Claudio Tozzi

Claudio José Tozzi (São Paulo, São Paulo, 1944)

Pintor. Bastante versátil, o artista explora diferentes técnicas e temas ao longo de sua trajetória. Da arte pop, abordando temáticas políticas e urbanas, à pintura abstrata, privilegiando formas geométricas, Tozzi traça um caminho de investigação da plasticidade da pintura e se consolida como um expoente da arte moderna brasileira.

Inicia a carreira como artista gráfico na década de 1960, quando vence o concurso de cartazes para o 11º Salão Paulista de Arte Moderna (1962), antes mesmo de iniciar sua graduação em arquitetura, concluída em 1968, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP). Vivencia toda a efervescência política e cultural da década de 1960, marcada por importantes fatos históricos, tanto nacional como internacionalmente.

Influenciado por essa atmosfera, produz intensamente nesse período. Em seus trabalhos são encontrados símbolos da sociedade de consumo, que aparecem como imagens ou objetos. Utiliza sinais de trânsito, bandeiras, letreiros, peças publicitárias e histórias em quadrinhos, retira-os de seu contexto e atribui-lhes novos sentidos. É influenciado por Sérgio Ferro (1938), Flávio Império (1935-1985) e Maurício Nogueira Lima (1930-1999), em cujas obras se percebe a convergência entre a cartazística soviética, as vertentes construtivistas e o vocabulário pop com finalidade política. Trabalhos como Usa e abusa (1966) e Paz (1963) são característicos da época.

Dando continuidade à sua constante experimentação artística, dois anos mais tarde, cria telas com materiais orgânicos, pigmentos e objetos distribuídos regularmente em caixas de acrílico. Produz trabalhos mais conceituais, em que alia a pintura ao uso de palavras, como em Dissociação das cores (1974) e Color (1975), e realiza paisagens em que a aplicação reticulada de tinta cria zonas de cor regulares. Algumas das obras são exibidas na mostra Cor/Pigmento/Luz, na Galeria Bonfiglioli, em São Paulo, em 1975. No ano seguinte, participa da Bienal de Veneza. Em 1979, realiza outra obra no espaço urbano, o mural da estação Sé do metrô, em São Paulo. O trabalho dá origem à série de pinturas Colcha de retalhos, feitas com padrões diferentes de cor.

Nos anos 1980, sua produção se abre a novas temáticas figurativas, como é possível observar nas séries dos papagaios e dos coqueirais. Apresenta também a tendência à geometrização das formas. Na realização dos quadros, utiliza um rolo de borracha de superfície reticulada, o que agrega novos aspectos às suas obras, como textura e volumetria. Passa a realizar trabalhos abstratos, nos quais explora efeitos luminosos e cromáticos.

Claudio Tozzi marca a arte brasileira do século XX com sua inquietação e busca constante por novos modos de pintar, construindo um vasto acervo com obras que se diferenciam esteticamente, mas que guardam algo em comum: a relação com os acontecimentos que lhes são contemporâneos. Tozzi é, antes de tudo, um pintor de seu tempo, seja ele qual for.

Fonte: Itaú Cultural.

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