kahlo, também militante do Partido Comunista, que anos antes sofrera um grave acidente e passara a longa convalescença dedicada à pintura. Rivera desenvolveu em suas últimas obras um estilo indigenista de grande apelo popular.

Fonte: E-biografia.

Arcangelo Ianelli (São Paulo/SP, 1922 – 2009)

Pintor, escultor, ilustrador e desenhista. Inicia-se no desenho como autodidata. Em 1940, estuda perspectiva na Associação Paulista de Belas Artes e, em 1942, recebe orientação em pintura de Colette Pujol (1913-1999). Dois anos depois, freqüenta o ateliê de Waldemar da Costa (1904-1982) com Lothar Charoux (1912-1987), Hermelindo Fiaminghi (1920-2004) e Maria Leontina (1917-1984). Durante a década de 1950 integra o Grupo Guanabara juntamente com Manabu Mabe (1924-1997), Yoshiya Takaoka (1909-1978), Jorge Mori (1932), Tomoo Handa (1906-1996), Tikashi Fukushima (1920-2001) e Wega Nery (1912-2007), entre outros. A partir da década de 1940, produz cenas cotidianas, paisagens urbanas e marinhas, que revelam grande síntese formal e uma gama cromática em tons rebaixados. Por volta dos anos 1960, volta-se ao abstracionismo informal e produz telas que apresentam densidade matérica e cores escuras. No fim dos anos 1960, sua obra é ao mesmo tempo linear e pictórica, onde se destaca o uso de grafismos. Já a partir de 1970, volta-se à abstração geométrica e emprega principalmente retângulos e quadrados, que se apresentam como planos superpostos e interpenetrados. Atua ainda como escultor, desde a metade da década de 1970, quando realiza obras em mármore e em madeira, nas quais retoma questões constantes na obra pictórica. Em 2002, comemora os seus 80 anos com retrospectiva montada pela Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pesp).

Fonte: Itaú Cultural.

Ênio Lippmann (Rio Pardo/RS, 1934 – Porto Alegre/RS, 2014)

Realizou seus primeiros estudos de pintura em Petrópolis, RJ. Depois de passar um ano em Santa Maria, RS, veio residir em Porto Alegre, onde concluiu o Curso de Artes da UFRGS. Fez cursos livres de arte com Iberê Camargo, Marcelo Grassmann e Francisco Stockinger. Realizou inúmeras exposições coletivas e individuais. Entre os diversos prêmios que recebeu, destacam-se: o Primeiro Prêmio em Desenho no Salão da Câmara Municipal de Porto Alegre, em 1960; o Prêmio Divisão de Cultura para Melhor Artista Gaúcho, Porto Alegre, em 1962; e Menção Honrosa da edição de 1969 do Salão de Artes Visuais do Paraná. Realizou em 1993 a retrospectiva “Enio Lippmann, Quatro Décadas: pintura, desenho, gravura” no Espaço Cultural BFB, Porto Alegre, e em 1998, individual na Lacco Zanchi Kuns Tagalery, Bélgica.

Fonte: Guia das Artes.

 

Kennedy Bahia (Valparaíso/Chile, 1929 – Salvador/Bahia, 2005)

Artista plástico e tapeceiro chileno que se radicou na Bahia. 

Era engenheiro de minas em seu país de origem, e trabalhou na região amazônica em busca de ouro, tanto na Bolívia quanto no Brasil. A flora e a fauna da selva lhe marcaram para o resto da vida. Sofrendo de malária e necessitando de descanso, começou a criar tapeçarias.

Na década de 1960 se mudou para a Bahia, onde se apaixona pela sua nova terra e toma o nome do estado como seu sobrenome. Lá, incorpora tradições do folclore baiano, fauna e flora do estado, e simbolismos de religiões de matriz africana em suas obras. Kennedy contribuiu muito na divulgação da cultura baiana.

O artista era muito amigo do escritor Jorge Amado, assim como o artista plástico Carybé. Durante as décadas de 1960 e 70 foi considerado o maior tapeceiro do Brasil, e sua coleção Fauna e Flora da Bahia, de 1973, era apreciada por colecionadores a nível internacional, com muitas de suas obras decorando partes do Palácio da Alvorada.

Fonte: Guia das Artes.

 

   

Andy Warhol (Pittsburgh/EUA, 1928 – Nova York/EUA, 1987)

Foi um pintor, empresário e cineasta norte-americano, e consagrou-se como a figura maior do movimento pop art. Ficou conhecido pelas suas obras usando elementos do pop para criar arte. Usando figuras famosas do mundo da música e entretenimento, como os rostos da atriz Marilyn Monroe, da cantora Madonna, do artista Basquiat e mais pessoas que se destacaram em suas áreas, além da estética de marcas de consumo em massa, acabou criando um novo movimento artístico.

Andy Warhol é um artista americano que ficou conhecido pelas suas obras usando elementos do pop para criar arte. Usando figuras famosas do mundo da música e entretenimento, como os rostos da atriz Marilyn Monroe, da cantora Madonna, do artista Basquiat e mais pessoas que se destacaram em suas áreas, além da estética de marcas de consumo em massa, acabou criando um novo movimento artístico. Saiba mais.

Sua arte celebrava o consumismo e a cultura das celebridades que estava em seu auge entre os anos 60 a 80. Além disso, deixava evidente a cultura popular, entre outras características da sociedade transformando artistas em ícones. Suas ilustrações impressas retratam a beleza idealizada aliada ao fato delas serem comerciáveis mostrando o estilo de vida americano, que praticamente inventou as celebridades de um mundo de aparências ilusórias sustentadas pela aparência. As celebridades mostravam um padrão de beleza e as pessoas eram alçadas a patamares inalcançáveis, além de ditarem padrões de comportamento e lançar tendências.

Andy Warhol criou cerca de 10,000 trabalhos entre 1961 até 1987. Sua arte ainda é uma das mais valorizadas e procuradas entre os colecionadores. O artista explorava o tema de identidade com suas repetições mostrando que as celebridades acabavam perdendo sua individualidade com a fama, já que suas imagens viravam produto de consumo em massa.

Andy Warhol começou a pintar o rosto da atriz Marilyn Monroe no dia de sua morte em 1962 e Jack Kennedy dias após o assassinato de seu marido o presidente John Kennedy em 1963. Desta forma, suas figuras se transformaram em ícones imortalizando suas imagens. Além da esposa do político e da atriz de Hollywood, retratou o cantor Michael Jackson, o líder chinês Mao Tsé-Tung, além de marcas famosas como a marca de enlatados Campbell e a bebida gaseificada Coca-Cola. Uma das suas obras mais famosas são o Golden Marilyn, Campbell Can Soup, Brillo Box, Mickey Mouse, Che Gevara, Pelé, Lenin, entre outros que substituíram a tendência do abstrato que dominava os anos 50.

O pop art é um movimento que se caracteriza pelas cores vibrantes com variações, retratos de personalidades e técnica de repetição caracterizando a crítica do consumo em massa. Era um artista plástico, mas tinha a veia comercial, pois trabalhou no meio publicitário, além de ter trabalhado com ilustração com revistas de moda, sabia as tendências estéticas que dominavam o mundo em que vivia. Suas tintas acrílicas, de alto-contraste e uso de serigrafia marcaram o pop art e definiram uma estética seguida até os dias atuais.

Fonte: Livia Doblas.

Anita Catarina Malfatti (São Paulo/SP, 1889 – 1964)

Pintora, desenhista, gravadora, ilustradora e professora. Uma das mais relevantes artistas brasileiras, Anita tem papel determinante na introdução da estética modernista no país. Inicia seu aprendizado artístico com a mãe, a pintora Bety Malfatti (1866-1952). Em 1909, pinta algumas obras, entre elas a Primeira Tela de Anita Malfatti.

No ano seguinte, viaja à Europa para aperfeiçoar sua formação, e se instala na Alemanha, país que vive uma efervescência do expressionismo. Anita ingressa na Academia Imperial de Belas Artes de Berlim, onde tem aulas de desenho, perspectiva e história da arte. A linha de seus estudos, no entanto, ainda é bastante tradicional. Ao longo de sua estada na cidade, entra em contato a agitação modernista, e se interessa pelas novas linguagens, ampliadas nas aulas particulares que tem com o professor e pintor alemão Fritz Burger-Mühlfeld (1867-1927). Ligado ao pós-impressionismo alemão, ele lhe oferece possibilidades artísticas que extrapolam as abordagens tradicionais. Anita permanece na Alemanha até 1914, período em que se dedica também ao estudo da gravura.

O aprendizado das novas poéticas transparece na produção do período. O contorno clássico prevalece, mas as cores são usadas de modo expressivo e demonstram uma movimentação maior e mais contrastada que a do desenho. Embora não haja conflito com as formas, é perceptível que os elementos operam em dinâmicas distintas. Ao retornar a São Paulo, expõe esses quadros em sua primeira mostra individual, em 1914, no Mappin Stores.

De 1915 a 1916, reside em Nova York e tem aulas com professores como os pintores americanos George Brant Bridgman (1864-1943), e Homer Boss (1882-1956) na Independent School of Art. A convivência com este professor e o clima vanguardista da escola levam adiante o desenvolvimento da liberdade moderna cultivada na Alemanha. Na mesma época, realiza seus trabalhos mais conhecidos, como O Farol (1915), Torso/Ritmo (1915/1916) e O Homem Amarelo (1915/1916), nos quais, o desenho perde o compromisso com a verossimilhança clássica e ganha sentido mais interpretativo. Por vezes, o contorno grosso e sinuoso apresenta as figuras como uma massa pesada e volumosa. Em outros trabalhos, com o traço mais fechado, a cor é aplainada e compõe retratos e paisagens livres, pela articulação de superfícies em tons contrastantes.

De volta ao Brasil, em 1917, associa a liberdade de compor com formas à crítica nacionalista. Pinturas como Tropical (1917) e Caboclinha (1907) fazem parte desse esforço. Todas essas pinturas são reunidas em sua segunda individual: Exposição de Arte Moderna, em dezembro de 1917. A mostra implica respostas diversas e repercussões decisivas para seu trabalho. Se, por um lado, a exposição rende uma aproximação com os artistas e intelectuais que mais tarde realizam em São Paulo a Semana de Arte Moderna, por outro, Anita vira alvo de uma reação violenta às linguagens vanguardistas.

As posições contrárias às vanguardas de origem europeia consideram a exposição um desperdício do talento da artista, porque representa a entrega a estrangeirismos deslumbrados e mistificadores. O crítico de maior destaque é o escritor Monteiro Lobato (1882-1948), autor do artigo A Propósito da Exposição Malfatti (1917). O escritor Oswald de Andrade (1890-1954) publica no Jornal do Comércio, em 1918, artigo em defesa da pintora.

Tal reação, para alguns, abala a confiança da artista, causando impacto em sua carreira; para outros, Anita já vem oscilando esquemas formais mais realistas e soluções mais próximas do modernismo internacional. Após 1917, a pintora se aproxima da linguagem tradicional e faz aulas com o acadêmico Pedro Alexandrino (1856-1942), e, com o pintor alemão Georg Elpons (1865-1939). Encorajada pelos membros do Grupo dos Cinco, por volta de 1921, Anita se interessa novamente pelas linguagens de vanguarda. A artista expõe 20 trabalhos de cunho modernista na Semana de Arte Moderna de São Paulo (1922).

Em 1923, recebe bolsa do Pensionato Artístico do Estado de São Paulo e viaja a Paris, onde permanece por cinco anos e tem aulas com o pintor francês Maurice Denis (1870-1943). Em sua estada, distancia-se de posições polêmicas da vanguarda, passa a pintar cenas de interiores, como Interior de Mônaco (1925) e La Rentrée (1927), e se aproxima do fauvismo e da simplicidade da pintura primitiva. A artista não nega o modernismo, mas evita o que ele tem de ruptura. Volta ao Brasil em 1928, interessa-se por temas regionalistas e recorre às formas tradicionais, como a pintura renascentista e a arte naïf. Leciona desenho e pintura em escolas como Mackenzie, Escola Normal Americana e em seu ateliê.

Na década de 1930, integra a Sociedade Pró-Arte Moderna (Spam) e, em razão do interesse por uma pintura mais fluente e descompromissada, participa do Salão Revolucionário (1931) e aproxima-se do grupo de pintores da Família Artística Paulista (FAP). Anita se identifica com a busca de uma pintura espontânea, desvinculada de modelos consagrados e do desejo de inovação. A partir da década seguinte amplia sua produção de cenas da vida popular. Nos anos 1950, o popular não é apenas tema, mas também passa a ser incorporado nas formas, influenciado pela arte não culta.

Embora seja uma das responsáveis pela introdução do modernismo no país, o legado artístico de Anita Malfatti passa por variadas linguagens. O vasto trabalho da artista é movido pelo desejo tanto de experimentação quanto de simplicidade e espontaneidade.

Fonte: Itaú Cultural.

Danúbio Villamil Gonçalves (Bagé/RS, 1925 – Porto Alegre/RS, 2019)

Quando tinha dez anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde viveu durante 14 anos. Pintor, desenhista, gravador e escritor, frequentou o ateliê de Candido Portinari (1903 – 1962) com Iberê Camargo (1914 – 1994). Em 1945, frequentou o ateliê do paisagista e pintor Roberto Burle Marx e do escultor August Zamoyski. Em 1946, estudou gravura e desenho na Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, com Carlos Oswald (1882 – 1971), Axl Leskoschek (1889 – 1975) e Tomás Santa Rosa Júnior. Viajou para Paris e, entre 1949 e 1951, frequentou a Académie Julian.

De volta ao Brasil, fundou o Clube de Gravura de Bagé, no Rio Grande do Sul, com Glauco Rodrigues (1929 – 2004), Glênio Bianchetti (1928 – 2014) e Carlos Scliar (1920 – 2001). Com esses artistas, mais Vasco Prado, integrou o Clube de Gravura de Porto Alegre entre 1951 e 1955. Desde 1963, orientou os alunos do curso de litogravura do Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, instituição que dirigiu até 1978. No período entre 1969 e 1971, lecionou gravura no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IA/UFRGS). Entre 1970 e 1978, fez várias palestras e deu cursos de xilogravura, litografia, desenho e pintura no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.

Publicou os livros “Do Conteúdo à Pós-Vanguarda”, editado pela Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre em 1995, e “Processos Básicos da Pintura”, pela editora AGE em 1996. Em 2000, foi realizada uma exposição retrospectiva de sua produção no Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (Margs) e foi publicado o livro “Danúbio Gonçalves: Caminhos e Vivências”, pela editora Fumproarte, com textos de Paulo Gomes e Stori.

Dedicou-se também ao mosaico, realizando obras em painéis na Igreja de São Roque, em Bento Gonçalves; no Santuário do Sagrado Coração de Jesus, junto ao túmulo do padre João Batista Reus, em São Leopoldo; e na Igreja de São Sebastião, em Porto Alegre. Sua obra está presente em inúmeras coleções particulares e em acervos como no Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, na Pinacoteca Pública Aplub (Porto Alegre), no Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro), na Pinacoteca do Estado de São Paulo, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo e no Museu de Arte Moderna de São Paulo, entre outros.

Fonte: Itaú Cultural.

Adélio Sarro Sobrinho (Andradina/SP, 1950)

Pintor, desenhista e escultor. Conduz seus estudos de forma autodidata. No inicio de sua carreira realiza pinturas e posteriormente utiliza-se de baixos-relevos que executa com mistura de materiais variados, como cimento e colas diversas. Sua primeira exposição individual realiza-se em 1972, em São Bernardo do Campo, no mesmo ano em que recebe seu primeiro prêmio, menção honrosa na 20ª Exposição Coletiva da ABPA. Em 1981 viaja para Tóquio, Japão, para exposições na Japan International Artists Society of Tokio e no Yamakataia Department Store. Entre 1998 e 2000 realiza diversos monumentos para praças públicas de São Caetano do Sul SP.

Fonte: Itaú Cultural.

Evans Fodrini  (Maldonado/UY, 1960)

Em 1975, ingressou no ateliê do pintor Manolo Lima, formado no estúdio de Torres Garcia, importante mestre da pintura nacional do Uruguai e reconhecido internacionalmente. Nesse ateliê, Fodrini ficou até 1979. Seu compromisso com a arte lhe permitiu expor em importantes galerias uruguaias e do Exterior, inclusive o Brasil. Atualmente, dirige o site de divulgação Arte e Cultura do Uruguai.

Fonte: Evans Fodrini | Site pessoal do artista.

Dionísio del Santo (Colatina/ES, 1925 – Vitória/ES, 1999)

Pintor, desenhista, gravador, serígrafo. Estuda no Seminário São Francisco de Assis, em Santa Teresa, Espírito Santo, entre 1932 e 1939. No começo da década de 1940, realiza seus primeiros desenhos. Transfere-se para o Rio de Janeiro em 1946, onde começa a pintar. Freqüenta aulas de modelo-vivo e de teoria das cores na Associação Brasileira de Desenho (ABD). Atua em publicidade e artes gráficas. Em 1952, passa a trabalhar com xilogravura e serigrafia, e nesta técnica possui expressiva produção. Do fim dos anos 1950 até a metade da década seguinte, suas obras se aproximam dos princípios do movimento concreto.

No entanto, mantém-se afastado do debate entre concretos e neoconcretos. Entre 1964 e 1966, produz trabalhos a guache, nos quais associa geometria e figura. Realiza sua primeira exposição individual, em 1965, na Galeria Relevo, no Rio de Janeiro. Desde a metade da década de 1960, dedica-se à arte abstrata, realizando principalmente obras em serigrafia. Em 1967, recebe o prêmio aquisição na 9ª Bienal Internacional de São Paulo. Na década de 1970, destaca-se em sua produção pictórica a série Cordéis, na qual se nota a influência da arte cinética. Em 1975, recebe o Prêmio de Melhor Exposição de Gravura do Ano, da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA).

Realiza mostras retrospectivas no Paço Imperial, no Rio de Janeiro e no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), entre 1989 e 1990, e no Museu de Arte do Espírito Santo (Maes), em 1998. Mais de 70 obras do artista, entre serigrafias e xilogravuras, integram o acervo do Maes.

Fonte: Itaú Cultural.

Paulo Romero Calazans Salim (Caratinga/MG, 1947)

Pintor, desenhista e gravador. Iniciou-se como amante da pintura na adolescência, através de livros de História da Arte, nos quais Debret, Rugendas e outros artistas moldaram seu gosto e autodidatismo. Sua curiosidade o levou a um ecletismo que incluiu releituras, estudos da pintura clássica, em aquarelas, gravuras, do figurativismo ao abstracionismo. Frequentou escolas de Engenharia, Publicidade, Arquitetura, Teatro, Música, Escultura e Artes Plásticas, que cursou na F.A.A.P. e que lhe proporcionou um contato psico-arte nos caminhos de José Moraes, Ubirajara Ribeiro e Júlio Plaza. Hoje seu trabalho, calcado na textura e na pesquisa da cor, está voltado à busca ferrenha de novos valores estéticos.

Fonte: Guia das Artes.

Augusto Borges Rodrigues (Recife/PE, 1913 – Resende/RJ, 1993)

Educador, pintor, desenhista, gravador, ilustrador, caricaturista, fotógrafo, poeta. Trabalha no ateliê de Percy Lau (1903-1972) e, em 1933, realiza sua primeira exposição individual, no Recife. Nesse ano, inicia sua atividade como ilustrador e caricaturista no Diário de Pernambuco. Ao lado de Guignard (1896-1962), Candido Portinari (1903-1962), e outros, expõe, em 1934, na Associação dos Artistas Brasileiros, no Rio de Janeiro. Em 1935, transfere-se para essa cidade e logo se torna colaborador de jornais e de revistas como O Estado de S. Paulo e O Cruzeiro.

Participa da fundação e do planejamento dos jornais Folha Carioca, Diretrizes e Última Hora. Em 1942, realiza exposição individual, com cerca de 100 desenhos, no Museu Nacional de Belas Artes (MNBA). Com a colaboração de Lúcia Alencastro (1921-1996), Oswaldo Goeldi (1895-1961), Vera Tormenta (1930), Fernando Pamplona e Humberto Branco, funda a Escolinha de Arte do Brasil, em 1948. Em 1953, participa da 2ª Bienal Internacional de São Paulo e, com Geza Heller (1902-1992) e Marcelo Grassmann (1925), expõe na Petite Galerie e, no 2º Salão Nacional de Arte Moderna, em que obtém o prêmio de viagem ao exterior, na categoria desenho.

Em 1971, integra a mostra Panorama do Desenho Brasileiro, organizada pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), e edita seu primeiro livro de poesia, 27 Poemas. O segundo, A Fé entre os Desencantos, é publicado em 1980. Em 1989, lança Largo do Boticário – Em Preto e Branco, com 80 fotografias tiradas no decorrer dos anos.

Fonte: Itaú Cultural.

 Jean Gillon (Iasi/Romênia, 1919 – São Paulo/SP, 2007)

Formou-se em Belas Artes e posteriormente em Arquitetura na Universidade Nacional e, após alguns anos de especialização em seu país, mudou-se para o Brasil em 1956, atraído principalmente pelo bom momento que atravessava a arquitetura brasileira na época. Em 1961 fundou sua primeira empresa fabricante de móveis a Cidam, que mais tarde passou a se chamar WoodArt. Além dessa empresa, Italma e a Probel produziram projetos seus.
Jean Gillon, assim como Joaquim Tenreiro e Jorge Zalszupin, foi mais um grande designer brasileiro que não nasceu no Brasil, mas escolheu o país para morar e construir sua grande obra.

Fonte: Pé Palito Design.

Benedito Calixto de Jesus (Itanhaém/ SP, 1853 – São Paulo/SP, 1927)

Pintor, professor, historiador, ensaísta. Paisagens, história e fotografia marcam a trajetória do artista, conhecido principalmente por quadros que retratam a capital e o litoral paulistas.

Manifesta, desde muito jovem, tendência para a pintura, adquirindo as primeiras noções em Brotas, interior de São Paulo, quando auxilia o tio na restauração de imagens sacras de uma igreja local. Em 1881, realiza a primeira exibição individual, na sede do jornal Correio paulistano, em São Paulo. No mesmo ano, passa a residir em Santos, cidade que lhe serve de inspiração para vários quadros. Trabalha na oficina de Tomás Antônio de Azevedo e é incumbido da decoração do teto do Theatro Guarany.

Com uma bolsa concedida pela cidade de Santos, viaja para Paris, em 1883. Frequenta o ateliê de Jean-François Raffaëlli  e a Académie Julian, e convive com os pintores Gustave Boulanger, Tony Robert-Fleury  e William-Adolphe Bouguereau, entre outros. Permanece menos de um ano, retornando em 1884 e trazendo de lá um equipamento fotográfico, que passa a utilizar para elaborar suas composições.

Reside em Santos e, posteriormente, em São Vicente, produzindo inúmeras marinhas, em que representa o litoral paulista. Mas é com o quadro Inundação da Várzea do Carmo , que o artista consegue maior destaque: a crítica da época aponta a exatidão admirável com que representa a cidade de São Paulo e alguns de seus principais pontos, como o mercado, a rua 25 de março, a fábrica de chitas e o casario do Brás.

As paisagens são a temática mais cara ao artista. Nessas obras, apresenta uma pintura lisa, com o uso de veladuras e um colorido sempre fiel às características locais, embora trabalhado de maneira bastante pessoal no uso dos verdes, azuis e ocres.

O artista realiza diversas obras para o Museu Paulista, sob encomenda de Afonso d´Escragnolle Taunay , sobretudo cenas da São Paulo antiga e paisagens, algumas baseadas em desenhos de Hercule Florence  ou em fotografias de Militão Augusto de Azevedo, entre outros.

No começo do século XX, realiza diversos painéis de temas religiosos para igrejas na capital e no interior do estado de São Paulo. Para seus quadros históricos e religiosos, como Fundação de São Vicente ou Fundação de Santos, realiza estudos fotográficos preparatórios, para os quais se vale de minuciosa pesquisa histórica. Dedica-se também à preservação do patrimônio da região e publica, entre outros, os livros A villa de Itanhaém , e Capitanias paulistas. Atua ainda como cartógrafo, realizando ensaios de mapas de Santos, e como historiador, escrevendo sobre as capitanias paulistas.

Com amplo conhecimento sobre o litoral paulista e inclinação para a pesquisa histórica, Benedito Calixto se distingue na pintura principalmente por cenas antigas e paisagens, dando testemunho também da importância da fotografia para o seu trabalho.

Fonte: Itaú Cultural.

 

 

Edy Gomes Carollo (Porto Alegre/RS, 1921 – 2000)

Iniciou seus estudos em pintura com seu pai, Sobragil Gomes Carollo. De acordo como Walmir Ayala, “dedicou-se, nos primeiros tempos de aprendizado, a analisar a pintura de Rodolfo Amoêdo, de Baptista da Costa e dos impressionistas, embora recusasse influências desses pintores e da citada escola”. Conforme João Medeiros, foi um dos melhores no gênero paisagem.

Edy Gomes Carollo desenvolveu sua carreira no Rio de Janeiro, onde residiu e trabalhou. Sua pintura se caracteriza pela fidelidade ao real. Entre os temas abordados, encontram-se o gaúcho e cenas do interior mineiro com igrejas e casarios. O artista participou diversas vezes do Salão Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, entre 1955 e 1970, obtendo premiações. Também expôs no Salão Paulista de Belas Artes e no Salão de Belas Artes de Piracicaba.

Fonte: Catálogo das Artes.

Beatriz Milhazes (Rio de Janeiro/RJ, 1960)

Pintora, gravadora e colagista. Explora diferentes técnicas e materiais, experimentando as potencialidades da escultura. Sua obra se caracteriza pelo uso da cor, de estruturas geométricas, arabescos, florais e motivos ornamentais para criar composições de intenso dinamismo óptico.

Forma-se em comunicação social pela Faculdade Hélio Alonso, em 1981, e em artes plásticas pela Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV/Parque Lage), em 1983, no Rio de Janeiro. Atua como professora de pintura até 1996. As obras criadas por Beatriz Milhazes na década de 1980 revelam uma tensão entre figura e fundo, entre representação e ornamentalismo, com o uso de figuras que se repetem, arabescos, flores e colunas.

A artista participa das exposições que caracterizam a Geração 80 – grupo que, pela pesquisa de novas técnicas e materiais, produz pinturas avessas à vertente conceitual dos anos 1970. Entre suas principais influências estão ícones do modernismo, como a pintora Tarsila do Amaral , o paisagista Burle Marx , o pintor francês Henri Matisse , o artista performático Hélio Oiticica  e a pintora inglesa  Bridget Riley . Sua obra faz referência ao barroco, à art déco, e a op art.

A colagem é parte importante da construção de suas imagens e aparece com o uso de materiais diversos, como papéis (de bala, coloridos) e tecidos recortados (chitão). Com experimentação em monotipia, Milhazes desenvolve sua técnica de construção da pintura baseada na colagem, criando os motivos em filmes plásticos e transferindo-os para a tela quando secos. A artista pode então criar os próprios elementos a serem usados nas pinturas.

Beatriz Milhazes propõe uma relação não passiva com o espectador, que caminha com os olhos por suas telas, colagens e esculturas, buscando pequenos detalhes e se perdendo no acúmulo, na tensão cromática, na repetição, em movimentos e ornamentos que remetem à história da arte, ao barroco, ao pop, à cultura popular brasileira. A cor, a proporção e o ritmo estão no centro do seu pensamento estético na colagem, escultura, arquitetura e pintura.

Fonte: Itaú Cultural.

Cícero dos Santos Dias (Escada/PE 1907 – Paris/França 2003).

Pintor, gravador, desenhista, ilustrador, cenógrafo e professor. Inicia estudos de desenho em sua terra natal. Em 1920, muda-se para o Rio de Janeiro, onde matricula-se, em 1925, nos cursos de arquitetura e pintura da Escola Nacional de Belas Artes – Enba, mas não os conclui. Entra em contato com o grupo modernista e, em 1929, colabora com a Revista de Antropofagia. Em 1931, no Salão Revolucionário, na Enba, expõe o polêmico painel, tanto por sua dimensão quanto pela temática, Eu Vi o Mundo… Ele Começava no Recife. A partir de 1932, no Recife, leciona desenho em seu ateliê. Ilustra, em 1933, Casa Grande & Senzala, de Gilberto Freyre (1900- 1987). Em 1937, é preso no Recife quando da decretação do Estado Novo. A seguir, incentivado por Di Cavalcanti, viaja para Paris onde conhece Georges Braque, Henri Matisse, Fernand Léger e Pablo Picasso, de quem se torna amigo. Em 1942, é preso pelos nazistas e enviado a Baden-Baden, na Alemanha. Entre 1943 e 1945, vive em Lisboa como Adido Cultural da Embaixada do Brasil. Retorna a Paris onde integra o grupo abstrato Espace. Em 1948, realiza o mural do edifício da Secretaria das Finanças do Estado de Pernambuco, considerado o primeiro trabalho abstrato do gênero na América Latina. Em 1965, é homenageado com sala especial na Bienal Internacional de São Paulo. Inaugura, em 1991, painel de 20 metros na Estação Brigadeiro do Metrô de São Paulo. No Rio de Janeiro, é inaugurada a Sala Cicero Dias no Museu Nacional de Belas Artes – MNBA. Recebe do governo francês a Ordem Nacional do Mérito da França, em 1998, aos 91 anos.

Fonte: Itaú Cultural.

Rubem Valentim (Salvador/BA, 1922 – São Paulo/SP, 1991)

Escultor, pintor, gravador, professor. Inicia-se nas artes visuais na década de 1940, como pintor autodidata. Entre 1946 e 1947 participa do movimento de renovação das artes plásticas na Bahia, com Mario Cravo Júnior (1923), Carlos Bastos (1925) e outros artistas. Em 1953 forma-se em jornalismo pela Universidade da Bahia e publica artigos sobre arte. Reside no Rio de Janeiro entre 1957 e 1963, onde se torna professor assistente de Carlos Cavalcanti no curso de história da arte, no Instituto de Belas Artes.

Reside em Roma entre 1963 e 1966, com o prêmio viagem ao exterior, obtido no Salão Nacional de Arte Moderna – SNAM. Em 1966 participa do Festival Mundial de Artes Negras em Dacar, Senegal. Ao retornar ao Brasil, reside em Brasília e leciona pintura no Ateliê Livre do Instituto de Artes da Universidade de Brasília – UnB. Em 1972, faz um mural de mármore para o edifício-sede da Novacap em Brasília, considerado sua primeira obra pública. O crítico de arte Frederico Morais elabora em 1974 o audiovisual A Arte de Rubem Valentim.

Em 1979, Valentim realiza escultura de concreto aparente, instalada na Praça da Sé, em São Paulo, definindo-a como o Marco Sincrético da Cultura Afro-Brasileira e, no mesmo ano e é designado, por uma comissão de críticos, para executar cinco medalhões de ouro, prata e bronze, para os quais recria símbolos afro-brasileiros para a Casa da Moeda do Brasil. Em 1998 o Museu de Arte da Moderna da Bahia – MAM/BA inaugura a Sala Especial Rubem Valentim no Parque de Esculturas.

Fonte: Itaú Cultural.

Victor Hugo Porto, nascido em 19/10/1954 na cidade de Caxias do Sul-RS, tem como nome artístico Victor Hugo.
Apaixonado pelo desenho desde criança, começou a trabalhar como auxiliar de vitrinista aos 13 anos de idade, daí por diante não parou mais de pesquisar e estudar arte.
Frequentou como ouvinte a Escola de belas Artes de Caxias do Sul, participou de vários concursos de vitrinas e obteve várias vezes o 1º lugar, montou uma agência de propaganda visuais que se chamava Decorações Victor, e aos 20 anos se dedicou a pintura artística.Nesses anos de trabalho estudou formas, cores e técnicas sobre vários materiais como: pastel seco, tinta acrílica, óleo, carvão e técnicas mistas.
Cursou a Escola Internacional Gráfica de Veneza onde fez curso de Gravura e permaneceu por seis meses na Itália pintando e fazendo esculturas, onde existe o seu maior acervo de Esculturas.
Hoje trabalha em Caxias do Sul- RS e divide seu tempo com a pintura e ministrando workshops de desenhos e outras técnicas, passa 4 meses por ano na Itália pintando e fazendo exposições.

Cristina Bottallo (Santo André/SP, 1967)

Mora e trabalha em São Paulo, SP. Artista plástica, serígrafa, ilustradora, formada em Educação Artística pela FATEA (Faculdades Integradas Teresa D’Ávila, de Santo André). Dedica-se às técnicas de pintura, serigrafia, colagem entre outras, em seu ateliê próprio. Além dessas atividades, ministra aulas de serigrafia em seu ateliê permanente no Studio Cultural Cristina Bottallo e também no ateliê de gravura do Projeto Educativo da Galeria marta Traba, no Memorial da América Latina, além de manter um Ateliê Itinerante de Serigrafia, cujo objetivo é difundir o ensino da técnica em diversos locais. 

Organiza eventos e exposições com artistas diversos no Studio Cultural Cristina Bottallo. Já ilustrou vários livros, como “Um Girassol na Janela” (Editora Moderna) e “Vira-lata, sim, senhor!” (Editora Scipione). Recebeu o Prêmio Artesão do Ano 2007 (Prêmio Geral entre todas as categorias) e o Prêmio Artesão do Ano – Categoria Pintura Decorativa do mesmo ano, 2007 o Prêmio Especial de Incentivo ao Artesanato em 2011.

Fonte: Laboratório das Artes.

    Romero Britto, nascido em Recife, Pernambuco, no dia 6 de outubro de 1963, é um famoso pintor brasileiro. Radicado em Miami, nos Estado Unidos, ficou conhecido pelo seu estilo alegre e colorido, por apresentar uma arte pop, despojada da estética clássica e tradicional. É considerado um dos artistas mais prestigiados pelas celebridades norte-americanas e o pintor brasileiro mais bem sucedido fora do Brasil.

    Romero esboçou seu interesse pelas artes na infância, quando usava sucatas, papelões e jornais para exercitar sua criatividade. Eram tempos de pobreza e muitas limitações em Recife. Naquela época, também começou a usar a grafitagem, o que foi de grande influência em seu trabalho.

    Iniciou o curso de Direito na Universidade Católica de Pernambuco, mas  viajou aos Estados Unidos e lá estabeleceu-se como artista de sucesso até hoje. É muito influenciado pela estética cubista e tem Picasso como um grande mestre. Seu estilo vibrante e alegre, com cores fortes e impactantes, fez com que sua obra tivesse forte ligação com a publicidade. O artista já mostrou o seu talento pintando para uma campanha publicitária da marca de vodca sueca Absolut e para as latas de refrigerante da Pepsi Cola, e redesenhou personagens de Walt Disney.

    Muitas celebridades admiram a obra de Romero Britto, como Arnold Schwarzenegger e Madonna, e os ex-presidentes Bill Clinton, Fernando Henrique Cardoso e Carlos Menem, respectivamente, dos EUA, do Brasil e da Argentina. Suas coleções estão presentes em diversas galerias do mundo.

    Entre outras realizações, merece destaque a criação dos selos postais que levam o nome de Esportes para a Paz, sobre as olimpíadas de Beijing. Outra criação importante é uma pirâmide que esteve instalada no Hide Park, em Londres, com uma altura similar a de um prédio de quatro andares. A obra deveria ser encaminhada para o Museu da Criança, na cidade do Cairo, no Egito.

    Suas pinturas estão presentes em importantes aeroportos do mundo, como os de Washington D.C., Nova York e Miami. Vale citar outros locais onde se pode ver e apreciar as suas obras: Montreux Jazz Raffles le Montreux Palace Hotel e Azul Basel Children’s Hospital, ambos na Suíça, e o Sheba Sheba Medical Center, em Tel Aviv, em Israel.

    Romero Britto foi homenageado pela escola de samba carioca Renascer no desfile do Carnaval de 2012. O enredo abordou sua história, o colorido e a alegria da sua obra. O pintor vive em Miami, cidade com a qual possui grande identificação.

Romanita Disconzi. Gravadora e pintora. Santiago, RS, 1940. Formada pelo Instituto de Artes da UFRGS, iniciou como gravadora na segunda metade da década de 1960. Nos anos 70, participou de inúmeras bienais de gravura e obteve prêmios importantes. Residiu nos Estados Unidos, onde realizou mestrado e iniciou pesquisa sobre linguagem televisiva que transportou para a pintura. Integrou o corpo docente do Instituto de Artes da UFRGS, em Porto Alegre, onde reside. Sua primeira individual foi na Galeria Leopoldina, Porto Alegre, 1967. Participou da Bienal de São Paulo, 1973, e nesse mesmo período praticou arte conceitual-ambiental. Foi uma das primeiras artistas gaúchas a ter preocupações de fundo ecológico, realizando projeto de interferência no Parque Farroupilha, Porto Alegre. Em 1995 foi empossada como diretora do MARGS, onde está representada com peças gráficas e Totens, sólidos geométricos (nove módulos). Nesse mesmo ano participa da coletiva-homenagem ao cinema gaúcho, Espaço I, Usina do Gasômetro, Porto Alegre. Durante boa parte de sua carreira, expôs sob nome Romanita Martins, assinando, porém, seus trabalhos apenas como Romanita.

Fonte: Dicionário de Artes Plásticas no Rio Grande do Sul.Renato Rosa e Décio Presser. Porto Alegre: Ed.Universidade/UFRGS, 1997.

Gustavo Machado Rosa (São Paulo/SP, 1946 – 2013)

Artista plástico. Realiza a sua primeira exposição individual na Galeria Alberto Bonfiglioli em 1970, tendo já ganho no ano anterior a medalha de ouro e o prêmio de viagem ao exterior no 1º Festival de Artes Interclubes, no Clube Monte Líbano. Em 1974, estuda gravura com o norte-americano Rudy Pozzati, no Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Álvares Penteado – MAB/Faap. Em 1979 e 1980 participa da Exposição Brasil-Japão em Tóquio. Expõe, em 1979, no Salão Nacional de Artes Plásticas e, em 1980 e 1983, no Panorama da Arte Atual Brasileira, no MAM/SP. Realiza painéis externos, em 1984 na Rua Bela Cintra e em 1987, na Rua Mario Ferraz, para Tereza Gureg. Em 1990 participa de exposição coletiva no International Museum of 20th Century Arts, em Los Angeles, Estados Unidos. Lança, em 1994, uma grife com o seu nome em Nova York. Em 1998, desenvolve as capas de cadernos escolares da marca Tilibra. Neste mesmo ano executa uma escultura em homenagem a Maria Esther Bueno, na Praça Califórnia, em São Paulo. Em 2000, monta escultura de um gato, sob o Viaduto Santa Efigênia.

Fonte: Itaú Cultural.

Carlos Haraldo Sörensen (Bauru/SP, 1928 – Rio de Janeiro/RJ, 2008)

Pintor, ceramista, tapeceiro, cenógrafo, ilustrador, figurinista, arquiteto, designer, poeta. Carlos Haraldo Sorensen forma-se em arquitetura pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Brasil em 1958. Em 1952 e 1953 vive em Paris (França) onde frequenta o ateliê de André Lhote e conhece Picasso, Roonet e Fernand Léger , durante esse período também estuda na Escola Superior de Belas Artes de Paris com Gleizes. Em 1948 trabalha com Di Cavalcanti (1897-1976), com quem pinta inúmeros painéis. Em 1949 faz sua primeira individual, na Cooperativa dos Artistas Plásticos em São Paulo SP. Durante a década de 50 ilustra diariamente inúmeras revistas e jornais com Santa Rosa (1909-1956), Portinari (1903-1962) e Sigaud (1899-1979); participa de diversos salões, entre eles o Salão Preto e Branco, no Palácio da Cultura do Rio de Janeiro. Em 1950 organiza o 1º Salão do ART no Clube do Rio de Janeiro, e dois anos depois organiza, junto com grupo de expositores orientados por Lucio Costa (1902-1998) e Jorge Amado (1912-2001), o 1º Salão Brasileiro de Arte Moderna. Em 1951 ingressa como ator na cia de Jean Louis Barrault – Madeleine Renaut. Entre 1956 e 1970 é diretor de arte na TV Tupi, a convite de Assis Chateaubriand (1892-1968). Entre 1970 e 1981 realiza a criação visual do programa Fantástico e de musicais e novelas da Rede Globo. Participa da 8ª Bienal Internacional de São Paulo em 1965, e em 1976, da Retrospectiva de 35 anos de atividades no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), na Real Galeria de Arte e no MEC, onde recebe o Prêmio Aquisição MEC. Em 1985 expõe no 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ. Ilustra diversos livros, desenha figurinos para peças teatrais e recebe diversos prêmios como Prêmio Melhor Figurinista do Ano em 1958 e 1962.

Fonte: Itaú Cultural.

Dimas Florencio (Ronda Alta/RS)

Autodidata, aos 9 anos de idade manifestou seu interesse pela arte. Em 1987 foi para Porto Alegre,  onde dedicou-se a pintura.  A leveza de suas obras, as cores luminosas, suas mulheres com belos traços e sua alegria em lecionar em vários países, fazem de Dimas um vitorioso, um autodidata realizado.

Passeia pelo figurativo com desenvoltura e atento aos detalhes. Nada mais pretende a não ser evoluir dentro de sua arte e passar sua arte aos que o procuram. É um artista bem sucedido cujo talento já é reconhecido no Brasil e em outros países, como: Uruguai, Itália, França, Suíça, Portugal, Argentina e México.

 

Eli Malvina Diniz Heil (Palhoça/SC, 1929 – Florianópolis/SC, 2017)

Pintora, desenhista, ceramista, escultora, tapeceira, poeta. Nos anos 1950, atua como professora de educação física. Autodidata, inicia sua produção artística em 1962. Nessa época, desenha animais e pinta paisagens de morros com casas, utilizando camadas espessas de tinta e cores saturadas. Em 1963, realiza sua primeira mostra individual, em Florianópolis. Nesse ano, o crítico e historiador da arte João Evangelista de Andrade Filho (1931) publica um ensaio sobre a obra da artista e a expõe em Brasília. Ainda nos anos 1960, começa a desenvolver objetos tridimensionais – aplica bonecos de pano na superfície da tela e, em seguida, cria seres imaginários com materiais diversos como cerâmica, cimento, madeira, argamassa e plásticos derretidos.

Expõe individualmente no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo – MAC/USP, em 1966, a convite do historiador Walter Zanini (1925). Dois anos depois, passa a expor em países europeus. Participa da 1ª Bienal Latino-Americana de São Paulo, em 1978, e da seção de Arte Incomum da 16ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1981. O Museu de Arte de Santa Catarina – Masc realiza uma mostra retrospectiva de sua obra em 1982. A artista cria, em 1987, O Mundo Ovo de Eli Heil, na capital catarinense, onde monta seu ateliê e um espaço para exibição permanente de sua produção. Em 1994, é inaugurado oficialmente a Fundação O Mundo Ovo de Eli Heil. É autora do livro de poemas e desenhos Vomitando Sentimentos, 2000.

Fonte: Itaú Cultural.

Erico di Primio Leitão dos Santos nasceu em Cacequi, Rio Grande do Sul, Brasil, em 1952. Fez desenho publicitário, ilustrações e cartoons. Formou-se em Direito em 1978. Exerceu advocacia, magistério e serviço público com funções de procurador autárquico. Atua no mercado de arte brasileiro desde os anos 70, com participações em salões oficiais, importantes mostras coletivas e diversas individuais. Obteve prêmios e homenagens especiais. Pintou a Via Sacra para a Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro de Porto Alegre. Erico Santos é aclamado pela crítica um pintor por excelência e um dos expoentes do mercado de arte do Rio Grande do Sul, considerado um dos cinco artistas mais carismáticos. Foi jurado em salões oficiais, proferiu palestras e escreveu sobre arte para jornais e revistas de cultura. Autor dos livros Pintura & Palavra, Porto Alegre, 1998 e Arte: emoção e diálogo, Porto Alegre, 1999. Verbete nos seguintes dicionários: Art Trade International Guide of Quotation, de Narcizo Martins, Porto, Portugal, 1993; Artes Plásticas Brasil, de Julio Louzada, São Paulo, diversas edições; e Dicionário de Artes Plásticas no Rio Grande do Sul, de Renato Rosa e Decio Presser, Porto Alegre, l997. Citado nos livros: Atuar Arquitetura & Decoração, de Renato Andreuchetti, Porto Alegre, 1998; Arte Brasil, Série Artistas Brasileiros, vol. 9 e Artes Plásticas Brasil 500,R Editora, Belo Horizonte, 2000 e Anuário de Artes Plásticas Brasileiro, Belo Horizonte, 2001, sendo a capa do livro.

Djalmira de Freitas Rosa (Santa Cruz do Sul/RS, 1948)

Pintora e desenhista. Formada pelo Centro de Artes da Universidade Federal de Santa Maria, atuou como monitora do professor Cláudio Carriconde. Tem participado de coletivas e salões. Fez individual na Galeria Geiger, Santa Maria, 1985. 

Fonte: Dicionário das Artes Plásticas no Rio Grande do Sul.

Francisco Domingos da Silva (Alto Tejo/ Acre, 1910 – Fortaleza/CE, 1985)

Chico da Silva,  pintor e desenhista. Começa a desenhar a carvão e giz sobre muros e paredes de casebres de pescadores por volta de 1937, em Fortaleza (Ceará). Na década de 1940, sob o incentivo do crítico e pintor suíço Jean Pierre Chabloz, inicia-se na pintura à guache e juntamente com Chabloz, Antônio Bandeira e Inimá de Paula, expõe na Galeria Askanasy, no Rio de Janeiro, em 1945. Entre 1961 e 1963, trabalha no recém-criado Museu de Arte da UFCE. Depois de permanecer quatro anos internado em um hospital psiquiátrico, volta a pintar em 1981. É considerado um dos maiores pintores primivistas do Brasil,  participou da Bienal de Veneza, em 1966 e da 9º Bienal Internacional de São Paulo, em 1968, além de várias exposições pela Europa. Personagem da cena boêmia de Fortaleza, teve vida atribulada alterando períodos de glória e ostracismo, sua obra teve reconhecimento da crítica e do mercado.

Fonte: Itaú Cultural.

   

Carlos Augusto Caminha Vergara dos Santos (Santa Maria, Rio Grande do Sul, 1941)

Gravador, fotógrafo, pintor. Distingue-se como um dos principais nomes das vanguardas neofigurativas das décadas de 1950 e 1960 e possui uma vasta produção artística. Ainda jovem, Carlos Vergara começa a trabalhar com cerâmica. Na década de 1950, transfere-se para o Rio de Janeiro, e, paralelamente à atividade de analista de laboratório, dedica-se ao artesanato de jóias de prata e cobre. Treze dessas peças são expostas na 7ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1963. Nesse mesmo ano, volta-se para o desenho e a pintura, realizando estudos com Iberê Camargo (1914-1994).

Em 1965, participa da mostra Opinião 65 com três trabalhos: O general (1965), Vote (1965) e A patronesse e mais uma campanha paliativa (1965). A partir de 1966, Vergara incorpora ícones gráficos e elementos da arte pop à sua base expressionista. Ele faz seus primeiros trabalhos de arte aplicada, como o mural para a Escola de Saúde Pública de Manguinhos e a cenografia para o grupo de teatro Tablado, ambos no Rio de Janeiro, em 1966. Participa também da mostra Opinião 66, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/Rio). Até 1967, produz pinturas figurativas, com pinceladas ágeis e traço caricatural, além de um tratamento expressionista. O crítico de arte Paulo Sérgio Duarte (1946) compara esses trabalhos às pinturas do grupo CoBrA, de artistas como Acir Juram (1914-1973) e Karel Appel (1921-2006), pelo “culto à liberdade expressiva, apropriação do desenho infantil, elogio do primitivo e do louco”.

Também em 1967, organiza ao lado de colegas a mostra Nova Objetividade Brasileira, que procura fazer um balanço da vanguarda brasileira. Atua ainda como cenógrafo e figurinista de peças teatrais. Nesse período, produz pinturas figurativas, que revelam afinidades com o expressionismo e a arte pop. Em 1968, passa a pintar sobre superfícies de acrílico, fazendo desaparecer as marcas artesanais de sua prática pictórica. No mesmo ano, explora novas linguagens e mostra o ambiente Berço esplêndido (1968), na Galeria Art Art, em São Paulo. O trabalho combina as investigações sensoriais de artistas como Hélio Oiticica (1937-1980) com a denúncia política.

Durante a década de 1970, utiliza a fotografia e filmes Super-8 para estabelecer reflexões sobre a realidade. O carnaval passa a ser também objeto de sua pesquisa. Atua ainda em colaboração com arquitetos, realizando painéis para diversos edifícios, empregando materiais e técnicas do artesanato popular.

Em 1972, publica o caderno de desenhos Texto em branco, pela editora Nova Fronteira. Durante os anos 1980, volta à pintura, produzindo quadros abstratos geométricos, nos quais explora, principalmente, tramas de losangos que determinam campos cromáticos. Utiliza em seus trabalhos pigmentos naturais, retirados de minérios, materiais que também usa na produção de monotipias, muitas delas realizadas em ambientes naturais, como o pantanal mato-grossense. Em 1997, realiza a série Monotipias do Pantanal, na qual explora o contato direto com o meio natural, transferindo para a tela texturas de pedras ou folhas, entre outros procedimentos. Carlos Vergara tem uma produção artística contundente desde a década de 1950 e explora uma série de suportes distintos desde a gravura até a fotografia e a pintura.

Fonte: Itaú Cultural.

 

Rodrigo Pecci nasceu em Porto Alegre no ano de 1976. Ingressou no curso de Gravura em metal do Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, ministrado pelo artista plástico Wilson Cavalcanti no ano de 2002. Trabalhou como impressor na Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre, sob orientação do artista e impressor Eduardo Haesbaert. Participou de diversas exposições coletivas de gravura, entre elas: Olhar Intimista, nos anos de 2003 e 2004; Diálogos, que ocorreu simultaneamente na Casa de Cultura Mário Quintana (Galeria Xico Stockinger), Porto Alegre e em Quilicura, Santiago, Chile, em 2004 e Os Gravo-Gráficos, no Espaço Cultural ESPM, Porto Alegre, em 2008. Realizou em 2008 sua primeira exposição individual de gravuras em metal, Sobreimpressões, muito bem recebida pela crítica, na Galeria Arte & Fato, Porto Alegre. Foi finalista do 19º Salão Jovem Artista de Porto Alegre, e do 18º Salão de Artes Plásticas da Câmara Municipal de Porto Alegre, ambos em 2008. Desde 2002 atua como técnico e impressor na oficina de gravuras do Museu do Trabalho, ministrando cursos e imprimindo para o Consórcio de Gravuras.

Francisco de Paula Coimbra de Almeida Brennand (Recife/PE, 1927 – 2019)

Ceramista, escultor, desenhista, pintor, tapeceiro, ilustrador, gravador. Inicia sua formação em 1942, aprendendo a modelar com Abelardo da Hora. Posteriormente, recebe orientação em pintura de Álvaro Amorim e Murilo Lagreca. No fim dos anos 1940, pinta principalmente naturezas-mortas, realizadas com grande simplificação formal. Em 1949, viaja para a França, incentivado por Cicero Dias. Frequenta cursos com André Lhote e Fernand Léger em Paris, em 1951. Conhece obras de Pablo Picasso e Joán Miró e descobre na cerâmica seu principal meio de expressão. Entre 1958 a 1999, realiza diversos painéis e murais cerâmicos em várias cidades do Brasil e dos Estados Unidos. Em 1971, inicia a restauração de uma velha olaria de propriedade paterna, próxima a Recife, transformando-a em ateliê, onde expõe permanentemente objetos cerâmicos, painéis e esculturas. Em 1993, é realizada grande retrospectiva de sua produção na Staatliche Kunsthalle, em Berlim. É publicado o livro Brennand, pela editora Métron, com texto de Olívio Tavares de Araújo, em 1997. Em 1998, é realizada a retrospectiva Brennand: Esculturas 1974-1998, na Pinacoteca do Estado – Pesp, em São Paulo. Desde os anos 1990, são lançados vários vídeos sobre sua obra, entre eles, Francisco Brennand: Oficina de Mitos, pela Rede Sesc/Senac de Televisão, em 2000.

Fonte: Itaú Cultural.

Wesley Duke Lee (São Paulo/SP, 1931 – 2010)

Desenhista, gravador, artista gráfico e professor, fez curso de desenho livre no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand em 1951. Um ano depois, viajou para os Estados Unidos e estudou na Parson’s School of Design e no American Institute of Graphic Arts, em Nova York, até 1955. Naquela época, acompanhou as primeiras manifestações da arte pop e viu trabalhos de Robert Rauschenberg (1925 – 2008), Jasper Johns (1930) e Cy Twombly (1928 – 2011).

No Brasil, em 1957, deixou a publicidade e se tornou aluno do pintor Karl Plattner (1919 – 1989), com quem trabalhou em São Paulo e, posteriormente, na Itália e na Áustria até 1960. Nessa época, viveu também em Paris, frequentou a Académie de la Grande Chaumière e o ateliê de Johnny Friedlaender (1912 – 1992).

Retornou ao Brasil em 1960 e, em 1963, iniciou trabalho com os jovens artistas Carlos Fajardo (1941), Frederico Nasser (1945), José Resende (1945) e Luiz Paulo Baravelli (1942), entre outros. Nesse ano, realizou, no João Sebastião Bar, em São Paulo, o Grande Espetáculo das Artes, um dos primeiros happenings do Brasil.

Procurou organizar um movimento artístico, o realismo mágico, com Maria Cecília (1928), Bernardo Cid (1925 – 1982), Otto Stupakoff (1935 – 2009) e Pedro Manuel-Gismondi (1925 -1 999), entre outros. Em 1966, com Nelson Leirner (1932), Geraldo de Barros (1923 – 1998), José Resende, Carlos Fajardo e Frederico Nasser, fundou, como reação ao mercado de arte, o Grupo Rex, que existiu até 1967.

Oscar Crusius (Porto Alegre/RS, 1904 – 1991)

Foi pintor e desenhista. Formou-se no Instituto de Belas Artes em 1928 e foi discípulo de Ângelo Guido e Francis Pelichek. Em 1940 obteve seu primeiro prêmio no Salão Oficial do Instituto de Belas Artes. Durante sua trajetória artística, realizou mais de quarenta exposições individuais, sendo a última na Galeria Nelpi, em Porto Alegre, 1987. Sua obra é dominada por cenas rurais que retratam o Rio Grande do Sul. É citado no Dicionário brasileiro de artes plásticas. Existem exemplares de pintura de grande qualidade, resultantes de suas viagens ao norte do País. Roberto Pontual cita-o em seu Dicionário das Artes Plásticas no Brasil como pintou de “aspectos da paisagem e dos costumes regionais gaúchos”. Pintor e desenhista. Porto Alegre, RS, 1904 – Porto Alegre, RS, 1991. Formou-se no Instituto de Belas Artes em 1928. Foi discípulo de Ângelo Guido e  Francis Pelichek. Em 1940 obteve seu primeiro prêmio no Salão Oficial do Instituto de Belas – Artes. Durante sua trajetória artística, realizou mais de quarenta individuais, sendo a última na Galeria Nelpi, Porto Alegre, 1987. Sua obra é dominada por cenas rurais que retratam o Rio Grande do Sul. É citado no Dicionário brasileiro de artes plásticas. Existem exemplares de pintura de grande qualidade, resultantes de suas viagens ao norte do País. Roberto Pontual cita-o em seu Dicionário das Artes Plásticas no Brasil como pintou de “aspectos da paisagem e dos costumes regionais gaúchos”.

Fonte: GalArt.

Alexandre Rapoport (Rio de Janeiro/RJ, 1929)

É pintor, arquiteto, desenhista e gravador brasileiro.

Autodidata, começou a pintar na Faculdade de Arquitetura, antes do final da década de 1950. Estudou desenho com Ubi Paiva e, enquanto estudante, assistiu às aulas de gravura de Raymundo Cella, na Escola Nacional de Belas Artes. Teve contato com Cândido Portinari, cujas influências permeiam sua obra até hoje. Ainda na década de 50 ganhou a “Menção Honrosa” no Salão Nacional de Belas Artes.

De 1956 até aproximadamente 1972, dedicou-se também ao desenho industrial, expondo no Brasil e exterior. Além do Brasil, possui trabalhos em diversas coleções particulares e instituições públicas, em Roma, Viena, Zurique, Nova Iorque, Tóquio, Paris, Buenos Aires, Antuérpia, Washington e Jerusalém.

É considerado um surrealista, e sua obra tem grande fama e liquidez. Participou de diversas exposições coletivas, com pinturas, desenhos e gravuras no Museu Nacional de Belas Artes e no Ministério da Educação e Cultura. Durante o período de 1953 a 1966 lecionou como professor de composição decorativa na Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil, atual FAU-UFRJ. Desde 1956 até aproximadamente 1972 dedicou-se também ao desenho industrial, expondo no Brasil e exterior.

Artista surrealista, com formas desfocadas como que em movimento. São olhos que se mexem, personagens com instrumentos musicais, rostos que viram pro lado, casais que dançam. Suas peças têm um quê onírico, trazendo à tona o papel do inconsciente nas tarefas criativas. Mescla, para tanto, o figurativo e o abstrato; a representação e a imaginação.

Fonte: Catálogo das Artes.

Willem Leendert van Dijk (Westmass, Holanda 1915 – Petrópolis RJ 1990). Pintor e desenhista. Estuda arte e teologia em Leiden (Holanda), na Academia de Belas Artes e Universidade de Leiden. Em 1935, ganha viagem ao exterior, conhecendo a França, Itália e Grécia. Com a Segunda Guerra Mundial, alista-se na resistência aos nazistas, perdendo as duas pernas na frente de batalha. Em 1947, nomeado 1º Adido Cultural pela Rainha Guilhermina, viaja para o Brasil, fixando residência no Rio de Janeiro. Em 1948, é lançada a sua biografia L’Homme, Le Peintre, L’Oeuvre, de Carlos Torres Pastorino. Em 1960, publica o livro de poemas Convite à Exposição. Em 1971, é nomeado membro da Academia Metropolitana de Letras. Em 1947, realiza sua primeira exposição individual, na Associação Brasileira de Imprensa, no Rio de Janeiro. Em 1951, ganha medalha de ouro no Salão dos Artistas Nacionais e, em 1952, medalha de prata no Salão dos Artistas Brasileiros. Realiza exposições nos Estados Unidos, Alemanha, Holanda, França, Dinamarca, Argentina e Japão. Em 1966, a Harwick Collection (Estados Unidos) adquire para o seu acervo a tela Jangadeiros em ação. Em 1968, o governador do estado do Rio de Janeiro, Geremias Fontes, oferece ao Presidente Costa e Silva o quadro Rio Piabanha – Petrópolis e a tela Petrópolis em Flor à rainha Elisabeth II, em visita oficial ao Brasil. Em 1971, torna-se membro da Academia Petropolitana de Letras.

http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa1348/win-van-dijk

Nelson Boeira Fäedrich (Porto Alegre/RS, 1912 – 1994)

Pintor e desenhista. Um dos mais completos artistas do Rio Grande do Sul. Foi integrante da equipe que se tornou conhecida como Artistas da Livraria do Globo, sob o comando de Ernest Zeuner. A parte mais conhecida de seu trabalho foram capas e ilustrações em obras de escritores gaúchos como Erico Veríssimo e Simões Lopes Neto. Para os contos de Andersen, criou fantástica série, estes originais encontram-se no acervo do Museu Hans Christian Andersen, Dinamarca. Ilustrador da Globo no início dos anos 30, lá permaneceu até a década de 50. Dedicou-se mais à pintura, retratando cenas de dança, lendas e orixás. Costumava dizer: “Sou um pintor fantasista”, registro em extensa matéria no jornal Zero Hora, em 6 de outubro de 1994, dois dias após sua morte. Este fato leva a jornalista Célia Ribeiro, em matéria paralela, a rememorar que “foram dele as primeiras ilustrações a cores que aparecera em jornais do Rio Grande do Sul. Era um perfeccionista no trabalho”, enquanto Luis Fernando Verissimo conclui que “era um dos grandes artistas gráficos que tivemos. Fez parte de uma geração de grandes artistas ligados à Globo. Talvez merecesse mais reconhecimento nacional do que teve”.

Na exposição denominada Os artistas da Livraria do Globo, na Agência de Arte, Porto Alegre, 1993, foi incluído um nu feminino, pintura reproduzida em catálogo. Em 1995 seus familiares, comandados por sua mulher Alba Schneider Fäedrich, dão início a exposições póstumas em Porto Alegre com a série de desenhos que ulustram contos dos irmãos Grimm, no Instituto Goethe. É de sua autoria o Monumento à Índia Obirici na zona norte de Porto Alegre:

Fonte: Dicionário de Artes Plásticas no Rio Grande do Sul.

 

Luís Maristany de Trias (Barcelona/ES, 1866 – Porto Alegre/RS, 1964)

Desenhista e pintor. Estudou na Escola de Belas-Artes de Barcelona em 1900. Posteriormente, passou pela Academia de Pedro Borel. Instalado em Buenos Aires, dedicou-se a viajar , pintando  e registrando os locais por onde passava. Conheceu toda a Argentina e viveu durante um período em Montevidéu. Transferindo-se para o Brasil, inicialmente no Rio de Janeiro, pintou praias, morros e favelas. Visitou São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Viaja para o Paraguai e Chile, país que pintou de norte a sul, realizando o que afirmam ser as mais significativas cenas de sua carreira. Nos anos 20 documentou as docas do Guaíba, ruas e arredores de Porto Alegre.

Vale assinalar as cenas antigas do Vale dos Sinos. A obra mais importante deste período é o tríptico das demolições do morro que deu lugar ai Viaduto Otávio Rocha, na Avenida Borges de Medeiros, em Porto Alegre, e que se encontra depositado no MARGS. Era casado com a pintora Amélia Pastro Maristany.

Fonte: Dicionário de Artes Plásticas no Rio Grande do Sul.

Mário Gruber Correia (Santos/SP, 1927 – Cotia/SP, 2011)

Pintor, gravador, escultor, muralista. Autodidata, começa a pintar em 1943. Muda-se para São Paulo em 1946 e matricula-se na Escola de Belas Artes, onde é aluno do escultor Nicolau Rollo (1889-1970). Em 1947, ganha o primeiro prêmio de pintura na exposição do grupo 19 Pintores. No ano seguinte realiza sua primeira exposição individual e passa a estudar gravura com Poty (1924-1998) e a trabalhar com Di Cavalcanti (1897-1976). Recebe bolsa de estudo em 1949, vai morar em Paris, estuda na École Nationale Supérieure des Beaux-Arts [Escola Nacional Superior de Belas Artes] com o gravador Édouard Goerg (1893-1969) e trabalha com Candido Portinari (1903-1962). Retorna ao Brasil em 1951 e funda o Clube de Gravura (posteriormente Clube de Arte) em sua cidade natal, onde volta a residir. É professor de gravura no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP) em 1953, e dá aulas de gravura em metal na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo, entre 1961 e 1964. Monta ateliê de gravura em São Paulo em 1970. De 1974 a 1978, mora em Paris, depois, ao retornar ao Brasil, mora em Olinda, Pernambuco. Em 1979, monta ateliê em Nova York. De volta a São Paulo, realiza obras de grande porte em espaços públicos como a estação Sé do Metrô e o Memorial da América Latina. Na década de 2000, continua a trabalhar intensamente, com uma produção anual de 100 a 120 obras.

Fonte: Itaú Cultural.

Niobe Nogueira Xandó Bloch (Campos Novos do Paranapanema, atual Campos Novos Paulista/SP, 1915 – São Paulo/ SP, 2010)

Pintora, desenhista e escritora. Autodidata. Vive a infância e a adolescência no interior de São Paulo, muda-se para a capital em 1932. Casa-se aos 16 anos com João Baptista Ribeiro Rosa, destacado militante, e passa a frequentar os locais de reuniões do Partido Comunista. Inicia sua carreira como artista plástica em 1947. Nesse ano, conhece os pintores Yoshiya Takaoka e Geraldo de Barros no ateliê do professor e artista Raphael Galvez. Faz sua primeira exposição individual em 1953, em São Paulo, na Livraria das Bandeiras, na Praça da República. Separada do primeiro marido, casa-se novamente com o intelectual tcheco Alexandre Bloch, por intermédio de quem se torna amiga de Vilém Flusser, que escreve artigos sobre sua obra de Xandó. Durante o ano de 1957, viaja pelas cidades de Madri, La Coruña e Paris. Seu trabalho ganha destaque em 1965, na 8ª Bienal Internacional de São Paulo. De volta ao Brasil, muda-se com o marido para Salvador. O casal segue para a Europa em 1968, com períodos em Paris, Londres e Estocolmo. Regressam ao Brasil em 1971, vivendo em São Paulo até 1980. Xandó viaja a Nova York em 1981 e 1983, depois regressando em definitivo ao Brasil. Entre as exposições em que se destaca estão a 10ª Bienal Internacional de São Paulo, de 1969, onde tem sua obra apresentada na sala especial de Artes Mágica, Fantástica e Surrealista, e a 1ª Bienal Latino-Americana de São Paulo, realizada em 1978, onde seu trabalho representa a influência das culturas africana e indígena na arte brasileira.

Fonte: Itaú Cultural.

Samson Flexor (Soroca/RU, 1907 – São Paulo/SP, 1971)

Pintor, desenhista, muralista, professor. Viaja para a Bélgica em 1922, onde estuda química e cursa pintura na Académie Royale des Beaux-Arts [Academia Real de Belas Artes]. Muda-se para Paris em 1924 e faz o curso livre da Ecole Nationale Supérieure des Beaux-Arts [Escola Nacional Superior de Belas Artes], orientado por Lucien Simon (1861-1945). Paralelamente, cursa história da arte na Sorbonne. Em 1926, freqüenta as academias La Grande Chaumière e Ranson, onde recebe aulas de Roger Bissière (1886-1964). No ano seguinte, realiza a primeira exposição individual, na Galeria Campagne Première, em Paris. Em 1929, participa da fundação do Salon des Surindépendants, atuando como diretor até 1938. Quando se converte ao catolicismo em 1933, passa a executar pinturas murais de cunho religioso. Membro da Resistência Francesa, durante a II Guerra Mundial (1939-1945), é forçado a fugir de Paris. Nesse período, suas pinturas tornam-se sombrias e inicia estudos expressionista e cubistas sobre a Paixão de Cristo. Em 1946, realiza viagem ao Brasil e expõe na Galeria Prestes Maia, em São Paulo, e em 1948, fixa-se na cidade. Motivado pelo crítico Léon Dégand (1907-1958), então diretor do Museu de Arte Moderna (MAM/SP), aproxima-se do abstracionismo geométrico e cria, em 1951, o Atelier-Abstração, tendo como alunos Jacques Douches (1921-2012), Norberto Nicola (1930-2007), Leopoldo Raimo (1912-2001), Alberto Teixeira (1925-2011) e Wega Nery (1912-2007). Em meados da década de 1960 aproxima-se da abstração lírica e da figuração.

Fonte: Itaú Cultural.

Roberto Burle Marx (São Paulo/SP, 1909 – Rio de Janeiro/RJ, 1994)

Paisagista, arquiteto, desenhista, pintor, gravador, litógrafo, escultor, tapeceiro, ceramista, designer de joias, decorador. Baseada no estudo da paisagem natural brasileira, sua obra tem caráter inovador, incorporando elementos de diferentes contextos, como espécies vegetais que descobre em expedições botânicas, colunas e arcadas coletadas em demolições ou mosaicos e painéis de azulejos recuperados da tradição portuguesa.

Durante a infância, vive no Rio de Janeiro. Em 1928, muda-se com a família para Berlim, na Alemanha, e entra em contato com as obras de artistas consagrados, como o holandês Vincent van Gogh (1853-1890), o espanhol Pablo Picasso (1881-1973) e o alemão Paul Klee (1879-1940). Em 1929, frequenta o ateliê de pintura de Degner Klemn.

De volta ao Rio de Janeiro, estuda  entre 1930 e 1934 pintura e arquitetura na Escola Nacional de Belas Artes (Enba), onde é aluno de Leo Putz (1869-1940), Augusto Bracet (1881-1960) e Celso Antônio (1896-1984). Em 1932, desenvolve ao lado de Gregori Warchavchik (1896-1972) seu primeiro projeto de jardim, a convite de Lucio Costa (1902-1998), arquiteto que projeta a residência da família Schwartz, no Rio de Janeiro.

Entre 1934 e 1937, ocupa o cargo de diretor de parques e jardins do Recife, Pernambuco, onde passa a residir. Nesse período, vai com frequência ao Rio de Janeiro e tem aulas com Candido Portinari (1903-1962) e Mário de Andrade (1893-1945) no Instituto de Arte da Universidade do Distrito Federal. Em 1937, retorna ao Rio de Janeiro e trabalha como assistente de Portinari. Na pintura, inicialmente se dedica a naturezas-mortas com motivos da flora brasileira, em traços sinuosos e uma paleta de tons sóbrios. Produz quadros em que incorpora soluções formais do cubismo, como Abóboras com Bananas (1933). Mantém diálogo com Picasso e com os muralistas mexicanos, representando figuras do povo, cenas de trabalho e favelas. Nos retratos, realistas, aproxima-se de Candido Portinari e Di Cavalcanti (1897-1976).

No final da década de 1930, trabalha em parceria com arquitetos e opera a integração de sua obra paisagística à arquitetura moderna. Na elaboração de seus projetos experimenta formas orgânicas e sinuosas, delineadas por um contorno preciso. Com Lucio Costa, atua no projeto dos jardins do Ministério da Educação e Saúde (Rio de Janeiro, 1938-1944) e do eixo monumental de Brasília (1961-1962); com Rino Levi (1901-1965), na residência Olivo Gomes (atual Parque da Cidade Roberto Burle Marx, em São José dos Campos [1950-1953 e 1965]); com Affonso Eduardo Reidy (1909-1964), nos jardins do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1954-1956) e do Parque do Flamengo (1961-1965); e com Oscar Niemeyer (1907-2012), no Conjunto da Pampulha (Belo Horizonte, 1942-1945). Esses trabalhos revelam ainda atenção às massas de cor, obtidas pela disposição de arbustos e árvores em grupos homogêneos, de acordo com o potencial de mudanças cromáticas ao longo das estações do ano. Pedras, seixos e areias são empregados também conforme a cor.

Na Fazenda Marambaia (Petrópolis, 1948) e no Rancho da Pedra Azul (Teresópolis, 1956) integra a paisagem construída ao cenário natural: os jardins se expandem e incorporam a natureza local. A partir da década de 1950, utiliza em seus trabalhos uma ordenação mais geometrizante, como na Praça da Independência [João Pessoa (1952)].

O geometrismo está presente também em suas pinturas representando cidades, como Morro do Querosene (1936) e Morro de São Diogo (1941), obras de linhas retas e paleta sóbria, em que predominam tons amarelo, cinza e preto. Nessa mesma época, nota-se em alguns quadros a passagem gradual para o abstracionismo, como em Cataventos (1940), Figura em cadeira de balanço (1941) e Peixes (1944).

A partir da década de 1950, sua pintura atinge uma linguagem particular: a tendência para a abstração se consolida e a paleta passa a incluir nuances de azul, verde e amarelo mais vivos. O trabalho com a cor está associado ao desenho, que se sobrepõe e estrutura a composição. Nos anos 1980, passa a realizar composições geométricas em acrílico: com contornos desenhados com a cor, as telas têm aspecto fluído e flexível, ganhando leveza.

A paixão por plantas, que o acompanha desde a juventude, toma nova dimensão a partir de 1949, quando o artista adquire o Sítio Santo Antônio da Bica, de 800 mil metros quadrados, no bairro carioca de Campo Grande, onde reúne e estuda exemplares, muitas vezes raros, da flora brasileira. Em companhia de botânicos, realiza inúmeras viagens a diversas regiões do país para coletar e catalogar exemplares de plantas, reproduzindo em sua obra a diversidade fitogeográfica brasileira.

Ao longo da carreira são numerosos os desenhos a nanquim, nos quais trabalha com motivos tirados da trama finíssima de folhagens e galhos. Embora tenham como base a natureza, apresentam essencialmente caráter abstrato, com predominância de elementos lineares. O nanquim busca gradações em tonalidades diversas, como no desenho “Dia e noite” (Série 1973, 1).

Na década de 1970, Burle Marx tem marcante atuação como ecologista, defendendo a necessidade da formação de uma consciência crítica em relação à destruição do meio ambiente. O sítio é doado ao governo federal em 1985, passando a chamar-se Sítio Roberto Burle Marx, e se constitui como valioso patrimônio paisagístico, arquitetônico e botânico.

Inspirando-se constantemente em formas da natureza, o trabalho de Burle Marx reflete a indissociável experiência de paisagista e botânico, especialmente em seus jardins, pioneiros na maneira como reúnem arquitetura e espécies vegetais brasileiras.

Fonte: Itaú Cultural.

Artur Alípio Barrio de Sousa Lopes (Porto/PT, 1945)

Artista multimídia, desenhista. Premiado internacionalmente, o artista produz obras com elevado grau de questionamento político e social.

Em 1955, Artur Barrio passa a viver no Rio de Janeiro. Começa a se dedicar à pintura em 1965 e, a partir de 1967, frequenta a Escola Nacional de Belas Artes (Enba). Nesse período, realiza os “cadernos livres”, com registros e anotações que se afastam das linguagens tradicionais. Em 1969, começa a criar Situações, intervenções de grande impacto realizadas no espaço urbano e feitas com materiais nada convencionais, como lixo, papel higiênico, dejetos, materiais orgânicos, detritos humanos e carne putrefata (como as Trouxas Ensangüentadas). Essas Situações são atos efêmeros e provocativos, uma interferência artística no ambiente. 

Ainda em 1969, o artista lança seu Manifesto: um brado “contra as categorias da arte” e a situação política e social do terceiro mundo. Além de contestar as categorias tradicionais da arte, Barrio problematiza sua relação com o mercado e a situação social e política na América Latina. 

Em 1970, na mostra Do Corpo à Terra, espalha as Trouxas Ensangüentadas – 14 embrulhos com carne, ossos e sangue – em um rio de Belo Horizonte, Minas Gerais. A ação tem apelo político e é associada aos assassinatos cometidos pelo regime militar e grupos de extermínio. Muitas vezes, Barrio realiza essas intervenções longe dos olhos do público e documenta as ações por meio de filmes em Super-8, fotografia, cadernos e livros de artista, materiais que se tornam parte de seu trabalho. 

O artista cria também instalações e esculturas, nas quais emprega objetos cotidianos. Blooshluss (1972) é um exemplo de instalação feita ao ar livre. Há também esculturas que utilizam objetos do cotidiano, como Navalha Relógio (1970) e 1) Dentro para Fora. 2) Simples (1970).

Em 1974, Artur Barrio retorna a Portugal e testemunha a Revolução dos Cravos. A partir dessa experiência, realiza situações como 4 Movimentos e 4 Pedras e a escultura Metal/Sebo Frio/Calor. No mesmo ano, expõe desenhos no Rio de Janeiro, em São Paulo e na Islândia. Em 1975, passa a morar em Paris. Lá, o Centre Georges Pompidou adquire seus cadernos de registro e livros de artista, como o Livro de Carne (1977). Nessa época, realiza performances, arte postal, esculturas, livros e cadernos de artista. Em 1982, expõe pela primeira vez o conjunto de quadros e desenhos intitulado Série Africana, em que retoma o trabalho com a cor e a pintura. Três anos depois, apresenta essa série na 17ª Bienal Internacional de São Paulo. 

Em 1987, apresenta na Galeria do Centro Empresarial do Rio de Janeiro a Experiência nº 1. Com esse trabalho, inicia uma série de instalações em que atua diretamente sobre as paredes da galeria, sulcando-as e fixando objetos em sua superfície. 

Ao longo da carreira, Artur Barrio realiza constantes viagens e reside também na África e na Europa (Portugal, França e Holanda). Desde a metade da década de 1990, várias publicações e exposições procuram recuperar sua obra. Um dos eventos mais importantes acontece em 1996, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio de Janeiro. A exposição apresenta uma retrospectiva de sua obra, com registros das Situações. Em 2016, Artur Barrio recebe o Grande Prêmio Fundação EDP Arte. 

Provocador e inquieto, o artista é autor de obras questionadoras, repletas de teatralidade que perturbam o espectador e atravessam fronteiras.

Fonte: Itaú Cultural.

Elizabeth Costa

Biografia em construção.

Joan Miró i Ferrà (Barcelona/ES, 1893 — Palma de Maiorca/ES, 1983)

Escultor e pintor. Foi um dos mais conhecidos pintores surrealistas, mas seu legado artístico vai muito além da pintura. Além de pintor, foi escultor, ceramista e gravurista, fazendo das artes plásticas um terreno fértil para elementos imagéticos e oníricos. Desde jovem esteve em contato com arte. Frequentou a Escola de Belas Artes de Barcelona até os 14 anos, quando se viu obrigado a abandonar os estudos porque seus pais desejavam que ele cursasse a faculdade de Economia.

Por algum tempo, trabalhou como balconista em uma farmácia, mas a vida monótona longe da arte o deprimiu. Sua recuperação veio com a volta aos estudos artísticos, em 1912, quando ingressou na Academia de Artes na capital da Espanha. Foi nesse período que Joan Miró conheceu e se aproximou de movimentos como o fauvismo e o cubismo e se viu mais livre para começar a criar seu repertório artístico pintando retratos, nus e geométricos, geralmente com cores fortes e muito volume.

No final da década de 10, realizou a sua primeira exposição individual. Em 1921, muda-se para Paris, um grande centro cultural e artístico do período. É lá que vai conhecer nomes famosos, como o idealizador do Surrealismo, André Breton, e Pablo Picasso. A partir daí, sua carreira começa a despontar e Miró pinta alguns dos seus quadros mais famosos, como A Fazenda (1922) e O Carnaval do Arlequim (1924). O estilo surrealista começa a despontar mais fortemente e aparecem os símbolos oníricos, porém sem grandes pretensões psicanalíticas.

Em 1926 participa da sua primeira exposição realista e em 1928 viaja para a Holanda – mesmo ano em que o Museu de Arte Moderna adquire duas de suas telas para o acervo. Já famoso, expande sua arte para colagem, ilustrações de livros e cenários de balé. É nesse período, também, que expõe em grandes galerias fora da Espanha, sendo reconhecido internacionalmente. Sua pintura passa a valorizar elementos mais minimalistas, como manchas, pontos e linhas.

Tanto a Guerra Civil Espanhola (1936 – 1939) quanto a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945) impactam no seu trabalho e Miró elabora o famoso painel O Ceifador (1937) e a série Constelações (1939 – 1941). A partir da década de 50, passa a se interessar pelo abstracionismo e a defender publicamente a arte catalã.

Com 90 anos, em 1983, Joan Miró faleceu na cidade espanhola de Palma de Maiorca.

Fonte: ARTOOLS.