Mario Gruber

Mario Gruber nasceu em Santos em 1927 e começou a pintar em 1943, como autodidata. Tornou-se profissional aos 20 anos de idade, quando participou da Exposição Grupo dos 19 e o júri, formado por Lasar Segall, Anita Malfatti e Di Cavalcanti, conferiu-lhe o primeiro prêmio em pintura. Em 1946, estuda com o escultor Nicola Rollo na Escola de Belas-Artes de São Paulo e em 1948, trabalha com Di Cavalcanti e estuda gravura com Poty.

Em 1949, com bolsa de estudos oferecida pelo Governo Francês, viaja a Paris, onde aperfeiçoa seus estudos de gravura em metal na École Nationale Supérieure des Beaux-Arts com Édouard Goerg. Em 1951 retorna ao Brasil, quando funda, em Santos, o Clube de Gravura, mais tarde Clube de Arte marcando o início de sua participação na vida artística e cultural brasileira. Em 1953, convocado por Gabriela Mistral, Diego Rivera e Pablo Neruda participa como delegado no I Congresso Continental de Cultura, no Chile.

Entre 1961 e 1964, leciona gravura em metal na Fundação Armando Álvares Penteado (São Paulo). Dedica-se especialmente à calcografia e produz edições de gravura em metal na Impremérie Georges Leblanc (Paris).
A partir dessa data os prêmios e as exposições nacionais e internacionais se acumulam e sua obra motiva a realização de dois curta-metragens, um deles exibido no Festival de Cinema de Veneza, em 1967, direção de Rubens Biáfora, ganhador do Prêmio Governador do Estado; o segundo – “A Arte Fantástica de Mario Gruber”, dirigido por Nelson Pereira dos Santos -, 1982.
Gruber tem telas em vários museus brasileiros e internacionais, como o Wisconsin State Museum College Union, USA; Museu Poushkin, Moscou, URSS; Museu de Arte Contemporânea, São Paulo, SP; Museu de Arte Brasileira, São Paulo, SP; Museu de Bahia, Salvador, BA e outros.
Sua participação em obras de arquitetura, a convite de seus autores, vem de longa data, destacando-se nas obras do arquiteto Vilanova Artigas, os painéis da “Casa dos Triângulos” na Galeria Califórnia, no Ginásio Estadual de Guarulhos, e mais recentemente marcando sua posição de vanguarda no realismo fantástico brasileiro – os grandes painéis no Aeroporto internacional de Cumbica e na Estação Sé do Metrô de São Paulo.
Em 1970, monta atelier de pintura e gravura em São Paulo, considerado um dos maiores e mais completos da América Latina; em 1974 transfere-se para Paris onde reside até 1978, voltando ao Brasil e montando atelier em Olinda, onde então o seu habitual rigor técnico e domínio pictórico se defronta com a intensidade luminosa do Nordeste e os quase cinco séculos de tradição cultural nordestina.
Em 1979, de volta a São Paulo, rigoroso em seu ofício, revelando como sempre, suas preocupações com as questões sociais brasileiras e latino-americanas, mantém intenso ritmo de trabalho, expondo em galerias séries de gravuras e pinturas, culminando em 1989 com o grande painel em grés, na Biblioteca do Memorial da América Latina.

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