Renina Katz
- Renina Katz, Castelo Verde 1976. Litografia15/20 – 70 cm x 36 cm
- Renina Katz, Abstrato, 1925. Aquarela s/ papel – 38 cm x 56 cm
- Renina Katz, Solaris, 1984. Litogravura 38/50 – 37 cm x 26 cm
- Renina Katz, Amadas II. Litogravura – 68 cm × 50 cm
- Renina Katz, Rayo. Litografia 16/100 – 59 cm x 79 cm
Renina Katz Pedreira (Rio de Janeiro/RJ, 1925 – São Paulo/SP, 2025)
Gravadora, desenhista, ilustradora, professora. Mestra da gravura e do ensino de arte no Brasil, suas obras são dotadas de fino rigor técnico e inigualável poética, caminham do retrato social, em contrastes de preto e branco, ao profundo lirismo, no qual cores e transparências se sobrepõem. No início da carreira, dedica-se à pintura. Cursa a Escola Nacional de Belas Artes (Enba), no Rio de Janeiro, entre 1947 e 1950, tendo como professores Henrique Cavalleiro (1892-1975) e Quirino Campofiorito (1902-1993), e licencia-se em desenho pela Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil. Sua introdução às técnicas de xilogravura se dá por intermédio de Axl Leskoschek (1889-1975), em 1946. Incentivada por Poty Lazzarotto (1924-1998), se inscreve no curso de gravura em metal oferecido por Carlos Oswald (1882-1971) no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro. Muda-se para São Paulo em 1951.
Leciona gravura no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp) e na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap). Em 1956, torna-se docente da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), ofício ao qual se dedica por 28 anos. Nesse momento, sua obra tem forte cunho político e denuncia a vulnerabilidade a que estão submetidos trabalhadores urbanos e personagens marginalizados da sociedade, como se observa nas várias gravuras que tratam do tema dos retirantes (produzidas entre 1948 e 1956) ou como no seu primeiro álbum publicado, Favelas (1956). Suas xilogravuras apresentam caráter realista, com mensagem direta e grande concisão de elementos formais, além de requinte técnico, sendo comparadas, por alguns críticos, com a produção da gravadora alemã Käthe Kollwitz (1867-1945). A emoção é expressa graficamente na contundente oposição entre os pretos e brancos que confere às cenas o aspecto dramático, como ocorre em Retirantes, s.d.
A partir da metade da década de 1950, os temas ligados ao realismo social gradualmente dão lugar à produção de caráter não figurativo, embora permaneça a relação com a paisagem. A artista passa a enfatizar, cada vez mais, o jogo de transparências. Inicia a produção em litogravura na década de 1970, em que se percebe sugestões de paisagens concebidas como lugares da memória. Na opinião do crítico Roberto Pontual (1939-1994), quando as gravuras de Renina Katz pendem para o caráter lírico, a artista se aproxima da atmosfera transparente e musical das obras de Fayga Ostrower (1920-2001). Na série Lugares (1981), a gravadora parte da representação da paisagem urbana, também como um lugar da memória, inspirando-se no poema “Paisagem: Como Se Faz”, de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987). Ela afirma que “a cor surgiu como uma necessidade na evolução do trabalho, e a multiplicação das matrizes trouxe a possibilidade de explorar os vários valores tonais”1. Para obter as superfícies translúcidas, típicas em suas obras, a artista grava muitas matrizes e aplica várias cores, realizando diversas impressões para obter uma única gravura. Em trabalhos posteriores, como Cosmos 2 (1992) ou Limite 2 (1993), destacam-se a sutil luminosidade e o surpreendente uso da cor. Renina Katz alimenta um legado de primor e singularidade da gravura brasileira e tem papel fundamental no desenvolvimento e formalização do ensino superior de arte no Brasil.
Fonte: Itaú Cultural.
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