Vasco Prado

Vasco Prado

Vasco Prado Gomes da Silva (Uruguaiana, Rio Grande do Sul, 1914 – Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 1998). Gravador, escultor, tapeceiro, ilustrador, desenhista, professor. Com linhas curvas, valorizando as formas e explorando variados materiais, Vasco Prado explora a figura humana e os contornos dos animais.

Em 1940, frequenta por breve período a Escola de Belas Artes de Porto Alegre, mas sai da instituição e inicia pesquisas em escultura como autodidata. Em 1941, instala seu primeiro ateliê com Iberê Camargo (1914-1994) e é assistido pelo pintor Oscar Boeira (1883-1943). No mesmo ano, participa da primeira exposição coletiva na Galeria do Instituto de Belas Artes, em Porto Alegre.

Entre 1947 e 1948, estuda em Paris como bolsista do governo francês. É aluno do pintor francês Fernand Léger (1881-1955) e do escultor franco-húngaro Étienne Hajdu (1907-1996). Frequenta por curto período o ateliê de gravura da École Nationale Supérieure des Beaux-Arts. Em Paris, entra em contato com o artista mexicano Leopoldo Mendez (1902-1969), dirigente do Taller de Gráfica Popular. Esse encontro desperta em Prado o interesse pela gravura.

Retorna ao Brasil em 1949 e realiza sua primeira exposição individual na Galeria do Correio do Povo, em Porto Alegre. Em 1950, funda o Clube de Gravura de Porto Alegre, com Carlos Scliar (1920-2001).  do qual participam também Glauco Rodrigues (1929-2004), Danúbio Gonçalves (1925-2019) e Glênio Bianchetti (1928-2014). A união do grupo se pauta pela afirmação do valor social da arte e pelo interesse de representar a realidade local.

No ofício de escultor é possível notar a influência dos trabalhos do escultor francês Auguste Rodin (1840-1917). Em 1960, realiza escultura em bronze para a cidade de Pelotas, na qual retoma o tema do Negrinho do Pastoreio, apresentado, porém, com uma concepção mais livre, em que se evidencia o despojamento formal. Em Acrólito (1965), o curador Agnaldo Farias (1955) destaca a mistura de técnicas distintas na fusão da “docilidade de madeira” com a rigidez do bronze. Além desses dois materiais, Prado trabalha com terracota em suas esculturas.

O artista procura temáticas ligadas aos valores regionais, como o tema do cavaleiro e do cavalo. A figura humana costuma ser  representada com um amplo sentido de dignidade, e o animal, com atributos de força e altivez, sem perder a suavidade. Os contornos femininos, com traçados curvos e sinuosos, também são recorrentes objetos de representação.

Em 1967, participa da X Bienal Internacional de Arte de São Paulo. Entre 1968 e 1969, faz estágio como artista convidado, viaja pela Europa e expõe em Madri, Munique e Roma. Em 1968, recebe a medalha de prata na I Bienal do Metal realizada em Varsóvia, Polônia. Também atua como professor: em 1966 leciona escultura no Ateliê Livre da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e ministra cursos na Universidade de Caxias do Sul e no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Mars).

Em 1972, ganha o Concurso Nacional para o Mural da Assembleia Legislativa do estado do Rio Grande do Sul, o que resulta na obra Revolução Farroupilha (1973). Em 1976, o monumento Tiradentes é instalado também na Assembleia Legislativa, em Porto Alegre. Entre 1987 e 1991, atua como diretor do Mars.

Em 1994, é realizada a retrospectiva Vasco Prado, 80 Anos, na Usina do Gasômetro, em Porto Alegre. No mesmo ano, Iberê Camargo pinta um retrato de Vasco Prado, cuja residência em Porto Alegre é transformada em memorial em 2000, com a finalidade de preservar documentos, objetos pessoais e obras do artista. Em 2013, a Fundação Iberê Camargo realiza a exposição Xico, Vasco e Iberê: o Ponto de Convergência”, que celebra as obras e a amizade de Francisco Stockinger (1919-2009), Iberê Camargo e Vasco Prado.

Comprometido com o lugar de origem e em busca de diferentes linguagens para expressar a vida, Vasco Prado dá forma aos contornos humanos e animais em suas gravuras e esculturas. Atuante na transmissão do conhecimento e autor de obras públicas e monumentos, o valor social da arte tem papel importante em seu trabalho.

Fonte: Itaú Cultural

Acesso em: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa7486/vasco-prado

 

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